Deus Salve a Rainha.

Transição, de um belo passado à uma águia.


—Estou com medo. -Disse a garotinha ao pai.

—Do que você tem medo? -perguntou Augusto.

—E se Tlarty me derrubar?

Ele a olhou com curiosidade.

—E se ela não te derrubar? -A menina ficou pensativa e ele se ajoelhou ficando na altura dela. -Lembra de quando seu égua Tlarty nasceu?-Catarina assentiu. -Como pode se assustar com algo que viu nascer? -Questionou. -Não o faça, pois nada é tão verdadeiro quanto a confiança, minha pequena águia.

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O dia seguinte mal tinha começado quando o movimento das carruagens se tornou constante. Reis, duques, príncipes e condes chegavam com suas famílias para prestar uma ultima homenagem ao rei de Artena, o justo Augusto. Felipe deixou a carruagem e ofereceu a mão par Beatriz descer, a princesa logo aceitou dando um pequeno sorriso para o marido.

Ela não imaginava que algum deles iria reinar tão cedo. Para a princesa eles viveriam sem essa responsabilidade por muitos anos, até que, depois de ver o nascimento e crescimento dos netos, seus pais e familiares iriam partir, levantando e deixando memorias felizes de tempos de paz. Ela nem mesmo pensou que a primeira Catarina e que uma pessoas boa como o monarca era, partiria tão subitamente.

Ninguém imaginava.

Suas vestes eram escuras, como as de Felipe e as dos demais membros da monarquia. Simbolizando a tristeza que sentiam, a escuridão que, naquele momento, lhes preenchia alma. Mesmo que, dentro dos baús, estivessem vestes alegres, para contemplar a coroação da nova rainha de Artena.

—Vocês viram ela? -Perguntou assim que se aproximou dos amigos.

Teobaldo, príncipe de Alfambres, negou rapidamente, ele estava tentando acalmar a princesa Jade, cunhada de Beatriz. A moça tinha o rosto marcado por lagrimas, assim como o príncipe Leonardo, de Córdona, que ameaçava derramar lagrimas a qualquer momento.

—Não, ninguém sabe onde ela se encontra. -Disse com Ciro pesar. -Catarina desapareceu, após Afonso levar ela aos seus aposentos.

—E onde está o rei de Montemor? -perguntou Beatriz, com uma lesa dureza na voz.

—Juntamente de Lucrécia e Rodolfo estão organizando a cerimonia.

—Lucrécia e Rodolfo?

—Sim, eles estão fazendo o que lhes foi designado com maestria. -Ciro suspirou. -É algo admirável, não há brincadeiras, ou piadas. Há apenas...

—Pesar. -Completou, abaixando a cabeça.

—Precisamos achar Catarina antes da cerimonia. -Decretou Felipe. -Ela será aproxima monarca, eles não devem pensar que ela é fraca!

—Felipe, ela... -Beatriz tentou lhe dizer que a amiga não era fraca, ela só não era de ferro, mas falhou ao observar outros da nobreza questionar o sumiço da princesa sem qualquer dignidade ou vergonha. Um bando de abutres que apenas desejavam ver o circo pegar fogo. -Vamos buscar, Catarina! Reúnam os outros.

As moças e os rapazes limparam os olhos e foram a procura dos demais. Ninguém menosprezaria nenhum deles.

*

*

*

*

Ela tentava controlar as lagrimas, o máximo possível. Uma tentativa falha, já que seu rosto estava completamente molhado por elas e sua visão dificultada. Ela tentava voltar, mas parecia que algo a afastava dali. Daquelas pessoas, do poder, do castelo, dos amigos, do corpo morto do seu pai... Ela o amava tanto, Santo Deus, como ela gostaria de voltar no tempo e sentir o consolo do seu pai. O carinho em seus cabelos. As histórias dos reis antigos, das rainhas. Gostaria de voltar a respirar com tranquilidade.

