I Never Can Say Goodbye

So open your eyes and see, the way our horizons meet.


–O que aconteceu? - Perguntei confusa.

–Eu é que ter pergunto, o que aconteceu? Você ta tão quieta hoje, nem parece você.

–Eu só to pensativa, é isso - Não deixava de ser verdade.

–E pensando em que? Naquele curso no exterior? - A olhei incrédula - Eu sem querer ouvi sua conversa com minha mãe. Lilá, você esta pensando em nos deixar?

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–Eu…

Eu não sabia o que dizer.

Na verdade essas palavras de Anna soaram como uma resposta, e não como uma pergunta.

Ir embora daqui é uma boa opção para recomeçar..

P.O.V Lilá

–Lilá, você não pode estar falando sério - Ela me olhou séria.

–Eu não sei, Anna. - Respondi sincera - Talvez seja melhor, eu não tinha pensado mais nisso até sua mãe voltar com esse assunto. As coisas estão diferentes agora, talvez seja bom - Falando isso pra ela eu estava tentando me convencer também.

–Você não pode, por favor, não agora. - Ela se aproximou - Eu passei tempo demais longe de você, longe de tudo, preciso da minha melhor amiga aqui do meu lado.

Suspirei e sorri fraca pra ela.

–Eu sei que é muito egoismo da minha parte, mas não vou abrir mão de você de novo. - Ela sorriu.

–O que você não pede sorrindo que eu não faço chorando? - Ela riu.

–Você não vai mais chorar, Lilá. Tenho planos em mente.

–Do que você ta falando? - Perguntei receosa. Eu não sabia de nada, e estava com medo da cara diabólica que ela fez - Você sabe que eu odeio surpresas.

–Eu sei, mas não é surpresa alguma. Só você que não consegue ver - Sorriu enigmática.

–Garotas, o sinal já tocou. Por favor, pra sala - Sr. Palladino nos alertou.

Cada uma seguiu um rumo diferente, mas antes consegui entender “Amanhã a noite”. Anna saiu rindo.

Passei o resto da manhã pensando naquilo. Fazia muito tempo que não conversávamos como daquele jeito. Parecíamos só nós duas de novo. Anna e Lilá contra o mundo. Deus sabe o quanto eu sinto falta daquilo. O final de semana das garotas, pegar maquiagem escondido da Jill ou da Chloe. Assistir milhões de vezes High School Musical era nosso programa de sábado a noite. Ri mentalmente imaginado od dvds no meu sótão das nossas gravações imitando as coreografias. Depois do acidente, eu não tive mais coragem de assistir, coloquei tudo em uma caixa e deixei lá, não gostava nem de lembrar disso. Agora era diferente, eu tinha minha amiga aqui, do meu lado.

–Srta. Mundo da Lua, já acabou a aula - Leo falou sentando na cadeira em minha frente, que agora estava vazia - Não me diga que você estava pensando no..

–Não, idiota - Ri fraca - Tava pensando na sua namorada mesmo. - Ele fez uma cara de surpresa.

–Olha, sei do seu histórico de pegar o namorado dos outros sabe, então peço por favor, a minha não..

–Babaca - Bati com meu estojo no braço dele - Eu tava lembrando de algumas coisas do passado.

–Passado, passado.. Você tem que parar de lembrar dessas coisas, Lilá. Você tem que focar no futuro.

–Fácil falar - Falei dando de ombros.

–Vamos sair daqui, todo mundo já foi embora - Ele levantou. O segui e andamos até a saída. -Eu vim de carro hoje, quero te levar em um lugar.

–Tá, e a Anna? Ela vai conosco?

–Hoje não, ela vai ter que ficar fazendo um trabalho de inglês. Vamos só nós.

–Cuidado, hein! Se alguém ver vai falar que eu to traindo ela e tudo mais - Ri com ele.

–Olha Liz, eu to de boa com isso, quem vai ter que se cuidar é você para não se apaixonar por esse pedaço de mau caminho aqui - Ele passou as mãos no corpo.

