Stirb Nicht Vor Mir

Parte 4: A Senhora da Morte Violenta


—Cavaleiros Negros. –ele começa a falar. –Não... Vocês são apenas espíritos vingativos de alguns idiotas que estão presos a esse mundo. Eu não sou o cavaleiro de Câncer que os derrotou séculos atrás, mas serei o cavaleiro que os enviará definitivamente ao inferno!

Os espíritos começam a gargalhar, achando graça nas palavras de Faust.

—É apenas um infante... Como acha que pode nos derrotar? –pareciam se divertir.

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—Morremos por traição... Morremos sem realizar nossos sonhos... Sem viver os prazeres que desejávamos. –gemiam e murmuravam, elevando seus cosmos sombrios. –Se você é o cavaleiro de Câncer então iremos nos contentar em devorar sua alma!!

—Devorar minha alma? –Faust sorri erguendo o dedo cuja ponta brilhava com o seu cosmo. –Engraçado mencionarem isso.

As almas dos cavaleiros negros pareciam sibilar, gemiam como se a existência deles ali lhe causasse algum tipo de dor e sofrimento. Isso deixou Faust intrigado, e percebeu que algo a mais estava acontecendo ali nessa casa.

—Droga!-virou-se ao sentir outra presença na casa. –JOAN! SAIA DAQUI!

Mas um cosmo poderoso surge de repente rasgando os céus, saindo diretamente da casa, reduzindo a mansão a destroços, envolvendo o cavaleiro de ouro e a amazona, antes mesmo que a esta consiga dar um passo sequer. Em seguida, Faust é lançado ao solo pela mesma força, sentindo todo o corpo protestar em dores.

—Q-que Cosmo imenso foi esse? –o rapaz se perguntava, reunindo forças para ficar em pé. Em seguida escuta os sons de uma risada feminina.

—Atena envia crianças para as suas batalhas agora? –uma voz maviosa indagava em um tom que parecia se divertir com a dor do rapaz. –Que decadência... tsc.

—Quem é você?

Emergindo dos escombros da mansão, andando com elegância por aquele cenário de destruição, surge uma mulher com uma longa capa e capuz negros, segurando em suas mãos uma foice.

Faust nota uma máscara branca que ocultava seu rosto, mas era possível ver seus olhos pelas aberturas. Eles eram azuis e tão frios quanto gelo. A estranha apoia o cabo da foice no chão e nesse momento o cavaleiro de Câncer percebe que o braço e a mão exposta estavam cobertas por uma manopla de armadura, de cor rubra como sangue.

Ela estende a mão e os espíritos dos cavaleiros negros são atraídos pelo cosmo da mulher, lamuriando como condenados.

—Almas impuras, não cumpriram seu papel. Fiz mal em retirá-las do inferno onde estavam encerradas. Como não foram capaz de me trazer uma presa apropriada?- dizia com serenidade, mas com um tom de decepção em suas palavras. –Deveria ter dado essa missão aos Sombrios?

—Quem é você?! –Faust insistiu em um tom de voz mais imperioso.

—Não tenho porque dizer meu nome a um rebento que irá morrer em breve. – havia em sua voz muito desprezo pelo rapaz diante dela.

—O que disse? –Faust ficou furioso com o desdém da mulher.

—Que decepção. –ela virou o rosto ainda ignorando a raiva do cavaleiro. -Achava mesmo que o Santuário enviaria um cavaleiro de verdade a este lugar. Queria medir minhas forças com um dos Cinco Lendários, mas terei que desperdiçar meu tempo com um menino!

—QUEM VOCÊ ESTÁ CHAMANDO DE MENINO?

—Ora... –ela ri, colocando o dedo indicador contra os lábios frios da máscara. –Ficou ofendido?

A mulher pega a foice com a mão direita e faz um movimento cortando o ar para segura o cabo próximo à lâmina com a esquerda. Com esse movimento, o ar deslocado atinge Faust com uma força descomunal, jogando-o para trás. Mas o jovem cavaleiro consegue girar o corpo e pousar no chão, apoiando o joelho e uma mão ao solo para manter o equilíbrio.

“-Que força! E com apenas um movimento! Ela não é uma mulher qualquer!”

