Sempre ao Seu Lado

Capítulo 18

Acordei sentindo meu corpo moído. Soltei um gemido involuntário, desejando voltar a dormir e descansar, mas meu corpo também estava exausto por ficar tantas horas deitada, mesmo a cama sendo muito macia. O quarto estava iluminado com a qualidade de luz natural da nublada cidade, dava para ouvir os pingos finos da garoa contínua batendo na parede de vidro. Passeei meus olhos pelo quarto, o berço estava vazio, mostrando que minha pequena já estava acordada. Virei meu corpo para ficar de barriga para cima, olhando para o teto ainda me situando enquanto sentia o bebê voltar a se agitar dentro de mim, olhei para o meu outro lado do quarto a procura de uma pessoa específica.

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Rosalie estava em pé de frente a parede de vidro, de costas para mim com a mesma roupa de ontem; seus cabelos longos loiro, pela primeira vez, estavam presos em uma trança espinha de peixe na lateral com a ponta presa com um laço colorido da Hilary. Ela havia provavelmente passado a noite toda comigo, depois que me ajudou a chegar até o quarto, trocar de roupa e desfazer o penteado e pela primeira vez na minha vida, além dos dias em que fiquei num hospital após os partos, eu tive ajuda para tomar banho; apesar do meu cabelo ter ficado gorduroso por causa das pipocas, eu não poderia lavá-lo por causa que já estava de madrugada e com o frio que estava, nem mesmo um secador poderia me ajudar, mas Rosalie tinha um spray de shampoo seco, o que me ajudou bastante. Rosalie também trocou a fita que mantinha a sonda presa ao meu nariz e abriu o encaixe da ligação da sonda com a bolsa, liberando o sangue para eu me alimentar. Desde o momento em que saí da sala o bebê não parou de se mexer dentro de mim, o que me deixou mais ainda assustada e preocupada com o pensamento de que a qualquer momento, Cole poderia entrar no cômodo e ter um ataque de raiva comigo e Hilary dentro do quarto, pedi para que Rosalie pudesse ficar. Ela concordou na mesma hora e admitiu que mesmo que eu não quisesse, ela ficaria; fiquei curiosa pelo fato dela não aparentar estar nervosa pelo ocorrido, mas como a situação envolvia os garotos da tribo que ela confessava sem receio nenhum de que não os suportava, eu não descartava a certeza de ela estar querendo explodir Cole e todos os que estavam com ele. Tentamos evitar comentar o ocorrido, mas não consegui me manter em silêncio e confidenciei que apesar de ter sentido medo, eu estava preocupada com ele; Rosalie não me respondeu nada, muito menos expressou desagrado em saber sobre isso. Assim, ela deitou comigo na cama me ninando por fora do cobertor como se eu fosse uma menininha assustada, evitando tocar minha pele para que eu não sentisse sua pele gelada. Estava chovendo desde madrugada, começando exatamente assim que eu e o bebê agitado conseguimos relaxar, para finalmente conseguir dormir.

Rosalie distanciou-se da parede de vidro e se virou para mim, seu rosto estava tranquilo e seus olhos agora estavam na cor dourada novamente.

— Boa tarde. — saudou sentando na ponta do colchão cruzando as pernas.

— Boa tarde, Rose. — respondi também e cocei a cabeça, puxei o cobertor para perto do meu rosto, estava com muita vontade de voltar a dormir. Olhei para o berço novamente e senti falta da minha menina — Faz muito tempo que ela acordou? — perguntei a Rosalie ainda olhando o berço vazio.

—Algumas horas. — confirmou — Já tomou banho, tomou café da manhã e já almoçou. Esme está com ela na sala, parece que Alice comprou mais brinquedos.

Ao mencionar a sala, me lembrei da grande bagunça que o lugar havia ficado, e consequentemente acabei de lembrando de Cole. Olhei para o teto branco me sentindo incomodada com o que havia acontecido ontem, a noite estava indo tão bem...

