Rachel P.O.V

Como falar sobre o nascimento da minha filha? Nunca na minha vida senti tal dor, mista a tal alegria. Ann era tudo que eu sonharia em uma criança. Tem cabelos escuros como eu, mas os olhos do Jesse, e incrivelmente, ela tem um pouco de Quinn e Santana, mas na personalidade.

Hoje faz um mês que ela nasceu, e Kurt resolveu que um mês de falta na faculdade é o bastante então está voltando para NY. Blaine também deve estar se matando por lá. Eles só esperaram até o batizado dela, que foi ontem.

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Quinn foi a madrinha, e, para minha surpresa, Jesse escolheu Finn de padrinho. Finn tem sido realmente um doce, um amigo tão bom quanto Artie ou Blaine, tanto para mim quanto para Jesse.

Ele vem todas as noites e Ann o adora. Na verdade, ela adora todo mundo, mas tem uma preferência por Quinn e Santana. Ela só dorme se alguma delas cantar, às vezes só se as duas. Eu digo que a estão mimando, mas elas não ligam.

_ Rachel, tá pronta? – Quinn perguntou. Hoje temos um almoço com a família dela e vamos todos, porque os avos dela estão loucos para conhecer a Ann. Hoje é domingo, mas infelizmente a licença do Jesse terminou e ele trabalha meio período de domingo. Então ele vai nos encontrar lá.

_ O Finn ligou que já tá chegando! – disse Santana, entrando com minha filha no colo – Dile a mamá para caminar más rápido.

_ Sant, sem espanhol com ela, por Deus! – eu disse rindo. Ela me mostrou a língua e continuou a falar espanhol com Ann. Quinn foi até o quarto da bebê e trouxe a sacola dela, enquanto eu pegava minha bolsa.

Descemos e Finn já estava na porta. Ele pegou Ann do colo da Sant e colocou na cadeirinha do carro dele (minha filha tem apenas 8 cadeirinhas espalhadas pelos carros). Eu me sentei de um lado e Quinn do outro, enquanto Sant sentava na frente. Dave ia de moto e nos encontraria lá.

Fomos tranquilamente, conversando e brincando, com minha filha adormecida entre nós. Chegando lá, os priminhos da Quinn vieram em bando (ela tem cinco pequenos e vários maiores) e eu deixei que ela mostrasse a Ann pra eles. Os dois maiores só olharam, mas os outros três, menores, quiseram colocar a mão. Eu me segurei pra não interferir, mas nem foi preciso, porque quando se trata dos pequeninos, a Quinn é um doce (N/A: Pior que sou mesmo. Sou mole demais com meus primos u.u).

Os avos da Quinn adoraram a Ann, assim como a família toda dela. Dave chegou logo depois e logo a mãe e as tias da Quinn estavam servindo a mesa, e nos sentamos para comer. Até que eu percebi algo:

_ Cadê o Jesse?

Ele deveria ter chegado há quase uma hora. Dave tentou ligar, mas só caia na caixa postal. Vou ligar no trabalho dele, ver se ele já saiu.

Quinn P.O.V

Porque será que eu não estou com uma sensação boa? Rachel ligou na empresa e avisaram que Jesse já havia saído há mais de uma hora. O celular ia direto pra caixa postal, e o telefone de casa tocava inutilmente.

Ela começou a ficar nervosa, então, Finn e Dave saíram de carro, ver se ele estava em algum lugar. Annie acordou chorando e nós fomos com Rachel para ela amamentá-la e minhas duas priminhas foram junto. Star tem 1 ano e Lorraine, cinco.

_ Rachel, se acalma se não a Anna não consegue mamar. – disse Sant, quando a bebê começou a rejeitar o peito. Rachel parou de olhar pro nada e começou a cantarolar pra bebê, que voltou a mamar.

Minhas duas priminhas estavam ali sentadinhas ao lado dela, observando Annie com uma cara intrigada. Eu estava de olho no celular, tal como Sant, esperando alguma notícia.

Quando Annie terminou, Rachel me entregou ela e eu sentei na poltrona, com uma das meninas em cada lado e Sant na ponta da cama.