—Peço desculpas se eu o ofendi. –ela falava com sarcasmo em sua voz, caminhando devagar em sua direção. –Não quer ser tratado como um menino? Posso compreender isso. Então, lhe darei o mesmo tratamento que destino a guerreiros adultos, quando se colocam em meu caminho. Deixe-me dizer o meu nome e saberá seu destino.

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A mulher parou a pouco mais de dez passos de distância de Faust, que se colocou em alerta, em uma postura defensiva esperando qualquer investida violenta da mesma.

—Eu sou Keres. Sou filha da Noite e Senhora da Morte Violenta. –ao proferir essas palavras, seu cosmo elevou-se de modo assustador, atraindo os espíritos dos cavaleiros negros até ela.

Faust se perguntava onde antes sentira cosmo semelhante. O único lugar que sua mente se recorda que o fazia lembrar-se desse cosmo era o cosmo maligno do Mundo dos Mortos que sentia toda a vez que foi levado para lá para treinar por seu antecessor.

—Que vergonhoso ter que me dignar a perder meu tempo e cosmo com um inseto humano. Mas agora não posso voltar e encarar meus irmãos sem levar algo a eles. Os malditos se gabam dos troféus que conseguiram lutando com alguns dos inúteis que servem a Atena.

—Inseto? Inúteis? Quem você pensa que é para falar dessa maneira? –o rapazinho estava ficando impaciente com aquela mulher arrogante.

—Uma deusa, vermezinho. –ela se prepara para fazer outro movimento com a foice e Faust se prepara. E ela realiza um movimento com as mãos segurando a foice, formando um semicírculo. –Coloque-se em seu lugar! DARK REAPER!!!

Uma poderosa cosmo energia é lançada por Keres que atinge o solo aos pés de Faust, causando uma explosão foi tão grandiosa que o lançou aos ares. O cavaleiro de Câncer não consegue conter um grito de dor ao ser atingido.

—Que imperdoável gastar meu tempo com isso. –ela lamenta, dando as costas a Faust caído no chão começando a caminhar. –Se ainda fosse um dos cavaleiros de ouro da geração anterior, talvez a luta tivesse durado mais do que meros segundos. Talvez se eu enviar sua cabeça ao Santuário, Atena envie um dos Lendários! Talvez o que se intitula a Fênix...

Keres para de falar e fita o rapaz ainda caído.

—Seu coração ainda bate? Que persistente! –ela concentra seu cosmo em um novo ataque com sua foice. –Prometo que desta vez enviarei seu espírito ao outro mundo rapidamente.

De repente, a deusa tem sua atenção desviada para outro cosmo e repara que uma pétala pálida de uma flor passa diante de seu rosto. Ela a segura na palma da mão.

—Sakuras? Aqui, nesse país?

Incontáveis pétalas envolvem seu corpo, movidas por uma espiral de vento, a deusa nota quem seria a responsável por chamar sua atenção. Ela fita Joan com certa curiosidade, mas sem demonstrar isso com o olhar. Era visível que a amazona estava furiosa.

—Foi você... Foi por sua causa que meus amigos estão mortos?

A deusa apenas a fitava, sem dizer nada por alguns minutos.

—Juro por Atena que irá pagar por suas mortes! Eu, Joan de Vulpecula irei vingar as mortes de meus amigos!–Joan eleva seu cosmo e as sakuras se movem ao redor do corpo de Keres com mais velocidade. - SAKURA NO SHIDAGEKI!!

O golpe que originalmente deveria retalhar a indumentária de um adversário e depois sua carne seria terrível se acaso a amazona enfrentasse alguém de poder igual ao seu. Mas a amazona estava diante de uma divindade.

—Nunca lhe contaram, humana? - O cosmo de Keres se eleva um instante a desfaz a Sakura no Shidageki diante do olhar perplexo de Joan de Vulpecula. –Um golpe tão fraco como esse jamais conseguiria ferir uma divindade?

—O que?

—Como ainda pode ter consciência, humana? –inclinou o rosto de lado, como se analisasse por sob a máscara a jovem amazona. –Não deveria estar andando por aí assim e ainda assim me atacar. Interessante...

—Do que você está falando? –Joan coloca o punho diante do corpo e o outro braço rente ao seu tronco, como se preparasse novamente seu golpe.

—Algo como você não deveria estar consciente e andando por aí. Não depois do golpe que recebeu. –Keres ergue a mão, concentrando na palma seu cosmo. –Talvez eu deva te mandar de uma vez para o outro mundo e acabar com seu sofrimento.

