Fita Azul

"Você não vê o que faz comigo?"


"Ele voltou novamente os olhos para Thalia e, em meio aquele prefácio de tempestade, percebeu que ela era o que ele mais temia e, no entanto, também era o que ele mais desejava.

— Mas eu estou cansado — seus lábios sussurram, seu rosto tão próximo de Thalia, suas respirações se perdendo na neblina que subia, no vento que os atordoavam. — eu estou cansado de fugir do que me fascina."

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Ele não lhe roubou um beijo. Não se moveu. Não a beijou. Deixou o rosto próximo e seus olhos deixavam claro para Thalia o tanto que ele a queria, o tanto que a temia.

Thalia nunca tinha visto alguém tão vulnerável à sua frente, alguém que deixasse tão claro todas as emoções em seus olhos, alguém tão verdadeiro e frágil. Talvez fosse por isso que Nico a atraia, talvez fosse esse sentimento de proteção que ele despertava nela, esse sentimento de querer ser melhor.

E, no meio daquele prefácio de tempestade, Thalia sabia que tinha que escolher. Arriscar-se ou não. Beijá-lo ou não. Apaixonar-se ou não. Não era uma decisão fácil e tampouco deveria ser.

Quando mais um raio cortou o céu e Thalia decidiu que estava cansada de fugir. Queria e iria se arriscar.

Foi ela quem o beijou novamente. Foi ela quem selou seus lábios, quem o puxou para si, quem prendeu a respiração primeiro. E, no entanto, Nico também estava se jogando de cabeça. Ela podia sentir o gosto do café na boca de Nico, podia sentir as mãos dele descerem por seu braço e firmar sua cintura, trazendo-a para mais perto, por mais juntos que estivessem.

O cheiro da chuva se misturava ao perfume de Nico, o frio das gotas que ensopava-lhe as roupas e dava uma intensidade maior ao corpo de Nico contra o seu, a aquecendo, provocando calafrios sentidos por todo o corpo. Toda a mente de Thalia estava inebriada naquelas sensações enquanto seu peito perdia o fôlego e ela queria mais. Ela queria mais sensações, mais dos toques de Nico, mais fôlego. Ainda queria, mesmo quando o som alto do trovão os assustou, fazendo-os se separarem sobressaltados.

Pelo jeito, o raio nada mais foi do que o último aviso: a chuva se intensificou, gotas grandes e pesadas caindo nos ombros de Thalia a ponto de doer, o vento parecia em círculos, talvez o início de um pequeno tornado. Thalia analisou o caminho longo até a casa, depois até o celeiro e os estábulos e tomou sua decisão, pegando a mão de Nico e gritando o mais alto que conseguia para que ele a seguisse.

Ela não soube dizer se ele ouviu ou assentiu, mas o puxou e tentou correr em direção ao celeiro, onde poderiam se proteger.

— Acho que estamos presos aqui. — Thalia resmungou assim que alcançaram o abrigo. A chuva se intensificou mais, com trovões fortes e altos, além do vento fazendo as árvore se balançarem com brusquidão.

— Espero que as crianças estejam bem. — Nico ofegou, olhando para a casa principal toda fechada.

— Eles estão seguros, meus pais estão lá. — A Grace continuou, ainda que seu coração também se preocupasse com o filho. — Melhor fecharmos isso aqui.

Eles selaram a passagem e o barulho da chuva se tornou abafada, mas o vento frio ainda dava arrepios em Thalia. Ela começou a desabotoar a camiseta encharcada, agradecendo ao fato de ter posto apenas uma regata branca por baixo e se sentou em uma estrutura de madeira, onde estava menos úmido.

— Acho que vamos ficar um tempo aqui. — Nico comentou, aproximando-se. Ele também estava molhado, com os fios negros caindo na testa e os olhos castanhos parecendo enormes na luz fraca. A camiseta cinza estava mais escura e colada, contornando-lhe o corpo magro, deixando os músculos visíveis e Thalia tinha que admitir que ele estava um tanto sexy daquela forma.

