POV Matheus

Eu realmente estava feliz com tudo o que estava acontecendo na minha vida e nunca pensei que Helena, seria o principal motivo disso está acontecendo. Cada vez mais ela me surpreendia e eu ficava mais apaixonado por ela. É claro que eu tinha um pouco de medo disso, porque nunca tinha me entregado de verdade a alguém, mas no fundo sabia que não poderia lutar contra esse sentimento.

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Eu dirigia calmamente observando a estrada enquanto voltava para casa depois de ter deixado Helena na casa dela. O sol já havia se posto e alguns vaga-lumes já começavam a aparecer. Um pensamento passou pela minha cabeça. Um pensamento que eu tentava de todas as maneiras evitar, mas em algum momento eu teria que enfrentar.

Eu precisava decidir para qual faculdade iria e sabia que mesmo que quisesse passar um ano decidindo, Helena não deixaria. Ela era muito racional para isso. Eu tinha recebido algumas bolsas de algumas universidades fora do país, mas eu não queria ir pra longe da minha família e, principalmente, de Helena. Isso parecia coisa de adolescente apaixonado, mas eu não estava me importando. Eu não poderia deixar a pessoas que fazia eu me sentir feliz como nunca tinha estado antes.

Quando parei em frente ao estacionamento da minha casa escutei meu celular tocar, tirei o aparelho do bolso e atendi assustado ao ver o número de Helena.

– Matheus? – perguntou Helena com a voz rouca e alarmada.

– Oi, ta tudo bem? – perguntei depois de perceber sua voz assustada.

– Você pode vim aqui em casa? – Ela estava realmente preocupada e eu comecei a me desesperar pensando no que poderia ter acontecido.

– Posso! Já to indo. – disse voltando a ligar o carro que eu tinha acabado de desligar.

– Ok, Não demora. – pediu ela com a voz fanhosa desligando o telefone.

Eu liguei o carro e disparei pra casa dela. Eu estava realmente preocupado pensando no que poderia ter acontecido.

Depois de alguns minutos pisando fundo no acelerador finalmente cheguei à casa de Helena. Sai rapidamente do carro e não precisei bater na porta. Todos estavam reunidos na varanda. Quando cheguei Helena berrava ao telefone. Diego e seu pai estavam ali com a mãe de Helena, seus olhos estavam cheios de água.

– Como pode ter feito isso com agente? – gritou Helena para alguém no telefone. Ela ainda não tinha me visto. – Me acalmar? Você não faz idéia do que agente passou... Eu sei que você estava separado da minha mãe, mas não estava de mim! Eu não precisava de você o tempo todo, mas você poderia aparecer de vez em quando ou, pelo menos, mandar a droga do dinheiro que você tanto tem medo de gastar. – eu realmente fiquei assustado com suas palavras. Ela estava falando com o pai dela. Eu não conhecia muito a estória da família dela, só sabia que os pais dela eram separados e que o pai nunca aparecia, mas eu realmente não sabia o que estava acontecendo.

Meus olhos foram de Helena para os outros que também pareciam está tão alarmados quanto eu. Diego olhou para mim com os olhos vermelhos.

– Você se importa mesmo? Ela parece está muito feliz com outro. – disse Helena ainda no telefone olhando para a mãe. Foi nessa hora que a minha ficha caiu. Até agora eu não tinha entendido porque o pai de Diego estava ali, mas agora tudo tinha se explicado.

– Vocês... – eu não consegui terminar. Meus olhos iam da mãe de Helena para o pai de Diego.

Finalmente Helena percebeu que eu estava ali e veio pra perto de mim. Eu passei meus braços ao redor dela enquanto ela escutava o que o pai dizia pelo telefone. Eu queria que tudo desse certo pra ela como tinha dado para mim, mas parecia que ela não tinha gostado muito da idéia do pai de Diego com sua mãe.

– Eu não quero ti ver nunca mais. – disse ela com a voz angustiada. Eu a apertei mais em meus braços dando-a segurança. – O QUÊ? – gritou ao telefone se afastando de mim. – Você não está falando sério, mas se estiver não ouse... – ela parou de falar na mesma hora que viu um carro azul se aproximando da sua casa.

