Capítulo 1 - Clove

Quando acordei pela décima vez naquele dia olhei pela janela e vi que finalmente era dia, não dormi direito aquela noite. Me levantei apressadamente e coloquei a primeira roupa que vira no armário e fui para a cozinha. Minha mãe ainda estava preparando o café.

– Bom dia filha. Acordou cedo hoje, o que foi? Não conseguiu dormir direito?

– Bom dia mãe. Ontem demorei para pegar no sono e não consegui dormir muito bem, acho que estou ansiosa pela colheita.

Minha mãe colocou o prato com o café na minha frente e deu um beijo no alto da minha cabeça. Meu pai entrou na cozinha sorrindo mais que o normal.

– Bom dia filha, ansiosa pela colheita de hoje?

– Ela esta tão ansiosa que nem conseguiu dormir direito.

Minha mãe respondeu antes de mim, eu apenas olhei para meu pai e dei um sorriso. Quando terminei o meu café da manhã eu fui direto para o quarto começar a me arrumar para a colheita. Quando sai do banho, que fiz questão de ser longo para que o tempo passasse, tinha um vestido sobre minha cama, nunca gostei muito de vestidos e saias mas para o dia da colheita todos tinham que estar bem vestidos.

Quando sai de casa vi vários dos outros adolescentes e crianças indo para o palácio da justiça, todos tinham expressões firmes e determinadas no rosto. Depois que retiram um pouco do meu sangue fui me juntar as outras garotas da minha idade. Junto aos garotos de 16 anos vi Cato, meu melhor amigo sempre treinamos juntos, enquanto no telão passava o vídeo que a capital sempre nos abriga a assistir em toda a colheita me lembrei de quando éramos crianças treinávamos juntos, na verdade treinamos juntos ate hoje. Quando me concentrei em Ítalo, nosso representante, ele já tinha retirado o nome feminino da bola e caminhava ate o microfone para anuncia-lo. Eu ia abrir a boca para me oferecer como voluntaria quando ele disse o nome da garota sorteada.

– Clove Severina!

Quase não acreditei que tinha sido sorteada, subi no palco quase que correndo e fiquei ao lado de Ítalo esperando que ele sorteasse o nome masculino. Antes que ele pudesse sortear o nome alguém o interrompeu se oferecendo como voluntario, e essa pessoa era Cato.