Voltando no Tempo

Capítulo 16


No capítulo anterior...

— Sim. — e se virou mais uma vez, correndo para o banheiro com um sorriso largo no rosto, feliz em finalmente admitir isso a alguém.

Segundos depois, a ruiva, de dentro da banheira, conseguiu ouvir os gritos histéricos de sua amiga, abafados pelo travesseiro, e alargou ainda mais seu sorriso, relaxando com a água morna.


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Capítulo 16

Já era noite na Mansão Potter, e Harry Potter descia apressadamente as escadas rumo ao salão de festas. O garoto sentia-se feliz com a perspectiva de ver seus pais se acertando. Sabia que, em algum momento, os dois ficariam juntos — ele era a prova viva disso —, mas ainda sim era bom que as brigas diminuíssem.

Apesar de sua felicidade, Harry não conseguia deixar de lado a ideia de que algo aconteceria naquela noite. Por algum motivo, seu estômago se revirava toda vez que pensava no baile que estava por vir — ele, contudo, não sabia discernir se isso era algo bom ou ruim, então sua ansiedade apenas aumentava a cada degrau que passava por seus pés.

Como não adiantava se preocupar de antemão com o desconhecido, Harry deixou suas preocupações de lado quando, por fim, se juntou a Remus e Charlus já na porta do salão.

— Oh, Harry! — chamou Charlus — Eu queria mesmo falar com você. O professor Dumbledore pediu para avisar que ele gostaria de falar com você hoje. Algo sobre Durmstrang, não sei. — o Potter mais velho deu uma piscadela para seu neto.

— Oh, entendo — Harry sorriu para o avô — Obrigado, tio Charlus. {N/Katie: Só eu que achei “Tio Charlus” muito estranho? Eu não sabia do que o Harry poderia chamar o Charlus, mas acho que tio ficou meio capenga kkkk Que se dane, sem idéias pra outra coisa. Puf.}

Charlus apena meneou sua cabeça e seguiu para o hall de entrada da casa, esperando pelos primeiros convidados.

Quando Harry e Remus ficaram sozinhos, o garoto Lupin não conseguia parar de encarar o outro com uma curiosidade exorbitante.

— O quê? — indagou Harry ao notar o olhar do amigo/ex-futuro-professor.

Remus apenas continuou a encará-lo, suspeitoso dos desaparecimentos constantes do novo amigo, de certa evasão com que este respondia às questões sobre seu passado. Sendo o licantropo que era, Remus era mais sensível às coisas que seus demais amigos, e, desde que Harry entrara, o garoto notara olhares entristecidos do ‘novato’ em relação a todos, e, por vezes, um tanto raivosos ou piedosos na direção de Peter. E, como o estudioso que era, Remus queria entender, queria buscar saber os motivos de tal comportamento, mas se continha em nome do bom-tom. Contudo, sua curiosidade estava a ponto de ganhar de sua educação e, não fosse a aparição de James, Remus teria se intrometido e perguntado logo ali o que se passava com Harry.

James estava aéreo quando se juntou a seu primo e a seu amigo. Sua cabeça voltava repetidamente para o que acontecera naquela madrugada em seu quarto. Tentava entender o significado por trás da presença de sua amada ruiva. Esperava que algo bom surgisse disso, mas, por experiência, preferiu não se deixar esperançoso, ou, ao menos, refrear a esperança que crescia em seu peito.

Desde a primeira vez que a vira, uma garotinha de cabelos flamejantes andando com um seboso de nariz turvo, seis anos antes, James se impressionara com ela. A maneira como ela o achara petulante, se mostrando tão diferente de todas as outras. E era exatamente isso que o atraia. Ela era única, especial. Ele lhe dera seu coração sem que qualquer um deles soubesse, pois nada no mundo poderia se comparar à garota de olhos esmeralda.

O garoto Potter foi tirado de seus devaneios pela chegada dos convidados. Como sua mãe lhe ensinara, James seguiu até a porta de entrada para recepcionar os recém-chegados, permitindo que seu pai adentrasse o salão e socializasse com os presentes.

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Em algum momento da noite, os garotos adolescentes conversavam intensamente sobre qualquer assunto, até que Harry, distraído, desviou seu olhar na direção das escadarias, estacando de imediato.

— Harry, o quê...? — começou Sirius, mas foi prontamente interrompido pela exclamação de Remus.

— Uau! Elas realmente sabem como prender as atenções.

Isso atiçou a curiosidade do Black mais velho, e este virou-se imediatamente para a direção apontada pelos demais. No momento em que seus olhos pousaram sobre a figura estonteante de Marlene McKinnon — a qual descia, em vestes esvoaçantes de um azul-marinho profundo, as escadas com leveza descomunal, quase como se flutuasse —, o coração de Sirius pulou uma batida, e suas mãos começaram a suar. Ela estava tão linda que conseguira tirar o ar do Maroto, embora este não fosse capaz de admiti-lo.

Como era um baile bruxo, o vestuário se limitava a vestes bruxas convencionais, mas, mesmo em roupas semelhantes às das demais mulheres ali, Lily e Lene conseguiam se destacar. Ambas usavam vestes que se combinavam às cores de seus olhos, com jóias discretas, mas que ressaltavam ainda mais a beleza das garotas.

James não conseguia parar de olhar para a ruiva. Ela estava magnífica, uma obra dos deuses. Os segundos se arrastavam enquanto as duas desciam as escadas com sorrisos nos rostos, discutindo algo amistosamente.

Regulus olhou para a expressão de seu irmão em relação à morena de olhos azuis, e sorriu um sorriso genuíno; estava feliz por Sirius ter encontrado uma garota para si, embora ele ainda não tivesse percebido. Momentaneamente, a tensão da noite se dissipou, e Regulus Black jurou a si mesmo que ajudaria seu irmão a ter Marlene McKinnon, custasse o que custasse.

