Afinal, de quantas maneiras um coração pode ser destroçado e continuar batendo? – Bella Swan

LETÍCIA PADILHA SOLÍS

Evitei o elevador e desci as escadas porque queria recompor meus pensamentos.

Cassian só poderia estar louco! Que tipo de mensagem estava querendo mandar? Era o momento errado para querer bancar o meu namorado. Embora tenha sido satisfatório contemplar o desconforto do seu Fernando eu não podia me dar ao luxo de começar outro rumor. Poderia facilmente pressupor que estava querendo provocar o seu Fernando, porém era uma péssima ideia. E faria questão de adverti-lo a respeito disso mais tarde.

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É claro que seria um sonho se ele estivesse com ciúmes de mim de verdade e não com medo de perder a empresa, mas me resigno com a minha triste realidade e espanto aquele sentimento. Eu não teria esperanças novamente.

Paula Maria me entregou uma sacola da Tiffany com um sorriso de orelha a orelha. Apesar de me questionar a respeito de Tomás, ficou muito encantada ao conjecturar que meu amigo da faculdade possuía algum sentimento romântico por mim. Eu tentei não rir com ironia e foi difícil conter sua euforia. No entanto eu a convenci que não. Mas eu admito solenemente que seria interessante se o seu Fernando tivesse um rival à altura, para deixa-lo ainda mais desesperado.

Depois de convencer minha linda amiga da verdade fui para o escritório, preparando-me mentalmente para encará-lo. Eu não queria vê-lo, queria adiar meu contato com ele o máximo possível, mas não poderia fugir do meu objetivo. Teria de fingir ser a amorosa e amável Letícia, que se derrete as carícias dele – não que isso fosse difícil – e que não suspeita de nada. Sei que seu Fernando irá me pedir perdão e não poderei rejeitar isso.

Dei as costas para o vazio que crescia cada vez mais dentro de mim e adentrei a sala. Seu Fernando me fitou com um olhar sombrio ao se levantar. Forcei meus pés a se moverem, mas fiquei parada, observando-o se aproximar. Finquei minha visão no rosto daquele homem impressionante, que estava impecável como sempre. Minhas mãos lutaram contra a vontade de tocá-lo e eu soltei o ar lentamente pelo nariz.

— Precisa de algo, seu Fernando? – minha voz saiu ridiculamente baixa. Eu não precisava fingir muito, não quando meus membros reagiam libidinosamente a ele.

Seu Fernando me fitava com um misto de dor e medo.

— Por que ele te presenteou?

— Também quero descobrir. – declarei com honestidade.

Ele me encarou por mais um longo momento e então suspirou. Deve ter constatado que eu não iria me afastar quando ergueu uma mão para acariciar meu rosto. Seu Fernando deslizou o polegar na minha bochecha e então nos meus lábios. Eu estava preparada para mais um pedido de desculpas e mais uma promessa vazia.

Mas nunca estava preparada o suficiente para evitar sentir-me tonta e hipnotizada pelo seu rosto, pela sua presença imponente e principalmente volúvel ao seu toque na minha pele. Minha mente quase se solidificou quando seus lábios tocaram os meus.

— Eu não tenho palavras... E mesmo se as tivesse nada justificaria meu comportamento na noite anterior e nos últimos dias. Mas eu peço que, se assim quiser, me perdoe. Por tudo, Lety.

Digeri aquelas palavras consciente de seu desespero, consciente da mentira. Ainda que meu coração se torcesse em angústia por eu me recusar a perdoá-lo de verdade, eu anuo lentamente, colocando um pequeno sorriso doce nos meus lábios.

— Eu já o perdoei, seu Fernando, não consigo ficar brava com você. Mas... – senti meu corpo inteiro tremer quando ele sorriu com alegria, dissipando toda aquela obscuridade a sua volta. – por favor, não faça aquilo novamente...

Seus lindos olhos encheram de água e ele sorriu como se eu fosse à coisa mais perfeita do mundo. Eu devo admitir que seu Fernando é um mentiroso perfeito. Um ator incrível e... Eu teria acredito completamente nele se não conhecesse a verdade.

— Obrigado, Lety... Obrigada por me perdoar. Não vou agir assim novamente... Eu a farei feliz, eu prometo, meu amor. Eu te amo, Lety.

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Outra promessa vazia.

