Sempre ao seu Lado

16 e 17 de Julho ➶


Sempre ao Seu Lado

Capítulo 17

— Shii!... Não façam tanto barulho apenas para subirem as escadas! Prometi a vovó Esme de que vocês ficariam quietos! — ralhou Renesmee pulando do braço do sofá onde estava encostada comigo, correndo para a borda da escada observando os garotos que subiam os degraus.

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— Você não deveria prometer esse tipo de coisa justo para a sua avó. — disse o primeiro garoto surgindo conforme subia os degraus, sua pele marrom avermelhada e cabelos negros bem curtos quase rente ao couro. Seus olhos eram puxados e um sorriso iluminava ainda mais seu rosto juvenil, que se tornava quase desproporcional devido sua altura absurda e os músculos visíveis do seu corpo. — Como não iremos tentar cumprir?!

— É! — concordou outro que ainda não havia aparecido — Se você houvesse prometido isso à Emmett, teríamos o prazer de não cumprirmos. É assim que quer facilitar para a gente? Nessie, você não está fazendo um bom trabalho.

— Que?! Nós estamos aqui dentro, não estamos? Ela fez um bom trabalho, talvez não o melhor, mas um bom... — um opinou mais abaixo, causando uma onda de negações e gargalhadas. Renesmee olhou rapidamente para mim e revirou seus olhos.

— Eu estou tentando causar uma boa impressão de vocês! Tentem se comportar aqui comigo para eu apresentar alguém a vocês. Poderiam me ajudar né? Cadê o Jake? E os cabeças duras? Bom, logo eles aparecem... — falou para eles e um a um foi aparecendo para dentro da sala como em uma cerimônia; todos eles eram diferentemente parecidos, tons de pele similares e cabelos negros.

Pelo rosto eu tentava adivinhar a idade de cada um, desde adolescentes, até a jovens adultos, como eu. Era uma suposição rasa já que todos são altos e possuem um porte físico agradável aos olhos, músculos proporcionais e nos lugares certos. Eles se amontoaram ao redor dela em algum assunto entre grandes pedras e floresta, pareciam alheios a minha presença.

— Tá legal, eu vou sim acompanhar a caçada de vocês na próxima semana, mas primeiro, eu quero apresentar a nossa hóspede, eu a conheço a pouco tempo, mas posso afirmar que ela é especial. — apontou seu braço na minha direção atraindo a atenção deles — Essa é a Amberli, ela é uma paciente temporária da minha família, mas eu espero que ela fique por muito mais tempo nessa cidade... — piscou um olho para mim e foi vaiada por seus amigos — é eu sei! Estou tentando ganhar uns pontos também, vão me julgar? — perguntou cruzando os braços sendo respondida por vários “Não” sarcásticos e mais uma vez revirou seus olhos — Eu sei que me amam, mas eu ainda preciso que vocês façam menos barulho — os lembrou — Estão ouvindo isso? Estão sentindo esse cheiro? — perguntou nos fazendo prestar a atenção no baixo barulho das pipocas começando a estourar — Isso é o alimento que vocês irão devorar, depois de se comportarem; eu deveria lecionar para crianças, consegui uma vasta experiência convivendo com vocês. — respirou fundo e deu alguns passos na minha direção com o garoto, que notoriamente estava deixando que ela o levasse junto — Esse é o Ravi, — me apresentou o primeiro garoto que havia chegado na sala, soltando seu braço — Ravi, essa é a Amberli, se acomode em um dos sofás e mantenha a boca fechada.

— Oi, — Ravi se aproximou de mim e estendeu sua mão para cumprimento. Estendi a minha selando nossas mãos, a temperatura de sua mão se sobressaía sobre a minha de tão quente que estava, apertei um pouco mais minha mão na dele apreciando a quentura, olhei em seus olhos castanhos bem escuros e sorri para ele — é um prazer te conhecer, Amberli. — sorriu também e soltamos as mãos — É uma pena estarmos nos conhecendo através da Nessie, pois eu vou te falar, ela é pequena só na estatura viu, vai perceber que ela tem um coração enorme, assim como vai se tornar insuportável na mesma proporção. — riu sendo acompanhado por mim e pelos demais. Renesmee mudou o semblante alegre para um descontente, sua testa se avermelhando. — Calma Nessie, não precisa ficar brava...