–Idiota!

–Entra no carro.

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****

–Achei que Lauren fosse cantar aqui amanhã - Falei quando Leo parou o cara na frente do Pub.

–Ela vai, mas eu quis te trazer aqui hoje de novo.

–Porque? - O olhei surpresa.

–Ah, você tá muito pilhada, eu achei que seria bom você afogar suas magoas.

–E como eu vou afogar minhas mágoas aqui, manezão?

–Enchendo a cara - Ele sorriu brincalhão.

–Você não tá falando sério, né? Leo, eu tenho dezessete anos, não tenho idade pra beber.

–Nossa, olha como você tem uma cabeça impura, eu não mencionei alcóol .Ele riu -Você pode escolher o que quiser.

–Você não presta - Ri com ele.

–Vamos sair logo desse caro, eu preciso ir ao banheiro.

–Você é tão inconveniente.

–Vai escolhendo as bebidas, depois procuramos uma mesa - Falou entrando no pub.

Fui até o balcão.

–Pois não?

–Um chá gelado e uma água tônica por favor - Pedi ao barman.

–Só um segundo.

Sentei na bancada e bati as unhas no mármore.

–Você nunca perde essa mania - Me virei para ver de onde a voz vinha, mas eu já sabia de quem era.

–Will - O olhei inexpressiva. Ele acenou para alguns garotos que estavam em uma mesa, mas continuou ao meu lado.

–É bom te ver - Ele deu um meio sorriso. As olheiras que antes mal existiam, agora estavam expostas.

–Parabéns pela vitória, não posso dizer que fiquei surpresa porque já sabia que você iria ganhar - Disse sincera e ele sorriu orgulhoso - Você merece.

–Obrigado, Liz. Você sabe o quanto isso significa pra mim, vindo de você.

–Sua fã numero um - Falei rindo fraca e ele me acompanhou.

–E eu não ganho ao menos um abraço de parabéns? - Os olhos dele vieram de encontro aos meus. Tão azuis, tão serenos.

Fui chegando perto e senti meus pelos na nuca se eriçarem. Um arrepio percorreu meu corpo. Aqueles segundos nos braços dele pareceram infinitos, e por um instante eu me senti em “casa”.

–Obrigado, Liz - Sussurrou em meu ouvido.

Me soltei dele devagar, roçando a ponta do meu nariz ao dele, anestesiado com o cheiro impregnado agora em mim.

–O que aconteceu com a gente? - Perguntou analisando minha alma.

–Você sabe muito bem o que aconteceu - Falei com tristeza. Não queria começar a mesma conversa de sempre, que não leva a lugar nenhum e que no final alguém sempre acaba machucado. Machucada. Eu.

Alguém pigarreou me fazendo voltar a realidade. Era Leo. Will o encarou com faíscas nos olhos, sei muito bem que ele não é a pessoa que ele mais gosta no mundo.

–Acho que você já está acompanhada. Infelizmente você escolhe péssimamente suas companhias.

–Realmente, olha quanto tempo ela ficou com voce - Leo falou agora raivoso.

–Por acaso eu falei com você? - Will se aproximou dele.

–Chega! - Falei entrando no meio dos dois - Sabe o que aconteceu com a gente, Will- O encarei agora com lágrimas nos olhos - Você virou um idiota.

–Eu não quero falar nada que me arrependa depois.

–Tarde de mais, Will, Você já fez isso - Me segurei no braço de Leo para não cair.

Will saiu batendo a porta e eu sentei na primeira cadeira que vi com Leo ao meu lado em silencio. Não chorei, não gritei, não fiz nada. Fiquei apenas em silencio tentando entender o que eu fiz com a minha vida.

–Sua ida ao banheiro foi longa.

–Eu não fui, eu fiquei me segurando para não te tirar da frente daquele cara, mas quando vocês se abraçaram eu entendi tudo. É uma coisa forte que não vai acabar do dia pra noite, vai durar por muito tempo, assim como o sentimento que guardei por todos esses anos pela Anna.

