Love Story

Surtar de Raiva + Morrer de Amores = Pais


Warrick não era muito de aprontar, mas como qualquer criança, tinha picos de surtos incompreensíveis. Duas semanas depois que voltaram e que conheceram Maggie, foi um dos dias de surtos de criança levada.

O dia começou lindo. Que irônico. Já era outono e os dias estavam levemente frios e alaranjados.

Grissom ia ajudar no laboratório como consultor por um dia a pedido de Catherine, e levantou cedo pra ajudar no fim do turno, já que eles não iam descansar quando acabasse, já que iam fazer turno duplo descansando entre os intervalos.

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Ao acordar, olhou para Sara e sorriu. Ela havia pedido para ele lhe acordar na hora que fosse sair, mas estava com dó de acordá-la. Ricky a manteve acordada até tarde e ela devia estar exausta.

Levantou-se e fez o que sempre fazia. Foi fazer sua higiene matinal, em seguida passou no quarto de Warrick para ver como ele estava e depois foi até a cozinha preparar o café.

Enquanto a água esquentava ele foi trocar de roupa. Se trocou sem fazer barulho para Sara não acordar e voltou à cozinha. Fez o café e as panquecas dela, viu uma mensagem em seu celular e foi até o quarto.

Chegou perto da cama e a acordou.

— Amor?- tocou seu ombro.- ela resmungou. — Você pediu pra eu te acordar, lembra?

Ela se espreguiçou e bocejou ainda de olhos fechados.

— Ai, que preguiça!

Bocejou mais uma vez, ele sorriu e ela abriu os olhos.

— Bom dia.- beijou seu ombro.

— Bom dia... Já está indo?

— Uhum. Ricky ainda está dormindo. Abby me mandou uma mensagem, disse que só volta amanhã à noite.- ela assentiu. — Já vou. Me dá um beijo?

Sara enlaçou o pescoço dele e o puxou para um beijo longo.

— Bom trabalho.

— Obrigado. Tenha um bom dia.- beijou sua testa. — Te amo.

— Também te amo.

Gil pegou sua pasta — que Catherine lhe enviou para estudar o caso — e saiu do quarto entrando no quarto do filho em seguida. Ele ainda dormia. Deu um beijo em sua testa e foi pro laboratório.

Sara ficou lá na cama por alguns minutos criando coragem pra levantar, até que não houve mais alternativas, pois seu filho estava chorando e chamando por ela.

— Mamãe já vai, meu amor.

Assim que Ricky ouviu a voz dela dizendo que já iria até lá, ele parou de chorar.

Sara levantou-se, bocejou mais uma vez, ajeitou o cabelo, e foi até o quarto de seu pequeno príncipe.

— Mamãe?

— Oi, meu anjinho!- Sara o pegou no colo e deu vários beijos em seu rosto. — Bom dia.

— “Bu dia”.- ele respondeu.

— Cadê o beijo da mamãe?- Ricky sorriu e deu um beijo estalado em sua bochecha. — Ai que beijo gostoso!

Warrick riu.

— Cadê o papai?

— Foi trabalhar. Mas ele deixou seu leitinho pronto.- Sara tentava tirar ele do peito aos poucos, ele quase nunca mamava no peito agora, só na mamadeira.

— Eeeeeh!- ele comemorou pulando no colo da mãe.

— Quer ir andando pra cozinha?

— “Quelo”.

Sara colocou as meias nos pés dele e o colocou no chão.

— Pronto.

Ricky pegou na mão da mãe e a puxou para irem tomar café.

— “Canqueca!”- ele gritou ao ver o prato de panquecas sobre a mesa.

— Cuidado quando for sentar, amor. Deixa que a mamãe ajuda você.- Sara o pegou e o colocou sentadinho em cima da almofada na cadeira, pois ele não cabia mais na cadeirinha de bebê. — Pronto.

— Leitinho!- ele pediu sorrindo.

Sara lhe entregou sua mamadeira com leite quente.

— Dormiu bem, meu amor?- Sara perguntou após tomar um gole de café.

— Uhum.- ele respondeu com um pedaço de panqueca na boca. Ao terminar de mastigar e engolir, ele prosseguiu. — “Eu sonhei com um dinossaulu”!

— Nossa! Um dinossauro?

— Uhum. E eu fiquei blincando com ele numa foresta beeeem garandona!

Sara sorriu.

