Um Amor Sem Limites

Capítulo 4 - A sorte dos irlandeses


O poço E116. Localizado nada mais nada menos do que em Los Angeles, EUA. Vulgo lugar onde Minerva Paradizo estava passando as férias com a família.

Seria sorte? Certamente não. Aí está uma coisa que Artemis Fowl e Holly Short não têm.

Coincidência? Isso não existe.

O transportador não era velho, nem tampouco moderno. Tinha um banheiro, a cabine do piloto e duas fileiras de duas cadeiras cada. Era bastante estreito. Mas era cabível para três criaturas pequenas. E tinha um frigobar recheado, o que foi uma condição de Palha, obviamente.

Artemis tinha conseguido um Notebook. E não estava com uma cara boa. Ele se levantou e se sentou na cadeira do co-piloto.

-Fique longe dos controles, civil. – Disse Holly, era evidente que ela queria ficar sozinha.

- Holly... andei pensando.

- É uma armadilha, não é? – Ela não tirava os olhos do túneo.

- Não precisa ser... Minerva sabia que estaríamos a caminho, mas acha que só vamos chegar amanhã. Que é o prazo do encontro. Nós vamos virar a armadilha contra ela.

- Ela é tão inteligente quanto você Artemis! Acha que ela não pensou nisso?

- Sim, mas temos o elemento surpresa, o tempo!

- Tenho experiência o bastante pra dizer que nem o tempo pode impedir vocês, gênios mirins.

- Holly... Eu estava errado em pedir que você viesse...

- Fique longe dos controles Artemis. Simplesmente coloque esse seu crânio depurtado pra funcionar e bole um plano decente. Você tem que voltar em dois dias.

Artemis se sentou no banco de trás e começou a pensar. O que ele fazia melhor, por sinal. Se fosse ele, obviamente marcaria em um lugar seguro. Aparentemente Minerva tinha uma mansão em Los Angeles. Em um horário que ela estivesse sozinha em casa. Não completamente sozinha, obviamente, no mínimo 10 seguranças.

Mas isso tudo era um tanto confuso. Por que Minerva estava atrás de armas do subterrâneo? Ela tinha falado que aprendeu a lição. Pra que motivos ela mostraria o subterrâneo para o mundo.

_ Ninguém muda tão facilmente Artemis – Disse Holly, lendo os pensamentos do garoto – A garota passou um dia sob ameaça de morte e virou uma menininha feliz? Impossível. Ninguém muda completamente Artemis. Ou é auto-enganação ou é mudança de comportamento. A essência interior em si nunca muda.

Artemis ficou desconfortável com essa observação. Será que ele também não mudara? Seria auto-enganação?

Não, ele pensou. Mudança de comportamento, suponho. Eu ainda tenho meus esquemas criminosos. Somente não executo todos por preocupação com os outros

Artemis gemeu. Se preocupava com os outros. Se isso não fosse uma mudança... Seria mais fácil criar outra teoria para a psicologia do que voltar a ser o velho Artemis. Ele tinha amigos agora, afinal de contas.

Desembarcaram no Poço deserto. Ninguém se arriscava muito a ir pros Estados Unidos. A tecnologia era obsoleta, mas era mais avançada do que o resto do mundo da lama.

Subiram até a superfície. Ah, a superfície. Céu azul de Los Angeles, a brisa das árvores. O poço E116 ficava em um monte deserto, cheio de arvores, a um quilometro de um rio, com uma estrada.

_ E agora? Como chegamos?- Perguntou Holly

_ Eu tenho a localização. É um bairro afastado... Perto da rota 170. Porém completamente distante das outras residências.

Evidente, Artemis pensou. Ele olhou a sua volta.

_ O letreiro de Hollywood! Estamos do Griffith Park... Não é um lugar muito movimentado pra construir um poço?

_ Você está vendo algum movimento Artemis? Estamos na reserva sim, mas o poço fica em um monte afastado do letreiro. Os turistas ficam longe, não tem nada pra ver aqui – Disse Holly.

_ Exato... mas isso não é óbvio demais? Seria o primeiro lugar em que eu procuraria.

Todos ficaram em silêncio. Artemis tinha razão. Minerva era tudo... menos tola.

_ É melhor sairmos daqui, antes que... – Palha não teve a chance de terminar. Um projétil passou zunindo e o atingiu direto no ombro. Ele caiu.

Holly soube imediatamente a gravidade da situação, começou a correr em zigue-zague arrastando Artemis através das árvores. Projéteis vinham de todos os lugares.

Artemis não teve essa reação. Afinal de contas, Holly era um soldado, demorou um pouco até que caísse a ficha.

Eles estavam sendo atacados. Depois de alguns segundos, Holly foi atingida. E Artemis logo em seguida.

Duas sombras surgiram do meio das árvores. O primeiro, alto, magro, loiro com óculos espelhados. Usava um terno com as mangas cortadas. Era o atirador.

E ela. Minerva Paradizo. Estava bem maior do que na última vez que Artemis a vira. E bem mais bonita também. Usava uma roupa cinza, formal. Tinha alisado os cabelos, e usava um tênis Vans. Mas seus olhos arruinavam qualquer boa impressão. Eram frios, calculistas. Lembrava os de um certo garoto irlandês a uns anos atrás.

_ Artemis Fowl... – Ela fez seu melhor sorriso de escárnio – Á quanto tempo!