Resisti ao ímpeto de me afastar quando envolveu os braços ao meu redor e tomou minha boca num beijo que pareceu ser cheio de desejo. Eu incendiei no mesmo momento ainda que contra minha vontade, meu corpo me traia sempre que seu Fernando me tocava. Gemi em seus lábios, sentindo sua língua reivindicar minha boca. Era difícil ignorar o anseio que tinha por ele. Lutei para tentar me controlar, mas me rendi mal notando quando seu Fernando me sentou a mesa e avançou o corpo no meu. Minhas pernas se enroscaram nele por instinto e cravei os dedos nas suas costas. Ele arrastou os lábios no meu pescoço e eu me vi cada vez mais submergida conforme desabotoava meu vestido. Minha cabeça estava toda embaralhada e eu parecia desavergonhada o suficiente para não me importar caso alguém aparecesse. Fomos de oito a oitenta muito rápido, porém meus pensamentos se desvaneceram quando sua boca tocou a curvatura do meu seio. Eu não podia negar que o queria muito, que meu corpo clamava e queimava pelo seu. Cada beijo, cada toque e cada suspiro me levava para mais longe de mim e mais perto da loucura a medida que seu Fernando me sucumbia por sua volúpia. Ele esfregava o corpo no meu e eu pude senti-lo tão excitado quanto eu. Estávamos passando dos limites e eu não me importava nenhum pouco.

Ele subiu meu sutiã e estava quase abocanhando meu seio quando...

— Espera, Márcia, tem uma ligação pra você! – ouvimos a voz de Alice.

Senti o chão se abrir abaixo de mim à medida que retornava a superfície. Seu Fernando pareceu também ter acordado ao sair de cima de mim. Com horror me dei conta do que estávamos fazendo, do quanto me tornava volúvel quando éramos apenas ele e eu.

— Droga, Lety, por pouco a Márcia... – disse ao se ajeitar rapidamente, seu rosto estava tão ou mais pálido que o meu.

Eu o olhei me sentindo horrível, me sentindo o ser mais baixo e imundo da face da terra. Sentindo-me patética e humilhada por aqueles sentimentos que eram tão mais fortes que minha força de vontade. Chocada comigo mesma mal conseguia pronunciar uma só palavra.

Seu Fernando pareceu preocupado ao me ajudar a abotoar meu vestido e ajeitar minha trança rígida, mas não ousou tocar-me mais do que isso. Eu não sentia vontade de chorar, porém fui consumida pela angustia. Nós nos encaramos por um longo momento num silêncio desconfortável, mas depois simplesmente segui para a minha sala sem dizer nada.

O restante do dia prosseguiu lentamente e não tive mais nenhuma notícia do meu chefe. Deveria estar enojado consigo mesmo por ter ido tão longe comigo aquela manhã. Eu por outro lado ainda conseguia sentir o rastro dos seus beijos em mim, ainda queimava ao recordar-me dos seus lábios descendo para reivindicar meu mamilo. Mas nada era tão poderoso e frustrante quanto aquela dor no meu peito.

Eu sou tão boba.

É óbvio que não conseguirei manter esse plano por muito tempo sem me envolver de novo. Estou tão quebrada e apaixonada que não me resta forças para lutar contra tudo isso. Mas preciso catar esses cacos que restaram de mim e esperar o retorno do seu Humberto.

Toquei meu colar e me recordei do presente que Cassian me enviou.

O pacote estava intocado no canto da minha mesa e o peguei e abri sem muito entusiasmo. Pensei saber do que se tratava, mas quando abri a caixinha de veludo me deparei com um par de brincos pequenos de ouro branco em forma de flor com pedrinhas rosadas e um colar do mesmo material com um pingente de diamante rosa com o mesmo formato dos brincos. Era um conjunto.

Mas em comparação com o presente do seu Fernando... Eu poderia jurar pela minha vida que aquele conjunto deveria ter custado o valor de uma casa. Senti o peso daquele presente, me recordando do meu lugar e de quem sou. Não poderia aceitar, não mesmo. Eu devolveria a Cassian. Ele estava mesmo louco se achava que eu aceitaria algo tão caro assim, ainda mais vindo de um homem que não era meu. Não suspeitava de suas intenções, porém era inevitável sentir-me esquisita. Principalmente por causa do seu Fernando.

Voltei a tocar o colar que seu Fernando me deu e chutei aquele sentimento horrível para longe de mim. Eu usarei o colar até o dia que terminarmos de vez, então devolverei e irei desaparecer de sua vida para sempre.

Estava sentindo falta dele, mas havia colocado na minha cabeça que sua ausência era melhor para mim. Depois de revisar o contrato com a B&W, deixei-o na sua mesa em cima da sua pasta e saí. Dei de cara com o quartel empoleirado ao redor dele e da dona Márcia mais uma vez.

Aparentemente isso se repetirá cada vez mais nos próximos dias. Sorri internamente. Agora entendi porque seu Fernando ficara tão ausente durante o dia. E mais uma vez fiquei enclausurada naquela sensação excruciante e insuportável de humilhação, perfeitamente ciente da minha situação.