–Eu acho as vezes que nunca vou sair desse ciclo, parece que tudo que eu faço me leva de volta pra ele. Eu não gosto dele, eu o amo. Ele é minha vida, minha alma gemea, meu ar. Aqueles segundos nos braços dele, droga, eu to chorando - Falei limpando as minhas lágrimas - eu me senti tão bem, tão segura. Eu me senti feliz de novo, essa é a verdade.

–Moça, suas bebidas - O garçom chegou com meu pedido.

–Suspende o chá e me trás um uísque com coca. - Ele ficou parado me encarando - Agora, por favor!

Ele saiu de lá aflito e Leo pegou em minha mão.

–Se eu soubesse que isso iria acontecer, nunca tinha te trazido aqui.

–Foi bom sabe - Falei pegando o drink deixado rapidamente pelo garçom sob a mesa - Eu preciso ouvir isso pra saber que acabou, pra seguir com a minha vida.

–Você tá certa, tem mesmo que deixar isso pra lá. Eu sei que vai demorar pra você esquecer aquele idiota, mas com o tempo isso vai passar.

–Você deixou de pensar na Anna nesses quatro anos em que ela esteve em coma?

–Não, nem por um segundo - Ele me encarou triste.

–Sua pergunta está respondida. - Senti minhas bochechas quentes, o alcool já estava fazendo efeito.

–Acho que é melhor irmos pra casa.

–Não. Pra ficar sozinha e sofrer com meus pensamentos? Não, obrigada. Eu to cansada de ficar sozinha.

–Você não ta, você tem a mim.

–Sim, e você tem a Anna.

–Eu não vou te abandonar só porque estou namorando ela.

–Você sabe como as pessoas são, elas comentam coisas, e a Anna pode sentir ciumes.

–Se eu tiver que deixar você por causa do ciumes dela, então nossa relação nunca existiu. Se ela não confia em mim, e em quanto eu amo ela..

–E tudo que você já fez por ela - Sorri para ele.

–Então você sabe? - E olhou para baixo.

–Sim, eu sempre soube - Peguei na mão dele - Você é o cara mais incrível que eu conheço e eu sempre vou ser sua amiga. Você é um irmão pra mim, Leo.

–E você é minha irmãzinha, e eu não vou deixar você beber mais. Vamos pra casa, vem. -Ele levantou e me estendeu a mão.

Encostei minha cabeça no ombro dele durante o trajeto de volta pra casa.

–E como fica o Fred nisso tudo? - O encarei.

–Ele gosta muito de você, Lilá.

–Eu não quero dar falsas esperanças pra ele, mas não sei, eu gosto dele.

–Não custa tentar ser feliz, você tem que se dar uma chance.

–Sei lá, eu só queria sumir - Falei me virando para encarar o vidro. Me senti meio zonza. E não entendi nada do que Leo falava pra mim. Em um momento eu já estava sendo carregada nos braços dele.

–O que aconteceu? - Era a voz de Jill.

–Ela bebeu um pouco, e também teve o Will..

–Já sei, obrigada Leo. Charles, você pode ajudar o Leo um pouco.

–Pode me dar ela aqui, obrigado Leo. -Acho que era Charles.

–Magina, eu só fiz o que sei que ela faria por mim. Boa noite, gente.

–Obrigada mais uma vez - E o barulho de porta batendo.

Então capotei.

Abri os olhos devagar e vi a cortina aberta, me dando a visão das estrelas.

Será que ele está assim como eu? Devastado por dentro.

Ele sente a minha falta?

Será que um dia vai ficar tudo bem de novo?

I can see the stars from America

I wonder, do you see them too?

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So open your eyes and see

The way our horizons meet

And all of the lights will lead

Into the night with me

And I know the skies will bleed

But both of our hearts believe

All of the stars will guide us home