—Quem você... Pensa que é para me dar as costas assim, sua vaca?

Keres para ao perceber que Faust havia recobrado sua consciência após se distrair com a interferência da amazona, ela olha por cima do ombro ao sentir o cosmo do garoto elevar-se mais, quando deveria estar apagado pelo golpe mortal que recebera. Ela baixa a mão, desistindo do golpe que aplicaria em Joan.

—Hmm? Então ainda tem forças para falar comigo, Vermezinho?

—Tsc... –Faust fica em pé e cospe um pouco de sangue como sinal de repulsa a sua adversária. –Farei com que você engula cada ofensa que disse contra mim, Keres.

—Oh, é mesmo? –a deusa se vira, fitando Faust. –Então, até Vermes lutam por suas vidas. Será que é por isso que meu irmão admira os humanos?

—Estou pouco me lixando por sua família. –ele replica, concentrando seu cosmo na palma da mão, atraindo até ele as almas dos Cavaleiros Negros. –Você usou esses espíritos rancorosos para criar uma armadilha para os cavaleiros de Atena. Não posso deixar que fique sem punição pelos crimes que cometeu.

—Com quem você acha que está falando? –Se pudesse vê-la sem a máscara, Faust teria visto o sorriso debochado da deusa. –Acha que tem poder para me punir? Sou uma deusa e você é um mortal. Há uma grande diferença de poder entre nós.

—Veremos. –ele sorri. –Soube que os cavaleiros de Câncer tem uma longa tradição em chutar bundas de deuses. Não posso ficar para trás nisso.

Assim dizendo, as almas dos cavaleiros negros são atraídas para a esfera de cosmo energia na mão direita do rapaz, transformando-a da cor dourada para a azul. Ele fecha a mão e esta é envolvida pelas chamas azuis, que logo envolvem a outra mão. Em seguida o cavaleiro corre na direção de Keres com o punho em riste para desferir o golpe.

—INFERNAL FLAMMEN.

Milhares de socos são desferidos a velocidade da luz pelo jovem cavaleiro, cujos punhos carregados pelas chamas azuis. Keres precisa se mover rapidamente para evitar ser atingida pelos socos, e como se cansasse da brincadeira retém um dos golpes com a mão a frente do rosto, segurando o punho de Faust em sua palma.

Ao contrário do que imaginava, a deusa sentiu o golpe em sua mão, ferindo-a e não contem um gemido de desconforto. Em seguida, com raiva por ter sido acertada, ela segura o pulso dele e o lança longe, mas o cavaleiro logo se recupera, com os punhos em chamas pronto para continuar a luta.

Keres fica calada, observando a palma da mão ferida, notando que a manopla estava levemente trincada. Ela franze o cenho, não acreditando no que testemunhara.

—Você foi o primeiro em milênios a conseguir me ferir. –ela o fita. –Conseguiu até danificar minha armadura. Creio que não devo subestimá-lo mais.

Dizendo isso ela ergue a foice com a mão direita, seu corpo é envolvido por uma cosmo energia assustadora e acima dela o céu começa a ficar escuro, iluminado apenas por raios que o cortam.

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—Vamos para um lugar que deve ser familiar a você, já que é o portador dessa armadura dourada. –ela sorri por debaixo da máscara. –PASSAGEM DOS ESPÍRITOS!

Um portal surge acima deles, uma variação do golpe que aprendera com seu mentor, mas com uma força de atração assustadora. Faust nada pode fazer quando seu corpo é arrastado, erguido do chão e levado pelo poder de Keres para outro lugar.

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Santuário

Dohko analisava em uma biblioteca alguns manuscritos, quando sua atenção foi desviada para uma alteração no cosmo da Terra, fazendo-o se levantar e caminhar até uma enorme janela e fita os céus. Em seguida sente a presença da deusa Atena, atraída pela mesma perturbação.

—Deusa Atena. –Dohko inclina em respeito à deusa e lhe dá espaço para compartilharem a mesma visão da janela.

—Nunca vi sinais assim. –Atena comenta com preocupação em sua voz.

—É certo que o inimigo não faz mais questão de se esconder, dada as suas últimas ações. –comenta Dohko com a mesma preocupação. –As batalhas que levaram companheiros, os desaparecimentos de Saga e Aiolos.

—Nenhum sinal deles?

