I Never Can Say Goodbye

If we're strong enough to let it in, we're strong enough to let it go.


Bom galera, escrevi uma one-shot sobre amizade, perdas, e amor entre amigos - que é uma das coisas mais fortes que existem no universo.

Se voce curte minhas fics, e um bom drama, creio que vai gostar. São apenas 2.050 palavras, mas o significado é muito especial.

HELENA

Leiam Helena ♥ Prometo que vai valer a pena!

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Leo ficou me encarando por um tempo, os olhos verdes marejados. Ele lutou tanto por Anna, e nunca desistiu.

Ele nunca vai.

Então se aproximou de mim me abraçando - e como eu precisava disso. Ser sozinha no mundo é triste, mas desde que conheci Leo não me sinto mais assim.

Ele é a pessoa iluminada, Taylor.

Não eu.

(...)

P.O.V Lilá

Nos soltamos depois de algum tempo.

Eu não disse nada, queria poder lembrar bem desse momento. Dele, e de seus olhos verdes.

Tinha certeza que partiria em breve, era só questão de Anna acordar, e o casamento de Jill e Charles acontecer. Tudo já estava encaminhado.

–Lilá, eu sinto muito. - fitou o chão - Sei o quanto ele é importante pra você, e não deveria ter falado aquilo. Mesmo estando uma pilha de nervos, você não tem culpa, e dessa vez ele também não. - abafei um riso - Prefiro você assim. - sorriu.

–Eu também.

Tudo era mais leve quando não pensava em nada além de mim, e dos meus planos.

–Então, você me desculpa? Ou vou ter que conviver com isso o resto da minha vida, sabendo que toda vez que eu te ver vou lembrar disso? - balancei a cabeça.

–Fico feliz que tenha me encaixado nesses seus planos para o resto de sua vida, e sim, desculpo esse seu comportamento explosivo de irmão mais velho. - o fitei.

–É o que somos, não é? Um cuidando do outro sempre. - assenti - Não poderia ter pedido uma irmã melhor.

Ele se aproximou beijando minha testa.

–Eu sempre vou te defender, Lilá. Mesmo que você fique chateada e queira me bater, eu só quero ver você feliz, e com uma pessoa que a faça feliz. - ele me soltou - Por completo.

Continue fitando o chão, encarando minha perna que estava arrepiada devido ao frio do ar condicionado.

–Eu quero ser a primeira opção de alguém, Leo.

–E você vai. - Pegou em minha mão afagando. - Eu sei que você gosta do Harries, e me odeio no momento por faze-lo voltar ao assunto - revirou os olhos - mas talvez seja hora de você pensar se isso está certo, se machucar tanto assim. Sei como você é uma pessoa altruísta, Lilá. Já te vi se sacrificando demais por quem ama, mas e você? Não está na hora de pensar no que você quer? - sua voz era doce - Pode me achar um babaca por falar isso, mas não consigo mais te ver assim. Isso vai passar, e você vai ter tantas coisas boas em sua vida, que não vai sobrar espaço pra nenhum sentimento ruim. - sorriu terno - Você merece ser feliz, Elizabeth.

Fiquei em silencio pensando nas palavras dele. Ele tinha razão, eu mesma sabia de tudo isso e repetia mentalmente todos os dias ao acordar. Mas não dá. Não funciona assim.

–Alguma vez você já pensou em desistir da Anna, nem que seja por um segundo? - o encarei.

–Não.

–E porque não? - ele desviou o olhar - Você a ama. - sorri fraca - Essa é a resposta pra tudo. Eu posso ir pra China se eu quiser, mas ele nunca vai sair de mim. Assim como Anna não vai sair de você. A diferença é que ela gosta de você, já Will..

–Lilá.. - o interrompi.

–Não fala nada, está na sua cara. - ele negou - Eu sei que ele não gosta de mim da mesma forma que gosto dele. Sei bem disso.

–Se ele não gostasse não voltaria pra você todas as vezes que está mal, ou te beijaria mesmo vocês estando separados. - fiquei surpresa - Eu vi vocês dois aquela noite em que Lauren tocou pela primeira vez. Aquilo é real, Lilá.