— Como você está? — Rosalie perguntou subindo na cama para poder sentar ao meu lado. Senti um movimento mais forte na barriga e desci minha mão para o local, Rosalie acompanhou o movimento com seus olhos — Me disse que havia se preocupado com... Cole. — percebi a resistência ao falar o nome dele — Não deveria se preocupar. — acariciou meus cabelos com os dedos.

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— Não deveria? Rose, ele teve uma crise na minha frente! É um problema gravíssimo isso... E se ele não estiver se medicando corretamente ou passando por algum problema pessoal muito grave... Isso é muito preocupante! E-eu nunca havia presenciado algo assim... Não sei...

— Ele tem pessoas o suficiente para cuidar dele, Amberli. — me afirmou continuando a pentear meu cabelo, fechei os olhos apreciando a carícia — Isso é sim algo pessoal dele, mas todos aqueles homens estão ajudando ele a se controlar. Ele tem isso direto, por coisas insignificantes, é por isso que você não deve se preocupar com ele. Ele não merece sua preocupação.

— Mas ele tem que passar com um profissional... — contrariei.

— Lembra quando eu disse que havia coisas que eu não poderia te explicar, pois isso não é algo meu? — se referiu quando eu perguntei sobre Embry. Movi minha cabeça em um sim — A situação é a mesma. — tamborilou um dedo na minha testa — Tudo de estranho e preocupante relacionado aquela tribo, você deve esquecer. Se um dia alguém de lá quiser te esclarecer alguma coisa, fique à vontade para ouvir, mas nós não podemos te esclarecer sobre eles.

— Vou tentar. — concordei, mesmo não querendo e abri meus olhos, olhando para os seus dourados tão bonitos — Mas posso perguntar a Renesmee se ele está melhor?

— Pode. — revirou seus olhos e parou de mexer no meu cabelo — Você percebeu o quanto eles são irritantes?

— Na verdade eu os achei receptivos. — confessei um pouco acanhada pelo seu olhar — Eles estão na mesma faixa etária que eu, deve ser por isso. — justifiquei.

— Está me chamando de velha? — perguntou ofendida.

— Minha nossa! Não! — neguei morrendo de vergonha — É que eles são bem falantes e barulhentos. Eu me senti como uma adolescente novamente, foi bom. — expliquei. Rosalie não ficou muito satisfeita, mas considerou minhas palavras. Aproveitei o momento para me sentar — Você pode aparentar ser da minha idade ou até mesmo mais nova, mas você não se comporta assim... Tanto você, quanto Esme, partilham os mesmos trejeitos maternais... Talvez Esme até tenha mais, mas isso não anula os instintos característicos de uma mãe presente em você. Percebo muito bem isso, até porque, eu sou mãe, mesmo sendo algo recente. Eu não posso negar que eu me afeiçoei mais a você por causa disso, você me lembra a Anna e eu sinto muita falta dela na minha vida. — declarei. Rosalie fixou seus olhos em mim por longos segundos sem piscar, parecia estar absorvendo as palavras que eu havia esclarecido a ela. Tornei a tocar minha pele esticada por cima da roupa sentindo o bebê se movimentar para o outro lado e acompanhei seus movimentos com minha mão. Quando a troca de olhares intensa entre mim e Rosalie se tornou desconfortável, ela finalmente piscou e sorriu com seus lábios pressionados.

— Ela deveria ser uma mulher incrível. — Rosalie tocou em meu joelho por cima do cobertor, num gesto carinhoso de consolo.

— Sim, ela era... — concordei aceitando seu gesto de apoio mas sem a intenção de continuar nesse assunto. Estendi minhas pernas para fora da cama, olhei novamente para o berço e me lembrei dos brinquedos novos que Hilary havia ganhado por Alice, que sequer havia visto minha filha — Porque compraram mais brinquedos?

— Qualquer oportunidade que Alice tiver de fazer compras, ela fará. Ela disse que são ferramentas necessárias para o bom desenvolvimento do bebê e que ela se sentiu na obrigação de comprar. — me respondeu também saindo de cima da cama — Se você não quiser aceitar os brinquedos eu posso ligar para Alice e lembrá-la de que para tudo há limites.

