O Deus de Sempre.

A hipótese dos Shinigamis, Grim Reapers e "Mortes"


Eles começam a andar para sair do beco, então começam a conversar pra não ficar um clima estranho.

—Então...Um Deus né? Tem mais como você? – Perguntou Birth ainda meio desacreditado de que estava conversando com um Deus.

—Sim. E muito, mas muitos, muitos mesmo, tem cada religião esquisita, e culturas com diversos Deuses, é uma bagunça, mas cada um tem sua função, mas muitos que são de outras culturas tem mesmas funções que outros, mas tem uns que não vêm de cultura ou religião nenhuma. Eu sou um desses. – Disse Fisher coçando seus cabelos negros parecendo meio estressado só de lembrar como era o lugar que ele estava antes, infestado de Deuses.

—Imagino...E a sua função, qual seria? – Perguntou, mesmo sem ter um grande interesse nisso, pois não acreditava nessas coisas.-Mas ele ta falando com um deus, acho que o Birth é meio trouxa mesmo.-

—Olha, não tenho que falar sobre isso. Mas e você, já percebi que você é um daqueles ateus que não acreditam nem mesmo vendo né? – Disse Fisher olhando pra Birth com uma cara como que se estivesse querendo zombar da situação de Birth ainda não acreditar em tais coisas mesmo falando com um Deus.

—Bela habilidade de percepção. Acho que vou precisar de provas mais concretas do que ferrar com o Cerberus. – Disse Birth soltando uma risadinha silenciosa.

—É, posso então desferrar ele e fazer ele arrancar sua perna. – Disse Fisher com um sorriso zombador.

—Vejo que vou ter que jogar fora o cartão que diz que sou membro da “Ateus Anônimos” fora. – Disse meio assustado.

—Pera, existe coisa assim? Fala sério, vocês humanos são muito estranhos. – Disse Fisher com uma cara de negação.

—Na verdade, os ateus são estranhos pros humanos normais, então nós somos tipo duas vezes mais estranhos. – Disse olhando pro chão.

—Entendo...Logo logo eles irão perceber que eu sumi da dimensão dos deuses, e eu não vou voltar tão cedo, vou explorar um pouco este lugar. Mas eles também não conseguem manter aquele lugar sem mim. – Disse olhando pro céu azul, era um momento raro, o céu quase sempre tem nuvens cinzas vagando por ele, a poluição naquela cidade não era das menores.

—Você é tão importante assim lá? – Perguntou meio impressionado.

—É, mesmo eu sendo bem mal recebido por eles eu sou essencial praquele lugar continuar em ordem. – Respondeu. – Você não vai ao colégio? Ou algo assim? – Perguntou.

—As vezes. Meio que eu não preciso de ir, eu estudei em casa por muito tempo, aprendi muita coisa nesse tempo, só comecei a ir por que tinha que fazer “contato social” ou algo assim, até que fiz uma amiga lá, ela se interessa por coisas muito estranhas. – Respondeu olhando pra um relógio numa loja “10:20”, como assim? 20 minutos atrás eram 6:00, ele tinha saltado no tempo ou algo assim?

—Como assim “coisas estr--- Foi interrompido quando percebeu que Birth tinha parado de andar olhando meio assustado pra uma loja. – O que você ta fazendo? – Perguntou meio confuso.

Birth olha pra ele assustado. –A uns 20 minutos eram 6 horas...- Disse.

—E? – Perguntou ainda confuso.

—Agora são 10:20! – Exclamou.

—Ah, as vezes quando eu sou evocado, o tempo meio que pode retroceder um pouco, ou pular. É normal. – Disse suspirando. – O que me leva a outra pergunta, por que tinha um ritual de invocamento meu lá? Ninguém, além de você agora, e os outros deuses me conhecem, e eles não vêm pra cá sem motivos, muito menos pra desenhar um ritual pra me invocar numa parede qualquer e depois sair. Isso tá estranho...- Disse com uma cara de quem estivesse querendo respostas, mesmo que agora fosse impossível de ter. – Você vai pra aula hoje, quero ver como é lá, ver as pessoas. – Disse ele novamente sem se importar com a opinião de Birth.

—Ok...Mas como você vai entrar pra escola hoje? A gente ta no meio do ano, não tem como você entrar.

—Cara, eu sou um Deus, se eu quiser eu entro nessa escola em dezembro. Controle mental sempre funciona. – Disse Fisher puxando Birth pra seja lá onde eles estejam indo. – Cadê sua casa?