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–Mas não é possível. Não mais. - dei de ombros - Eu quero viver de verdade, Leo. Não quero passar a vida inteira presa ao passado esperando que ele volte pra mim dizendo que se enganou. Não. Eu quero alguém que fale que me ama com todo coração, e que se desespere se eu ficar mal. Que chore de frustração quando não puder me ajudar - o encarei - E que não desista de mim.

–Eu nunca vou desistir de você.

–Mas não é suficiente, eu quero mais. - Sei que era egoísmo falar isso, mas ele me entendeu.

Sabia do que eu estava falando.

Leo ficou sem saber o que dizer, e era isso mesmo, não tinha nada pra falar. Nós não vamos ficar juntos, e mesmo que ele e Anna se acertem, não é assim tão fácil com a gente.

Nunca foi.

–Não precisa me olhar assim, tá legal? Eu to bem, é só.. - respirei fundo tentando engolir aquele nó que havia se formado em minha garganta.

Ele me abraçou de novo.

–Você não precisa ser forte o tempo inteiro.

–Preciso sim, eu devo isso a mim mesma. Se não caí quando perdi meus pais, não vai ser agora. - dei um quase sorriso - E também, isso não é sobre mim. Estou aqui pela Anna. Assim que ela acordar vou conversar com ela e acertar as coisas entre nós. Preciso fechar esse capitulo, Leo. É hora de escrever um novo, mesmo que seja longe daqui.

–É por isso que eu amo você. - sorriu - Obrigado por estar ao meu lado, por ter me ajudado nos primeiros socorros, sabe, por ter tido calma.

–Eu estava morrendo de medo, mas sabia que a vida dela dependia disso.

–Não só a dela, minha também. - soltou o ar.

****

Voltamos para sala de espera algum tempo depois. Os Robb estavam reunidos conversando, e assim que chegamos contaram que tiveram permissão para ver Anna, e que Dr.Stabler estava confiante. Leo pediu desculpas, e disse que também a viu, mesmo não sendo da família.

Nesse momento ouvi a frase que mais alegrou meu dia.

–Oras! É claro que você é da família. - Sr.Robb sorriu.

–Obrigado. - Leo ficou radiante.

–Assim como você, Lilá. - Sra.Robb sorriu pegando em minha mão. Saber que a filha estava melhorando a deixou bem mais disposta. Suas bochechas já tinham cor, e a esperança nos olhos deles me fez acreditar. Assenti agradecida. Era tão bom fazer parte de alguma coisa, de uma família.

–Stabler disse que ela é quase um 8, e é nisso que temos que acreditar. - Charles falou confiante. Jill estava ao seu lado, encarando-o com um olhar de apoio. Eles precisavam disso, um era o pilar do outro.

Isso é um relacionamento de verdade, é amor na mais sincera forma.

–Agora o que nos resta é esperar, e rezar para que ela acorde logo. - Assim que terminou de falar, Sr.Robb se dirigiu a capelinha no final do corredor. Todos os andares tinham uma dessas, e ao lado havia um outro espaço só com uma bíblia, para outras religiões usarem.

Leo e Charles iniciaram uma conversa, e Jill foi providenciar um café para todos. Sentei em uma das cadeiras ainda refletindo sobre tudo isso. As vezes é preciso um grande baque para que as coisas fiquem claras.

Acredito que nada é sempre bom, ou muito ruim, é mediano. Colher frutos bons em um tempo como esse é o que nos faz amadurecer.

–Você parece longe. - Sra.Robb sentou ao meu lado.

–Estou preocupada com Anna.

–Todos estamos, querida. - sorriu fraca - mas não vejo ninguém com esse olhar perdido igual ao seu. - Fitei o chão, ela me conhecia tão bem. - Sei que nunca vou substituir sua mãe, minha querida amiga Demetria, mas você pode me contar o que quiser. Continuamos uma família, mesmo depois do último incidente lá em casa. Sobre isso, Lilá..

–Não se preocupe, está tudo bem. - a interrompi gentilmente - Sei que Anna falou sem pensar, não a culpo.

