Fita Azul

Doces ou Travessuras


Jason pode ter protestado quanto a ir à festa de Luke no sábado, mas isso não aconteceu no próprio Halloween, ele até se dispôs a levar as crianças para pedir doces mais tarde, para deixar Thalia e Nico sozinhos por algum tempo.

Nenhum deles sabia muito bem de quem foi a ideia de passar o dia das bruxas juntos, mas de alguma forma todos haviam parado no apartamento de Nico.

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E, agora, Thalia estava sentada no balcão que separava a sala da cozinha, um tanto impressionada com a simplicidade do apartamento e encantada com o clima familiar.

— Há quanto tempo mora aqui? — Thalia perguntou, vendo o italiano organizar as coisas na cozinha, preparando uma macarronada.

— Uns dois anos. — Nico respondeu, um pouco nervoso, como era de praxe. — Eu sempre quis algo meu e a casa do meu pai era grande demais. Quando fiz vinte e um, resolvi usar a herança da minha mãe e comprar algo meu.

— É bom que você e Hazel tenham algo. — Thalia completou, observando a menina e Dimitri brincarem no canto da cozinha, onde Hazel tinha suas próprias miniaturas de armários, fogão, mesa e até geladeira.. — Mas sinto muito por sua mãe. Pode me contar um pouco sobre ela?

Uma das coisas que mais havia intrigado Thalia sobre Nico era o fato de que ele era extremamente reservado. Ele sempre fugia do assunto quando o tema era o passado ou a família, deixando claro o quanto se sentia incomodado. Mal falava sobre pai, mãe ou irmãos e Thalia havia ficado com uma pulga atrás da orelha ao perceber que todas as fotos pelo apartamento eram apenas de Hazel e uma ou outra incluía Nico.

— Ela era incrível. — Nico comentou com um sorriso leve, deixando de lado as panelas por um tempo e se inclinando no balcão de frente para Thalia. — A melhor pessoa que eu conheci. Parecia ter saído de um comercial. Acho que fui um pequeno pesadelo para ela.

— Ah, eu dúvido.

— Sabe o que Dimi aprontou com Jason na loja? — O italiano ergueu a sobrancelha e ela apenas assentiu, parte da atenção em como eles estavam tão pertos. — Não era nada perto do que eu aprontava. Ela dizia que eu ia deixar ela com cabelos brancos antes de chegar aos quarenta. É uma pena que nunca chegou.

O sorriso de Nico era triste ao se afastar novamente do balcão, ficando de costas para mexer nas panelas. Thalia sabia que esse era o jeito dele encerrar o assunto, mas se sentiu tentada a pressioná-lo apenas uma única vez.

— O que aconteceu? — Ela se viu perguntando, levantando-se e indo até ele. Nico se virou com os lábios apertados e o semblante ainda mais triste.

— Em síntese? — suspirou. — Atentado terrorista. Meus avós eram diplomatas e minha mãe estava com eles quando explodiram o hotel...

— Eu sinto muito. — Thalia ofereceu, segurando as mãos dele entre as suas, ignorando as crianças a centímetros de distância. O olhar de Nico era tão melancólico e triste que ela só queria fazê-lo se sentir melhor. — Deve ter sido difícil para você.

— Eu já tinha dez anos, isso faz tempo. — Ele comentou e Thalia não concordou com o “já”. Afinal, ela tinha perdido a mãe um pouco antes, com apenas sete anos, e havia sentido a perda de uma forma dolorosa. Levando em conta que Beryl Grace nunca foi uma mãe amável com a filha, Thalia mal podia imaginar como havia sido para Nico, que idolatrava a mãe.

Thalia não sabia bem como o consolar, então apenas lhe deu um beijo na bochecha, percebendo que ele não queria falar sobre isso.

— Tenho certeza que ela iria adorar o quão comportado você é hoje em dia. — Ela brincou, percebendo que Hazel havia parado de brincar por alguns segundos para encará-los.

As bochechas de Nico se tornaram escarlates e Thalia se afastou aos poucos dando uma piscadinha antes de se ajoelhar ao lado das crianças, perguntando o que estavam “cozinhando”.