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Todos olharam na direção do carro enquanto ele parava na calçada. Helena estava mais perto da calçado com o celular na mão. Todos estavam ansiosos para saber quem estava dentro do carro. A porta do motorista se abriu e um homem, que aparentava ter uns trinta e cinco anos, saiu de dentro do carro. Ele estava bem vestido com uma camisa azul claro de manga comprida e uma gravata vermelha. Suas feições eram parecidas com as de Helena e seu cabelo estava arrumado com gel. Seus olhos eram castanhos claros e transpareciam segurança e perspicácia.

– Olá família! – disse o homem abrindo um sorriso com seus dentes perfeitamente brancos.

– O que você está fazendo aqui? – perguntou Helena com fúria deixando o celular cair no chão e dando um passo para trás enquanto o homem se aproximava dela. – É melhor você voltar para o lugar de onde veio. – disse ela com amargura.

– Não é assim que se fala com seu pai. – disse o homem abrindo os braços para abraçar Helena. Realmente os dois tinham uma semelhança incrível. Ele tinha os mesmos olhos tempestuosos e o mesmo nariz empinado de Helena.

– Você não é meu pai. – Helena respondeu cuspindo as palavras. O homem se encolheu, mas não tirou o sorriso dos lábios.

– Helena, não o trate assim. – repreendeu a mãe com a voz rouca.

– Quem é você pra falar alguma coisa? – retrucou para a mãe. Eu não estava reconhecendo-a.

– Ei, não fala assim com sua mãe. – disse o pai de Diego. Helena nem se deu ao trabalho de olhar para ele, apenas o ignorou.

– Filha, eu sei que está chateada comigo, mas eu posso explicar. – falou o pai dela calmamente.

– Já disse que não sou sua filha. – gritou ela.

– Helena, por favor. – suplicou Diego. Helena se virou para ele e lançou um olhar mortal.

– Diego, não ouse dizer nada. – respondeu ela. O que tinha acontecido ali era muito grave. Eu nunca tinha a visto tratar Diego daquela forma.

– O que está acontecendo aqui? – não acreditava que aquelas palavras tinham mesmo saindo da minha boca, mas eu estava sufocado com aquilo tudo.

Helena olhou para mim, mas seus olhos só demonstravam angustia e desespero. Eu fui até ela e a abracei com força. Todos ficaram em silêncio por alguns minutos nos observando.

– Minha mãe está no-noiva do pai de Diego. – disse ela em meu ouvido e eu a senti tremer em meus braços. Eu afaguei seus cabelos. – Diego já sabia de tudo... Até meu pai já sabia. A única que não sabia de nada era a idiota aqui. – disse ela depois que nos separamos.

– Querida, nós não queríamos ti magoar. – disse a mãe dela.

– Você disse que meu pai tinha desaparecido! – gritou Helena se virando para a mãe.

– Eu não menti, mas há alguns dias ele entrou em contado e eu não sabia se deveria te dizer. – disse a mãe abaixando a cabeça.

– Como pode ter escondido isso de mim? – perguntou Helena aos berros caminhando na direção da mãe.

– Fui eu que pedi. – disse o pai com a voz baixa. Helena olhou para ele alarmada.

– Como é? – perguntou ela impressionada.

– Quando eu soube que estava falido resolvi sair da cidade para ver se conseguia ganhar dinheiro fora do país, mas não contei nada nem pra você nem pra sua mãe. Eu sabia que sua mãe cuidaria de você e que vocês não precisavam de mim... Só não contava que sua mãe perdesse o emprego. – disse o pai abaixando a cabeça e passando as mãos no cabelo liso.

Um silêncio encheu o lugar e eu não fazia a menor idéia do que fazer. Helena olhava para os próprios pés com uma expressão triste e ao mesmo tempo furiosa.

– Isso não é desculpa! Você foi embora sem deixar nenhuma explicação. – disse Helena levantando a cabeça e olhando para o pai.

– Eu quis deixar uma carta, mas não sabia o que falar. Você e sua mãe pareciam tão bem sem mim. – disse o pai ainda de cabeça baixa.