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— Vá sentar! — apontou sua mão para o sofá. Ele soltou um breve riso e caminhou até o móvel, se jogando nele. Renesmee passou a ignora-lo e dessa vez puxou dois garotos bem parecidos que estavam mais distantes dela — Amberli, esse é o Isaac e Thomas, são irmãos gêmeos, como pôde perceber. — os apresentou a mim, apontando para cada especificando quem era quem.

— Uau, você está mesmo grávida! — comentou Thomas num rompante, chegando num instante na minha frente, me deixando sem jeito. Cerquei meus braços ao redor da minha barriga e o encarei mantendo meu rosto erguido. Seu irmão logo estava ao seu lado e bateu seu ombro no dele. Ele se afastou um pouco do irmão gêmeo, mas não reclamou de dor, sequer passou a mão no local.

— Às vezes eu me surpreendo de como você é tão idiota com qualquer mulher. — repreendeu seu irmão, que ainda continuava a olhar em meu rosto, não parecia estar nenhum pouco arrependido de qualquer atitude, ao contrário do irmão que estava se desculpando por ele. — Ele não sabe ser discreto. Por favor releve o que ele deixa escapar, isso é tão frequente que não consigo mais interrompê-lo... — deu uma pausa passando sua mão direita nos fios de seu cabelo, que era maior que o de seu irmão — Apesar de tudo, sou Isaac. — estendeu sua mão para mim e logo nos cumprimentamos, sua mão também estando quente. Sorri para ele agradecendo pelas desculpas que ele havia pedido no lugar do irmão, soltamos as mãos em silêncio e ele seguiu sentando no sofá ao lado de Ravi.

Renesmee continuava parada aos pés da escada com suas bochechas e a testa avermelhadas aparentando estar constrangida, seus olhos indo de Thomas para mim. Thomas olhou para a mesma direção sustentando seus olhos em Renesmee por alguns segundo e revirou seus olhos e estralou os dedos de suas mãos.

— Não posso te cumprimentar fingindo achar normal você ter esse caninho dentro do nariz e o cheiro de sangue que exala dentro deste saco pendurado ao seu lado. A gravidez é o único fato que parece ser normal, mas nem isso posso afirmar também. E ao contrário do que meu querido irmão espalha para os sete ventos, eu não sou idiota com todas as mulheres que aparecem na minha frente. Me desculpe, se aparentei ser um idiota e estúpido... Ah... —suspirou — Vamos começar de novo... Oi Amberli, sou Thomas, o irmão gêmeo mais velho e único da matilha. — apresentou-se, estendendo sua mão na minha direção. Ergui meus olhos para os seus castanhos e tornei a olhar a sua mão que tremia levemente ainda esperando pela minha. Demorei mais um pouco de propósito e segurei em sua mão selando o cumprimento, sua mão também estando muito mais quente que a minha.

— Matilha? — perguntei soltando nossas mãos.

— Sim, somos como lobos da nossa tribo. Se você reparar bem — Thomas chamou a atenção gesticulando para ele — só eu sou o mais bonito. — piscou um olho, parecendo mais divertido. Os garotos tornaram a falar alto tirando o sarro da sua fala, quebrando o clima chato que ele havia formado. — Eu sou demais! — gabou-se jogando-se no sofá em cima dos dois que já estavam lá.

— O clima desse lugar muda tão rápido né... — comentou Renesmee ainda constrangida — Agora, Martim, Taylor e Brady; como vocês já sabem, essa é a Amberli e por favor, não me façam passar essa vergonha mais uma vez. — gemeu entristecida.

O primeiro a se aproximar, se apresentou como Taylor, falou apenas o necessário, talvez para que Renesmee não morresse de vergonha se ele falasse algo de errado, ele aparentava ter a mesma idade que Ravi e até poderia ser mais novo, apesar do seu físico; logo depois foi Martim, que parabenizou a gravidez e um pouco tímido perguntou se eu sabia qual seria o sexo, no qual eu neguei, dizendo que seria uma surpresa, ele também brincou com a suposição de serem gêmeos, mas eu repreendi mentalmente em nome de tudo que é sagrado para que isso não venha acontecer.