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— Panquecas azuis! — Dimitri gritou feliz, mexendo as panelinhas também azuis. Aliás, toda a mini-cozinha de Hazel era azul, o que havia servido ainda mais para encantar Dimi.

— Tia, diz pra ele que não existe panqueca azul. — Hazel pediu em um revirar de olhos como o pai, fazendo Thalia rir.

— Existe sim, Hazz, tia Sally faz panquecas azuis maravilhosas. Se seu pai concordar, podemos ir um dia visitar ela e você vai poder provar.

— Eu quero! — Hazel aceitou feliz e Thalia olhou para Nico interrogativamente, numa conversa muda sobre se ele concordava ou não, recebendo um sorriso como resposta.

— Ela também faz bolo azul! — Dimi continuou com os olhinhos brilhando. — E biscoitos, alcaçuz e até macarrão!

— Me lembre de não te deixar passar mais tanto tempo com os Jacksons. — Thalia riu, levantando-se e deixando as crianças brincarem, olhando em volta a procura de Jason, mas, ao que parecia ele ainda estava na varanda, no telefone com a tal garota com quem iria sair.

— Quer colocar alguma música ou algo assim? — Nico sugeriu, vendo-a um pouco deslocada.

— Será uma honra, signore. — Thalia sorriu usando uma das únicas palavras que havia aprendido em italiano e conseguindo um sorriso de Nico enquanto ela ligava a smart tv da sala. — Alguma sugestão?

— Fique à vontade.

Thalia sorriu e, afinal, escolheu uma playlist de rock clássico.

— Pensei em Guns, mas depois daquele problema com a camiseta... — Thalia implicou se aproximando, e Nico não respondeu, concentrado em provar do molho que cozinhava. — Se importa que eu prove?

Nico negou, dando espaço para Thalia alcançar as panelas. Ela despejou algumas gotas alaranjadas na palma da mão e levou aos lábios, murmurando em aprovação e prazer.

— Isso está muito gostoso. — Ela sorriu, virando-se para Nico. — Por que seu molho é tão bom?

— Sei lá. — Nico riu, tomando a colher antes que Thalia acabasse com tudo o que restava na panela.. — Eu faço o molho de tomate do jeito que aprendi na Itália e uso algumas ervas, não tempero industrializado.

— Ervas, é? — A Grace sorriu sapeca. — Não uso desde a época da faculdade.

O italiano ficou alguns segundos estático, sem saber o que dizer, abrindo e fechando a boca várias vezes.

— Você está brincando, não é? — Conseguiu perguntar, por fim.

Thalia apenas riu e o beijou na bochecha, antes de se afastar.

— Ei! — Nico ralhou, mas já era tarde. Mais uma questão pra lista do que Thalia poderia ou não ter aprontado. Ótimo!

Thalia se sentou novamente no balcão tentando parecer o mais casual possível, com o sorriso sapeca que Nico estava começando a se habituar.

Aliás, ele estava se habituando à companhia de Thalia como um todo. Praticamente todos os dias eles se falavam, fosse por vídeo-chamada ou apenas algumas mensagens, falando sobre o dia, ou sobre assuntos aleatórios, como músicas ou o que os filhos aprontaram. Estavam próximo o suficiente para começarem a notar as manias um do outro e conseguirem agir o mais normalmente possível, mesmo quando se encontravam pessoalmente.

Infelizmente eles não podiam agir como um casal normal sempre que se viam, afinal, não podiam se beijar com as duas crianças. Então, acabavam por ficarem de mãos dadas, conversando baixinho e, às vezes, arriscando um abraço ou um beijo rápido furtivo quando Dimi e Hazel se distraiam. Ou Jason era quem distraia as crianças e abria brecha para um beijo de verdade que povoava os pensamentos e sonhos de Nico pelo resto da semana.

— O que estão aprontando? — A voz de Jason ecoou pelo apartamento e logo ele aparecia na sala, ainda com o celular na mão.

— Seu amigo leva muito à sério tudo o que eu digo. — Thalia brincou, lançando um sorriso brincalhão para o italiano.