Desta vez não me permiti testemunhar aquela cena. Era injusto comigo e injusto com a dona Márcia que apesar de me odiar, não tinha ideia de que a amante do seu Fernando era eu. Seu Fernando me encarou como se quisesse que eu entendesse, mas eu o ignorei completamente e me despedi abruptamente das meninas. Ele nunca mudaria.

Eu precisava sair dali. Precisava fugir deles e daquele sentimento terrível que estava me atormentando.

Para minha surpresa um Range Rover preto surgiu na porta do estacionamento bem na hora em que eu pensava em pegar um táxi e desaparecer. Deveria estar com uma cara péssima porque Cassian saltou do carro apressadamente ao me ver. Apertei sua mão com veemência.

— Me tira daqui. – mal consegui pronunciar aquelas palavras.

Ele simplesmente abriu a porta do carona pra mim sem questionar. Encolhi meu corpo quando sentei no banco do carona e escondi meu rosto entre os joelhos. Não havia mais lágrimas para serem derramadas quando o carro alavancou para longe da Conceitos. Prosseguimos numa viagem longa e silenciosa. Cassian respeitou meu silêncio e fiquei aliviada por isso. Eu não estava confiante o suficiente para produzir qualquer que fosse a palavra. Não sabia quanto tempo havia se passado até que enfim estivesse calma o suficiente para respirar sem sofrer.

Cassian estacionou próximo de um restaurante luxuoso e então me olhou com uma expressão suave.

— Ele te machucou de novo. – sibilou.

Ele não esperava uma resposta e eu não respondi. Não conseguia pensar numa forma de detalhar o meu estranho dia. Tudo aconteceu de forma tão rápida e estranha, eu mal conseguia assimilar as informações sem sentir que enlouqueceria.

Esbocei um pequeno sorriso triste. Cassian suspirou.

— Está bem, presumo que não queira falar disso. – apenas o encarei. Ele olhou para as minhas orelhas e meu pescoço e então seu rosto se torceu num esgar. – Também presumo que não gostou das joias.

Decidi ignorar a ironia nas palavras dele.

— Na verdade eu gostei, mas não posso aceitar.

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Ele arqueou a sobrancelha escura.

— É mesmo? Por quê?

Eu esfreguei a mão no pescoço e desviei o olhar, tentando prestar atenção na minha respiração e não no colar por baixo das roupas.

— É um presente lindo, mas muito caro, Cassian.

— E o que tem a ver? – ele pareceu ofendido.

— Eu... Não tenho nada para te dar em troca. Sua amizade já é um presente de valor inestimável, então, por favor... Não precisa me dar nada, tampouco algo tão caro...

Cassian me examinou com um pouco de arrogância.

— Eu deveria ter presumido que ao te presentear você iria conjecturar que eu queria algo em troca. Não preciso de nada seu, Letícia. Eu simplesmente pensei em você no momento em que vi essas malditas joias. – ele soltou um riso seco. – Qual o problema em te dar alguma coisa?

Franzi a testa.

— Problema nenhum, é só que... eu... argh, está bem, não tenho argumentos! – bufei.

— Eu não sou como as pessoas que você se envolve, Letícia. Não me compare com elas.

Eu me encolhi ao receber aquelas palavras, sentindo uma pontada austera no peito.

— Não é isso...

Meu amigo de faculdade me encarou por um longo momento.

— Não vou aceita-los de volta.

Gemi de frustração.

— Não complique as coisas, Cassian, por favor...

— Não vou aceitar. – repetiu. – Se quiser vende-los, dar pra sua mãe ou pra uma amiga, tanto faz. Mas não vou aceita-los de volta. Eu fiz de bom grado, se você é incapaz de aceitar um presente de coração o problema é seu.

Olhei para ele, piscando várias vezes, pasma com as suas palavras. Eu quis bater nele. Quis muito bater nele, mas não disse mais nada por que... Ele tinha razão. Qual era o problema? Eu sabia que no fundo era por causa do seu Fernando, mas não queria aceitar esse fato. Estava sendo... Ridícula.

Me ajeitei no banco e grunhi.

— Está bem, está bem... Muito obrigada... Eu adorei.

Ele deu de ombros e sorriu com presunção.

— É claro que adorou, é a sua cara.

— Você era menos arrogante na faculdade. Argh.

Cassian apertou suavemente minha bochecha.

— Eu te conto como fiquei assim se levantar essa bunda gorda e vir logo jantar comigo como combinado. Preciso te entreter e é o que farei.

Senti meu rosto inteiro corar.

— Bunda gorda?

Ele sorriu de uma maneira que eu preferia não ter visto.

— Vamos ou não?