– Você acha que eu estava bem? Eu nunca estive bem desde que vocês se separaram, mas vocês são tão egoístas que nunca se preocuparam com isso. Nunca perceberam como eu estava sofrendo por dentro. – Algumas lágrimas caíram do rosto de Helena enquanto ela falava e eu me surpreendi vendo aquela cena. Ela parecia tão forte e tão autoconfiante que eu achei que nunca fosse vê-la chorar, mas ela apenas parecia. No fundo ela era frágil como qualquer pessoa.

– Nós nunca nos preocupamos com você, porque achávamos que estava tudo bem. Você nunca aparentou está triste ou chateada com a nossa separação. No inicio, eu e seu pai, estranhamos seu comportamento tão natural diante de uma situação dessas. Geralmente as crianças sofrem muito quando os pais se separam, mas você parecia à mesma garota de sempre. – disse a mãe pensativa.

– Desde que eu era criança já era mais madura que muitos adultos. Eu sabia o tempo todo o que estava acontecendo, mas nunca disse nada, porque não queria que vocês ficassem juntos por minha causa... Mas eu nunca me senti bem com isso e nunca tive alguém para conversar sobre esse assunto. Foi por isso que eu mudei tanto, que eu me fechei tanto, que eu deixei de ser a pessoa alegre que eu era antes... – disse Helena se perdendo nos próprios pensamentos.

Todos ficaram em silêncio perdidos em pensamentos.

– Eu sinto muito meu bem. – disse a mãe se aproximando da filha que estava quase aos prantos. Eu queria confortá-la, mas estava em choque com aquilo tudo.

E eu que pensava que a minha família tinha problemas. – pensei enquanto tentava recuperar minha consciência.

Eu achei que Helena iria brigar, mas uma vez com sua mãe, mas desta vez ela se rendeu e a abraçou demoradamente. O pai se aproximou mais das duas e sorriu ao ver a cena.

– Eu também sinto muito, querida. – disse o pai assim que Helena se afastou da mãe.

– Pai, eu não sei se eu posso ti perdoar agora. Eu estou confusa com tudo isso e só quero ficar um pouco só. – disse ela olhando para os olhos do pai. Ele assentiu com a cabeça.

– Helena, eu também queria pedir desculpas! Você é minha melhor amiga e minha irmã e eu deveria ter ti contado antes, mas você estava tão feliz com Matheus que eu tive medo de estragar sua felicidade. – disse Diego se aproximando de Helena e abriando os braços para que ela o abrassasse.

– Eu te amo. – disse Helena antes de correr para abraçá-lo. – E ti desculpo, contanto que você nunca mais esconda algo de mim. – ela sussurrou em seu ouvido enquanto ainda estavam abraçados.

– Eu também sinto muito por isso. – disse Diego apontando para o pai dele.

– Com esse ai vai ser um pouco mais difícil para eu me acostumar. – respondeu Helena emburrada e olhando o homem com desprezo.

– Mas você não precisa se acostumar com ninguém, filha. – disse o pai de Helena com um sorriso.

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– Como assim? – perguntou ela juntando as sobrancelhas. A mãe e o pai se aproximaram dela mais uma vez. Ambos com um sorriso no rosto.

– Como eu disse antes, eu fui para o exterior porque estava falido, mas consegui abrir um grande negocio lá e consegui fazer uma pequena fortuna. – disse o homem rindo. Helena deu de ombros como se não entendesse aonde ela se encaixava naquilo tudo. – Como eu sou um homem muito influente, consegui uma bolsa de estudo para você na melhor universidade de Nova York!

– O quê? Isso é sério? – perguntou ela olhando para a mãe que assentiu com a cabeça. – Eu não acredito... Eu... – Helena estava em choque como se ainda não tivesse entendido o que estava acontecendo. Mas eu tinha. Isso queria dizer que ela poderia ir comigo para uma das melhores universidades que com certeza meu pai apoiaria.