Seu vestido estava sujo de lama, seus sapatos também. Depois de se livrar dos servos e de Afonso, ela adentrou o labirinto de Artena e ficou ali por um tempo. Depois suas pernas ganharam vida e ela foi em direção da floresta. Os caminhos do labirinto ela conhecia como ninguém, então, foi fácil passar despercebida pelos soldados que faziam a guarda do castelo.

Quando ela pisou nos limites da floresta sentiu todos os pelos do seu corpo se arrepiarem, como se fosse as boas vindas daquele magico lugar a ela. E então ela correu, até que lhe faltasse o ar e ele tivesse que se sentar.

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Ela olhou para a égua e Augusto observou a princesa, ela deveria ter seus 6 anos naquela lembrança. Então, seu olhar voltou para seu pai.

—Você confia em mim, papai? -Perguntou, o surpreendendo.

—Sim, Catarina.

A princesa subiu na égua e começou sua aula de equitação.

—Você vai ficar bem. -Disse para si mesma, sentindo o vento passar por seus cabelos e levanta-los. Respirou fundo. -Tudo vai ficar bem. -Repetiu como um mantra.

Ela fechou os olhos e continuou sentindo a presença da natureza a sua volta. Sentindo medo e paz... Aos poucos a saudade vou deixada de lado e, como magica, ela sentiu a mesma sensação que sentia quando estava na presença do seu pai. Se sentiu segura.

—Quando a luz em meus olhos se for e meu ultimo suspiro for dado, quero ter a memoria desse momento. O momento em que a princesa de Artena se torna rainha. -Lagrimas banhavam os olhos, ainda fechados, dela. -Eu permanecerei contigo até o final dos vossos dias. Anos de gloria e ouro virão para Artena pois você será a líder. Governe com sabedoria, minha criança, e voe com cuidado, pequena águia.

Decidida, ela se levantou. Estava na hora de fazer valer o desejo do seu pai.

Ali, sem nenhum súdito ou poder, nascia a rainha esperada pelo povo de Artena. Ali nascia Catarina de Lurton, rainha de Artena. Na presença de Deus e ele iria permanecer com ela. Deus Salve a Rainha, a tão esperada e temida, que em meio a tristeza se criava e governaria em meio a gloria.

—Está na hora de começar o seu reinado, Catarina. -Disse por fim, se levantando.

Contudo, Augusto permaneceu ali, parado observando o desenvolver da experiência da princesa e da sua égua, pensando no que ela quis dizer e lá, naquele momento, sem Catarina ao menos notar, ele determinou que nunca desconfiaria dela.

*

*

*

*

Assim que Henrique chegou nos limites do castelo, ele observou a movimentação estranha de carruagens. Dos campos, vinham camponeses com muitas flores. Das mais variadas cores.

Ele se virou para o general do exercito e lhe questionou:

—Alguma comemoração importante?

O homem negou.

—Não há nenhuma comemoração, meu senhor.

Henrique assentiu.

E continuaram o caminho. Os soldados se dirigiram a parte destinada a eles e Henrique correu para o castelo, sem passar pelo vilarejo. Desceu do cavalo e logo avistou sua irmã, a princesa Aurora tinha feições triste e foi de encontro a ele.

—Henrique, que bom que voltou.

—Minha irmã, o que está havendo?

—Eu... -Os olhos dela se encheram de lagrimas. -Uma lastima, Henrique, o rei Augusto, ele se foi. -Informou.

O coração de Henrique se acelerou e uma grande tristeza se apossou dele. E então ele ficou desesperado por noticias de Catarina.

—Onde ela está? -Perguntou nervoso.

—Ninguém sabe, alguns foram procura-la.

—Eu... -Ele passou a mão nos cabelos nervoso. -Quem estava com ela? Rodolfo? Lucrécia?

Aurora engoliu em seco, sabendo do quão possessivo era o irmão.