Ela deixou escapar uma risada ao se lembrar dos inúmeros livros clichês que descreviam homens sexys e molhados presos em um celeiro e o que eles faziam com a mocinha ali. No entanto, Nico não era um rústico fazendeiro e, tampouco, Thalia era uma inocente mocinha.

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— Pelo menos podemos conversar. — Nico se sentou ao lado de Thalia e o local era espaçoso, mas não impediu dele se sentar tão próximo que seus braços se tocavam.

Thalia se manteve em silêncio, pensando na cena da cozinha de sua casa, quando saiu praticamente correndo da presença dele. Agora era o momento de colocarem em pratos limpos.

— Eu sinto muito por ter cancelado o encontro em cima da hora. — Nico começou, dando uma pausa para Thalia comentar, mas ela se manteve em silêncio. — Meu pai, tava na cidade e ele sempre me deixa louco, inventa eventos sempre em cima da hora, e tenho que desmarcar tudo.

Thalia assentiu, mas não pode deixar de pensar, com certo amargor, que ele havia saído com uma garota no mesmo dia que o pai tentou arrastá-lo para o evento de Poseidon. No entanto, ela não mencionou o fato.

— Ele resolveu fazer uma tarde em família com minha madrasta e eu não tive como dizer não e nem podia deixar Hazel ir sozinha. — Nico terminou a explicação, deixando espaço para Thalia se pronunciar.

— O que me chateou não foi você ter cancelado. — Ela confessou, suspirando. — Nenhum de nós dois sabíamos o que era aquilo, o que estava acontecendo entre a gente, então, mesmo que tivesse cancelado pra ter um tempo pra pensar, eu não me importaria. O problema foi a forma como cancelou, entende? Só disse pra Jason avisar e pronto. Dimitri chorou a tarde toda achando que o problema era ele e eu não tinha uma desculpa para dar.

“E eu também fiquei muito mais tempo achando que a culpa era minha”, Thalia pensou, mas não disse.

— Eu sei que não foi certo ter dito aquilo na cozinha, ter dito que eu não me importava. — Thalia completou, em um tom baixo. — Eu realmente peço desculpas por isso, mas quando vi Dimi chorando…

Ela olhou de soslaio para Nico, que apertava as mãos e os lábios, pensativo. Ele suspirou novamente e ergueu a cabeça, olhando-a nos olhos.

— Eu não pensei nisso, me desculpe. — pediu, a sinceridade exposta em seus olhos. — Naquele dia eu acabei brigando com meu pai. Hazel começou a chorar e depois pirraçar porque queria ir ver Dimi, mas meu pai é tão cabeça dura… Eu estava tão irritado que só mandei uma mensagem pra Jason, não tinha condições pra ligar pra ninguém. Quando eu estou com raiva… — Ele fez uma pausa, balançando a cabeça e depois a abaixando. — Acredite, você não quer ver.

— Mas que ligasse depois, sabe? — Thalia desabafou. — Uma mensagem, que fosse. Foram duas semanas.

Ela finalizou, deixando claro que não era só o encontro cancelado.

Nico mais uma vez a olhou nos olhos, apertando os lábios e passando a mão na nuca.

— Eu sei. — Ele confessou. — Naquele dia, depois do beijo… eu não sabia o que dizer, o que pensar. Eu gostava… eu gosto de você… e eu só não queria estragar tudo. As vezes eu pegava o celular durante horas e simplesmente não sabia o que dizer, discava o número e quando ia chamar eu desistia… Acredite, eu decorei seu número assim. Mas eu estava tão nervoso, com medo… Você me faz surtar sempre que penso em ficar perto de você. Eu tenho tanto medo de estragar tudo… Não é só nós dois afetados nisso.

— As crianças. — Thalia completou. — E Jason.

Nico assentiu com a cabeça.

