Naruto - A História Reescrita:

Capítulo III - As Duas Meninas:


~Idade: Doze Anos – Primeira Saga:~

— Sakura-san, de novo sozinha no recreio? – perguntou a perolada, se aproximando de Sakura, que calmamente bebia chá e comia onigiris. – Olhando pelo lado bom, você se alimenta bem, acha que o Naruto-kun gostaria de comer onigiris meus? – ela se sentou ao seu lado.

— Nossa, você é sempre tão preocupada com o inconsequente do Naruto! – Sakura retrucou, sorridente. A outra, Hinata, demonstrou uma feição de: “claro!”.

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Era o terceiro dia que as duas almoçavam juntas, no recreio da Academia, isso porque Naruto passaria uma semana fazendo serviços comunitários por ter atacado aquele certo chuunin, e por isso não poderia ir assistir a aula. Nos finais das aulas, Hinata sempre ia buscar o seu amado companheiro, levando também as anotações e os dois iam para sua pequena, mas confortável, casa.

Aquele início de tardinha estava particularmente agradável, devo dizer. Hinata olhava para o céu azulado e com poucas nuvens, tomando cuidado para não queimar a vista com o sol, que teimava em brilhar e iluminar o mundo. Ela sorriu com esse pensamento, pois via a mesma coisa em Naruto. Sakura, notando que a colega estava muito pensativa, decidiu puxar uma conversa.

— Sabe, acho que vou visitar o Naruto também, depois da Academia – ela disse. – Será que ele deixa? – ela pergunta, então.

Hinata para de olhar o céu, se vira para Sakura e começa a rir. Sakura a olha, indignada e sem entender o motivo das risadas.

— Não ligue para o Naruto-kun, Sakura-san – Hinata dizia, entre risos. – Ele só é agressivo com quem é mau com ele ou com outras pessoas, ele te perdoou e eu também. Particularmente, ele falou muito bem de você, quando falava das nossas conversas.

— A-ah... – a Haruno gaguejou. – Então tudo bem.

Por algum motivo, ela queria se dar bem com Naruto e se dar cada vez melhor com Hinata. Hinata sorria.

— O Naruto-kun apenas faz o que acha que deve fazer, mas ele nunca foi um demônio – Hinata diz, de forma reflexiva.

— Por que você se importa tanto com ele, Hinata? – Sakura decide perguntar. – Você até mesmo largou o seu clã, eu soube que você até tem uma irmã lá!

Hinata bufou, não estando pronta para contar uma longa história.

— O que acha de eu, você e o Naruto-kun sairmos para comer ramen de noite? A gente adora e o Teuchi-san é sempre legal com a gente – Hinata fez esse anormal convite, pelo menos para a Haruno, que até se surpreendeu que alguém os tratasse bem na vila. – Aí eu e o Naruto-kun te contamos tudo que precisa saber.

Sem ao menos pensar para responder, Sakura aceitou, mas deixando claro que queria, mesmo assim, visitar Naruto depois da aula. Hinata bufou de novo, Sakura decidiu, então, verificar uma certa incerteza que tinha sobre tudo aquilo.

— Hinata, se eu te perguntar algo, você promete não ficar brava? – Sakura perguntou.

— Só se você me der um pouco desse onigiri – Hinata brincou. – Sério, parece estar delicioso!

Sakura alegremente dividiu sua comida com a nova companheira de conversas, mas de maneira impiedosa, perguntou um tabu.

— Hinata, eu queria saber se você não gosta que eu queira me aproximar do Naruto – ela perguntou exatamente isso, enquanto Hinata mastigava o onigiri com vontade.

Depois de engolir, ela entendeu onde a Haruno queria chegar. A Uzumaki era mesmo esperta e a Haruno, temerosa. Ela achou graça, era uma pergunta tão boba! Hinata olhou novamente para o céu, sorrindo; Sakura até chegou a pensar se a perolada não iria responder a sua pergunta.

Depois de longos e tortuosos minutos, Hinata abriu a boca para falar, ainda olhando distraidamente para o céu.

— O Naruto-kun foi, é e sempre será o meu salvador – ela disse. – Ele é o lugar para onde sempre poderei retornar, é a outra parte do meu coração e da minha alma – ela continuou. – A dor dele é a minha dor, a felicidade dele é a minha felicidade – ela dizia tudo isso com uma voz absolutamente serena. – Tudo que eu quero é estar com ele, sempre e sempre, protege-lo, ser o seu suporte, amparo, protetora, amor e família – ela terminou de dizer e, então, olhou para Sakura. – Como acha que o Naruto-kun se sente? – foi fatal! Ela olhava firmemente nos olhos de Sakura, esperando uma resposta.

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— Bem, eu... – ela tentava encontrar palavras. – Sinceramente, eu... – ainda não. – Eu acho que ele se sente grato por você estar com ele, acho que você é aquela que ele sempre vai proteger e a pessoa mais importante para ele.

— Bingo! – Hinata disse, depois de um tempo. – O meu coração é o coração dele. Você acha que eu vou me incomodar dele ter uma amiga?