—O rei Afonso foi requisitada graças a um acordo entre Artena e Montemor. -Disse devagar, Henrique escutava atento. -Quando Catarina achou o rei Augusto, ele foi o primeiro aparecer, junto a alguns guardas e...

—Afonso esteve com ela?

Aurora assentiu devagar.

Ele passou a mão no rosto. O príncipe e futuro rei de Brunis estava um pouco desapontado com ele mesmo e com a situação. Enquanto ele defendia o reino dela, o pai dela morria e ele não estava lá para consola-la. Logo, o outro apareceu e, querendo ou não, ele já fora um amor para ela (talvez, ainda fosse).

—Eu... Sinto muito, meu irmão... Eu...

Ele assentiu e subiu para se trocar.

Eram necessárias vestes adequadas.

*

*

*

*

Todos estavam reunidos no grande salão do castelo. Uma espécie de caixão arcaico estava logo depois do trono e lá estava o corpo morto do rei. Banhado em perfumes e com vestes reais, ele estava rodeado de flores brancas. Do lado de fora, súditos tinham velas acessas e flores na outra mão, a massa de pessoas enchia as ruas e se dividia formando um caminho, ali passaria o "caixão" e por ali seguiria até adentrar a floresta e, em um local secreto e especial, denominado "guardião real", a caixa seria enterrada, pondo fim ao reino de Augusto de Lurton.

Todos os monarcas estavam devidamente enfileirados dentre do espeça que separava o povo deles. Homens, mulheres, crianças, todos lamentando a perda do grande rei de Artena.

—Onde está, Catarina? -perguntou Jade, após perceber a ausência da amiga. -Vocês não foram atrás dela?

—Nos... Nos não encontramos ela! -Disse Felipe, ele estava ao lado de Beatriz.

—Por Deus, nos temos que...

Antes que ela terminasse todos olharam para a entrada do castelo, ali estava a perdida princesa. Catarina vestia vestes escuras, seus longos cabelos estavam presos e sua feição abatida era perceptível por qualquer um.

As trombetas soaram.

A guarda real estava toda reunida.

Os soldados bateram continência, tiraram as espadas e levantaram. Catarina se pôs atrás do caixão e se aproximou, tocou com carinho.

Eu lhe amo, papai!Por favor, nunca me deixe.—Disse em sussurros.

E permitiu que ele se fosse.

Andou até ficar novamente e voltou a encarar enquanto ele ia. Beatriz derramava algumas lagrimas, Felipe estava ao seu lado, tentando lhe passar confiança, mas ele estava tão magoado quanto ela.

Jade e Aurora estavam ao lado dos pais, quietas, sentindo as lagrimas descer. O príncipe de Córdona permitiu que algumas lagrimas caíssem, tal como, Ciro que, mesmo não querendo admitir, sentiu o rosto molhar...

—DEUS SALVE O REI! -Gritou o povo, assim que o caixão chegou no final do jardim do castelo.

—Deus salve o rei. -Disse Beatriz.

—Deus Salve o rei. -Afonso proferiu.

—Deus salve o rei. -Disse a princesa Aurora.

—Deus Salve o rei. -Sussurrou Henrique.

DEUS SALVE O REI.—Disse todos os monarcas em conjunto, prestando uma ultima homenagem ao tão justo rei que Artena já teve a sorte de ter.

*

*

*

*

As lagrimas mal secaram e a coroação já fora necessária, o rei partiu de manhã e uma semana depois o castelo já estava enfeitado para a cerimonia.

Ela sequer teve tempo de agradecer a Afonso pela grande ajuda, ou falar com Rodolfo. Muito menos falar com Henrique e, Deus, como ela sentia falta dele. Henrique tinha se tornado algo além de um bom amigo.

Catarina estava trancada em seus aposentos, junto a algumas princesas e servos. Elas observavam o belo vestido que a muito tempo tinha sido escolhido, mas que não deveria ter sido usado tão cedo.

—Tudo dará certo.

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—Eu sei que dará, Mary. -Disse com um sorriso calmo.

