Proibido Amar

Capítulo 35


— Entendeu?

— Hã? Falou comigo?

Remus suspirou, pedindo por paciência.

— Eu perguntei se você entendeu — repetiu, lentamente.

A garota de cabelo rosa parecia divertida, vendo-o tão impaciente.

— Você não pode exigir que eu preste atenção no que você fala — ela disse, o sorriso evidente.

— E por que não? — ele perguntou.

— É você quem está me dando aula! — ela deu de ombros, encostando-se na cadeira.

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— Eu vou pegar um copo d’água. Quer também? — ele levantou-se, rapidamente.

— Não, obrigada — ela continuava sorrindo, travessa.

Indo para a cozinha, ele cruzou com Sirius, que parecia bem interessado no monitor do computador.

— A sua prima é louca! — disse Remus, abrindo a geladeira.

— Ué! Mas por quê? — Sirius sorria marotamente — Só porque ela tem hormônios?

Ele bufou, sem responder, tomando um longo gole de água.

— Te colocando na maior saia justa — continuou Sirius, zombeteiro.

— Me poupe dos seus comentários! — ele reclamou.

— Cara, ela tem 15 anos! Você age como se tivesse 6! — ele disse, voltando o olhar para o monitor.

— São uns 5 anos de diferença! — retrucou Remus.

— Olhe! Ele pensa no assunto...

Ele foi salvo pela entrada de James.

— Pare de incomodar o coitado! — ele disse.

Remus achou melhor sair da cozinha, ser defendido sempre vinha antes de uma zoeira, ainda mais quando James e Sirius se uniam para incomodá-lo.

Tonks olhava entediada para a tabela periódica.

— Eu não consigo entender o motivo da existência dessa coisa — comentou, percebendo que ele tinha voltado.

— Com o tempo, você se acostuma — disse Remus, sentando-se de novo.

— Eu acho que não — evidentemente, ela não estava falando da matéria.

A campainha salvou-o de mais um momento constrangedor, que ele teria que aprender a lidar dali por diante.

— Olá, Sirius, James! — Andrômeda entrou — Remus, ela deu muito problema?

— Que nada! — ele mentiu, olhando fixamente para ela, que desviou o olhar, corada.

— Vamos, Nymphadora! — ela chamou — Despeça-se deles!

— É Tonks... — murmurou baixinho, levantando-se — Tchau, professor! Tchau, vocês da cozinha!

Andrômeda apenas riu, conformada, enquanto ela ia para a porta.

— Obrigada! — ela disse, antes de seguir a filha.

— E ele sobreviveu, minha gente! — debochou Sirius, assim que a porta se bateu.

— Vai precisar fazer melhor do que isso! — disse James, olhando-o seriamente — Ela deve achar que você tem sérios problemas salivares.

— Cale a boca! — ele resmungou, recolhendo os livros.

— Você disse que ia beber água umas 50 vezes! — retrucou James.

— É, beijar babando ninguém merece — alfinetou Sirius.

Dessa vez, Sirius foi salvo de ser morto, quando Marlene entrou.

— Cadê Padfoot? Precisamos recolher a câmera! — disse, aproximando-se deles.

— Ih! É verdade! Tinha até esquecido! — murmurou James — Vamos procurá-lo.

Sirius, no entanto, estava bem concentrado no monitor.

— É a gravação do Padfoot? — perguntou Remus, percebendo — Espere! Você estava me espionando!

Ele parecia estar segurando o riso.

— Tonks é engraçada! — ele disse, olhando divertido para ele — E você parecia que ia desmaiar a qualquer momento.

Remus murmurou algo incompreensível, afastando-se dele, no instante em que James voltava, carregando a Padfoot pelos braços, que tentava morder suas mãos desesperadamente, tentando se soltar.

— Não segure-o assim, seu animal! — reclamou Sirius, levantando-se.

Marlene tomou o seu lugar rapidamente, vendo as gravações.

— Gente! Vocês fazem um casal tão fofo! — ela disse, cobrindo as bochechas com as mãos.

— Ah! Você também não! — ele reclamou.

— O que é que tem de errado? — ela perguntou.

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— Eu não vou repetir isso, outra vez! — Remus saiu do cômodo.

— Repetir quer dizer falar outra vez! — Marlene gritou, de onde estava — Olhe a repetição de palavras!