–Ela não deveria nem ter pensado aquelas coisas. - balançou a cabeça - Não sei o que aconteceu com ela, nem parece a mesma Anna.

–Porque ela não é. - Sorri - Sra.Robb, ela perdeu boa parte de sua adolescencia, isso que estamos lidando são quase 5 anos de rebeldia presos dentro dela. - Ela riu.

–Gostei quando disse “estamos lidando”, obrigada por continuar próxima dela, mesmo depois desse episódio lamentável.

–A Anna é muito especial para mim, e 5 meses de afastamento não vão estragar tantos anos de amizade. - covinhas se formaram em sua bochecha - Assim que ela ficar boa conversaremos melhor sobre isso, e tenho certeza que as coisas vão melhorar.

–Mas e Will, querida? - me sorriso se desfez, e creio que ela percebeu - Desculpe falar sobre isso, mas sei que ela está cometendo um erro. Infelizmente não posso fazer nada, ela tem que aprender sozinha com seus erros.

–Nós não temos mais nada. - fitei o chão.

–Sinto muito, querida. - afagou minha mão.

–Tudo bem, sério. Agora estou me curtindo. - ela riu.

Não pude deixar de notar que não tão longe dali Will passou pelo corredor, ficando ao lado de Sr.Robb. Ele estava com a mão machucada, possivelmente pela queda depois do soco de Leo mais cedo. Meu olhar o seguiu, mas ele não me notou. Melhor assim.

–Você amadureceu muito, Elizabeth. Fico feliz por ter acompanhado seu crescimento, você virou uma mulher incrível.

–Obrigada, isso significa muito vindo de alguém que conhecia minha mãe tão bem. - Ela respirou fundo.

–Você me lembra muito ela quando tinha sua idade, sabia? E Jill seu pai.

–Você acha? - Sorri.

Agradecia mentalmente todos os dias por ter tido a oportunidade de conviver com meus pais, mesmo que por apenas 12 anos.

–Com certeza! Jill é como Marc, quer construir sua família, e vai ser uma excelente mãe. Olhe o trabalho maravilhoso que ela fez com você, foi uma prova de fogo. - ela pensou longe, provavelmente nos futuros netos - Já você, Elizabeth - colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha - É um espirito livre como sua mãe, quer voar com suas próprias asas, sair daqui. - Assenti - Mas como todo passarinho, você sempre vai encontrar o caminho de volta para casa.

–Sempre.

Olhei ao meu redor, boa parte das pessoas que eu mais amo no mundo estão nessa sala. Sentiria falta deles? Sim. Mas nada que um telefonema não saciasse.

Mesmo assim, faltava ela.

–Mãe! - Leo falou alto nos dispersando. Olivia estava acompanhada de Stabler, e sua cara estava enigmática. Médicos.

–Como ela está, Olivia? - Sr.Robb foi até ela.

Nós fizemos o mesmo, e o silencio presente ali era perturbador.

–Eu tenho duas notícias, uma boa, e uma não tão boa assim. - Leo fez uma careta - a não tão boa é que Anna não teve somente uma crise hipoglicemica.

–Como assim? - alguém perguntou, mas não prestei atenção. Continuei olhando para os dois.

–Examinamos sua irmã assim que ela deu entrada no hospital - Stabler explicou - os resultados saíram, e já temos mais um diagnóstico para o que ocasionou o desmaio. - ele fez uma pausa - Anna teve um ataque de panico, seus níveis cerebrais confirmaram isso.

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–Isso é muito grave? - Sra.Robb agarrou o braço do marido.

–Nada que um tratamento não resolva, mas devemos ficar de olho no que está causando isso.

–E a notícia boa? - Leo encarou a mãe.

–Em menos de 24 horas ela já é um 8. - Olivia sorriu.

–Graças a Deus! - O casal de pais se abraçou. Jill e Charles fizeram a mesma coisa, assim como Leo e a mãe.

Will estava mais afastado, e não se aproximou. Comemorou sozinho, com um sorriso de orelha a orelha.

Desviei o olhar, e fiz o mesmo, sorri sozinha.

