O carro finalmente parou despertando-a de seus pensamentos, e ele a convidou com a voz um tanto rouca:

– Vamos querida?

Um tanto encabulada, ela aceitou o braço de Poseidon descendo do carro com elegância.

– Esta linda. - ele admitiu sorrindo enquanto se encaminhavam para porta principal do restaurante

– Pare com isso. - ela lhe advertiu em tom quase desesperado.

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– Parar com o que?

– De me deixar com vergonha!

Ele soltou uma pequena gargalhada e ela se repreendeu por ter falado aquilo. Ao que parece, Poseidon ia muito aquele lugar. Tanto que o recepcionista lhe cumprimentou pelo nome, e ficou surpreso ao vê-lo apresentar Atena como esposa. Iria ele com as tais… mulheres das revistas ?

Bom, disso ela não sabia, mas também não gostaria de saber. Não tinha que saber. O garçom, muito gentil, os encaminhou a sua melhor mesa livre, e anotou os pedidos. Depois de alguns longos minutos em silencio após terem ficado a sós Poseidon falou :

– Se eu fosse um marido ciumento, teria que brigar com o garçom.

– Porque? - ela perguntou confusa – ele foi tão gentil.

– Claro. - ele ironizou – Qualquer homem seria gentil se estivesse flertando com uma mulher.

Atena não conseguiu não rir.

– Ora, não diga besteiras ele é apenas um homem gentil. - ela disse rindo

– Eu sei do que estou falando Atena. - ele disse serio – Você ainda é muito… pura para entender dessas coisas. - ele disse gaguejando, ela suspirou

– Quando você diz pura, você quer dizer uma menina incrivelmente estúpida que veio do meio do mato ou uma menina virgem?

– Eu não disse isso. - ele se defendeu.

– Oh, então é apenas uma desculpa para saber se sou virgem ou não? - ela disse apoiando o queixo na mão

– A-ah ... O que ? - ele disse com os olhos arregalados

Atena soltou uma pequena gargalhada do susto dele e ele, extasiado, não pode deixar de sorrir.

Antes que a conversa pudesse continuar o garçom já estava de volta com os pratos de Cannelloni e Baccalà alla Vicentina, alem do vinho branco que Poseidon havia pedido.


Nunca na vida Atena tinha experimentado comida italiana, e agradeceu mentalmente por não ser aqueles “caramujos” dos filmes, que quando as pessoas vão pegar saem voando e sempre param na prato de alguém. Também lembrou-se que nunca tinha tomado vinho branco. Pelo menos não um que custasse 800 dólares a garrafa.

– Espero que esteja livre na sexta a noite. - Poseidon disse tirando-a de seus pensamentos

– Porque ? O que tem sexta a noite ? – perguntando dando garfada em seu prato.

– Uma festa beneficente.

– Ah … - ela disse já pensando em qual roupa iria usar.


Não tinha roupa. Oh meu Deus não tinha roupa ! Estava perdida. Talvez fosse bom ouvir os concelhos de Afrodite sobre comprar roupas e sapatos.


– O que foi ? - ele perguntou ao ver a expressão de Atena

– Acho que não tenho roupa para usar. - ela admitiu – Vou ter que sair para comprar e … - ela se interrompeu – Que tipo de roupa eu tenho que comprar ? Ai-caramba-ai-caramba! - ela repetiu ficando preocupada

Foi a vez dele rir.

– Deixe. Eu cuido disso.

– Como assim?

– Eu cuido disso, não se preocupe. Vamos comer? Já experimentou seu Baccalà alla Vicentina ? - ele perguntou mudando completamente de assunto.


A partir dali Poseidon não parou mais de falar. Falou de suas viagens, de suas aventuras. E por incrível que pareça Atena adorou ouvir cada uma delas.


– E você? - ele perguntou terminando a sobremesa – Qual foi a sua maior aventura até hoje?


– Ann .. Deixe-me pensar.. Já sei. - ela disse com os olhos brilhando de entusiasmo – Tirar leite de uma cabra. - Poseidon gargalhou – Você já ordenhou alguma vez ?


– Nunca. - admitiu Poseidon divertido

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– Então siga o meu conselho. Nunca ordenhe uma cabra. - ela disse seria.

– Me fale mais sobre você. - ele pediu

– Não tem o que falar. Só sou o filho homem que papai nunca teve, então sobrou a mim aprender de tudo um pouco. - ela disse terminando de comer

– Então você sabe jogar futebol.. - ele concluiu

– Eu consigo chutar a bola. - ela disse divertida e ele riu – Eu sei consertar um motor de caminhão. - se gabou.

– Veja a esposa que eu fui arranjar... - ele disse balançando a cabeça – Então, agora que estamos casados, será que poderia me contar o porque precisa de tanto dinheiro?

– Talvez numa próxima. Já terminou a sobremesa? Podemos ir embora? - ela disse querendo mudar de assunto

Poseidon fez um pequeno sinal para o garçom que de longe já entendeu o que era. Em questão de minutos Poseidon já tinha pagado a conta caríssima sem reclamar. Bom se ele pagou o preço absurdo de 1 milhão para se casar, um jantar naquele restaurante não devia nem ser … considerável.