Birth aponta pra mansão no final da rua. – É aquela lá.

—Wow...Você é um chefe de máfia ou algo assim?

—Quase, só é o que minha mãe deixou pra mim depois que ela foi estudar os pássaros, ou seja lá o que ela tenha ido fazer.

—Entendi, então sua mãe que é uma chefe de máfia?

Birth olha pra ele com uma cara de como estivesse querendo dizer “Você tá brincando com a minha cara né?”. – Não, ela só era rica, só isso.

—Hm...- A esse ponto ele nem prestava mais atenção em Birth, só estava observando as árvores no jardim em frente a casa, os irrigadores, e claro, o tamanho daquilo. – Acho que vou construir uma dessas pra mim quando eu voltar pra dimensão dos Deuses...

Eles chegam na casa, Birth abre os imensos portões de ferro, eles caminham no caminho de pedra que levava até a porta da casa, Fisher ainda só observava tudo. Quando eles chegaram na porta Birth a destrancou e entrou com Fisher lá sem pensar direito no que os empregados pensariam o que um cara alto de cabelos negros , olhos negros e bonito que eles nunca viram na vida estaria fazendo passando os dias na casa dele.

—Wow, parece maior por dentro, legal. – Disse Fisher olhando o lugar.

Birth para e percebe que todos os empregados congelaram vendo os dois entrando, afinal, em 16 anos, Birth não trouxe uma visita sequer praquela casa, era praticamente um milagre. Mas logo depois a expressão deles mudaram, por que Birth estava levando um homem pra casa? O silencio mais uma vez toma conta do lugar. Logo os empregados voltam às suas tarefas.

—Nós vamos pro quarto. – Disse Birth, mais uma vez sem pensar.

Novamente os empregados ficam paralisados com os olhos arregalados olhando pros dois subindo as escadas. Quando eles entram no quarto os empregados começam um tipo de conversa por telepatia, um move a cabeça na diagonal pro lado em que os dois foram olhando pra uma empregada, logo essa empregada dá de ombros dando a entender que também não sabia quem era o ser que acabara de entrar na casa.

***

—Ok, continuando o assunto daquela hora, que coisas estranhas são essas que você diz que sua interessa? – Disse Fisher querendo quebrar o gelo.

—Ah, é coisa que você deve entender, Deuses da Morte, sabe?

—Opa, opa, opa, Deuses da Morte não, quer causar uma guerra racial?!

—Hã? O que eu disse demais?

—Olha, você não generaliza esse tipo de deus, tem vários tipos deles.

—Mas a função é a mesma não é?

—É.

—Então são Deuses da Morte ué.

—Não! – Exclamou. – Olha, eu vivo no meio dessa gente, e posso dizer, melhor que qualquer um, que não se deve generalizar. É complicado.

—Então explica, assim eu entendo melhor.

—São 3 tipos, os Shinigamis, os Grim Reapers e os “Mortes”.

—E qual a diferença?

—Os Shinigamis são criaturas estranhas que matam escrevendo o nome da pessoa num caderno, eles amam maçãs. Os Grim Reapers são a típica visão padronizada de morte, uma caveira dentro de um manto negro que carrega uma foice grande. E os “Mortes” são uns velhos de cabelo negro que usam um anel. Você pode ter uma visão melhor dos Shinigamis vendo o anime “Death Note”, os Grim Reapers você só joga o nome no Google que você acha, e os “Mortes” é só ver o episódio 21 da quinta temporada de Supernatural.

—...Legal, vamos pra aula agora, pra gente colocar você no colégio de uma vez.

—Ta bom.

***

—Você começa a estudar aqui hoje mesmo. – Disse o diretor.

Que magia é essa?! Nunca vi o diretor tão feliz por receber um aluno novo!— Pensou Birth com uma cara surpresa.

Fisher apenas sorria, ele não sabia como lidar com outros humanos direito.

—Mais tarde...-

A aula começa, e tudo que se ouve são os gritos histéricos das garotas pelo aluno novo. Sinceramente, Fisher não consegue compreender o por que de elas estarem gritando histericamente, e começa a olhar pro chão à procura de baratas e ratos. Claro que sem sucesso.

—Apenas sorria e acene. – Susurrou Birth pra Fisher.

Logo Fisher faz o que Birth diz, os gritos aumentam, para Birth estava tudo indo bem, mas para Fisher, tudo parecia piorar.