— Não, está tudo bem... Não vou me desfazer dos presentes, e também já havia percebido que você também gosta de fazer compras. — comentei pensando na quantidade absurda de roupas compradas para mim e muito mais para Hilary dentro do closet que há nesse quarto, não comentando sobre eles, já que nunca os vi repetir uma troca de roupa — Eu apenas não quero que Hilary fique mal acostumada com todos esses privilégios, não tenho como manter um estilo de vida assim... E também não quero parecer a mãe chata; vocês já fazem muito por nós.

— Posso falar para Alice se conter, ela realmente sempre passa dos limites. — tornou a sugerir tranquila caminhando pelo quarto dando a volta na cama parando próxima a mim, percebi seus olhos descerem rapidamente num gesto discreto percebendo que minhas mãos estavam novamente sob a barriga — Mas tentaremos fazer um esforço em não comprar mais roupas para Hilary, não queremos que se sinta desconfortável, mas não estamos esbanjando nosso estilo de vida, escolhemos ajudá-las, é isso que estamos fazendo Amberli, não se cobre tanto. —puxou o cobertor da cama e começou a dobrá-lo. Olhei angustiada para a cama, que nunca teve uma oportunidade digna de eu poder arrumá-la — Bom... Já higienizei a sonda e descartei a bolsa; conversei com Carlisle sobre adaptarmos o equipo para que você pudesse andar sem carregar o suporte, até eu estou me irritando com isso.

— Se você já está irritada, imagine eu? Emmett teve que me ajudar a descer as escadas por causa disso. — revirei meus olhos. Paramos de falar ao ouvir alguém bater na porta, Rosalie olhou para mim esperando que eu permitisse a entrada da pessoa — Pode entrar.

A cabeleira intrigante de Renesmee apareceu ao abrir a porta, seus olhos castanhos analisaram curiosos o ambiente antes de entrar totalmente para dentro do cômodo e rapidamente estar ao meu lado me dando um abraço. Demorei um pouco para abraçá-la de volta devido a surpresa em ter seu corpo quente em contato com o meu.

— Por favor me desculpe pelo que aconteceu?! Se eu soubesse que seria mesmo uma péssima ideia convencer Cole a estar aqui, eu não teria o chamado! — pedia desculpas ainda com seus braços em mim. Passei minhas mãos pelo comprimento de seus cabelos, num gesto calmo e esperei que ela se acalmasse — Por favor, me desculpe mesmo! — pediu novamente desfazendo o abraço, mas mantemos nossas mãos próximas uma da outra.

— Está tudo bem agora — aceitei suas desculpas apertando suas mãos nas minhas — Eu estou bem, Rose esteve aqui comigo, Hilary está bem, não precisa se preocupar mais com isso...

— Eu queria ter feito companhia para você também, mas minha avó me aconselhou de que minha tia era suficiente para você, então tentei dormir também, já que Jacob e os garotos saíram para acalmar o Cole... Ainda não tive nenhum sinal do Jake até agora... — lamentou e soltamos as mãos, logo levei a minha esquerda de volta para sua posição anterior — Eu não via a hora da Hilary acordar para que eu pudesse me divertir com ela. E como está seu outro bebê? — estendeu sua mão para frente de modo sugestivo — Eu posso tocar? — perguntou.

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Aprovei seu gesto, permitindo que ela pudesse tomar minha barriga por cima da roupa sem nenhuma objeção. Seus olhos brilharam ao tocar-me mesmo com as camadas de tecido atrapalhando. Guiei sua mão para o local mais preciso de onde o bebê estava se movendo e esperamos alguns segundos até que ele, ou ela tornasse a se movimentar. — Oh!... — Renesmee exclamou, seus lábios permanecendo num formato oval em êxtase enquanto eu movia sua mão pressionada para as direções certas. — ...É incrível! — formulou a palavra admirada.

— Sim, é! — concordei com ela — Hoje o bebê decidiu se esticar um pouco; confesso que ele não havia se mexido tanto quanto nessas últimas horas.