— Exatamente. Mas só a sua presença… Eu não menti em momento algum. Você me assusta, mas eu quero você. Droga, você me deixa tão confuso e nervoso…

E para provar, Nico tomou a mão de Thalia entre as suas e colocou-a sobre seu coração. As batidas eram altas e ritmadas, acelerando a cada segundo. Thalia podia sentir a mão de Nico tão gelada contra a sua, podia notar o brilho dos seus olhos, não precisava ouvir o coração dele para saber o que fazia. E, no entanto, ela gostou das reações que ele tinha com ela.

— Você não vê o que faz comigo? — Nico sussurrou e foi a vez de Thalia segurá-lo na mão esquerda, ainda com a mão direita apoiada no peito do rapaz. Ela guiou a mão de Nico para o colo, acima dos seus seios, onde ele poderia sentir as batidas aceleradas do coração de Thalia.

— Você não acha que faz o mesmo? — Ela perguntou, olhando-o nos olhos. — Você não acha que também estou confusa e com medo? Não acha que também quero você?

Foi como se toda a pressão desabasse. Foi como se entrassem no meio da tempestade. Foi a vez de Nico beijá-la.

Nico estava reivindicando suas palavras, suas emoções, seus beijos. Sua boca não tinha suavidade, pelo contrário, parecia querer apagar todo o tempo que perdera, roubava todo o ar de Thalia.

A mão de Nico traçou o caminho do colo até a nuca, aproximando-a mais de si, seus dedos infiltrando-se nos cabelos úmidos, seus dentes cerrando os lábios de Thalia. Ela se sentia até atordoada, como se a gravidade lhe faltasse, e usava o sabor da boca de Nico, a sensação dos lábios, língua e dentes lhe provocando, e o ritmo do coração dele contra a palma da mão direita para se manter presa a terra.

E todo o conjunto de emoções eram raios em seu corpo, uma luz intensa que arrepiava-a e a viciava-a, atordoando-a à ponto de até assustá-la no momento que Nico saltou do banco para se colocar na frente dela.

Thalia abriu os olhos e o sondou. Analisou as pupilas dilatadas, a sombra de barba, o formato de seus lábios. O observou se aproximar, uma mão na cintura de Thalia, a outra pousando em queixo dela, em uma carícia suave. A Grace observou a forma como sua própria mão ainda pousava sobre o coração dele, concentrando-se no ritmo acelerado, no calor que transpassava o tecido molhado, no som de suas respirações altas contra o barulho abafado de chuva.

Ela sorriu maliciosa, provocando-o, chamando-o. Seus dedos se fecharam no tecido da camiseta e ela o puxou para si, abrindo as pernas para acomodá-lo, seus olhos atiçando-o. Nico sorriu encrenqueiro e havia um desafio nisso.

Thalia o acatou, tocando-o com a mão esquerda nos ombros e descendo lentamente por todo o tórax ambas as mãos, concentrando-se no formato dos músculo, na suavidade do tecido contra seus dedos, na respiração rápida de Nico. Ela tocou o cós da calça e seus dedos traçaram o caminho contrário, infiltrando-se sob a camiseta, tocando a pele quente de Nico, que estremeceu.

O sorriso de Thalia somente alargou, olhando-o nos olhos ao segurá-lo na cintura, seus dedos gelados puxando-o mais para si, até que não houvesse mais espaço.



Era cintura contra cintura, tórax contra tórax e lábios contra lábios. Nico se perdeu na boca de Thalia, no gosto do chocolate, na maliciosidade de sua língua. Sua mente parecia estilhaçada e o que restava para se encontrar era apenas no beijo, no toque firme em sua cintura, nos fios negros enrolados em seus dedos.

Tudo se resumia a Thalia. Ele sentiu a maneira com que os dedos dela desenhavam padrões invisíveis em sua barriga sob a camiseta, erguendo-a aos poucos, parecia curiosa ao tocá-lo. Ele também não podia evitar, suas mãos a acariciava nos cabelos, desciam pelas costas, tocavam-na na cintura e todo seu corpo a pressionava, ansiando por mais.

