In Love With My Guitar

Capítulo 17 – The little Yara / DEMO


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– Boa noite! – Ela gritou lá de dentro.

– Boa noite! – Eles responderam.

*

– Dá pra acreditar nisso? – Samuel olhava boquiaberto para os amigos. – Do nada, ela ganha uma irmã.

– Pois é... – Leo se esticou no sofá. – E a Hanna? Onde está?

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– Depois que ela desceu do palco, não a vi mais. – Richard respondeu, bocejando logo em seguida.

Ficaram conversando por um tempo sobre como a pequena Yara poderia ser.
O real motivo por estarem ali, era para esperarem Hanna chegar.

– Ela tá demorando, estou até ficando preocupado.

– Calma, Richard. Ela vai chegar. – Leo parecia estar tranquilizando mais a si mesmo, do que o amigo. – Se ela não vier, eu mato aquele idiota. – Ele completou, sussurrando para que só ele escutasse.

– Oi gente. – A porta se abriu e eles puderam ver os cabelos negros de Hanna entrarem na casa. Ela estava com um vestido verde-água que batia no joelho e seu cabelo estava preso. Logo que entrou se jogou no sofá, ao lado de Samuel. Tirou as sandálias e soltou o cabelo. Parecia extremamente cansada.

– Porque demorou tanto para chegar? – Leo perguntou deixando clara a sua preocupação com a morena.

Ela apenas ignorou a pergunta do garoto e virou-se para o irmão sorridente:

– Richard! Você não vai acreditar!

– Meu Deus! Quantas surpresas mais eu vou ter hoje? – Richard olhava dramaticamente para o teto.

– Do que você está falando? – Hanna olhava para os garotos, confusa.

– O pai da Yara... – Leo ia começar a contar a história, mas ela cortou:

– Disso eu sei.

– Sabe? – O moreno fitou-a com os olhos azuis, ainda mais confuso.

– Sei. Ela me contou no banheiro. O pai dela foi assassinado, né?

– É. Mas não é só isso. – Leo insistiu. – Ela tem uma irmã.

Hanna arregalou os olhos:

Disso eu não sabia. E como é a garota?

– Ela tem cinco anos e quem vai ter que cuidar dela... É a gente. – Richard completou.

– Como assim a gente?

– É, Hanna. Nós somos uma família. A garotinha vai vir morar aqui. Nós todos vamos ajudar a criar a menina. – Finalizou Samuel.

A morena estava paralisada. Uma criança. Ela nunca foi boa com crianças, e agora uma garotinha de cinco anos ia vir morar com ela.

– E quando que ela vai chegar?

– Sábado. – Richard respondeu para a irmã.

Hanna suspirou.

– Mas diz aí, o que você queria contar? – Richard agora se espreguiçava lentamente. Passava das duas da manhã.

– Enquanto vocês tocavam lá no palco – A morena começou. – uma mulher chegou falando que já tinha visto a Chrono Time tocar antes e queria saber se vocês estariam livres na sexta-feira. Eu disse que sim...

– Livres? Pra que? – Samuel estava confuso.

– Você é burro? – A morena o encarou profundamente. – Ela quer que vocês gravem uma DEMO na sexta. Então ela vai mostrar para a gravadora e eles vêem se querem um contrato com vocês.

– Você não está brincando, né? – Leo perguntou, em estado de choque. – Isso é coisa séria!

– Leonardo, em troca de que eu iria mentir para você? – Ela respondeu, com um tom óbvio na voz.

– Não sei... – Ele desviou os olhos para os dois amigos que agora abriam um enorme sorriso.

– Finalmente alguém nos descobriu! – Samuel vibrou.

– Tava mais que na hora! – Richard ecoou o baterista, na mesma empolgação.

– Mas tem um problema. – Hanna disse, acabando com a empolgação dos dois.

– O que? – Leo perguntou.

– Eu falei sobre isso com a Yara, mas ela disse que vai ser difícil.

– Por quê? – Foi a vez de Samuel perguntar.

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– Por que é sexta-feira o enterro do pai dela. – Com essa última frase, um silêncio absurdo pairou sobre os quatro.

– Mas... O cara só ia visitá-la uma vez por ano... – Richard pensava alto.

– Isso não deixa de lado o fato de ele ser pai dela. – Leo respondeu coberto de razão.

– É... Sonho jogado no lixo. – Samuel se jogou par trás, batendo sua cabeça no sofá.

– Será que ele é tão importante assim para ela? – Richard continuava a pensar alto.

– Deve ser. – Hanna deu de ombros.

– Não, não é. – Uma voz sonolenta veio do quarto.

– Yara? – Samuel parecia espantado - Não devia estar dormindo?

– Como que eu posso dormir se vocês ficam falando tão alto? – A loira respondeu.

– Desculpe, não queríamos te acordar. – Leo disse.

