– Eu vou tentar me levantar, espere aqui que vou achar ajuda- eu praticamente gemi a frase inteira. Sabia que não conseguiria me levantar e simplesmente sair andando, mas tinha que tentar. Dean estava no chão cheio de cortes, eu estava com cortes na cabeça, mas em melhor estado.

Fiz força e tentei me levantar, não consegui. Tentei novamente e falhei.

– Margot, pare. Você não vai conseguir.

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– Vou sim, é só tentar de novo. Fique parado aí que eu vou buscar ajuda!

Com isso tentei de novo, falhei. Vou tentar rastejar, é tudo que me resta. Fui empurrando meu corpo lentamente. Eu acho que não havia quebrado nada. Continuei me arrastando, meu destino era a cabine telefônica. Vou ligar para o Bobby, ele deve saber o que fazer.

Lentamente fui chegando ao meu destino. Quando estava quase lá, olhei para a rua antes deserta, vi uma viatura de polícia passar. Nem precisei fazer muito barulho, logo me viram.

Um policial saiu às pressas do carro em minha direção.

–Ei garota! O que aconteceu?

Tinha que pensar rápido, alguma coisa convincente.

– Eu-eu não sei... Estava abastecendo meu carro com meu amigo e de repente senti uma pancada na cabeça. Acordei no chão da loja. Apenas eu e meu amigo, que está muito ferido!

– Tudo bem... – ele pareceu acreditar, não foi a minha melhor mentira, mas serviria – Acha que quebrou alguma coisa?

– Não.

– Aguente firme então. Vou chamar uma ambulância. Fique aqui enquanto vou ver seu amigo, ok?

– Ok.

– Espere, qual seu nome? – Perguntou o policial.

– Margot Lawrence.

– Ok, Margot. Meu nome é Phill – Respondeu o policial a caminho da loja.

Depois de cinco minutos ouvi uma sirene de ambulância. Vários homens saíram de dentro delas, uns quatro vieram em minha direção. E uns seis em direção a loja. Eu talvez estivesse vendo tudo dobrado, minha visão estava muito turva.

– Ei! Margot! Não apague! - Dizia alguém a minha direita. Mas a cada vez que mais falavam, eu menos ouvia.

– Não! Margot! - Disse novamente. Mas dessa vez, apaguei totalmente.

Acordei em um quarto de hospital. Estava tudo silencioso. O quarto era pequeno, tinha uma janela com cortinas brancas, uma mesa no canto com uma cadeira, a minha cama e duas portas. Uma provavelmente dava para o corredor e a outra para o banheiro.

Minha cabeça doía. Não mais do que quando estava consciente no posto de gasolina, mas ainda doía. Não tenho ideia de quanto tempo se passou desde aquilo. Podem ter se passado horas, dias, meses, anos... mas percebi que havia uma cicatriz no topo da minha testa, onde o demônio havia me batido. Talvez tivessem apenas passado poucos dias.

E Dean? Como será que ele está? Preciso ir urgentemente vê-lo, se estiver machucado ou até mesmo morto vai ser tudo culpa minha. Não poderia apenas deixa-lo aqui nesse hospital para morrer enquanto ia embora com seu carro.

Me levantei da cama e dei alguns passos até um espelho próximo da cama. Meus pés doíam, juntamente com o meu corpo inteiro. Mas ignorei a sensação e segui em frente. Parei em frente ao espelho. Eu estava com uma aparência horrível! Meu cabelo estava destruído, meu rosto estava cheio de hematomas e meus pés vermelhos. Meu Deus.

Andei até a porta do quarto e à abri. O corredor estava com poucas pessoas, ninguém pareceu me notar. Continuei seguindo em frente até chegar no balcão de informações. Havia uma mulher loira de costas.

– Hm... Licença? - Eu disse em voz baixa. A mulher se virou para mim e me olhou com expressão de susto por um segundo, mas depois voltou a uma “expressão normal”.

– O que deseja senhorita?

– Você poderia me dizer onde é o quarto de Dean Montgomery?

– Ah... você é aquela menina de quem estavam falando. Do posto de gasolina...

– É. Eu acho. Mas pode me dizer o quarto? - Já estava me irritando com aquela mulher.

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– Ok. Calma, garota. É o quarto 221 B. No final do corredor.

– Obrigada.

Fui andando rapidamente até o final do corredor. Cheguei lá e vi uma porta com o número 221 B escrito na frente. Bati na porta. Esperei por um tempo, mas não obtive resposta. Bati novamente, nada. Decidi que entraria de qualquer jeito. Puis a mão na maçaneta e abri a porta com cuidado. Estava escuro, tateei as paredes até achar o interruptor. Quando acendi as luzes vi que Dean estava no quarto. Mas ainda estava dormindo ou inconsciente, sei lá. Andei até sua cama e empurrei seu ombro com as mãos.

– Dean! Acorda!

– Hm- ele apenas resmungou, nem se mexeu.

– Vamos lá, acorda!

Ele finalmente havia acordado.

– Margot? O que... Como... O que está acontecendo aqui?

Eu expliquei tudo o que sabia para ele. Desde o “resgate” até a hora que acordei.

– Quanto tempo acha que passou? - Eu perguntei a Dean.

– Não sei. Não importa também. O importante é sairmos logo daqui. Quando perceberem que já acordamos vão perguntar nossos nomes, o que aconteceu e principalmente porque estávamos carregando armas.

– Está certo. Sabe que horas são?

Ele pegou o pequeno relógio que estava em cima de sua mesa de cabeceira.

– São três da manhã, melhor hora para uma fuga. Não dá para você voltar ao seu quarto agora. Vamos ter que ir assim mesmo, nem sei onde estão as minhas coisas.

– Tudo bem, você não tem nenhuma arma escondida né?

– Claro que não, eles pegaram tudo.

– Ok, desculpe por ter perguntado.- disse num tom de brincadeira.

– Então vamos.

Dean abriu a porta de seu quarto, mas haviam dois policiais do lado de fora, bem perto de nós. Ele rapidamente fechou a porta, me olhou com uma expressão séria.

– Em qual andar estamos?

– Peraí! A gente não vai pular pela janela!

– E tem outro jeito? Tem dois policiais ao nosso lado!

– Não tem outro jeito, né?

– Não.

– Meu Deus... bom, eu acho que estamos no 2° andar.

Andei até a janela e olhei para baixo.

– É, 2° andar.- eu disse logo me arrependendo, devia ter dito que estávamos no 6° andar.

Dean andou até a janela e olhou para baixo.

– Da para pular, mas tem que ter cuidado. Quer ir primeiro?

– Não.

– Então eu vou.- acho que ele estava se arrependendo da própria ideia, na verdade tenho certeza.

– Cuidado!

Ele sentou com as pernas para o lado de fora e pulou. Corri até a fachada e olhei para baixo.

– Você está bem?!

Ele não disse nada apenas fez um sinal de “OK” com as mãos.

– Tá, sai daí que agora é a minha vez.

Fiz o mesmo que Dean, puis as pernas para fora. Mas simplesmente não consegui pular. Não tinha como pular dali.

– Ahn... Dean?

– O que?

– E-eu acho que não consigo pular.

– Você está brincando? Claro que consegue!

– N-não dá!

Mas foi nessa hora que tudo deu errado. Os policiais entraram no quarto e pior de tudo, armados.

– Identifique-se! – Um deles gritou para mim. Mas foi tarde demais, não importava se estava com medo ou não. Agora era vida ou morte. Pulei da janela e cai no chão com força, mas não me machuquei.

– Você conseguiu! – Celebrou Dean cedo demais.

– Corre!