— Mesmo? Vocês viraram amigos?

— Aham.- sorriu feliz.

— Que legal, amor!

— “Mamãe, existe dinossaulu de vidade?”

— Existia. Há muito tempo. Mas eles foram extintos.

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— “Foro quê?”- ele não entendeu, o que fez Sara sorrir.

— Extintos. Quer dizer que não existe mais nenhum deles no mundo inteiro.

— Ah...- ele ficou triste.

— Mas olha... Tem vários dinossauros criados para serem iguais aos de verdade. Mas acho que vai ter medo de ir vê-los.

— “Não mamãe, não vo não”.- ele se animou e agora queria muito conhecer os dinossauros. — “Eu quelo vê.”

— Um dia a mamãe e o papai te levam, tá? Antes de voltarmos pro barco e a Maggie já estiver com a gente.

— Tá.- ele sorriu. Estava mais ansioso pra ver os dinossauros agora do que pra ter uma nova irmã.

Terminaram de tomar café e foram assistir um pouco de TV. Assistiram um desenho animado por umas meia hora e Sara resolveu dar uma geral na casa para que quando Gil chegasse já estivesse tudo adiantado e eles pudessem sair juntos.

— Bom, filho... A mamãe vai fazer faxina na casa e você tem que prometer que vai ficar quietinho na sala enquanto eu faço isso. Ok?

— Uhum.

— Diga: Eu prometo.

— “Eu plometo.”- sim, pra mim crianças falam que nem o cebolinha nessa idade, dá licença.

Enquanto Sara se preparava pra limpar a casa, Warrick pegava sua caixa de brinquedos e arrastava até a sala. Sara pediu para que ele não tirasse nenhum brinquedo até ela arrumar a sala então ele ficou desenhando enquanto isso não acontecia.

Sara colocou água em todas as plantas da casa e pôs-se a lavar a estufa. Voltando pra dentro, Sara começou pelos quartos dos filhos. Depois limpou a sala de estar, e assim, Ricky pôde brincar no enorme tapete macio da sala. Os próximos cômodos foram a cozinha e a sala de jantar. Ela somente organizou um pouco a cozinha, pois ainda faria o almoço para ela e o filho, se limpasse naquele momento teria que limpar novamente depois, então, optou por não fazê-lo. Foi seguindo o corredor até seu quarto onde limpou o mesmo e o banheiro. Trocou os lençóis da cama por um totalmente branco com o desenho de algumas flores nos forros dos travesseiros. Ao terminar, lavou o banheiro principal e deu a hora de preparar o almoço. Coisa básica por motivos óbvios, e enquanto a comida não ficava pronta ela limpava a lavanderia. Não demorou muito e ela e Warrick já estavam almoçando.

Depois, Warrick voltou a brincar e Sara tratou de limpar a mesa e a cozinha, e depois foi até o quintal dos fundos varrer as folhas e regar as plantas de lá. Quando terminou, jogou-se no sofá. Estava cansada. Essa era a parte ruim de ter casa grande, mesmo levando em consideração de que sempre tinha a ajuda de Gil pra limpar.

Quando ia levantar para ir beber um copo d’água, Gil chegou.

— Papai!- Warrick se levantou do tapete e correu até a estufa para abraçar o pai assim que o viu entrar.

— Ooi garotão!- Gil o pegou no colo. Ricky o abraçou e ele beijou sua bochecha gostosa. — Tudo bem?

— Tudo.

Gil olhou para Sara que foi até eles.

— Oi abelhinha.- ela o abraçou. Ricky ainda estava no colo do pai e bagunçou o cabelo da mãe. Sempre que fazia isso, ela fazia uma careta que o fazia rir. Nunca perdia a graça pra ele.

— Como foi?

— Foi ótimo, mas estou muito cansado. E você?

— Cansada ao quadrado.

Gil observou a casa e olhou para Sara novamente.

— Fez faxina?- ela assentiu e ele colocou o filho no chão que saiu correndo pro tapete. — Mas, amor, a casa é enorme pra você limpar sozinha. Podia ter me esperado chegar pra te ajudar.

— Relaxa, Griss!- ela sorriu e lhe deu um beijo curto.

— Foi por isso que me pediu pra te acordar?

— Foi.- sorriu travessa.

— Ótimo, da próxima vez eu não acordo.

— Hey!- ela riu e o fez rir também.

