Solemnia Verba

Capítulo 24: Mostre o Seu Valor.


A pressão do aliquid era intensa demais, as pernas se enfraqueciam, era preciso ser firme para se manter erguido. Fazia muito tempo que não se sentia tão intimidado. Era preciso ser forte, mesmo não tendo a mínima ideia do que estava acontecendo, devia se erguer; manter-se firme, pois um assassino não teme a morte, já está acostumado a tê-la em suas mãos como uma amante de longa data.

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As palavras pulsavam na garganta, seria sensato perguntar algo? Mesmo com tanta irradiação massiva de energia? A violação era intensa, parecia distorcer a realidade. O que estava acontecendo? Teria que lutar contra aquele ser poderoso logo á frente? Como ele o encontrara? Eram tantas perguntas. Até mesmo os pobres e frágeis humanos sabiam que o momento certo para indagar um juiz seria após a tomada da palavra do mesmo, neste caso não seria diferente.

– Quem ousa ameaçar a integridade física deste protegido pelo aliquid de Chronus? – indagou o juiz imponente, apontando seu bastão dourado para o devatã de cabelos prateados.

“ Protegido? Mas o que está acontecendo? “

Por um momento, o silêncio foi a única resposta. Vlad sabia que deveria ser cauteloso, pois um ser com tantas décadas de existência - ainda mais se tratando de Charles, um dos juízes mais tempestuosos - qualquer atitude descuidada poderia se tornar sua sentença de morte. Portanto, jogou o peso do seu corpo para os joelhos e caiu sobre os mesmos, sentindo um alivio momentâneo por não estar mais resistindo a forte violação que naturalmente o impelia a tocar o solo. Teve tempo com tal ato de observar aonde seus joelhos tocavam. Ladrilhos acinzentados se estendiam ao infinito, com toda a região envolta em uma névoa que lhe causava calafrios. Um dos juízes da trindade reguladora permanecia olhando-o, paralisado, na mesma posição de outrora, com seu bastão apontando para o último Chernobog. Percebendo tal fato, era notório que algo não estava certo. O corpo de Hiro já não era mais visto, isto também contribuía para aumentar todo o mistério daquela situação.

“ Isto parece ser.. “

– Senhor Charles Chronus, excelentíssimo juiz da trindade reguladora, permita-me humildemente lhe fazer uma pergunta? – indagou o Chernobog, apertando seus joelhos ansiosamente.

– Lhe concederei este direito, invasor. – respondeu Charles, retornando seu bastão para uma posição de descanso.

– O senhor não me reconhece? – indagou o Chernobog, direcionando seu olhar rubro seriamente para o Chronus.

– Não. – respondeu pausadamente, aumentando a ansiedade do devatã de cabelos prateados. – Reconheço sua penitência somente, desta forma o nomearei invasor e nas piores das condições um criminoso. – respondeu, com um tom severo.

– Qual seria esta penitência? – indagou Vlad, percebendo que uma áurea azulada começava a ser emanada do corpo do juiz como se fosse vapor.

– Rompestes o selo magistral nível 3 de contenção Animus de biogenia do sexto juiz da trindade reguladora, Charles Chronus.

Tais palavras fizeram o Chernobog estremecer, as palavras mais sombrias e perigosas que poderiam ser ditas naquele momento: tratavam-se do numeral, em seguida o termo “animus” e logo depois o termo “biogenia”. A preocupação frente o numeral ofuscou as outras, não teve outra escolha a não ser se erguer e tomar sua posição para o que estava por vir. As questões que procuravam tomar sua mente no momento deveriam ser respondidas mais tarde, depois de longa reflexão, no momento sua vida estava em risco. Porém, um dos mistérios havia sido solucionado, aquele devatã que se dizia ser um juiz logo a sua frente não se tratava de Charles Chronus, portanto, o mesmo não poderia realmente reconhecê-lo. Infelizmente tal nova informação não ajudaria muito naquele momento.

– Isto não é possível. – sussurrou Vlad, reerguendo-se e se afastando aos poucos do que parecia ser um membro da família Chronus.

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– William! Isto é muito chato, estudar esses procedimentos jurídicos! Por que razão preciso aprendê-los? – indagava um garoto sério sentado em uma cadeira perante um senhor alto com cabelos loiros um pouco longos que cobriam toda a nuca e possuía um olhar amistoso.