Realmente, mesmo para Hinata era óbvio que ninguém poderia separá-la de Naruto. Sakura ficou aliviada, não queria causar intrigas entre os dois por se meter ali no meio.

— Por falar nisso, o que você vê naquele Uchiha? – Hinata perguntou, mas quando Sakura ia responder, eis que o sinal do final do recreio toca. – Conversamos mais no final da aula, vamos voltar!

Todos estavam, obviamente, estranhando tudo aquilo – logo Sakura, a miss correta da Academia, passando os dias com uma garota que, apesar de ser uma aluna dedicada, passava algumas tardes mutilando e até matando aldeões! Uma garota que não media palavras, que tratava todos que afrontavam Naruto como seres repulsivos, uma garota que foi deserdada de seu clã por causa do garoto da Kyuubi!

...

Poucas horas depois, Naruto podia perceber três coisas óbvias:

Primeira: o Velhote Sandaime estava pegando leve com Naruto, apesar de tudo, e reconhecia Naruto como algo mais do que um delinquente. Razão disso era que o “castigo” de Naruto foi cuidar do neto do Sandaime, Sarutobi Konohamaru. Ora, se o Sandaime visse Naruto como um sociopata, jamais deixaria o seu neto sob seus cuidados. Em contrapartida, o Velhote queria a todo custo “reeducar” Naruto, mostrar para o próprio que ele podia ser gentil, que nem todos seriam maus com ele.

Segunda: o garoto era mimado e besta, mas possuía uma firme convicção de derrotar o seu avô e queria aprender técnicas com Naruto. Bem, pelo menos, para Naruto, ele tinha bom gosto.

E terceira: bancar a babá, apesar dele ter gostado do moleque, não era a sua vocação. Era um saco!

— Konohamaru – Naruto disse, entediado. – Já brincamos muito de ninja, vai logo tomar banho que eu vou pra casa.

— Mas já, Naruto-nii-chan?! Fica mais um pouco, eu tô quase dominando o Oiroke no Jutsu! – o garoto suplicou.

— Acontece que tem gente me esperando lá fora, guri – Naruto sorriu, se levantando do chão da enorme sala de madeira onde descansava. Lá haviam vários brinquedos, shurikens e revistas ninjas espalhadas! – Amanhã eu volto – ele fez um cafuné no garoto, que estava sem o seu protetor na cabeça. O menino sorriu.

— Volte mesmo, pois você está falando com o futuro Hokage de Konoha! – ele diz e Naruto sorri, sussurrando algo como: “menino besta”, embora de uma maneira surpreendentemente terna.

Logo após, ele se dirigiu até a porta, esperava, pelo horário, encontrar Hinata o aguardando do lado de fora, e ele não estava errado em tudo, apenas não esperava por uma coisa:

Hinata havia levado Sakura e... as duas estavam extremamente bem vestidas – Hinata com um vestido branco, até mesmo perolado, e Sakura com um belo vestido avermelhado. Após abrir a porta, ele arqueou uma sobrancelha.

— O Konohamaru-kun tá aqui? – Hinata perguntou, se jogando nos braços do loiro e o abraçando em seguida, pelo ombro.

— Sim, mas o que é isso? – Naruto perguntou, surpreso.

— Oi, Naruto... – Sakura diz, sem graça. – Será que eu posso ser amiga de vocês? – Sakura perguntou, parecendo estar no piloto automático, mas logo percebeu o que disse e tapou a boca, envergonhada.

— Você finalmente fez a pergunta certa, Sakura-san! – Hinata disse, abraçada, dessa vez, ao pescoço de Naruto. – Viu como ela é legal, Naruto-kun?! – ela diz para o amado companheiro, que apenas sorri.

— Claro, Sakura – ele responde. – Mas pelas roupas, posso supor que a Hinata te convidou para uma noitada de ramen com a gente, então isso já oficializa a nossa amizade.

— E sua, Hinata? – Sakura perguntou. – Posso?

— Eba! – Hinata exclama como uma criança, bastante feliz. – Finalmente você percebeu que somos amigas faz uns dias!

Aliás, de certa forma, todos ali estavam bastante felizes. Naruto se viu sentindo algo diferente a respeito das pessoas – o pequeno Konohamaru passou a trata-lo como mestre e irmão mais velho, Hinata sempre foi a sua intocável e imaculada, o ser mais importante de sua modesta vida; e Sakura era uma nova amiga.

Naruto tentou esconder que estava emocionado, mas Hinata percebeu e sussurrou em seu ouvido:

— Acho que a gente fez besteira sendo mau com todo o mundo – ela disse. – Vamos ser só com quem merece, mas agora eu vou brincar um pouco com o Konohamaru-kun. Se você, por acaso, ensinou aquele jutsu de transformação horrível para ele, vai ficar sem as anotações da Academia.

Hinata estava mentindo, ela sempre dava as anotações, mas não queria que Naruto ensinasse coisas erradas para o adorável neto do Hokage. Ela enfim deu um beijo na bochecha do rapaz e se desgrudou dele, indo até o pequeno Konohamaru. Naruto, então, convidou a sua nova amiga para entrar.