Temari sentia a consciência retornar ao seu corpo lentamente, mas ela ainda não estava disposta a se levantar. Apesar de estar levemente desconfortável, ela dormira bem esta noite – ou pelo menos tão bem quanto ela conseguira nesses últimos meses de gravidez. Preguiçosamente, ela se esticou na cama, buscando com o braço o calor tão familiar e aconchegante ao qual estava acostumada.

Mas seu braço tocou o lençol frio da cama. Temari abriu os olhos subitamente, apenas para obeservar a cama vazia ao seu lado. Ela franziu o cenho e olhou pela janela. Ainda era muito cedo para ele ter ido trabalhar. Ela ponderou se deveria ir buscá-lo ou permanecer na cama por mais tempo. Logo ela se decidiu por continuar a aproveitar um pouco mais o seu descanso, considerando que a vários dias ela não descansava tão bem. Ela fechou os olhos, pensando que ele podia apenas ter descido para pegar um copo d’água, ou ido ao banheiro. Ou mesmo que ele já tivesse saído, não havia nada que ela poderia fazer.

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Talvez pensar em banheiro não foi uma boa ideia. A fez recordar o porquê de seu desconforto ao acordar, do qual ela fora momentaneamente distraída pela ausência de Shikamaru, mas agora retornava com força total. Temari apertou os olhos na tentativa de ignorar a pressão em sua bexiga e permanecer no calor de suas cobertas. Mas em poucos segundos sua bexiga a venceu, e com um suspiro pesado, Temari jogou suas cobertas para o lado, se levantando vagarosamente. Essa gravidez tem me deixado cada vez mais parecida com Shikamaru. Ela sorriu com o pensamento. O que um dia a incomodara, hoje era para ela um indício de que eles viviam tempos melhores, e o trabalho deles na Aliança Shinobi estava gerando seus frutos.

Ao sair do banheiro, Temari acariciava seu ventre bastante volumoso. Seu pequeno gamo já estava prestes a nascer a qualquer dia desses. Foi somente quando ela estava voltando para sua cama que Temari reparou no bilhete em cima de seu criado-mudo. Ela o pegou e leu a pequena mensagem de seu marido.

“Surgiu um inconveniente e precisei sair em missão com o Sai. No momento não posso revelar mais informações. Se acontecer qualquer coisa, mande avisarem Kakashi, e ele me chamará. Eu voltarei o mais rápido possível. Inclusive se o bebê resolver nascer.

Não devo voltar até amanhã a noite, então não se preocupe em fazer nada para o meu aniversário. Vocês dois são meu melhor presente.

Amo vocês.”

Temari estava decepcionada. Uma missão na véspera de seu aniversário? E eles passariam o aniversário dele longe um do outro? Se fosse mesmo assim, ele deveria tê-la acordado para se despedir. Um suspiro resignado escapou seus lábios. Não havia nada mais que ela pudesse fazer. Ela se acomodou novamente na sua cama, mas dessa vez seu sono não foi tão reconfortante quanto antes.

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Quando Temari acordou mais tarde naquela manhã, ela decidiu que mesmo que eles não estivessem juntos durante o dia do aniversário dele, ela poderia fazer um bolo para eles comemorarem quando ele chegasse. Afinal, aniversários eram datas que ela passara a valorizar desde que começou seu relacionamento com Shikamaru. E ela tinha muito a festejar pelo dia que ele viera ao mundo.

Temari releu o bilhete de seu marido e se deixou levar pelo carinho expresso em suas poucas palavras. Apesar de ser um gênio, Shikamaru podia ser uma pessoa com sérias dificuldades em compreender o que sentia, e talvez ainda mais em expressar, mas ele sempre fazia questão de (tentar) dizer o quanto sua família era importante para ele. Não que Temari precisasse de mais provas além de tudo que ele já fazia e de tudo que ela conhecia dele.