Brady foi o último a se apresentar, eu havia reconhecido sua voz, mesmo antes de ele me falar que já havia estado aqui a uns dias atrás, ele confessou envergonhado de que havia comentado aos seus amigos sobre a bolsa de sangue que eu estava utilizando. Trocamos mais algumas palavras amistosas e se juntou aos outros nos assentos disponíveis do cômodo. E novamente começamos a falação, mesmo que nós aparentávamos não ter coisas em comum, eles faziam questão de sempre me incluir em suas conversas, principalmente Thomas que agora queria que eu sempre ficasse ao seu lado em cada pequena discussão que acabava rolando. Renesmee ainda continuava nervosa, agora, preocupada pelo sumiço de seu melhor amigo e com mais outros rapazes que ainda não haviam aparecido. Ravi havia se apossado dos controles remotos da televisão e mudado de um aplicativo de filmes para outro, listando os que pareciam agradar parte do público cinéfilo atual, a grande maioria eu já havia visto em anúncios digitais.

— Nessie, —Brady chamou sua atenção, ouvir sua fala foi mais fácil pois ele estava sentado mais próximo de mim do que os outros. Renesmee que continuava sentada no descanso do braço da minha poltrona olhou para ele, seus cabelos se movimentaram para a mesma direção jogando algumas mechas em meu rosto — você poderia parar de se preocupar com eles? Seth está com o Collin; Cole e Jacob estavam juntos quando saímos de lá, logo eles estarão aqui. Cole estava um pouco mais chato do que o de costume hoje, faz uma semana que ele reclama de dores de cabeça, talvez eles estejam dando uma força para ele, antes de virem para cá. — explicou ajudando a minimizar a neura que a garota estava tendo.

— Darei a mim mesma mais dez minutos de espera, se não aparecerem antes disso, eu vou atrás deles. — respondeu para Brady, que sem muita opção assentiu um sim para a sua decisão.

— Eles chegarão bem na hora da comida. — palpitou Isaac — Seth sempre faz isso, — justificou.

Eles não voltaram antes do prazo pessoal de Renesmee, assim, teimosa como parentou ser, ela saiu rapidamente para fora da mansão com sangue nos olhos, dizendo que os traria pelas orelhas. Brady continuou papeando comigo, vez ou outra tornávamos a juntar nosso diálogo com os dos garotos. Ravi já havia selecionado cinco filmes para podermos assistir, todos eram de ação, de acordo com nosso gosto geral, e não esperamos os cinco restantes chegarem de sabe-se lá de onde. Esme já havia descido para a sala trazendo guardanapos húmidos e quatro baldes de aço cheias de pipocas, uma tradicional com manteiga, uma salgada com pedaços de bacon e as outas duas eram doces, e havia muito mais para chegar, pois essas quatro não deram nem para os vinte minutos do primeiro filme.

Quando eu já havia até me esquecido do paradeiro de Renesmee, aos cinquenta e três minutos do primeiro filme, ela chegou pisando duro contra o piso, atrás dela estava Jacob e apenas mais um garoto de olhos bem mais puxados.

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— Mas onde estão os outros dois? — Perguntei olhando para a escada, quando ela quase se jogou em mim ao tornar a sentar no braço da poltrona — Pela demora, pensei que você havia dirigido para o aeroporto mais próximo para buscá-los. — Tentei descontrair ao notar suas bochechas e a testa bem vermelhas.

— Logos eles aparecem! — respondeu com uma voz fininha, num tom irônico e irritado olhando fixo para as cenas que ainda passavam na televisão. Respirou fundo, tentando se aclamar. — Perdi uma boa parte do filme não é?

— Nada que não possamos reprisar. — pisquei um olho para ela, a vendo sorrir — estamos entrando no clímax, ou pelo menos é o que estou deduzindo. Quer o que sobrou das pipocas? — Estendi um dos baldes que estava a minha volta.

— Espero que você tenha paciência em assistir novamente a esse filme, pois vou querer assistir com você. — ajeitou seus quadris no pequeno espaço que escolheu sentar — Não obrigada, os próximos baldes estão chegando. — apontou sua mão para a outra extremidade da sala, onde Esme equilibrava os baldes de pipocas nos braços tranquilamente. Logo Thomas e Isaac se levantaram para pegar os baldes de seus braços, distribuindo uma parte para dentro do meu, praticamente vazio, com suas mãos enormes logo meus baldes comportaram o necessário para mim e Renesmee.