Eu estava tão aliviada, ao mesmo tempo em que estava feliz por Anna. Senti que os últimos meses estavam sendo apagados de minha memória, sobrando apenas os bons - e longos - anos de nossa amizade.

–Eu sabia, mãe. - Leo gargalhou. Ele soltou a mãe e abraçou os dois ex-sogros.

–Nossa filha vai acordar, Anna vai acordar! - Sra.Robb estava radiante.

Todos estávamos.

–Quando ela vai acordar? - Charles perguntou, fazendo com que todos prestassem atenção.

–Em breve. - Stabler sorriu - A medicação dela já foi diminuída, e é só uma questão de tempo até que ela recupere a consciência totalmente. Horas, minutos, depende somente dela.

–É uma luta que ela deve vencer sozinha - Leo sorriu me encarando.

Ele estendeu a mão, fazendo com que nos tocássemos.

“Eu sabia” - sussurrei.

“Obrigado”, respondeu no mesmo tom.

–E quando poderemos ve-la?

–Agora - Olivia sorriu - Ela já está sendo transferida para o quarto, e a família pode aguardar lá.

Stabler olhou para todos ali presentes.

–São permitidas apenas três pessoas, e no máximo por alguns minutos. Não podemos levar mais ninguém, eu sinto muito.

–Eu e minha esposa vamos - Sr.Robb encarou o filho, que assentiu sorrindo. - e Leo vai conosco. - Leo franziu o cenho - Você a salvou, filho. Não tem porque discutir isso.

–Muito obrigado, senhor. - sorriu abraçando-o. - Charles!

–Não esquenta com isso, garoto. - sorriu acompanhado de Jill.

Notei que um par de olhos azuis me observava, e sorri tranquilizando Sra.Robb. Pra mim não tinha o menor problema, Leo é a pessoa certa.

–Então vamos? - Olivia segurou a mão do filho - levaremos voces até lá.

–Muito obrigada, Liv. - Sra.Robb abraçou a amiga.

–Quem lutou bravamente e continua lutando é ela, nós só estamos aqui para ajuda-la. - sorriu.

–Me de notícias. - quase gritei para que Leo conseguisse me escutar, mas eles já estavam entrando no elevador.

–Bom, e nós vamos pra casa. - Charles beijou Jill delicadamente - foi uma noite longa.

–Voce quer vir com a gente? Podemos deixar o carro aqui, buscamos outro dia. - Neguei com a cabeça.

–Não precisa, Jill. - sorri tranquilizando - Posso fazer isso sozinha.

–Ta tudo bem mesmo? Charles pode ir no seu carro, e voce vai comigo. - O noivo assentiu.

–Eu preciso desse tempo para respirar, Jill. Ta tudo bem mesmo, pode ficar tranquila. - Ela me abraçou de leve. - Vai ficar tudo bem. - sussurrou em meu ouvido.

–Eu sei. - sorri.

–Nos vemos em casa, cunhadinha. - ele se despediu.

A questão é que ninguém pareceu notar que Will estava ali, mas o mesmo permaneceu encostado na parede. Pela primeira vez em muito tempo vi o Will que conhecia. O garoto centrado, que entende quando as coisas ficam complicadas e certas atitudes devem ser tomadas. Ele fez isso, não contrariou ninguém, muito menos a escolha de Leo para ve-la.

Ainda restava um pouco daquele Will ali - me policiei.

Ele não era mais MEU Will.

–Tenho certeza que está pensando em como estou me sentindo por Valdez ter ido, e não eu. - ele saiu de onde estava, se aproximando.

–Também. - fitei o chão. - Como está a mão?

–Poderia estar melhor. - disse falando de ambas as situações.

–Sinto por ela. - fiquei em silencio, assim como ele.

–Lilá, sobre o que eu disse antes..

–Voce tem razão, não é justo com nenhum de nós. - fitei aqueles olhos azuis que já foram meu céu. - Acho que nunca terminamos de verdade, não é? - ele também se encostou na parede.

–Não. - disse monossilábico.

–Talvez seja melhor mesmo que isso aconteça oficialmente, quer dizer, eu sei que voce está com Anna, e não tem como continuarmos assim. Pelo menos por agora, acho que é melhor cada um seguir seu caminho.

