The New Barbie
Terceira fase, baile e peixe.
Nós tomamos o café e assim que tocou o sinal, fomos para a sala de aula.
Como agora eu andava com o grupinho de monstros, nós fomos os últimos a chegar, como de costume.
A professora não demorou muito a chegar.
- Bom dia, crianças! – gritou assim que passou pela porta.
- Bom dia! – responderam todos entediados.
- Bom. Eu queria falar para vocês sobre a competição. Como vocês já sabem a última fase da competição sempre ocorre antes das férias de verão e o resultado sai no Baile de Verão. Então eu quero avisar mais uma vez que, como já estamos em maio, é de vital importância que vocês já tenham seus discursos pelo menos preparados e bem ensaiados. Faltam apenas dois meses para o tão esperado baile então quem ainda não preparou seu discurso, faz favor de começar! – a professora dizia séria olhando cada um nos olhos.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!- Que dia será o baile esse ano professora? – perguntou uma garota baixinha de cabelos pretos, olhos castanho-escuros e pele bronzeada.
- Ocorrerá dia 22 de julho. Cairá em um domingo.
Logo depois se seguiu alguns gritinhos finos e algumas palminhas.
Eu simplesmente amo bailes, mas esses dias eu não estou em clima pra bailes.
- É obrigatório participar desse baile? – perguntei com a mão erguida.
- Não, claro que não. Mas geralmente todos participam. – respondeu.
Pelo canto de olho pude ver Zac olhando pra mim, mas o ignorei.
- Mas se eu não vier, não terá problema certo? – perguntei para ter certeza.
- Claro, sem problemas. – respondeu.
Assenti e abaixei minha mão.
[...]
TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM. O sinal da terceira aula tocou anunciando a hora do recreio.
Estava andando pelos corredores seguindo meu caminho para o refeitório quando de repente sinto alguém puxar meu braço com força fazendo-me bater na parede.
- Ai! – reclamei com olhos fechados.
Os abri e dei de cara com Zac.
- Por que fez isso... De novo? – perguntei nervosa.
- Por que não quer ir ao baile? – perguntou.
- Perguntei primeiro. – dei um sorriso vitorioso.
- Por que eu queria perguntar isso pra você. Agora responda.
- Humpf. Por que eu não quero. Feliz agora? – falei e fui saindo, mas ele me impediu.
- É por causa de mim não é?
- O que você acha? Poxa Zac, do nada você começa a agir diferente, e fica frio e indiferente! Você quer que eu fique como?
- Pezzini eu só... – ele falou com a cabela baixa.
- Só...? – perguntei colocando minha mão em seu rosto.
Ele levantou seu rosto e ficou me encarando algum tempo. Ele foi se aproximando de mim, e eu dele. Quando nossos lábios iam se tocar...
- Sam? – gritou Fernando. - Nós precisamos ir, o sinal já tocou. Esqueceu? Hoje é o dia em que vamos dissecar o peixe!
Zac bufou e se virou para sair, mas eu segurei seu braço.
- De novo não. Termine Zac. – falei.
- Estamos atrasados.
- Eu não me importo.
- Mas eu sim! Se você não quiser ir, não vá! Eu estou saindo. – falou e se virou com as mãos no bolso.
AAAAAAAAAAAAAAAAAH! Gritei mentalmente para não levar uma advertência por gritar nos corredores.
- Nossa esse cara é mais frio do que um iceberg. – falou Fernando ao meu lado encarando Zac.
- Acha que eu não sei?
Ele riu e segurou minha mão.
- Vamos. – falou e foi me puxando para a sala.
Nós chegamos ao laboratório de ciências de mãos dadas. Zac olhou para nossas mãos algum tempo e depois virou o rosto.
Soltei minha mão de Fernando e fui até o canto da sala onde havia um cabide com jalecos. Peguei um e o vesti e Fernando fez o mesmo logo em seguida.
Ao lado direito havia uma mesa de mármore com alguns ossos de bichos e uns trabalhos. No canto havia um pote de luvas, peguei um par e Fernando fez o mesmo.
Nos sentamos com o grupinho de monstros e ficamos em silêncio.
- Então... O que fazemos primeiro? – perguntei a fim de quebrar o silêncio.
- O professor disse para fazermos um corte do ânus até a boca. – falou Michelle fazendo careta.
- Então quem vai fazer? – perguntei curiosa.
- Na verdade, estávamos te esperando para saber se você podia fazer isso. – falou Liz com um sorriso nervoso.
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- Tudo bem, eu faço. – falou Tabitha.
- Obrigado. – falou Zac com um sorriso torto fazendo-a sorrir também.
- Da isso aqui! – falei e peguei o peixe.
Humpf. Qualquer um pode fazer isso! Peguei a faca tremendo e encostei no peixe.
- Se continuar tremendo você vai cortar errado. – falou Zac indiferente.
- C-Cala a boca. Eu vou cortar certo. – falei morrendo de nojo de encostar naquela coisa.
- Então ta. – respondeu e se virou para falar algo com a Tabitha. Aquilo tudo estava me dando nos nervos.
Peguei a faca e esfaqueei o peixe com raiva. Ele foi aberto e eu só via a cor vermelha.
- Vou ao banheiro. – avisou Zac e saiu da mesa.
- Tudo bem. Agora temos que achar a bexiga natatória. – falou Meg e foi pegando o peixe e vasculhando a abertura feita. Eca.
- É isso aqui. - ela pegou e levantou uma coisa fina e gosmenta em vermelho. – Toma. Segura por enquanto Sam. – ela me entregou a coisinha.
Eu segurei com as mãos em conchinha e tampei o nariz. Parei um pouco para respirar e senti aquele cheiro horrível de peixe.
Desmaiei.
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