— Você está bem com isso? — se preocupou afastando relutante sua mão de mim — Não está sentindo nenhuma dor né? Não sabia que Cole poderia ter quase causado um desastre... — tornou a lamentar sobre o ocorrido.

— Agradeço a preocupação que tem e o modo carinhoso que trata minha filha. Estou bem. — agradeci— Mas, e como ele está?

— Está se referindo ao Cole? — me perguntou franzindo suas sobrancelhas. Acenei um sim com a cabeça — Não tive nenhuma notícia dele também. Não vejo a hora do Jake me ligar, assim que eu tiver alguma notícia sobre todos eu te avisarei. — prometeu. Desfizemos nosso contato e Renesmee se direcionou a Rosalie — Tia, tio Emmett está na garagem, disse que quando estiver pronta, é só avisar.

— Tudo bem, obrigada querida. — Rosalie agradeceu — Certo, eu vou precisar sair, não tenho horário para voltar e talvez nem dia... — nos informou me deixando surpresa e puxou o suporte mais para perto — Nessie, você já sabe executar o básico, agora Amberli irá poder andar sem isso para onde ela quiser, seu avô te mostrou como é que desprende? — perguntou segurando as pontas interligadas da sonda, Renesmee analisou o que havia nas mãos dela e confirmou — Ótimo, por mais que Esme esteja aqui, sei que você quer auxiliar também e você aprende rápido, assim como seu pai. — aprovou desconectando as sondas me livrando do suporte — Amberli, finalmente está livre, vou sentir falta de vocês, mas logo estarei de volta — apressou em se despedir dando um abraço — Em qualquer emergência me liguem! — saiu fechando a porta.

Depois que Rosalie saiu com Emmett arrancando com o carro para a rodovia que havia mais próxima, Renesmee também havia saído do quarto apenas dizendo que já voltava e aproveitei para ir ao banheiro para lavar o rosto, escovar os dentes e usar o vaso sanitário, passei uma escova nos cabelos também e prendi a maior parte no alto da cabeça e dei uma passada no closet para colocar uma roupa mais apresentável. Quando voltei para o quarto, Renesmee estava sentada no meio da cama com Hilary amparada por seus braços, seu cabelo estava repartido no meio e prendido em lacinhos rosa, um de cada lado de sua cabeça, como sempre, ela estava linda.

— Olha, olha a mamãe! — chamou a atenção de Hilary apontando na minha direção. Quando Hilary me viu, ela logo se agitou nos braços dela; suas pequenas pernas tentavam se mover rapidamente para a borda da cama, mas Renesmee a detinha. Continuei parada aguardando-a conseguir vencer a resistência que Renesmee causava e não demorou muito para que ela começasse a reclamar irritada e consequentemente a chorar e Renesmee ficar apreensiva, talvez por ser a primeira vez que Hilary chorava com ela.

— Pode deixá-la descer. — disse por fim, Renesmee me olhou, e deixou que Hilary descesse da cama, no mesmo momento ela parou de chorar, mas os lábios caídos formando um beicinho descontente ainda estava em seu rostinho redondo, quando Renesmee a deixou de pé no chão, ela firmou seus pés gordinhos e com as mãozinhas apoiadas na beira do colchão olhou para mim — Vem com a mamãe, amor — a chamei.

A feição descontente se iluminou tão rápido em um sorriso largo de poucos dentinhos de leite, que como na minha primeira vez eu a vi, meu coração se acelerou e senti meus olhos lagrimejar, eu amava tanto esse pequeno pedacinho de mim, de uma forma tão pura e intensa que era inexplicável, era apenas amor, muito amor. Seus primeiros sete passinhos apressados foram bem, ela estava ansiosa para chegar mais perto, mas quando foi dar mais um passo, ela se desequilibrou, com o susto ela parou de andar mas não caiu; a chamei mais uma vez, para que não se desanimasse mas com receio de cair, ela sentou e começou a engatinhar na minha direção com o mesmo entusiasmo de quando andou.

