Eu de Letras, ela de Irônicas

Capítulo 09 - Beladona Prime – Festa na fraternidade das Garotas


Olhei meu reflexo no espelho e me vi bastante apresentável com meu paletó branco aberto por cima da camisa social preta, ambos com as mangas puxadas até o cotovelo, meu jeans liso e preto, e meu Oakle Horizon branco. Estava faltando alguma coisa; então para finalizar, penteei os cabelos para trás e pronto!

Chad não estava no quarto, para variar, o que era estranho. A última vez que o tinha visto fora há dois dias. Nesse período, nem parece que dividíamos o quarto, pois sua cama acordava idêntica sempre, com o lençol esticado e o travesseiro posto impecavelmente sobre o mesmo.

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Olhei no mapa do Bloco onde ficava a casa das Beladona. Bastava descer alguns metros, passando pela área verde leste, chegando em frente ao Bloco D/Bloco A de Pós-Graduação e virar à direita, seguindo em frente. Era atrás da porta traseira da Master, no lado oposto ao portão principal, bem no fundo da universidade – que por sinal era a área das casas de fraternidade -.

Havia vários casais do lado de fora da casa conversando, paquerando ou tomando drinks. Eu já vinha escutando a música eletrônica, que tocava alto, desde o Bloco D, e reconheci o bom gosto musical de quem quer que tenha formado a playlist.

No lado de fora, Anabeth conversava com duas outras garotas, todas amigas de Anna, porém não lembrava seus nomes. Ela sorriu ao me ver chegar:

– Ei, Andrew! Você veio mesmo.

– Pois é... – respondi, dando um abraço rápido nela e cumprimentando as outras.

– Anna vem com Bettie, que atrasou um pouquinho. Já, já estão aqui. – ela disse como se estivesse lendo meus pensamentos.

– Ah, sim. Certo.

– Enquanto isso, que tal ir com as meninas pegar umas bebidas para nós? Tenho que ficar aqui esperando as bonitas... – pediu, fingindo exasperação na última frase.

– Pode ser... – respondi, já que não estava fazendo nada mesmo.

– Você já conhece Charloth e Gina, não é?! – ela perguntou, mostrando uma ruiva com uma bela silhueta e seios fartos usando um vestido justo preto e uma baixinha morena de sorriso fofo, que usava saia e uma blusa tomara que caia.

– Já, sim. – sorri para elas, que retribuíram – Podem me acompanhar, senhoritas?

– Claro! – sorriu Charloth, a ruiva cujo nome se pronunciava como se a últimas letras fossem um “f”.

– Com certeza! – acompanhou Gina, a baixinha fofa.

A casa era enorme, como de se esperar em uma casa de fraternidade. O primeiro cômodo que adentramos era uma sala bastante espaçosa, a qual estava cheia de gente animada, alguns até dançavam a música alta, que vinha diretamente do cômodo ao lado. Guiado pelas amigas de Anna, seguimos em frente passando por uma escada e adentrando um portal que dava direto para uma cozinha igualmente digna, onde um bartender trabalhava de forma eficiente. Algumas pessoas falaram com as duas rapidamente no caminho.

– Três Cosmopolitans, por favor! – disse Gina, assim que nossa vez de sermos atendidos chegou.

Tomei o primeiro, sentindo a bebida doce e gelada descendo por minha garganta. Anabeth e Gina tomaram os seus em poucos goles e imediatamente pediram uma segunda dose. Como não tinha costume de beber álcool, pararia naquele segundo mesmo. Era o suficiente.

As duas tomaram seu segundo drink em um gole só. Depois pegamos os três drinks para Anabeth, Bettie e Anna e voltamos para a entrada da casa (não sem antes esperar Gina dançar por alguns segundos a música que tocava na sala). Fui bebericando minha bebida no caminho, enquanto segurava a de Anna com a outra mão.

Quando saímos, Anna e Bettie já estavam do lado de Anabeth conversando e rindo. As duas sorriram para nós quando nos aproximamos e nos cumprimentaram; Anna, desta vez, deu-me um abraço rápido. Logo em seguida pegou seu drinque de minha mão e disse, tomando um gole pequeno:

– Andrew, apresento-lhe oficialmente Bettie. Bettie, este é o Andrew, de quem lhe falei.

– Olá! – sorriu Bettie, e seu sorriso era bastante belo – Anna me falou bastante sobre você. É um prazer finalmente poder conhece-lo! – acrescentou, estendendo a mão.

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Apertei sua mão gentilmente, respondendo:

– Também ouvi falar de você. O prazer é meu!

– Ele é o colega de quarto do “seu Chad”, Bettie. – disse Anabeth, forçando o “seu Chad” em tom de brincadeira e já alegrinha devido aos Cosmopolitans.