– É preciso Vlad. Você precisa aprender sobre o que é considerado crime e o que não é. Quem faz estas leis são os juízes da trindade reguladora. Vamos revisar novamente. – disse o mestre e professor de Vlad, virando-se de costas para o garoto e logo em seguida fazendo traçados no ar que projetavam linhas vermelhas. – Revisaremos novamente sobre o tema de selos magistrais. Vamos para a categoria Animus e subcategoria de Biogênese. – as letras surgiam no ar, como se existisse uma lousa invisível. – Quais são os três níveis de selos magistrais Animus e suas punições pela quebra destes tipos de selos?

O garoto de cabelos prateados franziu o cenho procurando a resposta em sua mente.

– Vamos Vlad, sem a resposta não poderemos prosseguir neste conteúdo. – apressou William.

– Lembro que este é o único tipo de selo que possui três níveis, sendo que os demais a punição é o aprisionamento até um julgamento pelos demais juízes. O primeiro se não me engano, a punição pela quebra do mesmo é a de danos físicos e psicológicos intensos mediante a manifestação do aliquid de Chronus, porém com possibilidade de recuperação, algo como uma espécie de tortura amenizada. – respondeu o Chernobog, depois fez uma pausa por alguns segundos.

– Exato. – respondeu William. – Vlad, é gradativo, a parte mais difícil já passou. – orientou o professor.

– A quebra do selo deste tipo com nível 2 é a de o criminoso ser danificado de maneira irreparável, por meio de mutilações e danos psicológicos também irreparáveis. – respondeu Vlad, não podendo deixar de imaginar sua própria pessoa sofrendo tais punições.

– Violento, não é? É isto mesmo. E o terceiro nível? – indagou o professor.

– A mesmas consequências da quebra do selo de nível 2, porém com o acréscimo da morte em último instante. – respondeu o Chernobog, imediatamente.

– Somente em caso de súplica e destruição das principais faculdades mentais de tal forma “que a morte seria bem-vinda”: como costumam dizer aqueles cansados demais para estender o prazo de suas existências. – respondeu William, com um olhar sério. – Está certo Vlad. Porém, você esqueceu-se de mencionar que somente o juiz com descendência Chronus tem o poder de realizar tais selos e somente o mesmo pode realizar as punições. Acho muito difícil que você algum dia venha a romper tal selo, pois é preciso bastante energia, salvo as vezes que tal selo estiver bastante fraco, mesmo assim enfrentar o poder de Chronus poderia ser fatal. Caso você venha a passar por tal situação, não se contenha, ainda mais se romper um selo de nível 3. – orientou William, se aproximando de seu aluno e se agachando para olhá-lo nos olhos. – Lute com todas as forças, pois sua vida poderá ser tomada. A vitória neste caso não é uma opção, é um dever. – explicou, sorrindo. – Pois bem, vamos continuar o estudo.

– Sim senhor. – respondeu Vlad, refletindo sobre as palavras de seu mestre, enquanto o mesmo realizava traçados no ar com uma energia rubra seguindo seus dedos. “

O bastão se ergueu rapidamente.

– Sentencio-o a morte! Criminoso! – vociferou a representação da figura de Charles Chronus. – Que seu julgamento se inicie! Speculum ex iudicium!

Um poder violento se expandiu da imagem de Charles Chronus que se desconfigurou abruptamente. Um turbilhão de energia azulada rodopiou no ar e atingiu uma altura colossal. Vlad não se conteve e tratou de responder a tal manifestação emitindo o máximo de sua energia que podia, porém a altura que o poder de Chronus atingia era imensamente maior que a do Chernobog, fazendo-o parecer um simples inseto perante tanto poder. A ideia de morte eminente nunca lhe atingiu com tamanho impacto como naquele momento. A névoa que outrora era branca se tornava acinzentada. Os ladrilhos no chão também escureciam tornando-se quase negros. O turbilhão azulado de repente se tornou vermelho como o sangue. Diminuiu gradativamente até se dissipar.

Uma faixa da neblina cobriu o lugar aonde a energia se emanou. Algo surgia ali. O devatã de cabelos prateados, desta vez concentrando toda sua energia ao redor do seu corpo, preocupou-se também com a natureza do aliquid que subitamente pode-se sentir sendo emanado da neblina logo a sua frente. Algo tão familiar, contudo tão distante. Uma sensação bastante incomum e indecifrável. O olhar escarlate estava atento, procurando se concentrar na revelação da figura que se escondia. Logo os olhares se cruzaram. A incredulidade tomou expressão no rosto. Um ser trajando um robe negro, com linhas avermelhadas tracejando todas as bordas da vestimenta tomou forma naquele lugar, após a retirada modesta da neblina que o envolvia. Os cabelos ruivos, curtos, a pele pálida, o olhar esverdeado como duas esmeraldas e penetrantes. Aquilo parecia ser o reflexo em um espelho. A energia rubra, intensa ao redor do corpo, filetes de energia se emanavam. Aquilo não era fogo, era algo mais obscuro. Seria este o poder de um cantio de um juiz da trindade reguladora? Não havia dúvidas que ali se encontrava uma representação física de sua própria pessoa, contudo com certas particularidades que por motivos desconhecidos haviam se concretizado.