_ O que nós vamos cantar pra você hoje mocinha? – perguntou Santana e Rachel olhou para nós.

_ Ela gostou quando o Jesse cantou Tarzan pra ela. Sabe aquela “You’ll be in my heart?”

_ Esperta você hein pequena? – eu disse – Você acha que a gente consegue Sant?

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_ Claro, somos ótimas. – disse ela rindo e começamos a cantar. Ao fim, Star havia adormecido encostada na minha perna, e Annie em meus braços. E ali, sentada na cama, Rachel cochilou.

Colocamos a bebê no moises, e arrumamos Rachel. Peguei minha pequena e coloquei no quarto dos meus avos, enquanto Sant levava Lorraine para baixo. Eu desci alguns instantes depois e Finn e Dave já estavam lá. Santana estava sentada chorando e com um olhar eu compreendi tudo.

_ Jesse bateu o carro. – disse Finn – O motorista do caminhão saiu ileso, mas o Jesse não resistiu.

Ai meu Deus. E agora?

Santana P.O.V

Como dar uma notícia dessas pra Rachel? Ainda mais com a Anna tão pequena? A resposta: não se dá!

Subimos os quatro em silêncio, esperando encontrá-la adormecida. Mas ao chegar lá, ela estava de pé, no telefone, chorando silenciosamente. Ela soltou o telefone ao nos ouvir entrar, e encostou a testa no vidro. Antes que pudéssemos nos mexer, o choro da Anna cortou o ar.

Quinn deu dois pulos sobre a cama, e pegou a bebê, aninhando-a em si e cantarolando. Finn deu a volta na cama e pegou Rachel nos braços, bem quando ela ia desmoronar. Ele sentou-se no chão e a aninhou, e ela chorou. E eu? Chorei abraçada ao Dave, enquanto via Quinn se segurar.

_ Eu sonhei com ele... – soluçou ela – Ele me dizia adeus e... Ele falava do acidente. Eu liguei para a mãe dele e ela disse que o hospital tinha ligado avisando e que vocês tinham reconhecido o corpo e...

Ela não conseguia mais falar, nem respirar direito. Anna recomeçou a chorar, ainda mais alto e Quinn já não conseguia mais se segurar. Pulei sobre a cama e ela sentou-se na mesma, e nos abraçamos, com a pequena chorando. Dave se encostou a parede e Finn continuou consolando Rachel.

_ Você me disse que... Que tinha um motivo pra Ann estar aqui Quinn, agora, não daqui a alguns anos... Qual motivo Quinn? Me diz. – eu ouvi Rachel implorar, olhando para a loira ao meu lado.

Quinnie se levantou, respirando fundo e se abaixou em frente a Rachel, estendendo Anna para mãe. Rachel a apanhou e abraçou, abraçando Quinn logo depois. Sem ser chamada, eu me arrastei sobre a cama e cai ao lado delas, as abraçando e nos unindo no choro.

_ A razão Rachel... – murmurou Quinn, nossas cabeças unidas sobre Anna, que nos olhava, assustada – Annie foi o que o Jesse deixou dele aqui, para você! Para que você sempre o tivesse por perto. E quando doer a saudade, é ela quem vai ajudar a fazer isso passar!

Dave sentou-se ao nosso lado e ficamos os cinco unidos em um abraço doloroso, enquanto Anna não entendia nada.

Quinn P.O.V

O dia amanheceu nublado, e as 8h30, descíamos do grande carro preto em frente à capela do cemitério. Demorou mais do que o esperado para liberar o corpo, então o velório seria agora e o enterro ao meio dia em ponto.

Era estranho ver uma menina de 19 anos em trajes de viúva, mas guardei esse comentário para mim. Rachel estava com um vestido de mangas compridas preto e um véu preto na cabeça, por cima do enorme chapéu. Um pouco drama queen, eu sei, mas deixa ela.

Eu e Sant estávamos de preto também, mas sem véus nem nada. Finn e Dave estavam ao nosso lado, ambos de terno e Annie, no meu colo, usava um vestido lilás, que era o favorito do pai.