— Isso! Olha como você já está pertinho!! — a instiguei a engatinhar ainda mais rápido. Um riso misturado com um gritinho afinado saiu de sua boca comemorando assim que ela grudou sua mão em minha calça moletom e se apoiou para poder ficar em pé — Isso! Olha como você chegou rápido na mamãe! Estou muito orgulhosa de você meu amor! — me abaixei devagar para sustentar seu corpo em meus braços, seu sorriso ainda continuava ali moldando seu rosto lindo, ela ergueu seus braços em comemoração e a imitei.

É!! — gritou animada pelo seu feito e gargalhou.

— É! — imitei-a balançando em meu colo, ela logo levou sua mão direta para a minha nuca procurando alguma mecha de cabelo solta para envolver entre seus dedos — fala para Renesmee que você conseguiu chegar bem rápido até a mamãe — a virei para que olhasse para a moça ainda sentada na cama nos olhando com um sorriso nos lábios.

É!! — tornou a gritar se balançando em comemoração para Renesmee.

— Isso!! Você é incrível bebê! Que vontade de apertar! — falou com uma voz infantil segurando em suas próprias bochechas — Ela é tão fofa! — falou fazendo caretas engraçadas para Hilary.

Movi meus pés me aproximando da cama e me sentei com Hilary em meu colo, passei meus dedos pelos laços que prendiam seus cabelos sentindo o cheiro do seu creme infantil, Renesmee estava curvada para fora da cama e do chão ela puxou uma caixa com brinquedos e os jogou em cima da cama para a alegria de Hilary, que esticou seus bracinhos para pegar o primeiro brinquedo que piscava várias luzes coloridas que ela viu. A maioria dos brinquedos que estão ali eram para estímulo das cores e sons, ou haviam luzes ou reproduziam som, acho que apenas uns dois apresentavam os dois dispositivos e eram fáceis de desligar, Renesmee sabia sobre cada um deles, pois eram uma parte dos brinquedos recebidos por Alice, que ainda estava em viagem com seu marido. Renesmee e eu intercalávamos entre ensinar a ela os cânticos reproduzidos nos brinquedos e as cores que iluminavam seu rostinho.

Para alguém que não tinha contato com crianças, Renesmee era ótima em entreter uma, em alguns momentos eu me envolvia tanto com as brincadeiras que ela produzia que me esquecia de auxiliar Hilary, mas me mantive atenta para poder reproduzir os mesmos métodos que ela aplicava; a garota era muito divertida e falante, o tempo passava rápido com ela ao lado.

— ...Espero que daqui algum tempo você possa ir comigo para as praias de La Push, ela contém muitas rochas, mas conheço os lugares certos para podermos aproveitar com crianças sem receio algum. Você vai gostar, Alice consegue uma previsão excelente de quando o clima estará favorável para uma visita à praia. O que você acha minha florzinha? — perguntou para Hilary estendendo mais um brinquedo musical para ela, isso chamou sua atenção — Você me ajudaria a convencer sua mamãe a aproveitarmos um dia na praia? — propôs deixando o novo brinquedo nas pequeninas mãos e pegando o outro que ela estava segurando o colocando na caixa.

Mamãe? Praia! — opinou Hilary erguendo sua cabeça para olhar para mim.

— Sim, um dia iremos para praia — concordei acariciando seus braços cobertos pela blusa de mangas longas — Irei te cobrir inteira de protetor solar e compraremos baldes e moldes de conchas para brincarmos na areia! O que acha?

É!! Sim! — ergueu os braços comemorando mesmo não fazendo ideia do que eram os utensílios que eu havia falado, mas como a palavra ‘brincar’ estava envolvida ela concordou, Renesmee entrou na onda de comemoração com ela erguendo seus braços também, fazendo Hilary rir — Vamos mamãe! — quis descer da cama.

— Mas não é hoje amor —falei a mantendo na cama — Olha, está frio e não tem sol — apontei para a parede de vidro mostrando as árvores que envolviam o terreno e o cinza do céu ao fundo seus olhos analisaram a paisagem em silêncio. Logo ela ergueu a cabeça para olhar para mim — Quando estiver com sol, nós iremos está bem, aí você irá se comportar para irmos não é? Será boazinha?