Seu plano era ajeitar um pouco a casa e sair para comprar alguns ingredientes hoje, e preparar o bolo amanhã. Ela foi até a cozinha para seu desjejum. Preparou um chá de hortelã e pegou algumas bolachas de leite que Shikamaru comprara na semana anterior. Embora seus enjoos matinais tivessem passado nesse fim de gravidez, Temari ainda evitava coisas muito pesadas, e seu marido fazia questão de manter a casa abastecida com todas as comidas que ela mais gostava – e que também dificilmente a deixavam enjoada.

Temari comeu lentamente, apreciando o sabor. Depois, ela se dedicou a ajeitar sua cozinha e a louça, ao mesmo tempo que avaliava o que precisaria comprar. Sua mente esteve ocupada e sua manhã passou mais depressa do que ela esperava.

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Mais cedo naquele dia...

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“Você tem certeza que esta é uma boa ideia?” Sai perguntou mais uma vez desde que Shikamaru tinha pedido o favor aos Yamanaka.

“Você não faz ideia, minha mulher é muito teimosa. Se eu ficasse em casa ela ia querer preparar uma comemoração ela mesma. E eu não quero ela fazendo tanto esforço quando ela pode dar a luz a qualquer instante agora.” Shikamaru disse, entrando na residência dos amigos com uma muda de roupa e suas vestes ninja.

“Mas eu li em um livro que o marido deve estar presente o máximo possível na gravidez de sua esposa, e estar próximo para ajudá-la e ser prestativo em tudo que ela precisar.” Sai argumentou com seu tom de sempre e seu sorriso postiço habitual.

“Sai, nem tudo que está escrito nos livros é tão literal assim...” Divagou Shikamaru.

“Eu já percebi que nem tudo funciona tão bem, mas isto tem funcionado muito bem no meu relacionamento e na gravidez da Ino.” Sai alegou.

“Você não tem ideia como ele é um marido atencioso!” Ino falou alegre, para comprovar o ponto de Sai. “Ele tem me acompanhado a todas as consultas, ajeitado a casa, e até tem organizado nossos móveis de maneiras que permitam a circulação mais fácil, além de outras coisas que eu nunca tinha pensado, como-“

Shikamaru soltou um suspiro pesado enquanto ela falava, e acabou a interrompendo ao proferir com sua voz arrastada. “Me diga de novo porque eu decidi vir para cá mesmo?”

“Porque nós somos seus únicos amigos loucos o suficiente para concordar com essa sua ideia maluca.” Ino afirmou taxativa, colocando um dedo sobre o nariz de Shikamaru.

“Eu poderia ter ido para o Chouji.”

“Você sabe tão bem quanto eu que Chouji não ia poder te ajudar agora com a pequena Chouchou.” Ino desdenhou.

“Ele teria me recebido. Só não teria tempo para me dar atenção. Mas eu também não ia querer ocupá-lo com isso agora que ele pode disfrutar de Chouchou junto com a Karui.” Shikamaru refletia em voz alta.

“Exato. Agora, chega de reclamações, eu vou me arrumar para sair e passar o dia com a Temari-san!” Ino cantou comemorando.

“Eu também não gosto dessa ideia. Você andando por aí sozinha, e se algo acontecer?” Sai reclamou outra vez.

“Eu disse a Ino que eu poderia achar outra pessoa, que ela não precisava fazer isso, mas ela insistiu, e quem sou para tentar negar qualquer coisa a ela.” Shikamaru retorquiu desanimado.

“NÃO!” Ino exclamou com ímpeto e contente. “Isso é quase como uma carta de alforria para mim. Sai não tem me deixado fazer nada sozinha, eu já estou ficando louca! Eu preciso de um momento feminino, e sem a testuda aqui e Sai me seguindo para todo lado, fica muito difícil.”

“Mas eu preciso estar em volta para ajudar, e se você fizer algo e acabar machucando o bebê?”

“Sai, pelo amor de Deus, eu não vou fazer nada perigoso! Eu não vou botar nosso bebê em risco.”

“Além do mais,” começou Shikamaru, sua voz tranquila em contraste com o desagrado dos outros dois, “Ino vai estar com Temari. Não tem nada que Temari possa fazer que Ino não possa.”

“Essa realmente é a única coisa que me consola nessa história toda. Mas não gosto disso.”