Assim que entramos na capela, tive certeza que era uma má pedida vir ao velório de um ator. Havia inúmeras mulheres de véus, xales e assuando os narizes ruidosamente. A mãe do mesmo estava na primeira fileira, aos prantos, gritando a Deus e o mundo sobre sua dor.

Senti Finn e Dave soltarem um riso baixo, como uma tosse e não pude evitar sorrir. Santana mordeu o lábio, tentando não rir também, enquanto atravessamos o corredor até o 1º banco. A sra. St. James abraçou Rachel, chorando mais ainda e logo depois o pai de Jesse abraçou a nora, de maneira rápida.

Quando a avó tentou pega-la, Annie começou a resmungar e Rachel pediu que ela ficasse conosco, enquanto ela e a sogra recebiam os pêsames dos outros. Como Annie é pesada, sentamo-nos junto dos pais de Rachel, que também seguravam o riso.

_ Isso aqui parece aqueles filmes antigos que a Rach adora. – disse Shelby, enquanto Hiram pegava Annie de mim.

_ Qual é a desses véus? – perguntou Dave e Shelby fez uma careta.

_ A mãe do Jesse que inventou essa frescura. – disse Leroy, pegando dois chapéus, pequenos, com véu – Esses são o de vocês, coloquem logo antes que ela abra o berreiro de novo.

Eu coloquei a contragosto, e já ia começar a reclamar, quando Rachel nos chamou. Ela estava indo até o caixão, e pediu que eu e Sant levássemos Annie até lá.

Sant pegou a bebê e nos aproximamos. Rachel pegou a filha e nós a abraçamos, enquanto observávamos pela ultima vez o corpo de St. James.

Logo após, o reverendo fez uma cerimônia bem rápida, já que o berreiro tava muito alto. Finn, Artie, Mike, Kurt, Blaine e Dave levaram o caixão. Artie foi mais apoio moral, mas ele se recusou a não ajudar.

O enterro foi rápido e simples e eu não prestei muita atenção. Rachel chorava muito, assim como Annie, então enquanto Sant acalmava a mãe, eu tentava silenciar a filha. No fim, começaram a descer o caixão, e o desespero de Rachel aumentou. Finn a abraçou, tentando acalmá-la, enquanto Santana abraçava a mim e a Annie e Kurt abraçava a nós duas.

Assim que começaram a encher a cova de terra, as pessoas começaram a se afastar. Em menos de 20 minutos, só estávamos nós ali.

_ Consigo ouvir meus pensamentos. – disse Brittany – Finalmente.

_ Pois é! – disse Rachel, tirando o chapéu e soltando uma gostosa gargalhada. Todos a observamos, e logo caímos no riso também. Durou alguns instantes as risadas e quando parou, a seriedade da situação nos tomou.

Rachel pegou Annie do meu colo e se aproximou da lápide de mármore. Ela se ajoelhou e, passados alguns instantes, nós a seguimos.

_ Eu vou sair da casa dos meus pais. – disse ela, baixinho – Jesse e eu compramos um sobrado, grande, perto da sua faculdade Quinn, e do seu trabalho Santana. Além do quarto nosso e da Annie, tem um de hospedes e uma biblioteca. Como a Quinn tem mais livros que roupa, podemos adaptar a biblioteca. E Sant, você pode ficar com o quarto de hospedes. Isso é, se vocês quiserem.

_ Você acreditou realmente na possibilidade de nos afastarmos da Annie? – perguntou Sant e Rachel riu.

_ Na verdade não. – respondeu ela rindo baixo – Mas achei de bom tom perguntar antes.

_ Meu quarto pode ter um macaco de pelúcia? – eu perguntei e elas riram com gosto.

_ Claro Fabray. Até dois. – respondeu Rachel.

Nós olhamos para a lápide e Rach estendeu a mão, acariciando o nome de Jesse. Nos viramos e vimos nossos amigos ali, nos esperando. Ela se levantou e nos levantamos atrás. Passei meu braço pela sua cintura e Santana pelos seus ombros, enquanto ela segurava Annie.

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_ Vamos para casa. – disse ela.