— Papai!- Rick chegou perto deles novamente com seu caderno de desenho.

— Oi filho.

— Olha o desenho que eu fiz.- mostrou a folha que estava desenhada com o que parecia ser um dinossauro, mas Gil não soube decifrar o que era.

— Olha! Que lindo! Mas... o que é isso?

Sara quis rir, mas se conteve.

— “Um dinossaulu, papai!”- o menino o repreendeu, pois pra ele era óbvio o que estava desenhado na folha.

— Ah, é mesmo! Desculpe.

— Dãã!

Gil e Sara riram.

— Amor, fica com ele enquanto eu tomo um banho?

— Claro, vai lá.

Sara preferiu tomar banho no banheiro principal. Passou uns vinte minutos lá dentro. Tomou um banho relaxante na banheira e ao terminar passou óleo corporal por todo seu corpo. Estava renovada! Saiu do banheiro e nem notou no que aconteceu, foi até a lavanderia e pendurou a toalha no varal. Mas ao sair da lavanderia e olhar pro corredor...

— Mas o que...?

Uma das paredes do corredor estava riscada de giz de cera. Sara andou por ele indo direto pra sala e o que encontrou? Quase todas as paredes riscadas de giz e alguns desenhos com canetinha, Warrick sentado no tapete brincando com seu ursinho e Grissom... dormindo???

— GRISSOM!!!

Gil levantou do sofá no mesmo instante que ouviu o grito dela. Havia cochilado enquanto Warrick desenhava.

— O que houve?- perguntou assustado.

— Eu é que te pergunto! Que droga aconteceu aqui??

Grissom viu a situação da casa e olhou pro filho, que tinha se assustado com o grito da mãe.

— Warrick!- o repreendeu.

Ricky se encolheu e abraçou o ursinho, com medo de seus pais. Pois eles nunca ficaram tão bravos.

— Warrick Sidle Grissom!- Sara tentou não gritar. Não estava acreditando no que via e estava furiosa. — Por que você fez isso? O que deu em você??

Warrick não respondeu e continuou imóvel.

Sara se virou e olhou pra sala de jantar que tinha se salvado da arte do filho. Ela então parou e…

— Gil... pelo amor de Deus…-disse pausadamente. — Diga que ele não chegou perto do nosso quarto.– falou aparentemente calma, mas estava uma fera.

Gil abriu a boca como se fosse dizer algo, mas nada saiu. Sara correu até o quarto seguida de Gil e ao chegar na porta, a fúria tomou conta de todo o seu ser. O lençol completamente branco que ela tinha acabado de colocar, estava todo riscado.

— WARRICK!!

— Ai meu Deus...- Gil levou as mãos até a boca não acreditando no que seu filho fez, mas tentaria ser racional e manter a calma. Não diria a mesma coisa de Sara.

— Warrick vem aqui! Vem aqui agora!

Warrick foi até seu pais com cautela. Ao chegar no corredor ele viu Sara que mantinha as mãos na cintura e uma expressão de dar medo.

— É pra hoje!

— Sara, calma.

— Fica quieto, Gilbert!

Também estava brava com ele. Tudo bem que ele estava cansado, mas custava ficar de olho no menino por vinte minutos?

Warrick chegou perto deles na porta do quarto de casal e olhou para Sara.

— Olha bem pra isso!- apontou pro quarto e ele olhou. — Está vendo isso? Não pode fazer isso! Que droga!

— Sara, eu sei que o que ele fez foi errado, mas tenta se acalmar.

— Não dá pra me acalmar!

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— Mamãe...?- a chamou baixo.

Warrick queria pedir desculpas, mas sua mãe estava muito nervosa. Estava com medo, nunca a tinha visto daquele jeito, muito menos com ele.

— Amor, ele só tem dois anos.

— E daí a idade dele, Grissom? Ele tem consciência de que isso é errado! Ele sabe que não pode fazer essas coisas! Eu limpei tudo pra podermos passar a tarde inteira fora juntos, só nós três. Agora olha o estado dessa casa!

Sara respirou fundo e olhou pro filho.

— Warrick, peça desculpas!

— “Disculpa”.- ele estava com tanto medo que seu pedido quase não foi ouvido.

— Eu não ouvi!- ela queria que ele dissesse em alto e bom som.

— “Disculpa”.- ele repetiu.

— Desculpa pelo que?

— “Por... riscar a palede”.