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Mais tarde, naquela mesma noite, o baile corria bem. Os convidados estavam, em sua maioria, divididos entre puros-sangues loucos por pureza — famílias como os Rosier, Malfoy, Lestrange e, claro, Black — e puros-sangues apoiavam os direitos dos trouxas (e, por isso, eram considerados traidores) — como os Weasley, os Potter e os Longbottom. Havia também os ‘neutros’, que socializavam com ambas as partes, e desfrutavam mais da festa.

A pior parte, no entanto, foi quando Orion e Walburga Black chegaram e pousaram seus olhos sobre Regulus. O garoto se encolhera visivelmente, se aproximando mais de Sirius, temendo ser levado embora. Palavras não foram trocadas entre pais e filhos. Walburga aparentava indiferença, mas Orion quase fraquejou. Apesar dos apesares, o homem entendia que seus filhos eram independentes para fazerem suas próprias escolhas. Se tais escolhas levaram ambos os garotos para longe de si, as únicas pessoas a serem culpadas eram ele mesmo e sua esposa.

De qualquer forma, o baile prosseguia, e pessoas se espalhavam pelo salão de festas, dançando as músicas tradicionais bruxas e as trouxas apresentadas pela banda que ali tocava. Estas últimas faziam demasiado sucesso com todos os bruxos, e — surpreendentemente — até alguns puros-sangues dançavam aos sons de baladas românticas.

Os adolescentes passaram a noite conversando animadamente com alguns dos integrantes da Ordem e outros aurores, rindo das histórias que estes compartilham sobre algumas missões. A presença de tantos Comensais da Morte deixava todos os demais em estado de alerta, mas ninguém se atrevera a montar uma briga com tantos oponentes à vista.

Lily e Lene desfrutaram ao máximo da pista de dança, tendo os garotos alternando vezes para serem seus parceiros. Lene dançava com Tiago, e Sirius com Lily, quando James, sem tirar os olhos de sua ruiva, cortou qualquer banalidade que Lene estivesse falando.

— Lene, desculpe, mas... — ele começou, sinalizando em direção à banda que tocava uma música agitada. — Eu realmente queria ir até lá para conversar rapidinho com a banda.

Lene apenas sorriu e olhou para a imagem de Lily, deslumbrante nas vestes esmeralda, rindo de alguma piada que Sirius, para variar, lhe contara. A morena retornou o olhar a seu amigo de infância, e afastou-se dele delicadamente, enviando-lhe uma piscadela discreta.

James sorriu largamente, foi até a amiga, beijou-lhe a bochecha e dirigiu-se até o palco do grande salão.

Lily ria e dançava animada com Sirius, sempre entretida com a presença do Maroto que há muito se tornara seu amigo. O garoto Black e ela começaram uma amizade um tanto particular em seu terceiro ano, quando Lene começou a passar mais tempo com os garotos por causa do Quadribol. Com o tempo, Lily descobriu se divertir imensamente na presença do moreno, assim como na de Remus — que era amigo de Lily desde que os dois foram colocados juntos num trabalho de Feitiços, no primeiro ano — e, mais vezes do que esperara, na de Peter — apesar de muito tímido e guloso, o garoto rechonchudo tinha certa adoração por seus amigos, e costumava saber a coisa certa a se dizer em momentos delicados. James era a exceção do grupo, mas, apesar das brigas constantes, a garota conseguia rir frequentemente na presença dele, embora não admitisse nem sob a pior das torturas.

{N/Katie: Aconselho todos a ouvirem a música Love Me Tender, do Elvis, interpretada pela Norah Jones, enquanto vocês leem.}

Quando mais uma música se encerrou, os primeiros acordes de uma balada romântica começaram a soar, lentos e tranquilos. Quando a ruiva se preparava para deixar a pista de dança — Sirius já desaparecera em busca de alguma bebida —, Lily sentiu alguém tocar levemente seu ombro. Ao se virar, a garota se deparou com a imagem de James, o qual portava um sorriso confiante, tomando sua mão e beijando-a levemente ao curvar-se em uma reverência.

— Me concede esta dança? — o moreno, após se endireitar, sussurrou em seu ouvido.

Lily, hipnotizada pelos olhos avelã, sorriu brilhantemente para James, e ambos começaram a dançar no ritmo da música, sem quebrar o contato de seus olhos. Mesmo quem via de fora conseguia sentir a energia partida dos dois. Era uma energia pura, simples, mas complexa de uma forma que poucos a entendiam. Era a mesma energia que faria com que eles se casassem, com que Harry, ainda pequeno, conseguisse derrotar o Lorde das Trevas. Essa energia era nada menos que o amor que já sentiam um pelo outro.

Os dois jovens bruxos dançavam perfeitamente conforme o ritmo lento da música. Durante grande parte da dança, Lily e James encaravam-se amorosamente, e dançavam maravilhosamente bem, atraindo os olhares de quase todos os presentes ali. E então aconteceu algo que prendeu rapidamente a atenção de todos os presentes.

Lily fechou os olhos e então aproximou o rosto até o de James, em seguida tocando levemente os lábios do garoto, que por instinto fechou os olhos e rapidamente retribuiu ao beijo da ruiva. Os lábios pareciam se completar perfeitamente, e os dois continuaram assim até que um grito irrompeu o salão:

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— HARRY JAMES POTTER.

Para muitos, aquela voz era definitivamente desconhecida. Mas Harry, que estava no lado oposto à porta - o lugar de onde fora ouvido o grito -, tinha certeza de quem se tratava: era Gina Weasley.