—Não. Enviei cavaleiros aos quatro cantos do mundo. Ninguém descobriu nada sobre seus paradeiros.

Atena sente um aperto em seu coração com a notícia. Não sentia algo assim desde a guerra contra Hades e todo o Olimpo anos atrás. Um sentimento de que algo terrível estava para acontecer e com resultados que marcariam os sobreviventes dessa guerra para sempre.

—Dohko, por favor. Quero que reúna o mais rápido possível os novos cavaleiros de ouro. Quando todos estiverem no Santuário, deverá deixa-los a par dos acontecimentos. Que o Santuário fique preparado!

—Sim! Como desejar!

A deusa sente a presença de Seiya e o olha por sobre o ombro, os recentes acontecimentos haviam abalado o Cavaleiro de Sagitário, mas ele se mantinha forte diante dela.

—Teme que uma nova Guerra Santa ocorra? –Seiya pergunta.

—Sim. –ela volta seu olhar aos céus e vê uma nova estrela brilhar intensamente. –Aquele é o sinal do retorno das Trevas. Preparem-se!

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Aos poucos ele recobra a consciência sobre si e sobre onde estava. O rapaz abre os olhos prateados e reconhece imediatamente o local onde estava. Ao terreno irregular, os céus sombrios, o fogo fátuo em todos os lugares, o vento frio que parecia ser o sopro da morte em sua pele, e a longa e interminável fila de almas dos condenados à beira da morte, que caminhavam lentamente na direção de um enorme fosso no alto de uma colina.

Ele estava no Yomotsu Hirasaka.

Lembrou-se do enorme poder de Keres em seguida e olhou para a própria mão.

—Estou aqui de corpo e alma?

—Sim, eu não trouxe sua alma apenas, mas seu corpo também. –a voz de Keres coloca o jovem em alerta, ela o observada do alto de uma pequena colina. –Creio que uma apresentação do local que será sua tumba desnecessária, não é?

—Cometeu um erro ao me trazer até aqui. –Faust sorri de lado, sem arrogância. –Eu sempre treinei nesse lugar, aqui é como se fosse meu playground!

—Oh, é mesmo? –a voz da deusa soava como se divertisse com a situação. –Esse lugar é meu lar, humano.

—Seu lar?! -A expressão de Faust foi de assombro.

—Exatamente. –ela faz um gesto como se mostrasse tudo ao cavaleiro. –Aqui tenho vivido desde o início dos tempos. Desde que fui gerada! Sou a Morte, esqueceu?

—Não esqueci. –Ele sorri de lado e eleva seu cosmo. –Só não me deixou tão impressionado.

—Ora, é mesmo? –ela sorri. –Quem é Margareth? –a menção do nome da irmã faz o cavaleiro gelar por dentro. –Chamou por esse nome quando estava inconsciente.

—Não é da sua conta, maldita!

—Mesmo? Onde ela está? –a deusa estreita o olhar. – Ah, cavaleiro... Ao te trazer para cá toquei em sua alma e pude ver tudo o que mais ama. Um cavaleiro deveria amar uma irmã morta mais do que deusa que deveria proteger?

—Já falei que não é da sua maldita conta!

Keres ergue a mão e ela começa a brilhar, o cosmo maligno do Mundo dos Mortos ressoava em harmonia com o da deusa da morte.

—Talvez eu queira conhecê-la. –e gargalha fazendo com que uma poderosa energia emane de seu corpo e a lança de volta ao mundo dos vivos, para o desespero de Faust de Câncer.

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Nesse exato momento, no Santuário.

Margareth Haase estava parada admirando as estrelas, em seguida desvia o olhar na direção do vilarejo e dá um triste sorriso, imaginando o que ele estaria fazendo agora. Certamente bebendo ou jogando, concluiu.

Não queria ter ido embora e largando-o sozinho naquela hora, mas manter sua forma exigia muito de si e se cansava facilmente quando o irmão não estava perto. Queria ter tido tempo de conversar mais com o homem, ter feito perguntas sobre ele.

“-Até agora não sei seu nome verdadeiro.” –ela pensou consigo mesma, cruzando os braços e decidindo em seguida que iria lhe perguntar e não o deixaria em paz até a sua curiosidade ter sido satisfeita.