Gil estava com dó do filho. Em sua expressão notava-se que ele estava apavorado, e tinha mais certeza disso ao ver que Warrick estava agarrado a ele. Mas tinha que dar razão a Sara, aquilo foi uma travessura.

— E o que mais?- Sara estava tão séria que era capaz que até Grissom tivesse medo dela.

— “Não vo fazê de novo”.- uma lágrima caiu de seu lindo olho azul.

— Ótimo, agora vai pro seu quarto! Está de castigo!

— Mas, mamãe...- ele só queria ficar de bem com ela.

— Agora!- Sara disse com firmeza e apontou pro quarto.

Não restando outra alternativa, Warrick largou Grissom e correu para o quarto. Jogou-se na poltrona, já que o berço ele tinha que escalar, e começou a chorar com os braços cobrindo seu rosto.

— Cacete!- ela murmurou e olhou pra cima suspirando. Não lembrava de já ter falado palavrão.

— Hey...!- Gil tentou acalmá-la e segurou seu rosto. — Olha pra mim.- Sara o olhou, seus olhos marejavam. — Eu te ajudo a limpar tudo. Apenas fique calma, está bem?

Sara respirou fundo e percebeu o quão nervosa estava. Ela havia gritado e ficado furiosa com Warrick! Nunca tinha acontecido aquilo desde que ele nasceu. A imagem dele veio a sua cabeça e percebeu o quanto seu príncipe ficou com medo dela. Sara olhou nos olhos de Gil, os mesmos de seu pequeno protetor da natureza, e o abraçou.

— Griss... Ele ficou com medo de mim.- o que ela menos queria nessa vida era que Warrick tivesse medo dela.

— Nem estava falando comigo e fiquei com medo, quem dirá ele.

— Foi tão ruim assim?- ela o olhou.

— Foi assustador pra ele te ver brava porque você nunca gritou com ele desse jeito. Você ficou muito nervosa e Warrick ficou apavorado. Tenho certeza que antes mesmo de mandá-lo pedir desculpas, ele já havia reconhecido que errou ao fazer isso.

Sara olhou pro chão e em seguida para a parede do corredor. Suspirou.

— Que droga.

— Vamos pra lavanderia pegar os produtos pra limpar tudo isso, vem.- Gil pegou sua mão. — Depois você fala com ele.

Foram até a lavanderia pegar tudo o que precisavam e passaram quase duas horas limpando as paredes. As que estavam riscadas de giz apagaram com borrachas, pois esfregando com sabão não saia. Já as com caneta, limparam com álcool pra poder sair. Gil tentou lavar o lençol da cama, mas não adiantou, teve que rasgar pra reutilizar como pano de chão, assim não precisava comprar novos. (Eu passando a pobreza da minha vida pra história, meu deus).

— Terminamos.- disse Gil se jogando com ela no sofá.

— Finalmente! Eu estou morta. Meus braços estão doendo de tanto esfregar essas paredes.

— Nem me fale. Estou todo dolorido.

— Culpa de quem?!

— Calma. Passou, não dá pra mudar o que ele fez.

— Ia levá-lo pra ver os dinossauros, mas nem vou mais... Pra ele aprender!

— Vou ter uma conversa com ele. Eu já volto.- deu um beijo em seu rosto e levantou pra ir até o quarto de Ricky que nem botou o pé pro lado de fora desde que entrou.

Grissom instruiu o filho a deixar a mamãe se acalmar antes de ir novamente pedir desculpas e dar um beijo nela. À noite, Sara não estava mais tão brava assim, e enquanto Grissom preparava o jantar, Ricky foi até a mãe na sala e entregou um desenho pra ela. Eram ele e ela de mãos dadas num jardim. E ele teve que incluir os dinossauros de fundo, porque ele não resistiu. No desenho, ele fez uns rabiscos e na cabeça dele ali estava escrito “te amo, mamãe”. Eram apenas rabiscos, mas Sara acreditou que estava mesmo escrito aquilo. Não teve como não desculpá-lo depois daquilo.

— “Disculpa. Foi sem quele”

— Eu sei que não fez de propósito. Eu já te desculpei... Mas... e você? Desculpou a mamãe?

— Uhum.- ele balançou a cabeça afirmando.

— Então vem cá me dar um abraço?