Eu sou mamãe. — justificou passando seus bracinhos ao redor do meu pescoço, sua mão enroscou na sonda e a parei antes que pudesse soltá-la do lugar, mas mesmo assim, ela acabou me dando um abraço deitando sua cabeça em meu ombro. — Faça sol, faça sol, faça sol... — começou a falar repetidamente.

— Sim, você é minha linda menina boazinha. — arrumei a sonda no rosto e a envolvi em meus braços.

— Nossa, ela está falando? — perguntou Renesmee parecendo surpresa.

— Sim, na verdade ela fala apenas quando quer. Como eu não ficava tanto tempo com ela, o que a deixava chateada, — passei a mão em seus cabelos novamente, ela ainda continuava a falar “faça sol” — ela evitava falar com a babá, ficava sempre em silêncio, na creche era a mesma situação, falava quando era necessário.

— Percebeu como Alice é ótima para acertar nas suas compras?

— É? — perguntei. Hilary ergueu seu rostinho do meu ombro parando de falar e desfez seu abraço para sentar na cama e voltar a brincar.

— Os brinquedos serão ótimos para nos ajudar a instigarmos a fala dela — gesticulou para os itens espalhados entre nós.

— Eu não havia prestado atenção a isso — confessei curiosa — Ela estará mais ativa ao começar a se expressar mais... Nossa, realmente eu preciso conhecer essa Alice.

— Ah — riu Renesmee — cuidado com o que pede...

Continuamos a entreter minha filha, agora, mais dedicadas do que antes, já que eu sabia exatamente para qual propósito eu os usaria. Nos ocupamos por mais duas horas e tanto eu quanto Renesmee nos surpreendemos com isso, hora ou outra o bebê se agitava dentro de mim e eu conversava com Hilary a respeito do irmãozinho ou irmãzinha que ela teria e guiava suas pequenas mãos nos locais mais evidentes, onde o bebê mais se mexia, ela pareceu bem mais receptiva às movimentações do que eu esperava, o que me deixou feliz. Demos uma pausa quando Esme apareceu no quarto exigindo que fossemos comer o lanche da tarde que ela havia acabado de fazer, em palavras amorosas como apenas Esme consegue falar, ela chamou minha atenção no modo em que eu estava me alimentando, foi quando eu notei que por ter acordado tarde, havia perdido o café da manhã e o almoço, descemos para a cozinha, minha pequena foi auxiliada por mim e Esme descer os degraus da escada para lancharmos a salada de frutas que ela havia preparado para agora à tarde.

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— Coma mais esse morango, Hilary! Olha como ele está gostoso, humm — Renesmee se dispôs a ajudar Hilary a comer sua tigela de frutas, na verdade ela esteve beirando ao choro de tanto que havia pedido, agora ela estendia um pedaço da fruta para que ela comesse, intercalando as porções com Hilary para que ela não ficasse irritada por não poder comer sozinha com o talher — Tome, — estendeu a colher para ela, que pegou da maneira que eu havia ensinado a alguns meses atrás — pegue o mirtilo, ele deve estar uma delícia né.

Toma mamãe — equilibrou o mirtilo na pequena colher e estendeu para mim. Me inclinei na sua direção abrindo a boca para que ela colocasse a colher dentro para que eu comesse. — Tudo!

— Humm, vou comer tudo — mastiguei o mirtilo. Hilary aprovou minhas palavras e estendeu a colher para Renesmee.

Antes que ela tocasse no talher, seu celular começou a tocar no bolso traseiro da calça de brim que ela usava, imediatamente ela atendeu, deveria ser Jacob. Hilary continuou com sua mãozinha estendida esperando que ela pegasse a colher, mas Renesmee estava atenta às palavras que Jacob lhe dizia na chamada, tanto que ela havia se levantado da cadeira e ziguezagueado pelo lugar.