É preciso cautela “

– Somente isto não será suficiente para me derrotar. – respondeu o indivíduo que se assemelhava a Vlad, colocando as mãos nos bolsos e caminhando em direção ao mesmo.

– Você consegue ler a minha mente. Isto será bastante inconveniente. – disse Vlad, prestando bastante atenção na energia que se emanava de seu inimigo, os filetes de energia a cada passo se tornavam projéteis semelhantes a relâmpagos que o circundavam.

– Também não só isto será inconveniente. – respondeu o reflexo do último Chernobog, cessando seus passos.

Uma agulhada de energia com uma intenção assassina atingiu Vlad, fazendo-o paralisar. O seu inimigo desaparecera de sua vista. O seu aliquid incomum vinha a seu encontro como uma bala. O coração disparou. Um braço não seria suficiente para bloquear, seria preciso os dois. Foi a atitude correta. Os dois braços protegeram o corpo, como esperado o corpo de seu inimigo se projetou e o soco atingiu o x que seus braços tomaram forma em uma atitude clara de defesa. A colisão fez o impacto se sentir em todos os ossos. O poder era imenso. A mão do clone se dirigiu velozmente contra o pescoço do Chernobog. A manifestação do cantio de Charles não conseguiu capturar seu alvo, pois o último devatã de cabelos prateados e olhos escarlates, desapareceu, ressurgindo logo após alguns instantes atrás de seu inimigo. Contudo, o poder do aliquid misterioso expandiu violentamente, as garras cortaram o tecido negro de Vlad, um salto instintivo impulsionou o corpo fazendo-o se afastar do perigo. Aquele olhar assassino, aquela expressão, fez o Chernobog arrepiar, se perguntou naquele momento se aquela era a sensação que todas as suas vítimas até aquele momento teriam sentido.

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A mão se erguia no ar, como se quisesse revelar as unhas pontudas que haviam se manifestado em seus dedos. O olhar esverdeado estava profundo, como em um transe. As veias pulsavam no dorso da mão de tal maneira que revelavam sutilmente os batimentos cardíacos acelerados, as palavras foram emitidas da boca de uma das maiores ameaças que caíram sobre o último devatã de uma linhagem de assassinos.

– Quando foi que você se perdeu? – indagou o clone de cabelos rubros.

O sangue gotejava da ferida superficial no peito, o tecido do robe negro havia se rasgado revelando a direção que as unhas afiadas haviam percorrido. O silêncio pareceu ser a resposta apropriada, mas a curiosidade em saber o que tais palavras significavam fez Vlad iniciar um diálogo cuidadoso. Não havia muitas certezas sobre os eventos que transcorriam naquilo que parecia ser uma violação animus temporal.

– O que isto quer dizer? – indagou Vlad, erguendo o torso lentamente.

– Você, um assassino renomado, filho do príncipe Bóris Chernobog, pertencente a realeza de uma das mais puras linhagens sanguíneas dentre os devatãs, com o mínimo de impurezas de um casamento consangüíneo com um imperitus, acabou se perdendo. Olhe para si mesmo, você não mais se reconhece. – disse o inimigo, amenizando a áurea que emanava retomando uma postura de serenidade. As mãos que antes estavam cobertas com veias que pressionavam a frágil pele pálida agora retornavam ao seu estado comum, as unhas regrediram de tamanho deixando de se tornarem afiadas, logo depois se dirigiram para dentro dos bolsos do robe negro.