– Foi nada. – Ela respondeu, esfregando os olhos. – Aliás, eu vou sim com vocês gravar a DEMO. – Ela sorriu – Não perderia a cara do Samuel e do Richard por nada nesse mundo.

– O que você quer dizer com isso? – Os dois ecoaram.

– Vocês vão ficar com os olhinhos brilhando e a boca aberta, tentando memorizar o lugar inteiro. – Ela respondeu com um brilho perverso no olhar.

– E você não vai ficar assim? – Retrucou Richard.

– Não. – Ela disse, levantando o nariz. – Eu sou muito mais matura que vocês.

– Haha. Gracinha! – Samuel retrucou, jogando uma almofada nela.

– Precisa de mais força nesses braços, amigo! – Ela jogou de volta para ele, sorrindo.

– Isso vai virar uma guerra de travesseiros? – Leo ria da brincadeira.

– Não são travesseiros. São almofadas. – Respondeu o baixista.

– Bom. Fim do assunto. Vamos todos dormir, amanhã vocês tem uma prova para fazer. – Hanna levantou do sofá. Enxotando todos e acabando com a brincadeira. Os garotos (inclusive Leo) fizeram um “aaah” muxoxo, parecendo crianças que acabaram de ter a viagem dos sonhos cancelada.

– Vamos! Vamos! Não reclamem! – Ela disse de modo autoritário.

– Eu não tenho nenhuma prova amanhã. Mãe. – Leo deu seu sorrisinho metido, deixando visível uma covinha na bochecha direita.

– Boa noite! – Os outros três foram direto para os quartos, deixando os dois sozinhos na sala.

– Mas você vai ter que dormir do mesmo jeito. – Hanna não perdeu a pose de mandona.

– Quem vai me obrigar? – O moreno chegou tão perto, que ela podia sentir o embriagante cheiro de seu perfume. Isso a deixou tonta.

– Tudo bem. Não quer dormir. Não vá! Eu vou! – Dizendo isso, a morena virou de costas para ele, seguindo na direção do quarto.

Mal tinha dado dois passos, foi interrompida. O garoto tinha puxado seu braço e agora roçava seu nariz com o dela. Os dois se encaravam profundamente, a respiração de ambos estava ofegante.

– Antes de dormir, você vai me contar o que ia dizer mais cedo, lá no palco.

“- Você veio acompanhar o tal cara loiro? – Hanna percebeu uma pontinha de ciúmes nessas palavras.

– Sim... Leo, eu preciso falar uma coisa para você – Ela respirou fundo. A parte da gravadora ela contaria mais tarde, em casa. Quando eles estiverem mais calmos. Agora, ela precisava falar sobre uma coisa importante. Importante para ela... – Eu te...

– AS CORTINAS VÃO ABRIR! – Hanna foi enxotada do palco. O show iria continuar... E toda a coragem dela iria embora assim que ela descesse.”

Ambos lembravam-se disso.

– Vai me dizer? – Leo insistia.

– Eu só ia dizer que... – Ela respirou fundo. – Eu te invejo por ter alguém que se preocupa com você.

O moreno estava surpreso.

– Era isso? – Ele perguntou. Ela assentiu. – E quem é essa pessoa?

– Camille.

Leo encarava os grandes olhos verdes de sua ex-namorada.

– Leo... – Ela sussurrou. Não sabia por que estava chamando-o. Parecia ser a coisa certa a fazer. Só isso.

– Sim? – Ele respondeu, fechando os olhos devagar.

Mas ela não respondeu. Apenas levantou um pouco os pés, encostando seus lábios nos daquele que ela sempre amou.

O selinho pareceu durar uma eternidade. Nenhum dos dois saberia o que fazer depois que isso acabasse.

– Desculpe, não posso fazer isso. – Leo a segurou pelos ombros, fazendo-a se afastar.

– Por quê? – Ela estava super confusa.

– Por que... – Ele suspirou, ainda segurando os ombros dela. – Porque eu acho que estou apaixonado... Por outra pessoa.

– Camille? – Hanna sentia que seu coração tinha sido apertado até não haver mais sangue, depois destroçado e cortado em mil pedaços.

– É. – Ele simplesmente falou, encarando os profundos olhos verdes dela.

– É por isso. – Ela se forçou a sair dos braços dele. – É por isso que eu sou ranzinza e rabugenta. É por isso que eu não me abro para ninguém. É por isso que eu tento te esquecer! Porque quanto mais doce eu tento ser, mais as pessoas pisam em mim! – Agora ela apontava para o moreno, furiosa. – Olha aqui Leonardo, lembre-se que se a Chrono Time ficar famosa, eu irei para todos os lugares com o Richard. Vou estar em cada momento perto de você. Ou você escolhe direito quem você quer, ou vai ficar infeliz pelo resto da vida!

Ela se virou e foi marchando para o quarto. Deitou na cama e começou a chorar. Mas não eram lágrimas de tristeza. Eram lágrimas de raiva. Ele a tinha humilhado. E isso não ficaria assim.

Hanna iria se vingar.