– Dividas de jogo ? - ele perguntou lhe oferecendo o braço

– O que ? - ela perguntou sem entender

– O motivo de precisar de dinheiro. - ela riu

– Tenho cara de quem fica apostando em maquinas?

– Tem razão. - ele disse pensando – Mas são dividas ?

– São contas que eu tenho que pagar. - ela disse sem graça enquanto eles saiam do restaurante

– Se não você morre? - ele brincou

– Mais ou menos isso. - ela respondeu seria. Ele a encarou surpreso.

– É uma fugitiva da policia ? - ela riu

– Talvez. - dessa vez ela brincou – É isso que da se casar sem conhecer a mulher direito. Pode estar dormindo sob o mesmo teto de uma maníaca.

– Se for maníaca sexual, por mim tudo bem. - ele disse tentando se manter serio

– Talvez. Mas não vamos transar. - ela o alertou

E virou na sua direção sorrindo:

– Esta vendo o meu carro?

– E alguém conseguiria não ver um esportivo vermelho daqueles? - ela perguntou franzindo o cenho

– Olhe do outro lado da rua. - ele alertou

– O que tem de mais?

– Fique olhando. - ele pediu

E quando Atena menos esperava, um pequeno flash surgiu. Um fotografo.

– Estamos sendo fotografados. Espero que goste da idéia de aparecer em todas as revistas amanha de manhã.

Ela ficou nervosa.

– O que vamos fazer? - ela perguntou alarmada

– Apenas sorria. - ele aconselhou passando o braço ao redor de sua cintura.

Continuaram andando em silencio até o carro. Porem ambos com um pequeno sorrindo nos lábios.

– E agora ? - ela perguntou quando chegaram no carro

– Agora agente se abraça. - ele alertou já a apertando em um abraço

– É assim que ele vai ver que estamos casados? - ela perguntou se sentindo estranha ao retribuir ao abraço.

– Bom, se você quiser me beijar… - ela o interrompeu

– Eu não disse isso.

– Mas pensou. - ele disse em seu ouvido, a provocando

– Não, eu não pensei, agora me largue. - ela disse brava

– Não.

– Me largue, ele já tirou fotos o bastante. - ela insistiu

– Não. E se você continuar brigando eu vou ter que te beijar para não parecer isso.

Ela ficou quieta e paralisada diante de tal alternativa.

– Boa menina. - ele disse enterrando a cabeça no seu pescoço e alisando seus cabelos com a mãos esquerda.

– Deu ? - ela perguntou impaciente – Acabou ? Podemos entrar no seu caro e ir pra sua casa ?

– Nossa casa. - ele a corrigiu se separando dela

Ela forçou um sorriso, e se apoiou no carro esperando ele abrir a porta.
Quando o carro finalmente arrancou, e eles ficaram em “segurança” ela virou-se sorrindo para Poseidon no volante e lhe deu um soco com um pouco de força no antebraço.

– Ai... - ele disse com os olhos arregalados – Isso meio que doeu.

– Ah! eu não usei nem um terço da minha força. - ela se gabou

– Idai? Isso não quer dizer que não tenha doído. – reclamou passando a mão no braço – e eu nem sei o por que de estar apanhando.

Ela ficou quieta e voltou a virar para frente se aconchegando no banco.

– Então … tem alguma coisa a ver com plantação de algum tipo de droga ilícita ?

– O que ?

– O motivo do dinheiro. - ele disse revirando os olhos – Você planta maconha?

– Talvez.

Ele a olha pelo retrovisor com um sorriso torto.

– Hum... que interessante.

Ela sorriu ou notar que é observada, desviando o contato visual assim que ele volta a olhar para estrada.

– Seus pais sabem que você precisa de muito dinheiro?

O sorriso dela enfraqueceu.

– Sim.

– E eles vão te matar se descobrirem que se casou por contrato?

– Sim.

– E você é virgem? - ele perguntou virando-se para encará-la

– Eu sabia que você queria chegar aqui. - ela balançou a cabeça e respondeu - Não. - ela disse voltando a sorrir.

Alguns segundos de silencio se fizeram presente ate Poseidon a olhar de modo um tanto desconfiado.

– A cabra não tem nada a ver com isso certo?

Ela gargalhou.

– Talvez. - ela brincou divertida

Poseidon ficou em silencio. Ela não era tão pura assim. Sorriu com certo ar de malicia, e ela pareceu perceber.

– Poseidon, você sabe não sabe ?

– Sei o que? - ele perguntou ainda sorrindo

– Que entre agente não vai rolar. - ela disse seria – Esse casamento é de mentira. Você e eu estamos casados por conveniência e ponto.

– Tudo bem. - ele disse ainda sorrindo.

Por enquanto estava tudo bem, mas dentro de uma semana, talvez um mês, ela estaria na sua cama, ofegante e a beira de um orgasmo.

– Legal. - ela disse sorrindo – Acho que vamos nós dar bem afinal.

– É vamos.

Ele concordou tentando esconder o sorriso malicioso que apareceu após tais pensamentos.

– Bom, - ela pensou melhor - talvez apenas não iremos nos matar. - ela brincou se afundando mais no confortável banco enquanto via a paisagem fora da janela passar depressa.