Para onde olhar? Vlad se indagava, para seu corpo? Ou para a figura que estava perante a sua frente, caminhando em sua direção lançando palavras frias e desoladoras? A afirmativa estava correta se aquele devatã de cabelos rubros tratava-se de uma representação fiel de sua pessoa. O estranhamento era evidente. Aquele que caminhava se assemelhava realmente a um assassino impiedoso, sem ressentimentos, sem pena, sentimentos tão humanos. Completamente diferente de si mesmo, pelo menos naquele presente momento. Contudo, toda esta percepção não poderia influenciá-lo a simplesmente se entregar. Era preciso derrotar aquela criatura forjada pelo poder supremo de Chronus. Não seria fácil, Vlad nem ao menos conseguia distinguir exatamente as sutilezas daquele tipo de cantio. Tudo era bastante incerto, quem saberia dizer se destruindo aquela criatura que se assemelhava a um clone seria o suficiente para a violação se extinguir e tudo retornar a normalidade. E onde estaria Hiro? Aprisionado? Estava morto? Não era hora para povoar a mente com indagações, com certeza seu adversário estava se deliciando com as mesmas, pois nem mesmo refúgio em seus próprios pensamentos poderia obter naquele momento. O Chernobog tomou a decisão para o que seria mais provável, utilizar todas as suas forças para aniquilar aquele clone, estava certo que ele se tratava de uma ameaça aparentemente inexpugnável. O que viria depois, só o acaso diria.

– Um simples humano, um humano demasiado arrogante para a idade medíocre que possui lhe fez perder totalmente a noção da realidade. Como você esquece rápido. Não adianta buscar as lembranças na mente, procurando resgatar aquelas emoções calorosas de seu precioso mestre William. O Krypsimo o matou, sem hesitar. – as palavras pesadas reforçadas pelo sorriso do clone fez Vlad sentir o sangue ferver. – Você em algum momento se confortou com a situação, não pensa sequer em retornar para vingar seu mestre. As lembranças de William lhe vem a mente como se em um processo de despedida, uma desistência humilhante. Tem certeza que continua o mesmo? Este é realmente Vladimir Chernobog? O último descendente de uma família renomada de assassinos? Este perante mim é um devatã destruído, preso a conformidade, amigo de uma criança humana, um professor de truques de mágica baratos. – o devatã de cabelos rubros apontou o dedo. – Este é você atualmente.

O brilho dos olhos escarlates se apagou subitamente, os nervos pulsavam, o sangue fervia. Sem pensar, sem raciocínio, a mente limpa. Poderia aquela simples manifestação de um cantio estar correta? Havia mistérios sobre aquela habilidade de Chronus, porém, nada mais poderia ser feito. O ódio não permitiria raciocínio naquele momento, uma vontade zumbia no interior. Deveria provar para si mesmo que não havia se entregado tão facilmente aos eventos desconexos do acaso. Não houve muito tempo nem sequer para respirar. Quando se deu conta já havia desaparecido, tudo havia desaparecido, o ódio preenchia o olhar escarlate assassino.

Sanguine vultus.

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Duas irradiações azuladas eram emitidas de dois corpos próximos por apenas alguns metros. Existia uma certa dificuldade em comparar os dois devatãs que lutariam entre si, pelo menos em questão de energia e habilidade, pois o desejo de vitória de ambos tratava-se do mesmo. Zero ainda não havia conseguido reconhecer a natureza do aliquid de seu oponente e isto poderia ser uma desvantagem. Após o primeiro golpe, esta pequena informação importante poderia ser fornecida e contribuiria para a elaboração de uma estratégia de batalha mais eficiente. Portanto, o procedimento correto a se tomar deveria ser a de deferir ataques físicos, sem cantios para inicialmente estudar o oponente. O Leviathan sabia que o adversário no mínimo deveria possuir conhecimento sobre suas habilidades, Hecate não seria imprudente neste ponto, portanto não seria muito racional escondê-las. Em contrapartida, seria natural o soldado que o atacava procurar se conter o máximo possível, a não ser que fosse de seu feitio exterminar o mais rápido possível sua presa. De certa forma, ainda era preciso ser moderadamente cauteloso.

O guerreiro manejando sua espada de dois gumes se aproximou vagarosamente, apontando a mesma em uma postura típica de soldados medievais. A armadura cintilava e a capa ondulava ritmicamente acompanhando o movimento do caminhar. O Leviathan observou a ponta da arma do oponente, sabia que estava cometendo um erro, pois a mesma se encontrava apontada para si mesmo com o intuito de distraí-lo. Tudo era possível no universo dos devatãs, aquela arma poderia se alongar ou uma ilusão poderia ser gerada e algo poderia golpeá-lo por trás. Informações sobre aquele devatã que se encontrava sob ordens da jovem Chronus não se encontravam nos relatórios enviados ao Krypsimo, tudo havia sido arquitetado minunciosamente. A única alternativa encontrada pelo ninja, seria de pressionar aquele que o havia ameaçado.