— Ensina inglês pra Tonks, se quiser! — retrucou, saindo do apartamento.

Marlene apenas gargalhou.

— Não sei como Padfoot não destruiu a câmera — disse Sirius, trazendo o pequeno eletrônico — Ué! Onde ele está?

— Ficou revoltado. Olhe só isso, Six! Tem muito clima entre eles! — disse Marlene, pegando a câmera e desligando.

— Eu sei — ele riu.

— Eu tenho que editar isso aqui! — ela levantou-se.

— Edita aqui! — ele fez manha.

— Tá bom, mas não me perturba! — ela levantou um dedo, ameaçadora.

— Sim, senhora!

Pegando uma cadeira, Sirius sentou-se ao lado dela, logo tendo seu colo ocupado por Padfoot.

— Eita, menino folgado! — Marlene riu, fazendo carinho no filhote.

— Não está pensando em fazer o videoclipe deles, né? — perguntou Sirius, desconfiado.

— Infelizmente, ela veio tarde demais, mas — ela deu ênfase ao “mas”, sorrindo — eles não vão ser foco. O Padfoot os viu!

— Bom garoto — murmurou, coçando a barriga dele.

— Certo... Vamos ver... — ela disse.

— Eu tenho pena de quem não sabe editar... Tipo eu.

— Vocês tem a Lily e a mim.

— Sorte a nossa!

Marlene começou a editar, apagando alguns vídeos, E colocando a música no fundo.

— Ai, meu Deus! — ela escondeu o rosto atrás das mãos.

— Apaga antes que James veja isso! — disse Sirius, rindo.

— Cachorro! — reclamou Marlene, batendo nas costas dele.

— Ei! Não é culpa minha se o Padfoot viu... — ele protestou.

A porta da frente abriu-se novamente, e não precisava ver para saber quem era.

— Tô dizendo! Os dois revoltados, o casal perfeito — Sirius não demorou a provocar.

— Não força a barra! — murmurou Marlene — Deixe as coisas rolarem naturalmente...

— Mas uma zoeira aqui e ali pode, né?

— Pode.

Remus entrou na sala, ouvindo o último fragmento da conversa.

— Que lindo! O cachorro arranjou uma mãe! — debochou.

— E você arranjou uma fã — retrucou Sirius.

— Ele tem fãs... Só não gosta disso — Marlene deu de ombros.

— Prefiro deixar para... — ele parou de falar — Esquece! Não posso mais reclamar disso.

— Situação constrangedora — confessou Marlene — Ainda bem que Alice e Lily são minhas únicas amigas dessa época.

— Não mudamos, só... — disse Sirius.

— Mudamos um pouco — disse Marlene.

— Boa sorte com a edição de vídeo aí! — ele disse, saindo da sala, sendo seguido por Padfoot.

— Nosso filho nos abandonou — reclamou Sirius.

— Deixe a criança em paz! Você vai ser o pai super protetor e grudento — ela disse, voltando os olhos para o monitor.

— E você a mãe liberal demais... — retrucou.

— Talvez sim, talvez não — ela respondeu, tentando não deixar evidente o quanto que aquele assunto mexia com ela.

Marlene McKinnon nunca pensou que iria começar a namorar, quem dirá ter filhos.

— Pelo menos, uns três — disse Sirius.

— Sem chances! — ela retrucou — Dois, no máximo.

— Queria ter meu próprio time de futebol — ele brincou.

— Então, vai ter seu time de futebol com outras mulheres, não comigo...

— Posso?

— Nem ouse fazer isso, ou corto o seu reprodutor.

Em vez de se assustar, ele apenas sorriu.

— Tem certeza disso? — perguntou, levantando uma sobrancelha.

— Não comece — ela avisou, olhando fixamente para o monitor.

— Você quem começou com o assunto — ele defendeu-se.

— E estou terminando. Controle os hormônios, homem!

— Olhe só quem fala...

James apareceu na porta da sala, olhando incrédulo para eles, que se calaram.

— Começaram a namorar faz nem um mês, e já agem como um casal de velhos.

— Quando você começar a namorar, a gente se fala — retrucou Sirius.

— Não se preocupe. Eu não vou demorar muito! — disse James, dando um sorriso estranho.

Isso só fez com que Marlene sorrisse também. A aposta fazendo efeito unilateral... O lance, agora, era que Lily deixasse seu orgulho de lado.