Não pude conter minha alegria e corri para beijá-la. Ela se assustou, mas não recuou. O beijo foi ficando mais intenso e a única coisa que eu me importava era está ali com ela para sempre, nunca mais deixar que ela se soltasse dos meus braços.

– O que... Foi... Isso? – perguntou Helena quando nos separamos ofegantes. Eu sorrir para ela e pisquei.

– Eu sei que você tem duvidas, mas saiba que eu te amo de verdade e é você que eu quero pelo resto da minha vida, nem que para isso eu tenha que agüentar os seus abusos todos os dias. – disse a ela com um sorriso brincalhão. Eu sabia que cada palavra que eu havia dito era real e mesmo que eu não soubesse no que tudo isso iria dá eu queria me arriscar, porque eu queria aquela garota para sempre. – Eu não fiz isso da maneira correta, me perdoa... – Eu me virei para o pai de Helena. – Senhor eu queria pedir, oficialmente, a mão da sua filha em namoro. – disse olhando para ele.

– Você me parece ser um bom rapaz. – disse o homem me analisando. – Tudo bem. Se for isso que ela quer... – ele suspirou abaixando a voz. Eu me virei para Helena e segurei uma de suas mãos.

– Eu nunca fiz isso com ninguém, mas também nunca senti algo tão forte assim... Helena, você aceita namorar comigo? – disse olhando-a nos olhos. Vi uma leve ruga se forma em sua testa. Eu tirei um pequeno anel que estava em meu bolso. – Faz algum tempo que eu queria ti dar isso, mas não tinha encontrado o momento... Acho que agora é a melhor hora. Então, você aceita? – perguntei tentando não parecer nervoso com todo mundo olhando para mim.

– Eu não sei... – disse ela estreitando os olhos e sorrindo. – Me deixa pensar. – ela colocou um dedo no queixo fingindo uma pose. Eu revirei os olhos. – É claro que eu aceito seu bobo. – disse ela batendo em meu ombro e me beijando. Eu a agarrei pela cintura colando nossos corpos, mas logo ouvimos um pigarro atrás da gente.

– Eu deixei você namorar com ela, mas vamos por alguns limites. – disse o pai de Helena, que a propósito se chamava Ian.

– Tudo bem, sogrão! – disse sorrindo para ele que apenas deu uma piscadela e me socou de leve no ombro.

– Então você vai para a universidade de Nova York? – perguntou Ian para a filha. Helena suspirou e olhou para mim. Eu sorrir para ela e acaricie seus cabelos.

– Tudo bem... Mas não espere muita coisa de mim. – disse ela com um pouco de rancor na voz.

– Eu não espero que me perdoe tão cedo, mas isso já é um começo. – disse Ian sorrindo. – Independente de tudo... Eu te amo, filha. – disse o pai estendo uma mão para Helena. Ela observou sua mão por alguns segundo e depois o abraçou deixando Ian surpreso.

– Alguém está com fome? – perguntou a mãe de Helena.

– Eu to com muita. – disse Ian levantando as mãos.

– Eu também. – respondeu Diego com uma mão na barriga e dando uma careta.

Todos entraram na casa, só restando eu e Helena do lado de fora. Ela estava com uma expressão indecifrável.

– O que foi? – perguntei em seu ouvido ao abraçá-la por trás.

– Nada. – respondeu ela olhando para o céu.

– Não parece nada. – disse rindo baixo em seu ouvido fazendo-a sorrir também.

– É só que, agora, tudo vai ser diferente. Tudo vai mudar... E eu não gosto de mudanças, pelo menos, não as radicais. – disse ela ainda olhando para o céu. Por um momento eu segui seu olhar e vi um céu perfeitamente estrelado.

– Ninguém gosta de mudanças, mas, as vezes, essas mudanças vem para melhor. – disse calmamente eu seu ouvido. Eu sabia exatamente qual era a preocupação dela e sabia que também estava assustado com todas as mudanças que estavam acontecendo na minha vida, mas, de alguma forma, eu sabia que aquelas mudanças significavam algo melhor para nos dois.

– Será? – perguntou ela baixo demais, mas eu ainda pude escutar.

– Eu tenho certeza. – respondi antes de beijá-la.