Eles entram na escola, Fisher era da mesma sala que Birth, logo a movimentação na sala e na porta aumentaram umas cinco vezes, afinal, não era sempre que chegava um aluno novo, bonito, alto, que usa um tapa olho no olho direito.

—Eu to fazendo algo de errado? – Disse Fisher

—Sim, claro, devia parar. – Disse Birth rindo com um tom de ironia.

—Eu entendo a ironia, mas queria entender o por que de todas essas fêmeas estarem gritando loucamente pra mim. – Disse olhando pra porta, observando que elas não eram suficientemente inteligentes pra saber que ninguém conseguiria entrar se tentassem ao mesmo tempo.

—Talvez elas tenham gostado de você...Ou simplesmente acham que um milagre está acontecendo, não tem aluno novo aqui a uns...Sei lá, 6 anos? Não me impressiona o desespero delas por carne fresca. – Disse Birth olhando pra porta, agora em estado de negação, ele não queria aceitar que estudava na escola onde sete meninas estavam tentando passar por uma porta onde não se cabe duas.

—Espera, carne fresca? Elas são canibais ou algo assim? – Disse agora quase aplaudindo o fato de elas terem ficado presas na porta, de onde ninguém consegue tira-las agora.

—Quase isso...Mano, o que tá acontecendo lá?

Tinham umas duas pessoas puxando elas pra fora da porta, sem sucesso é claro. Um cara gordão que tava dentro da sala disse pra quem tava fora sair de perto das garotas, quando eles ficaram longe das garotas o gordo correu como um touro atrás de um toureiro, ele acertou as garotas e elas caíram no chão, o gordão voltou pro lugar como se nada tivesse acontecido.

—Strike! – Susurrou Birth.

Agora a professora chega na sala, fazendo o tumulto acabar, ela chama Fisher e o apresenta pra turma, ela diz pra ele dizer algo e tudo que ele consegue fazer é...

—Oi. – Disse acenando pra turma.

A professora fica em silêncio por alguns segundos e manda ele se assentar. Fisher estava achando isso tudo muito engraçado, ele estava obedecendo ordens, e de um humano!

A professora como era muito dedicada ao seu serviço parou a aula para atender uma ligação. Uma menina de cabelos loiros e olhos castanhos, média, se aproxima de Birth.

—Então o aluno novo centro das atenções que usa um tapa olho é amigo seu? Você nunca me disse que tinha mais amigos...Na verdade eu nem sei se você tem uma casa. – Disse a garota.

—Ah, oi Lily, não é nada disso (E eu tenho uma casa!), ele só quis falar comigo, é normal não é? – Disse Birth meio nervoso.

—E quando eu deixei você se referir a mim assim? – Disse Fisher irritado.

—Cala a boca aluno novo centro das atenções que usa um tapa olho, eu to falando com o aluno não tão novo que quase não vem a aula e que provavelmente mora na rua. – Disse Lily.

—Espera, ele tem uma casa, e exagerada até. – Disse.

—(Ah droga..) – Pensou Birth.

—Espera, como você sabe que ele tem uma casa, você não falou com ele só agora? – Disse Lily um pouco confusa.

—Ehm...Então...Quando eu tava vindo eu vi ele saindo de uma casinha...No meio de um beco. – Disse Fisher um pouco desesperado.

—Mas por que você disse que era exagerada? – Perguntou.

—Na verdade eu quis dizer que era exageradamente pobre. – Disse Fisher conseguindo tomar controle da situação.

—Ah...Eu sabia que ele morava na rua! E você só quis falar com ele por pena eu imagino? – Disse.

—É, é, claro que foi por isso! – Exclamou com um sorriso torto.

—(Eu não sei como, mas ele resolveu vários problemas só com essa conversa.) – Pensou Birth aliviado.

—Ok, seu nome é Fisher não é? O meu como você já deve ter percebido é Lily. – Disse.

—Pera, é Lily mesmo? Achei que era apelido. – Disse Fisher.

—É, todo mundo acha isso. As vezes chega a irritar. – Disse.

O sinal pro intervalo toca, logo a sala fica mais agitada.

—Vamos pra fora. – Disse Birth.

—Ok. – Fisher seguiu ele para fora da sala deixando Lily pra trás.

—Morador de rua uma ova, ele tá escondendo alguma coisa de mim, e eu vou descobrir o que é. – Disse Lily um pouco pensativa.