Warrick não pensou duas vezes e se jogou nos braços da mãe. Sentiu falta do abraço dela, do carinho dela… Ia pensar duas vezes agora antes de aprontar.

Sara correspondeu ao abraço do filho com intensidade. Seu pequeno protetor da natureza! Sua joia mais preciosa!

Ficaram abraçados por alguns segundos e Sara o olhou.

— Que tal irmos pro parque amanhã, fazer um piquenique?

— Mesmo?

— Uhum. Seu pai já te tirou do castigo mesmo.- sorriu.

— Oba!- ele a abraçou novamente.

Ao se separarem, Sara o olhou novamente.

— Escuta... Ainda tem medo de mim?- ele negou com a cabeça. — Mesmo?

— Uhum.

— E se eu disser que eu vou fazer milhares de cosquinhas em você se não correr, ainda não terá medo?- Sara disse num tom de mistério e Ricky soltou-se dela tentando correr até a cozinha, mas ela o deteve antes.

— Ahhhh! Papai!- gritou rindo.

Grissom se assustou e saiu da cozinha na mesma hora que ouviu o grito do filho.

— Não irá escapar de mim, óh sir, Ricky!- Sara também gritou rindo.

Grissom então suavizou a expressão e apenas observou sorrindo Sara agarrada com Warrick no sofá e fazendo cosquinhas nele enquanto ambos davam risada.

Ao sossegarem, Gil resolveu dizer algo.

— Quer dizer que fizeram as pazes?- sorriu balançando a cabeça.

— Fizemos.- Sara confirmou sorrindo.

— Que bom. Porque agora eu vou fazer cosquinhas nos dois!

Sara e Warrick gritaram e correram até o quarto do casal onde Gil os alcançou e os três caíram na cama rindo.

— “Papai, a mamãe disse que a gente vai no paique hoje”.

— Mesmo?

— “Uhum. E sabe o que eu vô quelê?”.

— O que?

— “Algudão doce”.

— Hmmm. Também estou com vontade de comer algodão doce. Vai querer azul, branco ou rosa?

— “Blanco”.

— Ah, eu também. E a mamãe fica com o azul. Assim ela será o céu e nós seremos as nuvens.

— Awn.- Sara amou a frase do marido e lhe deu um beijo.

Ele sorriu e logo arregalou os olhos e saiu correndo

— Meu Deus! A comida!

Mãe e filho gargalharam.

~ ♥ ~

Na tarde do dia seguinte, eles foram fazer o piquenique no parque, perto do lago. Enquanto brincava em uma casinha de madeira, Warrick viu algo estranho, algo que ele nunca viu tão grande. Assustado, ele saiu correndo.

Gil comprava o algodão doce, então Warrick correu até Sara que estava sentada no pano xadrez observando ele brincar. Mas ela não viu quando ele saiu correndo, desviou os olhos apenas por um minuto.

— Mamãe!- chorava. — Mamãe!

— Ricky? O que foi?- levantou-se.

— Mamãe!- pulou em seu colo, a abraçou e soltou o choro.

Grissom viu o filho correndo até Sara e foi até eles.

— Oh meu amor. Calma, mamãe está aqui, calma.

Ele soluçava.

Gil chegou até eles.

— Gil, o que houve?- sentou-se novamente no pano sobre a grama com ele aninhado em seus braços.

— Eu não sei, estava comprando algodão doce pra ele e o vi correr até você.- sentou-se ao lado deles.

— Pronto, meu amor.- acariciou aqueles cabelos macios para tentar acalmá-lo.— Está tudo bem. Está seguro. Olha pra mamãe?- o fez sentar em seu colo e Warrick a olhou ainda soluçando. — Oh meu deus...- Sara secou as lágrimas dele. — Respira fundo, filho. Puxa e solta.- ele fez o que a mãe aconselhou e conseguiu se acalmar. — Isso, amor. Agora fala pra mamãe o que aconteceu.

— Eu vi...- fungou.

— O que você viu na casinha, filho?- Gil perguntou.

— Um bicho.

— Um bicho?

— Uhum.

— E como ele era?- Sara perguntou.

— “Palecia uma alanhinha, mas difelenti, peluda”.

Gil e Sara já tinham uma ideia de qual era o bicho. Ele conhecia aranhas pequenas, mas nunca tinha visto uma grande. Gil resolveu mostrar uma foto de seu celular ao filho para saber se estava certo.

— É esse o bicho, filho?