“Ótimo! Então eu vou sair para passar um dia de garotas com a Temari-san!”

“Você não tinha dito que Sai estava sendo um ótimo marido? E agora você está reclamando da atenção que ele te dá.” Indagou Shikamaru a provocando.

Ino se virou para ele. “Oh, não me mal-interprete. É muito fofo que ele esteja todo preocupado me ajudando em tudo. Só que uma garota precisa da sua privacidade e fazer algumas fofocas com as amigas.” Ela botou as mãos na cintura e franziu o rosto, em pé na frente dos dois homens que sentavam em diferentes sofás na sua sala. “E vocês dois,” ela apontou um dedo para Shikamaru, e depois para Sai, para logo começar a alternar entre eles enquanto falava. “Poderiam aproveitar esse momento sozinhos e trocarem informações de como serem maridos melhores para suas esposas grávidas. Enquanto isso, eu e Temari vamos as compras.” Ela riu e se virou, batendo palminhas enquanto saia, deixando os ois homens na sala a observando sem palavras.

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No dia seguinte, Temari acordou mais cansada que quando fora dormir. Suas inúmeras idas ao banheiro durante a noite e a falta de Shikamaru cobraram seu preço na qualidade de seu sono. Mas Temari não queria se dar o luxo de dormir outra vez. Ontem ela gastara seu dia todo ajeitando pequenos detalhes em sua casa, e o tempo passara muito depressa. Ou talvez ela que estivesse muito mais lenta em suas tarefas. A gravidez a fazia muito mais cansada que o comum.

Mas Temari sempre fora determinada e nunca deixaria as adversidades a impedirem de qualquer coisa. Por isso, ela se levantou e se dirigiu a cozinha, disposta a fazer um bom café da manhã e juntar suas coisas para sair comprar as coisas e preparar um bolo para seu marido.

Depois de comer, Temari se ajeitou apropriadamente, passando protetor solar e colocando um chapéu, além de separar água e pequenas quantidades de comida se ela precisasse no caminho. Ela prometera a Shikamaru que se cuidaria bem e cuidaria do filho deles, para que ele não ficasse tão preocupado quando tivesse que deixá-la sozinha. E Temari sempre cumpriria sua promesa.

—-----

“Temari-san!” Temari ouviu o chamado e se virou em direção da voz que vinha de uma rua lateral. Entre os transeuntes, estava Ino, acenando para ela, com sua barriga de pouco mais de seis meses aparente. A primeira coisa que Temari sentiu quando viu Ino sorridente e acenando para ela na rua foi inveja. Inveja pela disposição que a outra loira emanava. Mas Temari também sabia que isso logo passaria quando o bebê começasse a ficar maior, e logo ela sentiu compaixão pela amiga.

“Olá Temari-san! Como está o bebê? Já sabe quando nasce?” Ino perguntou quando parou ao seu lado.

“Ainda nenhum sinal. Pelo visto esse vai ser um preguiçoso igual ao pai.” As duas riram. No início, quando sua gravidez começara a ficar aparente, Temari adorava receber esse tipos de perguntas. Conforme a gravidez avançou, ela começou a fica irritada que todo mundo só perguntava do bebê, e ninguém queria saber como ela estava. A essa altura, Temari já desisitira de se importar com isso. “Espere só até o bebê nascer.” Seu marido dissera quando ela uma vez lhe revelara sua frustração. Shikamaru era provavelmente a única pessoa que ainda queria saber saber como ela estava.

“Mas o que você está fazendo por aqui hoje?” Ino questionou a seguir.

“Eu vim comprar algumas coisas para fazer um bolo de aniversário para Shikamaru, para quando ele chegar.” Temari respondeu, mostrando a sacola reciclável que ela usava para compras ainda vazia.

“Ah, que ótimo! Eu posso te acompanhar nas suas compras e te ajudar a preparar o bolo!” Ino parecia empolgada, mas Temari estranhou a prontidão com que ela respondeu. De qualquer forma, ela não podia ignorar a amiga.

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“É claro, uma companhia seria ótimo. Mas e você, o que está fazendo por aqui?” Temari indagou na tentativa de descobrir porque a prontidão dela a estranhava.