Bettie era magra com curvas bastante abundantes, cabelo perto cortado estilo Chanel – o que destacava seus olhos verdes – e lábios carnudos. Usava um elegante vestido de festa com saltos altos. Então, pela primeira vez reparei em Anna.

Talvez o Cosmopolitan tenha ajudado, mas o fato é que eu a vi de um jeito diferente. Usava um vestido preto, tomara que caia, justo ao corpo e curto, deixando suas pernas à mostra, com salto combinando. Usava uma maquiagem bonita, que também lhe realçava os olhos, um batom vermelho destacando eficientemente os lábios e uma gargantilha com pequenos espinhos dourados espalhados por toda a sua extensão. Ela estava, realmente, espetacular!

Anna terminou seu drink, trocando sua taça com a minha imediatamente.

– Quer parar de me encarar, moço? – ela me perguntou, lançando-me um olhar travesso – Sei que tenho as pernas que toda garota quer e que estou incrivelmente gostosa nesse vestido, mas por incrível que pareça, está conseguindo me deixar constrangida. – acrescentou, bebendo o meu drink sem tirar os olhos dos meus.

Pisquei.

– Desculpe. Foi mais forte do que eu. – comentei sério, encarando-a de volta.

– Agora temos certeza que ele não é gay. – comentou Charloth ao meu lado.

– Ainda bem... – comentou Gina, com um tom travesso.

– Seria de fato um desperdício. – continuou Anabeth.

Anna sorriu e continuou o assunto anterior, aliviando a situação:

– Enfim, ele é mesmo o colega de quarto do Chad.

– Como ele é? No quarto, quero dizer. – perguntou Bettie.

– Sério. E calado. Para falar a verdade, nos falamos pouquíssimas vezes desde que as aulas começaram. Quase não nos encontramos.

– Ah... ele é bem na dele, mesmo. Nem acredito que chegamos num ponto tão longe! – comentou.

– Tente não morrer de saudades, enquanto está finalmente um pouco longe dele. – Anna falou para ela.

– Vou tentar. Mas não posso prometer nada.

– Enfim, está rolando uma festa incrível lá dentro e eu não sei vocês, mas eu vou entrar e curtir aquela música! – falou Anabeth – A propósito, Andrew, eu gostaria de ter uma dança com você antes de ficar bêbada. Para me lembrar do momento, sabe?! – acrescentou – Isto é, se a Anna deixar... – deu uma risadinha.

Não entendi o último comentário.

– Já pode parar com as margaritas amiga. – falou Anna antes que eu me pronunciasse.

– Brincadeira, brincadeira! – emendou Anabeth – Tirando a parte da dança, claro – ela olhou para mim e sorriu.

Relaxei e sorri também.

– Claro! Será uma honra. – falei.

Ela franziu a testa e perguntou para Anna:

– Ele é sempre tão formal assim?

– Não assim. Deve estar precisando de uma dose... – comentou ela com um tom trivial.

– Bem, quando estiver mais solto, venha me procurar! – falou ela pela última vez antes de me lançar uma piscadinha e sumir para dentro da casa.

– Vou com ela. Preciso descolar uns beijos hoje. – falou Gina, virando-se e saindo.

– Vocês não estão a fim de dançar também, não? – perguntou Charloth.

– Daqui a pouco. – falei.

– Hum... daqui a pouco. Mas nós vamos entrar com você, está ficando frio aqui fora. Vamos? – perguntou para mim.

– Vamos. – falei, começando a andar.

Uma hora e meia depois e eu simplesmente não entendia como aquelas garotas não se cansavam. Anabeth dançou, riu, dançou, conversou, bebeu e dançou novamente. Anna dançou, voltou ao sofá onde eu conversava com Bettie (que dançou apenas três músicas) e voltou para a pista depois de alguns goles junto com Charloth, antes da mesma dar uma sumida assim como Gina, que estava ali apenas durante a primeira hora.

Pouco depois de entrarmos, a música parou e um grupo de doze garotas vestindo praticamente uniformes de cheerleaders – tops, saias pregadas e sapatos com salto (a única diferença) – rosas e roxos subiu ao palco, nos saudando e apresentando-se como “Beladona Prime, a Fraternidade das Garotas”. Então o estilo de música mudou tornando-se eclético; elas se misturaram à multidão e dançaram, trocando de roupa umas cinco vezes - uma peça para cada estilo. Conversei com duas delas – uma loira gentil chamada Rachel e uma asiática bonitinha chamada Liu – no intervalo de idas e vindas das garotas (um dos únicos momentos que vi todas dançando juntas) e as achei até divertidas.

Anna veio em minha direção com um drinque na mão.

– Experimente. – falou, me entregando o copo.