Mostrou a foto a ele e o mesmo se assustou escondendo o rosto no pescoço de Sara.

Os dois sorriam.

Ele tinha visto uma tarântula na casinha e ficou com medo. Era compreensível, pois ele não sabia que existia maior do que ele já vira, nem que seu pai já teve uma bem maior que aquela.

— Calma, filho. Óh... Papai tirou.- mostrou novamente o celular – que agora estava na tela inicial – pra ele que olhou com receio. — Só tem você, a mamãe e a Abby agora, viu?

Sara sorriu. Amava aquela foto que Gil tirou dela e dos filhos no quintal de casa. Mas na tela inicial do celular dele, ele havia cortado a foto deixando apenas o rosto dos três.

— “Era aquele, papai. Me axustô”.

— Era uma aranha, filho. Só que maior do que as que você já viu.

— “Mas eu pensei que só tinha desse tamanho axim”...- juntou um pouco o dedo indicador e o polegar para dizer o tamanho minúsculo.

Seus pais sorriram.

Sara beijou aquelas bochechas gostosas fazendo-o rir.

— Não, tem maiores. Eu não quero te deixar mais assustado, mas existe aranhas bem maiores que essa que acabou de ver.

— Sério, papai?

— Uhum. Você viu uma tarântula média. Eu já tive uma, mas era grande.

— “De itimação??”- ele ficou surpreso e arregalou os olhos.

— É, de estimação.- sorriu.

— Mamãe! O papai é doido!- colocou as mãozinhas nas bochechas fazendo seus pais rirem e morrerem de amores.

— Ai que coisa mais linda da mamãe!!- começou a beijar seu rosto e fazer cócegas em sua barriga.

— Ei, seu medroso.- sorriu. — Não quer seu algodão doce? Eu vou comer tudo.

— “Não, eu quelu, papai! Eu quelu!”- riu.

Sorriram e Gil lhe deu a "nuvem doce no palito".

Depois de comerem o algodão doce, completaram o piquenique. Enquanto Warrick estava entretido com seu copo de suco olhando os patos no lago, Sara lembrou de uma coisa e sorriu sozinha.

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Grissom percebeu seu sorriso bobo.

— Que foi?

— Está se realizando e nem foi planejado.

— Não entendi.- ele ficou confuso.

Sara virou pra ele e o olhar dela era de pura alegria.

— Há doze anos eu fechei os olhos e imaginei nós dois fazendo um piquenique com uma criança.- ele então entendeu e também sorriu. — Dá pra acreditar que estamos aqui?- ela comentou acariciando o cabelo do filho que ainda olhava pro lago.

— Você não desistiu de nós.- ele disse segurando a mão dela. — Eu tive medo inúmeras vezes, mas você não. Nosso amor venceu tudo, mas se estamos aqui hoje, foi por sua causa. Você viu nós dois aqui e você nos trouxe até aqui.- Sara sorriu e até se emocionou um pouco. — Obrigado por isso, meu amor.- ela acariciou o rosto dele ainda com um sorriso bobo e lhe deu um beijo suave.

— Ei!- foram interrompidos por Warrick que disse algo que aprendeu com seu padrinho. — “Ixu é lugar de namolá?”.

Gil e Sara caíram na risada.

Quando terminaram de comer, guardaram tudo e levaram pro carro. Voltaram, brincaram de pega-pega e bola por um tempo, e depois, foram pra casa, pois já era fim de tarde e Abby chegaria logo logo pra jantar.

~ ♥ ~

Voltando a Maggie… O processo de adoção foi concluído no fim de setembro e ela era finalmente uma Sidle Grissom. Assim que foi aprovado, ela se mudou pra lá, com sua nova família.

Durante as visitas, Gil e Sara levaram Warrick algumas vezes, pra ele já ir conhecendo a menina. Criança geralmente se apega rápido e logo eles gostaram um do outro.

Abby só foi uma vez, mas já gostou muito da futura irmãzinha. Lembrava de sua querida Hannah com muito carinho, e cuidaria de Maggie do jeito que Hannah cuidava dela.

O encontro oficial de Maggie com sua nova família foi muito agradável. Não só Abby e Warrick a recepcionaram super bem, como o resto da equipe também, quando souberam que os Grissom teriam mais uma criança.

E como prometido, Nick Stokes e Rayle Parker se tornaram os padrinhos de Margaret Sidle Grissom.