“Ah, eu só queria dar uma volta por aí, ver o movimento, quem sabe comprar algumas coisas. Sabe, Sai está todo preocupado e me acompanhando para todo lado, mas uma mulher precisa da sua independência também. Então estou aproveitando que ele saiu de missão para fazer coisas de mulheres.” Ino deu uma piscadinha para Temari. Embora os argumentos de Ino fossem bastante razoáveis, Temari não podia deixar de perceber que era um tanto inusitado que Ino estivesse livre o dia todo para acompanhá-la, e ainda a encontrasse casualmente pelas ruas de Konoha. Ela não sabia porque, mas isso tinha cheiro de Nara Shikamaru.

De repenteTemari franziu o cenho, como se uma informação tivesse acabado de passar pela sua mente. “Mas Ino, amanhã é o seu aniversário, você não deveria estar ocupada preparando as suas coisas ao invés de se preocupar com o de Shikamaru hoje?” Temari alegou, tentando entender o que se passava pela cabeça da Yamanaka.

“Ah, não! Não se preocupe com isso, Sai já organizou tudo para mim. Vamos ter uma festa no clã, e por sinal vocês também estão convidados. Sai não convidou vocês? Eu precisarei ter uma conversa com ele sobre isso. Ou talvez ele falou para Shikamaru e ele esqueceu de lhe avisar. Homens...” Ino divagou, falando mais consigo mesma. “Enfim,” Ela se virou pra Temari, falando em um tom mais alto e alegre. “Vocês estão convidados. Apareçam lá. Enquanto isso, podemos aproveitar o dia de hoje, só entre garotas!” Ino enganchou o braço no seu, aparentemente contente pela ideia de passarem o dia juntas.

Temari decidiu ignorar a sensação de que Shikamaru armara tudo isso, e se deixou levar pela felicidade da amiga. Até porque, ter alguém para lhe fazer companhia e ajudá-la com as compras não era uma má ideia. “Vamos lá então.”

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No fim de tarde do dia anterior...

“Como assim você não ficou com a Temari?!?” Os dois homens na casa lhe perguntaram quando Ino contou-lhes sobre o seu dia.

“Eu já disse, ela não saiu de casa e eu não quis incomodá-la. Ela deveria estar querendo um dia a sós.” Ino dispensou como se não fosse nada importante.

“Mas você ficou andando por aí sozinha sem ninguém para te ajudar!”

“Sai, eu já disse, eu fiquei sentada a maior parte do tempo, no máximo olhei algumas vitrines, mas fiquei sentada observando o movimento, as crianças correndo na rua...”

“Como você pode ter certeza que ela não saiu de casa?” Foi a vez de Shikamaru perguntar. Os dois seguiam Ino enquanto essa se deslocava até a cozinha para beliscar alguma coisa.

“Eu disse, fiquei sentada no banco na frente da loja de presentes no caminho entre a sua casa e o centro. Perto o suficiente para ver o movimento da casa, mas longe o suficiente para não parecer suspeito.” Ela se sentou na mesa da cozinha, depois de pegar um potinho de tomate-cereja na geladeira, e comer um diretamente deste. “Hmmm, essas coisinhas são muito gostosas...”

“Mas você esteve sozinha o dia inteiro! E se algo acontecesse? Quem te socorreria?”

“Sai, eu estava numa rua de comércio. Se alguma coisa acontecesse, qualquer pessoa me ajudaria. E mandaria avisar você.”

“E se Temari te viu e suspeitou de algo e decidiu sair escondida?”

“Fala sério, Temari-san não teria porque fugir ou desconfiar de mim. Você subestima minha capacidade, mas eu também sei inventar desculpas muito bem!” Ino falou um tanto indignada.

É, Shikamaru pensou, mas Temari também consegue perceber desculpas muito bem.

—-----****------

As duas loiras estavam sentadas numa mesa na loja de chás favorita de Temari. Elas já haviam comprado os ingredientes necessários e decidiram dar uma volta pelos comércios para olhar algumas novidades – sugestão de Ino, mas que Temari aceitou por estar apreciando a companhia e a sensação de não ser tratada como frágil. No entanto, as necessidades de Temari as fizeram parar, então ambas decidiram aproveitar e tomar chá com bolo.