— Então essa foi uma brincadeira? — Nico questionou, olhando-a por sobre o ombro sem querer se afastar do molho que poderia passar do ponto rapidamente.

— Eu também não disse isso. — Thalia piscou sapeca.

— Sou uma vela ambulante em pleno Halloween. — Jason suspirou dramaticamente. — Se beijem logo, por favor.

— Não é má ideia. — Thalia riu e mesmo Nico pareceu também rir, desligando o fogão.

— Por favor, não na minha frente. — Jason suplicou.

Thalia sorriu travessa, mas Nico quem se aproximou dos dois irmãos. Ele sorriu malicioso e se inclinou na direção de Thalia, sobre o balcão, e Jason arregalou os olhos.

— Eu não acredito nisso! — O loiro exclamou, assustado.

Nico riu e beijou Thalia na bochecha, antes de se afastar para terminar o jantar.

— Vocês são tão sem graça. — Jason suspirou mais uma vez, e Thalia gargalhou.

Mesmo Nico não pode deixar de rir e de ficar confuso com as atitudes do melhor amigo, torcendo para que tudo não passasse de brincadeiras. A verdade é que ele bem que queria ter beijado Thalia naquele momento, mas com Dimi e Hazel no mesmo cômodo...

— Vinho? — O italiano decidiu oferecer, mostrando uma de suas garrafas favoritas e duas taças. Logo ele enchia uma para si e outra para Thalia, sequer estranhando quando Jason negou. — Tem suco na geladeira.

— Você não vai ser um bom anfitrião e me servir? — Jason resmungou teatralmente, sentado ao lado da irmã.

— Você já é de casa. — Nico retrucou, entregando a taça para uma Thalia que sorria travessa.

— Na primeira vez que eu vim aqui, você me botou pra lavar louça. — O loiro continuou com seus lamentos, não se dando por vencido. — Por que não faz o mesmo com Thalia?!

— Porque eu não estava tentando te conquistar. — Foi a resposta final de Nico antes de sorrir e levar a taça aos lábios, manchando-os em um tom rubro.

— Tenho que admitir que você está fazendo direitinho. — Thalia comentou analisando Nico por alguns longos segundos, girando a própria taça entre os dedos.

— Me matem, por favor. — Jason suspirou dramaticamente.

— Juro que não te entendo, Jay. — Thalia riu. — Você nos quer ou não juntos?!

— Se for pra Nico me maltratar ou pra ter uma overdose de açúcar…

Ele deixou o resto da frase no ar, mas Nico apenas riu, enfim cedendo aos caprichos do amigo e alcançando uma caixa de suco, aproveitando para servir as crianças também.

— Já que você está reclamando tanto — o italiano ponderou. —, vá arrumar a mesa para jantarmos.

Jason até obedeceu, mas não deixou de reclamar.

(...)

— Confesso que meu coração se parte cada vez que Dimi sai pela porta... — Thalia suspirou, cruzando os braços ao ver o filho descer a rua segurando a mão do tio.

Ele estava vestido de como um esqueleto de dinossauro e carregava uma pequena cesta em formato de abóbora e era claro o quão entusiasmado estava por, enfim, passar o Halloween nos Estados Unidos. A companhia de Hazel, então, vestida como uma pequena bruxa, deixava ele ainda mais animado.

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— Algum dia passa?

— Hazel está com seis anos e… Bom, até hoje sinto isso. — Nico confessou, observando a filha pular animada, também segurando a mão de Jason.

O casal estava na sacada, observando enquanto Jason levava as crianças para pedirem doces e aproveitando a brisa gelada que parecia perfeita com taças de vinho e a presença um do outro.

— Então, essa é sua parte favorita da casa? — Thalia questionou, olhando em volta os sofás confortáveis e uma rede suspensa, reconhecendo o ambiente em que ele normalmente estava quando se falavam por vídeo-chamada.

— Gosto de vir aqui pra pensar. — Nico admitiu, criando coragem para encaixar o braço na cintura de Thalia delicadamente. — E gosto da vista.