Terminamos o primeiro filme, e logo demos continuidade para o outro. Renesmee mudou de posição, sentando no tapete fofo do chão ao lado da minha perna esquerda com os baldes empilhados ao seu lado. O cômodo todo estava com o cheiro forte das pipocas, misturado com o perfume de todo mundo, o que deixava o ambiente pouco agradável para o meu nariz. Renesmee desde o começo do filme estava em silêncio, prestando total atenção no desenrolar da história que passava maçante por meus olhos, a sala escura era iluminada apenas pela luz das cenas do filme, acariciei minha barriga e tentei me concentrar no filme. Depois de alguns minutos eu consegui me envolver, mas me distraí quando Renesmee se pôs em pé e caminhou na direção da escada que levava para o térreo, agora, eu já conseguia ouvir o som de passos tensos subindo os degraus; deveria ser os dois últimos que estavam faltando para assistir aos filmes. Renesmee os recepcionou aos cochichos inaudíveis, mas que estava sendo ouvida perfeitamente pelos dois a sua frente, em alguns momentos ela tocava neles e até gesticulava. Eu não conseguia saber como seus rostos eram, pois ainda estavam nos últimos degraus e Renesmee tapava minha visão, quando eles terminaram de discutir em silêncio, ela os direcionou aos lugares disponíveis que ainda havia na sala. Apenas o que era poucos centímetros menor que o outro olhou na minha direção, como todos os outros, olhou primeiro para a bolsa de sangue, acompanhou o caminho que a sonda fazia e aí eles prestavam a atenção em mim e sentou no sofá que ficava de frente para mim; já o outro apenas pegou uma das almofadas do sofá, colocando em uma posição em que ainda não dava para ver seu rosto e se deitou no tapete se concentrando no filme como se já estivesse aqui desde o início. Renesmee retornou a sentar ao meu lado no tapete e ergueu seu rosto para me apresentá-los:

— O que está no sofá é o Collin, já o mal-humorado é o Cole. Dois cabeças duras... — e virou seu rosto para a televisão continuando a assistir como os outros.

Relaxei na poltrona puxando minhas pernas para cruza-las no assento, para me sentar na posição que agora sei que é de lótus. Passei meu dedo pela sonda ajeitando sua posição atrás da minha orelha sem movimentar muito para não incomodar mais ainda o meu nariz e recoloquei o grampo no cabelo, ajustando o penteado enquanto olhava para cada um, me sentindo feliz por estar aqui me distraindo.

Eles se divertiam comentando sobre os estilhaços que voavam e a comoção que toda a história carregava, de vez em quando algumas pipocas caiam no tapete ou até mesmo eram lançadas propositalmente um no outro, algumas até alcançavam a televisão, “Eles seriam expulsos de uma sala de cinema!” pensei alarmada com tamanha bagunça que a sala já estava. Fixei meus olhos num sobressalto para a Tv prestando a atenção na cena estrondosa e explosiva que passava na tela, o efeito sonoro foi tão bem produzido e os auto falantes equipados na sala de uma qualidade tão absurda, que se eu já não estivesse com os olhos na tela, teria me assustado mais ainda pensando que eles haviam acionado uma bomba aqui dentro. Ainda espantada com a cena, todos eles, todos os homens sem exceção, esbravejavam comemorando o clímax da guerra, eu acabei me juntando a eles com um grito, mas ele havia saído involuntariamente da minha boca devido ao susto que eu levei, sorte a minha em não estar com nenhum balde em meu colo, pois ele teria sido jogado longe, Renesmee que já não estava mais sentada ao meu lado, estava caída num lado do sofá ao lado de Jacob, de seus olhos saiam lágrimas de tanta gargalhada que ela dava. Percebendo que estava sendo observada, seus olhos castanhos se fixaram aos meus e junto com ela eu caí na gargalhada pendendo minha cabeça para trás sentindo meu corpo tremer, devido ao meu ataque de riso. Agora ninguém prestava mais a atenção no filme, pois nós ríamos um do outro. Eu estava rindo como a muito tempo não ria, eu estava gargalhando das minhas próprias gargalhadas.

Eu me sentia muito feliz.

Enxuguei os cantos dos meus olhos, assim como Renesmee fazia, seus cachos estavam desorganizados espalhados no encosto do sofá e sua testa estava rosada, no chão, Thomas e Cole pegavam as pipocas espalhadas pelo tapete e tacavam um no outro, duas vieram na minha direção e grudaram no meu cabelo, mas eles não notaram que isso havia acontecido. Desfiz a posição das minhas pernas tocando meus pés no tapete com as pernas afastada uma da outra para que eu pudesse me abaixar e peguei algumas pipocas que estavam próximas de mim, a quantidade de pipoca não chão era gritante, não dava pra saber se eles haviam comido ou as desperdiçado jogando por todos os lados. Retirei os dois que haviam no meu cabelo e me ajustei na poltrona, entrando na brincadeira, pensando maleficamente em quem seria meu primeiro alvo e logo decidi que seria Isaac. Fechei minha mão esquerda com as outras seis pipocas e me posicionei para acertar meu alvo. Mirei em sua bochecha e lancei a pipoca em sua direção acertando-o em cheio!