–É isso que voce quer? - falou pausadamente.

Não, é obvio que não quero isso.

–Voce sabe que vai ser melhor assim.

Ele continuou me fitando, sem dizer nada. O que era pior ainda, seu silencio era como uma faca que me cortava internamente lembrando que tudo isso é real, e que realmente está acontecendo.

–Eu nunca quis que isso acontecesse.

–Mas aconteceu. - sorri fraca.

Como voce deve olhar para o garoto que ama, e dizer a si mesma que é hora de seguir em frente?

O momento tinha chegado, e as fantasias já tinham ido embora. Esse eram o fim, acabou.

–Tchau, Will. - me aproximei dele, o abraçando pela última vez.

Seu perfume me inebriava, mesmo eu tendo o largado.

–Eu te amo, Elizabeth. - seus olhos estavam marejados.

–Eu também me amo. - sorri tentando engolir o nó que havia se formado em minha garganta - Por isso estou fazendo isso.

Virei as costas me dirigindo ao elevador. Eu sabia que aquela era nossa última conversa como Will e Lilá. Agora seríamos o que?

Estranhos?

Talvez assim a partida não seja tão difícil.

I've been sleepless at night

Cause I don't know how I feel

I've been waiting on you

Just to say something real

There's a light on the road and I think you know

Morning has come and I have to go

I don't know why, I don't know why

We need to break so hard

I don't know why we break so hard

But if we're strong enough to let it in

We're strong enough to let it go (oh oh oh oh)

Let it all go

Let it all go

Let it all out now

If I look back to the start, now I know

I see everything true

There's still a fire in my heart, my darling

But I'm not burning for you

We've started it wrong and I think you know

We waited too long, now I have to go.

Soltei o ar assim que o elevador abriu as portas.

Isso foi real.

Andei até a recepção, notando a luz forte vindo das janelas, já era dia. Jess continuava em sua mesa na entrada, provavelmente estava de plantão.

–Jess - sorri me aproximando - Oi.

–Oi! Soube que Anna saiu do coma, fico feliz com isso.

–Eu também. - falei sincera.

–Voce finalmente vai pra casa, não é? Depois de tantas horas aqui, um banho e uma cama parecem luxo.

–É verdade, mas antes preciso saber uma coisa - me olhou com curiosidade no olhar - Voce sabe me dizer se aquela garota, Lydia, está bem? - ela sorriu.

–Se voce me der alguns minutos posso te responder essa pergunta, mas fica só entre nós - piscou.

Assenti sorrindo.

Sentei em uma das cadeiras dali observando o sol fraco. Poderia ser 7 da manhã, talvez.

Do meu lado alguém cochilava.

–Já não te falaram que é feio encarar os outros? - Ele abriu os olhos, que eram de um castanho claro muito bonito.

–Já te falaram que é feio gritar com um paciente? - suas roupas mostravam que ele trabalhava aqui, e pela cor era um médico.

–Isso se eu fosse médico, coisa que ainda não sou. - sorriu. Ele tinha um sorriso bonito. - Vai dizer que eu não pareço jovem demais para ser médico? - o encarei - Tudo bem que esses dois anos na faculdade acabaram comigo, mas qual é!

Meu Deus, que metido.

Revirei os olhos olhando para o outro lado.

–Não passa pela sua cabeça o porque de eu estar vestido com essa roupa sabendo que não sou médico?

–Você AINDA não é médico, significa que um dia vai ser.

–Você sempre confia assim nas pessoas?

–Você sempre pergunta tanto?

–Só quando a pessoa me interessa. - sorriu. Não, você não vai ficar vermelha, não pode. Ótimo.

–Encontrar voce não foi a coisa mais estranha que aconteceu hoje, acredite. - ele riu.

–Presumo que tenha vindo acompanhar alguém, já que seu humor indica que não está tão mal assim.

–Touché. -

– Eu sou Nolan. - sorri depois ficando em silencio - Você realmente não vai me falar seu nome?

–Elizabeth! - Jess voltou me chamando.

–Elizabeth. - meu nome soava bonito em sua voz.

E eu gostei disso.