Depois se lembrou de que uma visita dele poderia demorar dias ou semanas, já que agora não era mais o guardião oficial daquele templo, embora suspeitasse que o fato de ainda permanecesse residindo pelas proximidades era um claro sinal de que ainda participaria ativamente da vida do Santuário, seja na paz ou na guerra.

Afinal, os anos que conviveu ao seu lado, observando-o, sabia que havia algo dentro dele a ponto de explodir. Um anseio, um desejo ainda não realizado. Apenas não sabia dizer se era algo bom ou ruim e se perguntava se isso tinha algo relacionado à morte de seu melhor amigo um tempo atrás.

Lembrava claramente do dia que ele retornou de uma missão, na qual a vida de seu amigo fora perdida. Por um longo tempo a tristeza parecia sua companheira e se entregou ao vício da bebida, se recusando a usar novamente sua armadura, determinado a faze de Faust um sucessor digno dela.

—Faust...

Pensou no irmão e na vida perigosa que agora teria ao se tornar cavaleiro, mas ela não se arrependia de ter incentivado que o jovem conhecesse Máscara da Morte. Ela sabia que havia sido a decisão certa a fazer.

Se Faust não tivesse conhecido aquele homem, certamente enlouqueceria com seu cosmo que era capaz de atrair os desencarnados. Ou quem sabe, seria induzido a usar erroneamente seu dom e isso poderia ser terrível.

Mas nesse momento, ela sente algo errado vindo do cosmo de seu irmão. Como se ele ficasse fraco, algo que nunca experimentou antes. Uma sensação de desespero e agonia que parecia consumi-la. E isso era extremamente perigoso em sua situação.

Então ela sente um poderoso cosmo ir ao seu encontro. Ela grita, sentia-se que era arrastada, mesmo contra sua vontade, para um lugar lúgubre e cheio de podridão. Tentou resistir. Mas era impossível lutar contra o Cosmo que queria levá-la ao outro mundo.

—Alguém... Ajude-me... -a jovem murmurava, sentindo um grande medo.

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Numa taverna em Rodório, nos arredores do Santuário.

—Cubro sua aposta e dobro a minha aposta inicial.

Dizia Máscara da Morte em uma mesa de pôquer, jogando algumas notas sobre a mesa, sem tirar os olhos de seu adversário.

—Sabe como é. O dobro ou nada.

O pobre cavaleiro de prata suava frio, e tinha um tique nervoso que o fazia mover o lábio como se sorrisse sempre que tinha em suas mãos uma jogada ruim. Sinais que o experiente jogador já havia percebido e usava ao seu favor, e que agora lhe ajudariam a tirar um mês de soldo do pobre cavaleiro naquela mesa.

Ao redor deles, um grupo de curiosos acompanhava a jogada interessados, mas calados. Cada qual fazendo comentários evitando atrapalhar a próxima jogada. A indecisão do cavaleiro de prata era um sinal claro de que iria perder o jogo. Se fosse um jogador melhor teria percebido que Máscara da Morte blefava, tinha em suas mãos cartas de baixo valor e que certamente o fariam perder, mas ele não sabia disso.

Máscara da Morte sorria confiante da vitória, quando de repente sente uma perturbação de um cosmo vindo das Doze Casas. Ele se concentra alheio ao o que acontece ao seu redor e sente que algo muito errado acontece na Casa de Câncer, precisamente com...

—Margareth!

Ele diz o nome alto e joga as cartas sobre a mesa, saindo correndo e derrubando a cadeira que usava, deixando seu oponente sem entender nada, mas com todo o dinheiro da aposta pela desistência do ex cavaleiro.

Nunca Máscara da Morte correu tanto em sua vida como naquele momento. Sentia o cosmo dela cada vez mais fraco, assustado.

—Margareth! -Chegou à terceira casa ofegante, gritando pelo nome dela.

Não a sentia mais. Não havia nenhum sinal de sua existência, de seu cosmo na casa de Câncer. Máscara da Morte começou a sentir um nó no estômago, uma sensação terrível de que algo de ruim estava acontecendo e que não poderia fazer nada.

—MALDIÇÃO!

Máscara da Morte sente uma ira incontrolável como há anos não consumia sua alma, fazendo seu cosmo explodir e assustando até mesmo os poucos cavaleiros que estavam em seus templos, chegando à Atena, fazendo-os imaginar o que havia acontecido a ponto de fazer o antigo companheiro explodir em fúria.

—Alguém irá morrer por isso!

Continua...