Embora a idéia inicial fosse pedir um pedaço de bolo, Temari resolver comer castanhas doces, que eram seu doce favorito e que ela não pôde comer durante um bom tempo em sua gravidez. Ela sabia que estava exagerando quando já tinha comido mais da metade do conteúdo do pote, mas ela simplesmente não conseguia evitar.

Ino riu. “Você com certeza sentiu falta disso né?”

“Você não faz idéia. Eu adoro castanhas, mas depois de comer tanto no início, só de ver me deixava enjoada. Foi horrível. É ótimo perceber que isso já passou.” Disse Temari, levando outra castanha até a boca.

Como era comum com as mulheres do Ino-Shika-Chou desde que elas engravidaram, o assunto sempre girava em torno da gravidez, seus bebês, e reclamações de seus maridos. No entanto, a conversa com elas costumava ser mais produtiva que com pessoas de fora que não estavam passando pelo mesmo momento. Mesmo assim, a diferença de tempo entre a gravidez de cada uma fazia com que elas tivessem visões diferentes sobre esta. Temari e Karui provavelmente se compreendiam melhor que Ino, nesse sentido. “Eu invejo ela, sabia?” Karui uma vez lhe dissera “Toda essa energia e felicidade. Ela ainda está no trimestre feliz da gravidez. Eu só quero que isso acabe logo de uma vez.” Temari sorriu compreensiva. “Eu imagino. Já estou cansada de toda atenção e da gravidez em si.” Ela dissera, ao que Karui respondeu. “Imagine eu então. Não vejo a hora de ter meu bebê em meus braços.” Nunca antes as palavras de Karui descreveram tão bem a sua situação naquele momento. Chouchou nascera quatro dias depois que Karui dissera isso, então talvez Temari tivesse a mesma sorte.

“Sabe,” Ino disse, depois de um silencio confortável. “É muito bom ter uma amiga para conversar. Desde que a testuda viajou, eu sinto um pouco de falta.” Ino se virou, um sorriso tímido e fora de lugar em seu rosto. “Está sendo ótimo passar o dia com você.”

Temari sorriu também, e se esticou sobre a mesa como pode para colocar sua mão sobre a de Ino, apertando-a levemente para lhe passar um pouco de segurança. “É para isso que os amigos servem. Você pode sempre contar comigo quando precisar conversar.”

O sorriso de Ino se alargou. Apesar das diferentes personalidades, Temari podia dizer que elas tinham uma bela amizade.

—-----

Temari acordou mais tarde naquele dia, lembrando-se que hoje era aniversário de Shikamaru, mas aparentemente ele ainda não tinha chego em casa. As luzes no seu quarto estavam apagadas, assim como as luzes do corredor, e normalmente a primeira coisa que Shikamaru fazia quando chegava era procurá-la. Ela se esticou na cama, ouvindo um leve zumbido incomum.

O zumbido não lhe parecia ameaçador de nenhuma maneira, mas sua curiosidade a fazia querer investigá-lo. Temari sabia que não deveria ter ninguém na sua casa. Ela e Ino se despediram depois que terminaram o bolo, com Ino alegando que Temari parecia muito cansada e deveria dormir um pouco antes que seu marido chegasse, para poder comemorar o aniversário com ele. Temari agradeceu a ajuda, e garantiu que eles iriam até a festa dela amanhã. Ino saiu sorrindo, e Temari pensou que talvez devesse seguir o conselho dela o quanto antes. Cansaço era pouco, Temari estava é exausta. Ela não imaginava que uma gravidez pudesse sugar tanto suas energias.

Agora, Temari estava mais disposta. No entanto, a pressão habitual em sua bexiga a obrigou a passar no banheiro antes de qualquer coisa. Depois disso, Temari saiu de seu quarto, e observou que uma das luzes em sua sala no andar de baixo estava acesa. Temari não se lembrava de ter deixado nenhuma luz acesa, mas ela também admitia que sua memória e atenção estavam mais escassas por esses dias. E, mesmo sendo uma kunoichi, Temari não conseguia distinguir exatamente de onde o zumbido vinha. Mas, se ela tivesse que supor, ela imaginaria que vinha exatamente dali. Alguém estava na sua casa.