— Dê aqui para a mamãe. — estendi minha mão para pegar a colher de sua mão. Hilary ainda olhava para Renesmee quando cedeu a colherzinha para mim deixando que eu pegasse um pedaço de mamão para que ela comesse — Ela está ocupada falando com o amigo dela no celular, filha; depois ela te dará atenção — expliquei para ela, que olhou para mim e abriu a boca esperando pelo próximo pedaço de fruta.

— Deixe-me ajudá-la agora querida — ofereceu Esme, passei a tigela de Hilary para ela e tornei a pegar a minha passando a observar Renesmee discretamente, descendo minha mão no baixo ventre sentindo o lugar mais pesado.

— É tão difícil vê-lo descontraído desde que... — ela falava com Jacob ainda andando de um lado para o outro. Não me parecia estar recebendo boas notícias pelo modo em que ela gesticulava apreensiva mesmo não falando — Está me escondendo alguma coisa?! — exclamou duvidosa — Jake... — foi interrompida por algum argumento que ele falava pelo telefone. Renesmee ficou em silêncio por alguns segundos, apenas ouvindo, aos poucos um sorriso foi aparecendo em seu rosto, parecendo convencida por uma boa notícia — Todos nós somos curiosos! — respondeu.

Parei de prestar atenção na conversa ao perceber que talvez eles não estivessem mais falando sobre a melhora de Cole, mas sim m algum assunto entre eles do qual não é legal da minha parte tentar bisbilhotar. Voltei meus olhos para Hilary, que em silêncio e calma comia todas as furtas restantes que Esme oferecia, ela parecia estar hipnotizada com o jeito que Esme agia e conversava com ela, ao contrário de quando ela estava com Renesmee resmungando algumas palavras, com Esme ela apenas admirava, apenas sua boca e olhos se moviam.

— Gente, estou indo para La Push, ver o Jake e os meninos, — sorriu — está tudo bem por lá.

— Tem certeza? — perguntei interessada; ela acenou que sim, o sorriso ainda em seus lábios — É muito bom saber... — suspirei aliviada.

— Cole te pediu mil perdões pelo ocorrido Amberli, agora ele está descansando, bom; tudo o que aconteceu o deixou... Exausto... — explicou um pouco tímida.

— Compreendo, — assenti — mande um oi meu para ele. Espero que ele esteja realmente bem! — admiti me sentindo até mais leve.

— Sim, — ela concordou — estou indo para verificar se ele realmente já melhorou. Qualquer coisa eu ligo vovó. — se aproximou mais de mim e me deu um abraço rápido de despedida.

— Tudo bem querida. Tome cuidado. — Esme lhe respondeu, dando um beijo em sua testa. Renesmee tocou a bochecha dela olhando em seus olhos, se despediu de Hilary. E assim como eu, Esme olhou ela sair apressada escada abaixo. — Vamos querida, — chamou minha atenção ao falar com Hilary — ainda há algumas vitaminas naturais para você digerir, uma menina linda dessa precisa crescer cada vez mais saudável não é? —perguntou retoricamente para ela, Hilary apenas sorriu e abriu sua pequena boca para receber mais um pedaço de fruta que ela oferecia.

— Esme, — a chamei, ela deu uma rápida olhada para mim e sinalizou que estava me ouvindo mesmo ainda dando atenção à minha filha— você acha que o Cole está realmente melhor?

— Renesmee e Jacob tem uma ligação muito forte, você percebeu o quanto são unidos; ele não mentiria sobre isso para alguém, principalmente para minha neta. — deu mais uma fruta para Hilary — E acredito que aquele jovem esteja superando mais uma fase da sua vida, o conheço a um bom tempo, mesmo que ele não se sinta confortável com isso... Alguns demoram mais que outros para superar, cada um tem seu tempo. Jacob tem ajudado bastante, não apenas ele, mas todos que estiveram aqui ontem têm o ajudado, eles são como uma família, é questão de tempo para que ele possa se encontrar e melhorar, Amberli, então sim, acredito que ele já esteja um pouco melhor.

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