— Minha nossa, mulher! O que eu fiz para merecer?! — O gêmeo mais novo me olhou com seus olhos escuros nativos surpreso colocando sua enorme mão sobre o local que a pipoca havia acertado, enquanto eu ergui minhas mãos para cima em comemoração, confesso, um pouco mais escandalosa do que imaginei.

Não fiz questão de me justificar e logo posicionei outra pipoca para servir de munição em outra mira. Dessa vez mirei em Jacob e me esquivei de outra pipoca que veio em minha direção, batendo em meu ombro, Isaac havia revidado e por um triz minha munição não foi parar nos olhos de Jacob que bagunçava mais ainda o cabelo de Renesmee e não soube quem havia o acertado.

— Quem foi? — perguntou sério chamando a atenção de todos. Mesmo os garotos sendo inocentes, todos disfarçaram tentando se livrar da culpa, disfarcei também para não levantar suspeitas e disfarcei minhas mãos. Por dentro eu explodia em gargalhadas com a situação — Tudo bem, já que não foi ninguém, todos são culpados — respondeu revidando a pipoca em Taylor.

Aí a guerra começou, me senti como uma criança de novo, mesmo estando limitada a ficar na poltrona por causa da sonda. Renesmee rolou no sofá agarrando nossos baldes e sentou comigo na poltrona, uma coisa estranha e engraçada de se ver. Dentro havia uma boa quantidade de pipocas que serviriam para usarmos. Peguei uma almofada para usar de escudo contra as pipocas alheias que eram jogadas em mim e sempre mirava no oponente mais vulnerável que Renesmee me indicava, estávamos nos saindo muito bem em dupla, sendo ótimas a mira.

— Vamos dar uma folga para Thomas, ele pode achar que isso é uma vingança pessoal... — sugeri a mudança do nosso alvo na brincadeira.

— Tem razão. — Renesmee concordou pegando outra pipoca enroscada em meu penteado e olhou para eles se desviando de outra pipoca que passou voando por nós — Há! — soltou seu grito de guerra em meio a todo o barulho que fazíamos— acerte muitas no Cole — cochichou e se jogou no chão para buscar mais pipocas.

Acatei sua sugestão pegando quatro pipocas. Os garotos pegavam leve com a gente, talvez pela obvia vulnerabilidade física que eu estava eles eram mais atacados por mim do que eu por eles e Renesmee se divertia com essa vantagem tacando com toda a força as pipocas contra eles. Algumas vezes eles pareciam se desentender, mas isso acontecia tão rápido que eu não inha tempo de saber se estavam realmente a beira de brigar ou não, pois logos eles gargalhavam. Desviei de mais pipocas usando a almofada como escudo e aguardei o momento certo para poder atacar o Cole, que mesmo se desviando de alguns arremessos e atacando seus amigos, ele não parecia estar envolvido por vontade própria. Quando eu consegui uma posição em que ele ficou mais próximo e favorável para atacar, eu mirei em seu rosto e joguei as munições em sua direção. Assim que joguei, Renesmee voltou sentando o quadril no braço esquerdo da poltrona e apoiando seus pés no outro cobrindo minha visão de qual seria a reação dele com o nosso ataque, já que ele foi o único a não atirar nenhuma pipoca para cá. Ergui meus olhos para ela, seu rosto expressivo estava tenso e logo também fiquei. O que havia de errado?

— Não foi uma boa ideia... — ela choramingou, me respondendo antes que eu abrisse a boca para perguntar.

— O que? — perguntei tentando olhar para os garotos em alguma fresta entre nossos corpos, mas Renesmee estava na minha frente de um modo que eu não conseguia ver ninguém além dela. Taylor foi o único que eu consegui ver, já que ele caminhou para o nosso lado, mas seu rosto também já expressava uma tensão.