A mão se dirigiu velozmente para pegar a capa, com um movimento o tridente se materializou e tratou imediatamente de colidir com a espada que estava no caminho, o impacto fez a capa do oponente tremular violentamente, Com um giro do punho a lâmina da espada se prendeu em uma das fendas entre duas lâminas do tridente. Devido a agilidade dos movimentos, Ayemon permanecia indefeso. Zero empurrou a lâmina da espada contra o chão juntamente com o seu tridente e saltando fincou a mesma no solo campestre. Com o giro do punho Ayemon não teve outra escolha a não ser soltar sua arma, e no mesmo instante a mão do ninja se dirigiu velozmente ao inimigo procurando agarrá-lo. Locus abriu bem os olhos, notou que deveria ser ligeiro.

Dematerialize. – sussurrou, a mão chegou ao caminho tocando o que deveria ser seu corpo. Ela atravessou, e o corpo de Ayemon se desintegrou velozmente como quando uma bolha de sabão desaparece no ar.

– Locus... – sussurrou Zero, percebendo imediatamente a única possível essência do aliquid que havia sido responsável por fornecer aquela habilidade para aquele devatã, só poderia ser aquele devido a todos os acontecimentos.

O ninja puxou o tridente para si e virando-se para ter uma visão melhor de todo o ambiente ao redor, tomou uma postura de ataque. Puxando o cabo do tridente passou a palma de sua mão desocupada pelo cabo, como se puxasse algo em direção as lâminas. Não demorou muito para o corpo de Locus ressurgir a alguns metros de distância. O Leviathan não perdeu tempo, e sem tocar no cabo percorreu com a palma da mão aberta toda a extensão em direção as lâminas novamente.

Anguem Efflari! – disse Zero e o cabo se desintegrou em uma rajada de água que assumiu a forma de uma serpente. A boca da criatura se abriu emitindo um rugido agudo e logo em seguida se dirigiu velozmente ao seu oponente. Seu corpo se estendeu por vários metros serpenteando no ar, como se fosse uma criatura sedenta de sangue.

Ayemon fez uma pirâmide com as mãos e a trouxe contra o peito. Focou sua energia na figura que havia formado. Rapidamente estendeu seus braços em direção a serpente.

Dimensiva Impedimentum!

Um triângulo com arestas formadas por uma energia azulada se projetou da mão do soldado e se dirigiu ao encontro da serpente. A medida que a figura prosseguia aumentava de tamanho gradativamente até atingir uma determinada proporção e parar totalmente.

Zero realizou traçados no ar habilmente, a serpente respondeu ao comando desviando sem maiores problemas do imenso triângulo que havia se projetado no ar e prosseguiu o caminho sem maiores problemas. Locus abriu a mão contra o ninja e direcionou o olhar para seu inimigo de maneira ansiosa, antes que a serpente pudesse tocá-lo finalmente a lâmina da espada perfurou o alvo. A espada havia atravessado o corpo do Leviathan e este encontrava-se com uma expressão de surpresa estampada no rosto. Um sorriso surgiu no rosto do subordinado de Hecate quando a serpente subitamente se desintegrou, tornando-se água que molhou a grama ao atingir o solo. Não demorou muito para o rosto do soldado perder o sorriso. O corpo de Zero imediatamente explodiu como uma bomba de água. A espada permaneceu flutuando no ar. O dedo indicador e médio do guerreiro se comprimiram como se imitassem um gancho, sua arma respondeu desaparecendo em uma desintegração similar a que ocorrera com seu corpo outrora, ressurgindo logo depois em sua mão.

“Não será fácil. Eu já deveria ter imaginado. “

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Os olhos escarlates, assim como os esverdeados derramaram ambos lágrimas de sangue. Uma energia empoeirada e negra envolveu Vlad e o mesmo aconteceu com seu clone. O Chernobog percebeu naquele instante que havia recuperado totalmente seus poderes e que os efeitos dos poderes de Hecate haviam se perdido. Não sabia ao certo se a razão de tal coisa estaria no fato de já estar sendo ameaçado pelo aliquid de Chronus ou se aquele poder perderia o efeito com o tempo.

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Fazia muito tempo que ele não revelava todo seu potencial, utilizando todo seu poder. Logo foi possível sentir suas costas se alterarem e os sentidos aguçarem em uma velocidade impressionante. Foi quando a energia sombria ao seu redor se dissipou que ele pôde perceber que agora sim estava pronto para lutar por sua vida com tudo que tinha direito. As imensas asas negras bateram como se em uma apresentação, logo depois o envolveu. Aquela sensação preenchia todo seu interior, era uma energia imensa, sabia que quando utilizava sua solemnia verba se tornava invencível.

Capitulo 25: O Anjo Caído.