—Será uma bela cerimonia. -Proferiu Elisabeth.

Catarina assentiu.

—Obrigada pela ajuda na preparação. -Todas as senhoras assentiram.

Música

Quando o momento chegou, todas saíram e ela ficou em um corredor, sozinha, esperando. Até que sentiu uma presença atrás de si. Mãos grandes subiram pelos seus braços e logo uma boca plantava um beijo doce em seu pescoço.

—Henrique. -Pronunciou o nome com um pequeno sorriso.

—Olá, minha querida. -Disse carinhoso.

Ela se virou para ele e aceitou com felicidade o carinho.

—Você está bem? -Perguntou preocupada, lembrando-se do proposito do príncipe ao deixar o castelo.- Deu tudo certo?

Ele assentiu.

—Nem tudo. -Ele passou a mão pelo rosto dela, devagar. -Sinto muito por não está ao seu lado.

—Não se desculpe por nada, você estava protegendo uma parte importante de mim. Lhe sou imensamente grata. -Ela beijou sua bochecha e deixou lhe beijou os lábios, um simples selinho, que significava muito.

—Não pretendo repetir, estarei ao seu lado por toda a vida. Eu... Espere.

Ele se afastou dela e tirou a espada da bainha, se ajoelhou.

—Henrique o que...

Ele sorriu e, ainda ajoelhado, segurou a espada entre as mãos. Logo, começou a proferir o código dos cavalheiros.

Promete lhe servir, minha rainha.—Disse seriamente.

Catarina sentiu uma pontada no seu coração e seu ventre encher de "borboletas".

Promete que Brunis sempre lhe estava a disposição e que, tanto o monarca quanto o reino, estarão para sempre ao seu lado. Prometo lhe amar, até que meu ultimo suspiro seja dado. E...

Antes que ele terminasse, Catarina se ajoelhou também e continuou a falar código, um código deles.

—Você sempre estará em meu ser, príncipe Henrique de Brunos. A ti sempre serei grata e pelas tuas lutas irei lutar...

Ele sorriu emocionado.

—E quando o mal chegar a ti, em meio as sombras lutarei e lhe salvarei. -Disse ele.

—E lhe salvei e trarei de volta ao lar.... Prometo não lhe esquecer ou abandonar. -Disse ela.

Ele deixou a espada no chão e, mesmo ajoelhados, trocaram carinhos.

—Quando chorar, irei suas lagrimas enxugar. E em teus sonhos habitar. -Sussurrou ele no ouvido dela.

—Meu coração a ti pertence, Henrique. -Disse ela o olhando nos olhos.

E então ele sentiu toda a insegurança abandonar seu coração e lhe beijou os lábios, afundando o beijo e permitindo-se perder em Catarina. Naquele mar perigoso e atraente, que ele amava se aventurar. Pois ali ele percebeu que ela era dela na mesma proporção que ele era dela.

Eles ouviram um barulho e se levantaram rapidamente, como se fossem crianças prestes a serem pegos. Sorriram.

—Sou o de azul, estarei lhe esperando.

—Serei a de cinza, logo voltarei para ti.

Ele andou pelo corredor e logo sumiu das vistas dela.

Música

O salão estava repleto de nobre, com vestes claras e tons de vermelho, com ouro e prata. Quando a princesa passou por eles, sem expor nenhuma emoção, eles seguiram ela até a entrada do castelo, na qual estava aberto para o povo.

Lá, tinha uma multidão esperando ela, junto aos monarcas. Beatriz ao lado de Felipe e a família real de Lúngria e Andnar. Ciro estava ao lado da família também. As demais princesas, amigas de Catarina, estavam juntos, do lado delas estavam Rodolfo e Lucrécia, que tinha os olhos brilhando e uma pequena insatisfação por está ao lado Afonso e Amália, a moça colocou a mão na barriga teatralmente e "obrigou" o rei d Montemor a ir busca-la. Henrique e Aurora estavam ao lado do local onde Catarina seria coroada.