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Ele sentiu a mão de Thalia sobre seu coração e se afastou o suficiente para poder puxar a camiseta, desfazendo-se da peça ao jogá-la no chão. Seus olhos encontraram os de Thalia e ela sorria maliciosa, esperando que ele se aproximasse e, quando ele o fez, Thalia o envolveu com a pernas, prendendo-o. Nico sentiu seu corpo reagir, queimando e pulsando, amaldiçoando e agradecendo a altura da mesa, a maneira como podia sentir sua intimidades pressionada entre tecidos.

Ela o provocava e Nico atingiu seu limite. Ele a beijou novamente. Não algo suave e, tampouco, lento. Mas algo com mais dentes do que lábios, com mais velocidade do que pressão, com mais desejo do que carinho. Suas mãos puxaram as coxas de Thalia, aproximando-a mais, fazendo-a arfar e Nico não se contentava mais com lábios. Ele a beijou na clavícula e desceu para o pescoço, parte de sua mente consciente que não podia pressionar demais seus lábios, a outra parte deliciando-se a cada suspiro de Thalia. As mãos dela passeavam pelo peito de Nico, o explorando, e então apertava os músculos dos braços a cada suspiro. As próprias mãos de Nico buscavam explorar o corpo de Thalia, até se deterem na camisa de flanelas já desabotoada.

Ele deixou-lhe um beijo no queixo e uma mordida no lábio inferior, seus dedos tocando o tecido da camisa, o empurrando. Thalia arqueou o corpo e o tecido xadrez deslizou por seus braços, até que estivesse despida. Ela havia ficado apenas com a regata, sequer usava sutiã. O tecido branco estava úmido e delineava o corpo como uma segunda pele, expondo o formato dos seios e os mamilos rígidos, talvez por frio, talvez por desejo.

Nico deslizou os dedos delicadamente pela cintura de Thalia, sobre o tecido pálido, até alcançar-lhe os seios e a ouviu prender a respiração quando ele a acariciou levemente, seus dedos desenhando padrões ao redor dos mamilos. Ele a beijou no pescoço e sussurrou como ela era linda, em italiano, se afastando apenas para ver o desejo exposto no corpo delgado dela. Sua atenção estava na forma como o peito de Thalia subia e descia com a respiração forte, na pele macia e vermelha depois de tantos beijos, que se mostrava arrepiada pelos toques dele.

Ele ouviu o riso dela e sentiu o toque de Thalia em seu queixo, forçando-o a olhá-la nos olhos.

— Eu não estou usando colar, querido. — Thalia brincou e Nico sentiu-se corar, fazendo a rir mais, antes de puxá-lo para mais um beijo.



Tinha muito tempo que Thalia não era tocada por um homem, não era beijada com tanta paixão, não sentia todos os seus nervos perto de um colapso com tantas sensações.

Ela não sabia quando cada beijo começava ou se cada beijo acabava, não conseguia se concentrar o suficientes para saber onde estava tocando-o ou sendo tocada, seu corpo era uma explosão de calor, de prazer e dor. Ela adorava arfar a cada mordida de Nico, deixar que suas pressionassem a pele do italiano, o arranhando por todo o tórax, os dedos dele se emaranhando nos cabelos de Thalia, trazendo-a para si.

Ela adorava o pressionar dos corpo, senti-lo tão perto e tão quente, uma divergência gritante contra o tecido gelado da regata e do jeans, adorava passar os dedos pela cintura e Nico e descer mais, apertando-lhe a bunda. Sim, havia muito tempo que ela queria isso e não se restringir.

Nico pareceu ler seus pensamentos, pois riu em seu pescoço e subiu o rosto para olhá-la nos olhos, mordiscando lhe o lábio inferior maliciosamente.

— Tem alguma coisa para me dizer? — Thalia implicou e Nico negou, rindo.

Os dedos do italiano estavam na barra da regata, acariciando-a lentamente em uma pergunta muda, começando a subir o tecido.

Thalia passou a mão pelos braços de Nico, negando o gesto e depois sorrindo, com os lábios contra os dele.

— Vamos com calma, querido. — A Grace comandou, tocando-o nos cabelos negros. Nico sorriu e assentiu, seus lábios roçando suavemente.