Por alguns instantes Temari ponderou se deveria buscar suas armas. Ela decidiu contra essa idéia rapidamente. Se fosse algum tipo de ninja que pretendia fazer algum mal a ela, ele teria tentado atacá-la enquanto ela ainda estivesse dormindo. Se fosse algum tipo de civil tentando furtar sua casa – se é que havia algum civil estúpido o suficiente para tentar furtar a casa de um Nara – ela poderia facilmente resolver com seu chakra. Mesmo estando grávida, Temari não era uma das kunoichi mais cruéis de graça. Logo, o mais provável é que fosse alguém que Temari conhecia e que não quis acordá-la. Shikamaru?

Ao chegar ao final da escada, Temari congelou no lugar de surpresa. Toda sua sala estava enfeitada, com balões coloridos em vários cantos, fitas penduradas enfeitando as paredes, e um ‘Feliz Aniverário’ pendurado na viga no meio de sua sala. Sentados no seu sofá estavam Gaara e Naruto, que segurava o pequeno Boruto no colo, e os dois tinham caras de orgulhosos e babões, embora o nível de transparência fosse gritantemente contrastante. Em pé do lado deste sofá estavam Kankurou e Shino, discutindo algo aparentemente sério, com Sai ao lado com seu sorriso apático de sempre. Hinata, Karui e Tenten conversavam animadamente do lado de uma mesa num canto da sala, que normalmente não ficava ali, mas agora tinha uma toalha branca e pequenos efeites, além de alguns pratos de salgadinhos. E no centro da sala, o trio Ino-Shika-Chou conversava em pé, Chouji segurando a pequena Chouchou que dormia em seus braços.

Ino, que estava virada para a escada por onde ela acabara de descer, foi a primeira a repará-la.

“Surpresa!!” Ela ergueu os braços para o alto, como quem está orgulhosa do que fez, e falou com o volume normal de sua voz, mas considerando o tom de voz baixo que se espalhava pela sala, chamou a atenção de todos, encerrando as conversas e fazendo todos se virarem para ela.

Temari ainda não tinha reagido, mas viu Shikamaru se virar e sorrir de lado maravilhado, e automaticamente ele começou a andar até ela. Temari teria zombado dele por isso se ela também não estivesse atônita no momento. Ela ainda observou que Gaara se virou para ela e uma expressão de amor e admiração fraternal surgira em seu rosto, e que Kankurou falara alguma coisa para Shino e se virou para andar em sua direção com um sorriso debochado, ao que Shino saiu pela porta. Temari piscou sem entender. Ino disse alguma coisa para Chouji, que se virou para ouvi-la, e Karui também se virou para se dirigir a Tenten e Hinata novamente. Gaara falou algo com Naruto, e então deu umas batidas amigáveis em suas costas e se levantou também.

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Shikamaru a alcançou nesse meio tempo em que ela observava a movimentação ao seu redor. Ela se virou para ele. “O que é isso?”

“Uma festa surpresa, eu suponho.” Ele respondeu ainda sorrindo bobamente.

“E o que eu disse sobre surpresas?” Ela perguntou ainda atordoada.

“Tecnicamente, a surpresa era para mim, e foi Ino que ajeitou tudo, então tecnicamente a culpa não é minha.”

“E porque será que eu sinto cheiro de que você também está por trás disso?” Ela indagou, mais divertida que irritada.

Ele só deu de ombros. “Hmpf. Você sabe que por mim seríamos só eu, você e seus irmãos.”

“E meus irmão vinham e você nem me avisou!” Ela exclamou com irritação. “Nós conversamos sobre isso melhor depois.” Ela disse, ao ver seu irmão do meio se aproximando deles.

“Olá irmãzinha!” Cumprimentou Kankurou, já com seu tom zombeteiro. “Sentiu nossa falta? Já cansou desse seu marido e quer voltar para Suna conosco?”