Jantar com Cassian foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido naquele dia. Como sempre, eu não conseguia me esquecer do seu Fernando. Mesmo que eu prestasse atenção nas palavras do meu amigo, ainda conseguia sentir o toque de sua pele na minha. Ainda conseguia sentir a sombria tristeza cutucando minha ferida. Mas permaneci obstinada, dando toda atenção que podia à Cassian.

Deus sabia o quanto eu queria estar apaixonada por Cassian. Não seria reciproco, mas sei que jamais me machucaria como seu Fernando fez. Não usaria meus sentimentos para promover algum plano maléfico. Ele era um homem incrível que via além das aparências. Eu era a prova viva disso.

Seu Fernando me destruiu. Fui irremediavelmente estraçalhada. E em parte também era culpa minha.

Mas que bom que Cassian apareceu, que bom que meu amigo de faculdade se importa comigo o suficiente para não agir de forma inquisidora ou me condenar. Que bom que o tenho agora comigo, me apoiando e me ajudando quando mais preciso. Não quero usá-lo como estepe, mas não sei o que aconteceria comigo se não fosse ele. E agora mais do que tudo espero que as coisas entre nós só melhorem, e que sejamos tão íntimos como Tomás é comigo.

— Eu me lembro de ter prometido uma conversa sobre autoestima.

Estava demorando...

— Dispenso. – murmurei e limpei os meus lábios com um guardanapo. Nós havíamos comido peito de frango recheado com aspargos ao vinho branco. Estava uma delícia.

— Eu estou falando sério, Letícia. – Cassian bebericou seu vinho. – Você é uma mulher linda, mas não quer enxergar isso.

Balancei a cabeça incapaz de conter o sarcasmo na minha risada.

— Por favor, Cassian, não perca seu tempo. Eu tenho espelho em casa.

— Não estou mentindo, Tícia, e nem tenho porque mentir. – assegurou com um semblante suave, mas sério. – Você é uma mulher incrível, linda por dentro e por fora.

Eu suspiro.

— Cassian, você diz isso porque é meu amigo.

— Não, eu digo isso porque é a verdade. Mas quer saber? Veja bem, Letícia... – ele juntou as mãos na mesa e entrelaçou os dedos ao me fitar. – Você não pode afirmar algo sobre si mesma baseado no que os outros dizem. As pessoas sempre irão especular coisas e coisas a seu respeito, mas o que importa é o que pensa sobre você mesma.

— Eu penso que sou feia. E então?

Ele revirou os olhos.

— Você acredita nisso porque a convenceram.

— E você não está tentando me convencer agora?

— Não quero te convencer, mas mostrar que você não é o que as pessoas dizem que é.

Sopeso suas palavras.

— Não é tão simples quanto parece. – observei.

— Também não é impossível. – rebateu no mesmo momento. E então esticou a mão para segurar a minha. Eu a aperto com firmeza.

Cassian me fita por um longo momento com os lindíssimos olhos azuis. Ele sorriu.

— Você é uma pessoa incrível, Tícia e... Sou grato aos céus por ter tido a oportunidade de te conhecer. E fico muito triste por se menosprezar desta maneira.

Fico tocada com as palavras dele.

— E como faço isso? Como faço pra mudar e me ver de outra forma?– pergunto com sinceridade.

— Começando a colocar na balança aquilo que você aceita ou não. Aquilo que você pode abrir mão e aquilo que você não abre mão. Tente procurar conhecer seus limites, esse é o primeiro passo. E então, comece a cuidar de sua saúde mental. Procure exercitar sua mente ou fazer coisas que a deixam satisfeita, que te dão prazer. – explicou pacientemente. – E só depois cuide de sua aparência, se assim desejar. Para mim, você é perfeita do jeito que é.

Olho para as nossas mãos juntas e assinto.

— Não sei se consigo.

— É claro que consegue. – Cassian ergueu meu queixo com o indicador e sorriu de maneira encorajadora. – Você consegue tudo que quiser. E se não conseguir sozinha, me certifico de te ajudar.

Foi difícil não me encantar com sua gentileza e seu carisma.

— Puxa... Você é um encanto. E muito bonito.

Meu amigo arqueou a sobrancelha e um sorriso malicioso se formou nos lábios dele.

— Acho que é melhor você parar de beber.

O sangue sobe as minhas bochechas e fico desajeitada, muito embaraçada com o que eu acabei de dizer. O que diabos estou fazendo?

— Desculpa!

Ele pareceu se divertir com meu constrangimento. Senti a irritação crescer dentro de mim.

— Não tem que se desculpar com nada. Eu conheço as minhas qualidades, mas obrigado.

— Argh! Eu havia esquecido que você era prepotente.

Estranhamente, Cassian adquiriu o poder de me fazer esquecer. E então, por alguns momentos, eu havia esquecido do seu Fernando e de tudo que havia me ocorrido.