— O céu é incrível. — Ela concordou, observando os tons alaranjados que prediziam o crepúsculo. No entanto, apertou as mãos na grade de proteção ao olhar para baixo, parecendo apreensiva com a altura. — Mas não posso dizer o mesmo sobre o chão.

Nico riu quando Thalia se virou para ele, não só retribuindo o abraço como também se aproximando mais, .

— Nós deveríamos ir pra sala. — Ela comentou baixinho, seu lábios roçando os dele. — Daqui a pouco vão aparecer crianças pedindo doces e podem ser bem cruéis com as travessuras se não forem atendidas.

— Geralmente eles só pintam a porta. — Nico resmungou, não quero romper um dos preciosos momentos em que podiam ficar sozinhos.

Thalia ergueu a sobrancelha com um sorriso malicioso nos lábios: — Você vai negar docinhos para crianças? Que feio…

As bochechas de Nico se tingiram em um tom vermelho, os olhos negros desviando para um ponto atrás de Thalia, óbviamente constrangido. Isso só fez com que ela se aproximasse mais, sentindo seus corpos se encaixarem com contato.

— E quanto a mim, Di Angelo? — Ela continuou, provocando-o. — Serão doces ou travessuras?

(...)

Se Jason tinha vontade de jogar o sobrinho para os lobos pra ter alguns minutos minutos de sossego? Bom, às vezes ele tinha, afinal, Dimitri Grace estava longe de ser um menino calmo, quieto e obediente. No entanto, a maior parte do tempo Jason adorava a companhia do pequeno, a grande vantagem em ser tio e não pai era justamente por poder mimar Dimi o quanto quisesse.

E claro que iria mimá-lo em pleno Halloween.

Havia ensinado para ele e Hazel todos os truques para conseguir os melhores doces, desde as carinhas fofas e olhos pidões quando davam poucos caramelos, até como achar as melhores casas para pedir. Hazel também era muito esperta nesse último ponto, conhecia bem o bairro e os moradores, então sempre usava seu jeito fofo para pedir mais, como quando passaram pelo apartamento da babá e ela murmurou um chorão “Por favor, Lacy!” e ganhou mais um bocado de doces.

É, Hazel definitivamente era uma Di Angelo. Persuasão, covinhas e olhinhos triste faziam parte do DNA deles.

— Eu disse que a senhora Gardner não dava doces. — A pequena Di Angelo resmungou, mostrando a barra de cereal de aveia. — Não tem mais nenhuma casa legal aqui.

— Vamos naquela! — Dimi pulou feliz, apontando para a casa mais escura da rua. Ela parecia muito mais um covil de bruxas do que todas as outras, com os enfeites de Halloween ainda mais horripilantes com a estrutura velha, grande e desgastada da casa, o tipo de lugar em que até Jason tinha receio de chegar perto.

— Eu não vou. — Hazel resmungou, franzindo o nariz. — É casa da senhorita Hécate, ela é estranha, ninguém vai lá.

— Então tem muitos doces! E olha aquele fantasma! Parece de verdade!— Dimi gritou ainda mais feliz, quase puxando Jason em direção a casa enquanto Hazel relutava em seguir, resmungando.

— Tio Jason eu tenho medo. — A menina pediu, puxando o braço do rapaz. — Não quero ir!

— Eu estou aqui, Hazz. — Ele tentou reconforta-la, por mais que ele mesmo sentisse arrepios a cada passo. Por que a casa precisava ficar bem do lado de uma encruzilhada?!

— Mas eu não quero ir! — Hazel retorquiu, largando o braço de Jason e parando de braços cruzados.

— Mas eu quero! — Dimi entrou na briga. — Eu quero doces!

— Já tem um monte! — A pequena Di Angelo retrucou, fazendo um bico ao olhar para Jason. — Eu quero ir pra casa!

— Mas eu não! — Dimi choramingou, puxando o braço do tio. — Vamos, tio Jay!

— Dimi, Hazel não quer ir… — Jason tentou argumentar, vendo os olhinhos castanhos da menina se enxerem de lágrimas.

Medosa! — Dimitri replicou, batendo o pé no chão com força.

— Não sou! — Foi a vez de Hazel debater, emburrada.