O sorriso de Temari cresceu ao ter seu choque espantado pela típica implicância de seu irmão. Temari revirou os olhos em fingida moléstia. “Fala sério, mesmo que eu estivesse cansada daqui eu não ia querer voltar para Suna para ser sua babá.”

“Oh querida, você está aqui!” Temari se surpreendeu ao ouvir a voz de uma direção inesperada. Ela se virou rapidamente para encontrar Yoshino saindo da cozinha com um refrigerante e um saco de copos descartáveis na mão.

“Yoshino-san! Você estava na cozinha esse tempo todo com a luz apagada?!” Temari exclamou surpresa por ver sua sogra sair da cozinha escura.

“Ah querida, não se preocupe, eu já conheço bem isso aqui. Além de que nenhum de nós queria te acordar, você precisa descansar bastante.” Yoshino disse amavelmente. “Mas agora que você está aqui, vamos nos juntar aos outros, que você precisa comer para alimentar esse meu netinho.”

Temari sorriu, deixando sua sogra abrir o caminho, e a seguindo logo depois com seu irmão e Shikamaru atrás. Gaara estava se aproximando deles e eles se encontraram no meio do caminho entre a escada e onde os demais estavam concentrados.

“Gaara!” Ela exclamou feliz. “Você veio também? E Shinki?” Ela perguntou ao ver seu irmão mais novo ali depois do nascimento de seu filho.

“Shinki está bem. E eu não podia deixar de vir visitar minha irmã quando ela está tão perto de ter meu sobrinho, especialmente quando ela também foi conhecer o sobrinho dela mesmo estando grávida de vários meses.” Gaara sorria de maneira contida, mas Temari podia perceber a felicidade dele. Temari sorriu de volta afetuosamente para ele. Seu sobrinho Shinki nascera prematuro, como o pai, causando um grande susto e surpresa para todos, mas felizmente deu tudo certo. Mesmo assim, quando Temari soube do nascimento de seu sobrinho, ela fez questão de visitá-los. Shikamaru não gostou muito da ideia no início, mas com a teimosia de sua esposa acabou aceitando e pediu alguns dias de folga para poder viajar com ela. Foi algo um tanto arriscado, Temari admitia isso, mas ela não podia deixar seu irmão sozinho naquele momento.

Depois de cumprimentar seus irmãos, Temari seguiu o conselho de sua sogra, e foi se servir na mesa de salgadinhos. No caminho, ela trocou algumas palavras com cada um dos presentes, e ficou feliz por ver os pequenos bebês na reunião. Todas aquelas pessoas eram parte da vida de Shikamaru de alguma maneira, e agora parte da vida dela também, e futuramente de seu filho. Ela acariciou seu ventre com esse pensamento.

Quando ela parou próxima a mesa, Karui se dirigiu a ela. “E então, em qual estágio da gravidez você está agora? ‘Eu não aguento mais’ ou ‘Pelo amor de Deus tirem essa criança daqui’?”

Temari riu, e Tenten exclamou. “E depois me perguntam porque eu não quero filhos. Sério que sou eu que preciso me explicar?”

“É uma sensação incrível poder segurar seu filho nos braços.” Disse Hinata timidamente.

“Não estou negando isso, só digo que eu não devia precisar me explicar por simplesmete não querer.” Tenten respondeu.

Temari negou a cabeça ainda rindo. “Não devia mesmo.” Em seguida, ela se virou para Karui e a respondeu. “Eu estou na fase ‘Não vejo a hora dessa criança nascer’.”

Karui deu umas batidinhas amigáveis em compaixão e respondeu. “Pelo menos melhora quando eles nascem. Você não precisa mais carregar sozinha e todo mundo pode te ajudar.”

“Mal posso esperar. Vou entregar para Shikamaru e dizer ‘Seu filho. Agora eu vou dormir’.”

Karui riu, a encarou com um olhar de experiente. “Se você conseguir... Boa sorte com isso.” Temari não soube se deveria se sentir aliviada ou preocupada pelas palavras de Karui. Ela só acariciou seu ventre, torcendo que fosse bom...