Thalia encaixou a cabeça no ombro de Nico e o envolveu em um abraço. O italiano a envolveu na cintura também e eles ficaram em silêncio, ouvindo o coração um do outro e o som da chuva.

Vez ou outra se beijavam, mas as carícias eram suaves e sem muitas palavras. Perderam a noção do tempo até que a tempestade fosse embora. Nico abriu a porta pesada e o vento infiltrou-se no celeiro, fazendo Thalia estremecer de frio, se era pela brisa ou pela falta do calor do corpo de Nico era difícil dizer.

Ela se obrigou a pular da estrutura e vestir a camisa de flanelas ainda úmida. A camisa de Nico estava no chão, cheia de feno, que ela fez questão de tirar antes de entrega a Nico, que agradeceu.

Thalia não disfarçou o olhar malicioso ao vê-lo se vestir, a qual Nico respondeu com um riso tímido.

— Melhor irmos agora. — O italiano tentou disfarçar, olhando para o campo. Ainda chuviscava e ventava forte, mas as nuvens carregadas os cercavam, anunciando que logo a tempestade voltaria e eles ficariam presos a noite todo ali. Ficar presa com Nico não era ruim, mas longe de Dimi era.

Thalia mordeu o lábio inferior. Se eles corressem, poderiam alcançar a casa em uns cinco minutos e, como não havia mais relâmpagos, aquela era a melhor ideia.

Eles saíram e fecharam a porta do celeiro, Thalia sentia as gotas geladas ferroarem seu corpo. Ela olhou para Nico um tanto constrangido ao seu lado e sorriu sapeca.

— Ei, você consegue me pegar?

Ela riu, piscando para Nico, antes de correr o mais rápido que conseguia.

(...)

— Meu Deus! Vocês estão encharcados! — Hera exclamou assim que os viu parados na soleira da porta.

— Eu estaria mais seca se alguém não tivesse me puxado! — Thalia revirou os olhos, tirando a camisa de flanelas que nem havia se dado ao trabalho de abotoar.

— Você ia me deixar pra trás. — Nico resmungou com um falso bico, ponderando fazer o mesmo com a camisa, mas com receio do que Thalia havia aprontado. As unhas da garota não eram curtas e ele havia constatado isso não só pela visão.

— Não é minha culpa se você é lerdo. — Thalia implicou, mordendo o lábio inferior em implicação.

Hera ergueu a sobrancelha e Jason abafou a risada.

— Mamãe, você tá molhada! — Dimitri gritou ao entrar na sala com Hazel, parando para colocar as mãos na boca em surpresa.

— Papai, vai ficar doente. — A pequena Di Angelo repreendeu, balançando a cabeça em negação. — Vai pro hospital levar 'gulha no bumbum.

— Vai deixar as enfermeiras felizes... — Thalia comentou baixo, com malícia, e, pela forma como Hera olhou sugestiva para o garoto e Jason abafou outra risada, todos haviam ouvido.
Nico ficou vermelho — pelo lado bom, isso o deixaria no mesmo tom que seu pescoço, mais fácil de disfarçar — e tentou fingir que não via o olhar de Thalia em sua bunda.

— Papai, tem que tomar banho! — Hazel comandou, alheia ao constrangimento do pai. — Não pode ficar dodói. Dodói não tem sorvete.

Sovete! — Dimitri gritou eufórico. — Sobra mais.

— Mas ele não compra. — Hazel suspirou e Nico cruzou os braços.

— Usado por minha própria filha. — Balançou a cabeça em negação.

— Mas o tio Jay sim! — Dimi planejou, abrindo um sorriso vitorioso.

— As crianças estão certas. — Hera comandou. — Vão tomar banho, o jantar já está pronto.

— Pode ir primeiro. — Nico ofereceu.

Thalia sorriu e se inclinou na direção dele, sussurrando:

— Pode vir comigo.

Nico ficou vermelho ao vê-la sair, rebolando propositalmente, e torceu para que, dessa vez, ninguém tivesse escutado.