O bispo se aproxima e ela abaixa a cabeça pronta para aceitar a responsabilidade.

—Que nosso senhor abençoe vosso reinado.

Ela sentiu uma energia sem explicação se apossar de si, como magia, seus pelos se arrepiaram ao sentir o peso da coroa em sua cabeça. Catarina respirou fundo e olhou aquelas pessoas. Eram diferentes entre si, entretanto, carregavam o amor pela sua pátria, pelo seu reino. Eles morreriam e viveriam por ela.

Então, com outra forte respiração, ela se dirigiu a eles:

—Eu sei que estão sofrendo. -Foi direta. -Sei que não são indiferentes a minha dor. -Algumas lagrimas escaparão, mas foram rapidamente limpadas. -Contudo, meu pai e vosso rei não gostaria que deixássemos de lado o espírito que um cidadão de Artena possui. Coragem, bondade, força e despreza. Somos fortes, pois estamos unidos e lutamos por nosso lugar. Este! Espero honrar a memoria dos meus pais e trazer, ainda mais, prosperidade a Artena.

Catarina não podia observar todo o povo, não podia observar suas feições e ouvir suas palavras, mas se ela pudesse, o coro que viria a seguir se tornaria ainda mais forte. Eles tinham lagrimas nos olhos, sorrisos corajosos e veracidade em suas palavras.

—VIDA LONGA A RAINHA CATARINA.

—DEUS SALVE A RAINHA.

—LONGO SEJA VOSSO REINADO!

Ela os olhou e deixou que algumas lagrimas caísse.

Aquele era o lugar dela. Por ele, ela lutaria até o fim.

Todos os demais monarcas estavam reunidos atrás dela. Eles observavam com atenção a reação do povo, alguns até se preocupavam com o imenso poder que aquele reino possuía. Mas, os demais estavam arrepiados, pois estavam testemunhando não só um novo monarca no poder, mas o amor que o povo tinha por seus representantes.

—Vida longa a nova rainha de Artena, longo seja o vosso reinado. -Disse Henrique fortemente, fazendo olhares se voltarem a ele, todos foram devidamente ignorados, seus olhos brilhavam transmitindo a alegria da sua alma.

Lucrécia levantou uma taça e disse sorridente:

—Vida longa a Catarina de Lurton.

DEUS SALVE CATARINA! —Gritou Rodolfo, entusiasmado.

—DEUS SALVE A RAINHA DE ARTENA, LONGO SEJA VOSSO REINADO.

—LONGO SEJA VOSSO REINADO. -O coro entre nobres e o povo foi feito. Se você tivesse ouvido com atenção teria ouvido uma voz, em meio a multidão, uma voz masculina foi ouvida, ao menos Catarina ouviu e quem iria ir contra a rainha? De quem era a voz? De um pai orgulhoso que celebrava a conquista da sua pequena menininha, em meio ao coro a voz de Augusto soou alta.

Afonso a olhava com admiração, querendo está com ela, querendo dividir o orgulho que ele sentia dela. A alegria. Ele a olhava com muita atenção. Quando Catarina se virou, ela deu de cara com ele a observando. Aqueles olhos escuros pareciam adentrar sua alma e saber seus segredo. Afonso sentiu seu coração acelerar, mas Catarina focou os olhos atrás dele, onde estava Henrique, de azul... Ela não duvidava, nem por um instante, do seu desejo de tê-lo ali, assim como, sabia que necessitaria de muita coragem para governar.

E ela o tinha.

Pois, diferente dos demais, ela tinha nascidos para aquilo, para reinar.

Ali, ele foi o primeiro a admirar a Rainha que um dia Artena teria, a rainha que ela já era. E lá, ele a coroou mentalmente.

—Longo seja vosso reinado, minha filha. Que seus voos sejam tão altos quanto vossa sabedores, pequena águia. Deus Salve a Rainha! Salve.