— Vou te proteger... — Renesmee me respondeu parando sua fala ao ouvirmos o baque de um corpo colidindo com o chão. O som de descontração mudou para um tenso geral e medo. Renesmee afastou seu corpo do meu para poder olhar o que havia acontecido também. Com ela mais distante eu pude afastar seu braço do meu rosto para ver o que estava acontecendo na sala. A situação era algo confuso de se entender, Cole estava sendo mantido no chão por Martim e Brady, e seu corpo tremia muito. Ele tremia tanto, que pensei que estivesse tendo uma crise convulsiva, mas ele estava consciente e furioso. Se ele estava passando por algo, eu deduziria ser um ataque de raiva, pois ele rosnava para os dois que estavam o segurando contra o chão. O som que a televisão ligada ainda reproduzia se tornou algo insignificante ao vê-lo daquela forma. Seu rosto expressava o quão irado ele estava naquele momento e senti medo.

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As luzes restantes da sala foram acessas e Emmett apareceu, atrás dele Carlisle e Rosalie, para a minha surpresa. Ela logo estava ao meu lado com o suporte em mãos, sua outra mão voou para o meu braço segurando-me com sua pele super fria que em contato com a minha, se arrepiou. Me senti mais tensa ainda ao ter Rosalie do meu lado, pois eu sei que ela não se dispõe a estar no mesmo ambiente que eles.

— O que está acontecendo? —perguntei olhando para seus olhos, que já não estavam amarelos, mas sim negros.

Em resposta Cole grunhiu e rosnou como um cachorro mais irado ainda tentando se livrar do aperto que seus amigos faziam para imobilizá-lo. Seth tentava dialogar com ele, tentava mantê-lo calmo, mas isso o parecia irritar ainda mais; Martim estava próximo da parede de vidro falando com alguém no celular. Apertei meus lábios um no outro e não me atrevi a abrir mais a boca.

— Vocês a mantém aqui... — ele vociferou olhando para Jacob — Não sentem o cheiro?! Eu avisei de que não queria ter vindo!

— Acalme-se Cole. Já chega, você precisa aprender a se controlar. Não é mais um adolescente. —a voz de Jacob soou mais forte com a ordem bradada, isso pareceu trazer lucidez a ele para conseguir se acalmar, não tanto quanto eu gostaria, mas o suficiente para que ele deixasse de rosnar como um cão raivoso para a primeira pessoa que ele visse na sua frente.

Isso deu forças para que Rosalie me ajudasse a me por em pé para sair o mais rápido o possível daquele lugar e nunca mais olhasse para a cara dele. Ao firmar os pés no chão e conseguir me sustentar, os olhos de Cole se desviaram de Jacob e olhou para a minha botina de tricô com muita atenção. Me mantive tensa sem conseguir desviar meus olhos da face de Cole que exalava curiosidade, seu nariz inflava devido a sua respiração pesada e seus olhos castanhos mais claro que o dos outros, examinavam minhas botinas. Seus olhos seguiram para cima passando por meu vestido, sendo o primeiro entre eles a dar pouca importância à protuberância que havia ali e firmou seus olhos castanhos claro nos meus. Senti Rosalie movimentar seus dedos em minha pele, ainda aguardando que eu me movesse para fora dali, mas eu não conseguiria, não com seus olhos fixos nos meus. Sua expressão ainda era de curiosidade, talvez por não termos sido apresentados, ele estivesse priorizando a situação para poder se concentrar em outra coisa além do seu ataque de raiva. Se minha suposição estivesse um pouco certa sobre isso, eu não me importaria em ficar em pé olhando tão fixamente para ele como estamos agora.

Talvez pelo receio dele tornar a ter mais um ataque, eu mantive nossa conexão visual pelo tempo necessário que ele precisou para se recompor. Quando Martim e Brady deixaram de mantê-lo no chão e ele não fez nenhum movimento brusco e deixou que Carlisle se agachasse ao seu lado, eu respirei aliviada e consegui desviar meus olhos dos seus para olhar os novos olhos negros de Rosalie.

— Rose, me ajude a subir... E-eu preciso... — pedi para me afastar desse cômodo. Coloquei minha mão esquerda no baixo ventre sentindo o bebê.

— Sim, por favor. — prontamente concordou me dando apoio para conseguir caminhar.

— Obrigada Rose. — agradeci seu auxílio, mas parei de andar ao dar meros passos distante da cena que se desenrolava atrás de mim — Ah, — me virei para Cole, que continuava na mesma posição a me olhar por cima dos ombros de Carlisle — Meu nome é Amberli... Espero que fique bem pelos próximos dias.

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