— É sim! Medosa, medosa, medosa! — Começou a cantar para implica-la.

— Dimi, para. — Jason pediu, começando a ficar nervoso. Como ele ia resolver uma briga daqueles dois?! Ele mal conseguia resolver as brigas que ele entrava!

— Não sabe nem falar! — Hazel rebateu. — É medrosa, não medosa! E eu não sou medrosa!

Medosa igual um bebê! — Dimi a ignorou, continuando em sua cantoria.

— Bebê é você que não sabe nem falar! — Mais uma vez a Di Angelo replicou com os bracinhos cruzados.

— Eu não sou um bebê! — O menino enfim se irritou com as palavras. — Eu sou um rapaizinho.

— É rapazinho! — Ela o corrigiu novamente com um sorriso. — Viu?! Não sabe nem falar! Bebezinho!

— Tio Jason! — Dimitri choramingou. — Manda ela parar!

— Ok, já chega vocês dois. — Jason se colocou entre as crianças, usando seu tom mais grave para ter atenção. — Dimi, Hazel não quer ir lá então nós não vamos.

— Mas tio Jay… — O menino choramingou e Hazel riu, dando língua para ele. Jason revirou os olhos, pensando numa solução melhor quando o sobrinho começou a pirraçar, falando que queria e iria lá.

— Vamos fazer assim: Eu e Hazel ficamos na calçada e você pede, pode ser? — Jason sugeriu, vendo a menina protestar e Dimi pular feliz. — Vamos, vai ser rapidinho.

Foi um custo, mas Jason conseguiu convencer as crianças. Enquanto Dimi quase pulava de alegria ao ver cada escultura, abóbora e teia de aranha ao redor da casa percorrendo o caminho até a porta, Jason ficou com Hazel na calçada, a menina choramingando e segurando a mão dele com força, cheia de medo. O que só piorou quando a campainha foi tocada e uma gargalhada de bruxa soou, fazendo Dimi rir e Hazel se encolher mais.

— É apenas de brincadeira. — Jason acalmou a menina, se abaixando na frente dela. — Não precisa ter medo.

— Eu sei. — A menina fungou, escondendo o rostinho.

Jason voltou a atenção para Dimi ainda aguardando na porta até que esta fosse aberta com um rangido e uma mulher com um vestido longo e negro aparecesse. É, realmente parecia uma bruxa.

— Tio Jason… — Hazel chamou baixinho e Jason não sabia bem para qual criança olhar, no entanto, como Dimi estava sorrindo, escolheu prestar atenção na pequena Di Angelo. — O papai tá namorando a tia Thalia?

Isso nem Jason sabia como responder. Ele tentou não deixar tão claro como estava surpreso e nervoso com a pergunta, preferindo forçar um tom neutro, pigarreando.

— Por que a pergunta? — Tentou contornar, esperando que fosse mais eficaz do que quando tentava com Dimi.

— Eu vi a Tia Thalia beijando o papai. — A pequena contou, contorcendo os dedinhos no vestido roxo. — Foi na bochecha, mas eles ficaram sozinhos lá em casa, não quiserem vir com a gente…

— Isso você vai ter que perguntar pra eles, Hazz. — Jason falou calmamente, mil ideias passando por sua cabeça sobre como Hazel se sentiria sobre isso. A própria experiência dele com Hera o afetando. — Mas, independente deles estarem ou não namorando, você sabe que Nico sempre será papai, certo? Ele sempre vai te amar acima de tudo.

— Eu sei. — Hazel abriu um sorrisinho brilhante. — Seria legal o papai namorar a tia Thalia. Ele fica vermelho perto dela, mas não conta que eu contei!

Jason não pode deixar de rir, ajeitando o pequeno chapéu nos cabelos de Hazel.

— Eu também acho, pequena. Mas vamos deixar isso em segredo, tá? Melhor Dimi não saber por enquanto.

— O Dimi fala demais. — A pequena Di Angelo franziu a nariz. — Esse é nosso segredinho.

— Combinado. — Ele concordou, olhando para Dimi que voltava exibindo ainda mais doces e um sorriso feliz.