A bebida era transparente e continha fatias de limão não descascadas. Experimentei um gole. Tinha gosto de limão, álcool e açúcar, basicamente uma limonada alcoólica. Era refrescante e gelado, e eu simplesmente adorei aquilo. Anna sabia achar bons drinks por aí.

– É caipirinha – ela disse, observando minha reação.

– É muito bom! – disse em resposta – Muito mesmo!

Ela sorriu.

– Sabia que ia gostar. É uma bebida famosíssima no Brasil e em alguns outros lugares do mundo também...

– Já tinha ouvido falar... mas nunca tive a oportunidade de experimentar antes – respondi.

– Que bom que gostou. Só vai devagar para não ficar bêbado. Isso embebeda que é uma beleza!

Eu realmente já sentia uma leve tontura e o calor subindo.

– Bem, acho que já dá para cumprir minha promessa. – falei, referindo-me à dança com Anabeth, ainda segurando o copo meio cheio.

Tomei o restante da bebida, e levantei-me. Anna levantou-se também e pegou o copo da minha mão.

– Vou buscar um pouco para mim. – falou.

– Certo. – respondi. E então fui em direção à “pista de dança”.

A música pop que tocava estava mais divertida do que antes, perfeita para se dançar com alguém. Também me sentia mais alegre.

Anabeth sorriu magicamente ao me ver e começou a agitar o corpo no ritmo da música. No início me senti um tanto inibido por não saber dançar, mas durou pouco. Vi as pessoas ao meu redor movimentando-se das mais variadas formas, inclusive tinham muitos totalmente desengonçados, e motivado ainda mais pela bebida, me soltei.

– Eu não sei dançar – gritei no ouvido de Anabeth.

– Eu também não. Mas não precisa saber só fingir! – ela respondeu, mais alto que a música.

Mantendo aquela forma de pensar, nem vi o tempo passar. Como um estalar de dedos, três músicas se passaram e eu já estava suado e agitado, como todos ali. Anabeth continuava ininterrupta, quando Charloth finalmente apareceu e se juntou a nós. Elas conversaram bastante enquanto dançávamos. Depois um cara apareceu, sussurrando no ouvido de Anabeth – ao que tudo indicava, eles já se conheciam – e ela saiu com ele, sem se despedir de nós.

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Agora éramos Charloth e eu. A ruiva estava ainda mais desinibida que Anabeth, e se aproximou bastante de mim durante as danças. Estávamos quase encostados quando uma música lenta começou. Ela passou os braços ao redor do meu pescoço e acabou com a pouquíssima distância que havia entre nós, encostado a cabeça no meu ombro esquerdo. Abracei sua cintura e ficamos assim por um tempo.

Eu tinha um pouco mais de experiência com músicas lentas, então desde que não precisasse tirar os pés do lugar eu as dançava até bem.

– Você é muito bonito, sabia? – perguntou ela. Seu hálito cheirava levemente a álcool um tanto doce e sua língua enrolava um pouco – E está cheiroso.

– Obrigado. Você é linda! – respondi e ela sorriu – E está bastante sexy.

Ela levantou a cabeça, olhando para mim:

– Você não tem namorada, ou tem? – perguntou com a testa franzida ligeiramente preocupada.

– Não. Não tempo para um relacionamento sério agora... – fui sincero.

– Ah. É uma pena... Que não tenha tempo, claro! – ela falou, sorrindo novamente. Em seguida acrescentou – É difícil achar um cara como você solteiro hoje em dia.

– “Um cara como eu”?

– É. Educado, gentil, bonito e blábláblá... Fora a questão do respeito. Obrigada por não ter tentado me agarrar ou se esfregar em mim... Não que eu não quisesse, mas estou meio bêbada, então...

– Claro. Sem problemas. – respondi.

– Talvez quando eu estiver sóbria a gente possa conversar melhor.

– Quando quiser! – falei.

Ela se afastou e disse, com um sorriso discreto:

– Ufa! Está na hora de parar. Você está me deixando bastante atraída para várias coisas e nesse estado isso não é bom. Obrigada pela dança. Vou ali fora tomar um ar, se perguntarem por mim.

– Sem problemas. Eu que agradeço! – falei, tendo que concordar. Ela também havia me deixado eufórico demais com aquela dança.

Charloth ia se virando quando parou, voltou-se para mim parecendo ponderar sobre algo e, subitamente decidida, falou:

– Espero que não se importe.

Eu ia perguntar “sobre o quê?” quando ela se aproximou e encostou os lábios nos meus, me impossibilitando de falar por um instante. Depois, me olhou nos olhos com um sorrisinho enquanto se virava e saiu.

Enquanto processava o que tinha acabado de acontecer em meio à tontura das bebidas, Anna surgiu ao meu lado.

– E então, se divertindo muito? – ela perguntou. Segurava um copo com caipirinha pela metade.

– Agora, sim. – respondi.

Ela levantou os cantos da boca em um pseudo-sorriso e disse:

– Estou vendo. Você não está bêbado, está?

– Não. Só um pouco tonto.

– Ah, sim... – notei que ela havia meio que perdido um pouco de expectativa.

Fez-se um momento de silêncio. Anna tomou a caipirinha e falou:

– Vou devolver o copo.

Então saiu.

Dei de ombros. Ainda estava com o sangue quente, então decidi dançar mais um pouco. Por sorte, uma moça apareceu. E uma membro da Beladona. Não precisamos trocar palavras: ela chegou dançando, eu acompanhei e dançamos juntos até a música chegar ao fim. Então alguém a chamou e ela deu um tchauzinho, se afastando.

Eu ainda queria dançar.

Será que Anna estaria a fim? Olhei ao meu redor, procurando-a e a vi não muito longe dali. Coincidentemente, ela também estava olhando para mim, então a chamei com um gesto.

– Oi? – ela perguntou, assim que chegou perto o suficiente para que eu pudesse ouvir.

– Está a fim de dançar? Vou embora daqui a pouco.

Ela pareceu ponderar um pouco. Neste momento, a música que tocava acabou.

– Sim. Tomara que venha uma música bem legal agora! – comentou.

Sorri. A música nova começou um tanto lenta. Mas era um pop e eu a conhecia.

“Eu joguei um desejo no poço

Não me pergunte, eu nunca vou contar

Eu olhei para você quando fiz o pedido

E agora você está no meu caminho”

– O que acha dessa? – ela perguntou divertidamente.

– Acho que já devíamos ter começado a nos mexer... – falei.

– Uau! Disse o cara que não sabe dançar direito...

– O quê? Como você sabe?

– Te observei algumas vezes. É engraçado! – ela riu. Da minha cara.

“Eu troco minha alma por um desejo

Centavos e moedas por um beijo

Eu não estava procurando por isso

Mas agora você está no meu caminho”

– Estava me observando, moça? – perguntei, fazendo seu joguinho habitual.

Ela se aproximou do meu ouvido.

“Seu olhar estava parado

Jeans rasgados, mostrando a pele

Noite quente, o vento soprava

Onde você pensa que está indo, baby?”

– Talvez, moço. – falou, com as mãos apoiadas em meu peito.

Sorri. Como se o momento tivesse sido ensaiado, começamos a nos mexer no ritmo da música ao mesmo tempo.

“Ei, acabei de te conhecer,

E isto é loucura,

Mas aqui está meu número,

Então me ligue, talvez”

Ela dançava e mexia os lábios ao mesmo tempo, cantando em silêncio. Aquilo me fez rir, pois era de alguma forma, divertido. Achei estranho achar algo tão comum divertido daquela forma. Devia ser o efeito da caipirinha...

Quando a música estava no fim, ela simplesmente parou e me observou por um instante. Então tirou um pequeno papel de dentro de seu vestido, ficou na ponta dos pés e, aproximando-se, cantou uma das últimas estrofes no meu ouvido:

– “Ei, acabei de te conhecer. E isto é loucura, mas aqui está meu número. Então me ligue, talvez...”

Senti sua mão pressionar o papel na minha. Fechei a palma, envolvendo sua mão e o papel, dizendo:

– Eu já tenho o seu número. No dia em que entregou a minha carteira, você deixou um papel lá dentro.

Sua cabeça ainda estava ao lado da minha. Vi pela visão periférica que ela sorriu:

– Na verdade, aquele era o telefone de Gina. E ela até manteve expectativas de você ligar.

Desta vez quem sorriu fui eu.

– Ponto para você, de novo. – falei, rindo, e ela me acompanhou.

*

Era a primeira noite em que eu iria dormir tão tarde (23h32), considerando o horário habitual (20h50). Desde que voltei para o quarto, pensava na festa. Agora deitado, limpo do suor e pronto para dormir, acabei tendo que concordar que festas universitárias não eram tão ruins quanto eu pensava. Pelo menos, a minha primeira havia sido bem divertida. Apesar de a pequena tontura continuar ali, e eu realmente esperar não acordar com ressaca, por mais que a quantidade de álcool que eu houvesse ingerido pudesse ser considerada pequena.

Os últimos momentos com Anna preencheram meus pensamentos quando o sono chegou, e lembrei que quando ela falou sobre o número na minha carteira, indiretamente, havia me enganado três vezes.

Apesar do sorriso no meu rosto, eu tinha que começar a pensar uma forma de descontar.

*

“Antes de você entrar na minha vida,

Eu sentia tanto a sua falta, eu sentia tanto a sua falta...

E você deve saber que

Eu sentia tanto, tanto a sua falta...”

Carly Rae Jepsen - Call me Maybe