Deus Salve a Rainha.

O agora ou nunca.


Reino de Artena.

Na manhã seguinte Augusto caminhou pelo seu castelo. Observou como as arvores balançavam e, com tranquilidade, ouvia o som das folhas ao se balançarem com o vento. Artena era bela. Seus olhos analisaram o castelo e, antes que pudesse detectar algo a mais, viu a maior beleza do reino. A princesa Catarina. Pois, se Artena era bela não existia palavras para descrever a princesa.

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Ela parecia pensativa, olhando o horizonte.

E realmente estava. Catarina estava confusa, sentia um turbilhão de emoções e parecia que nenhum era certa ou errada o bastante para ser posta em segundo plano. Ela respirou fundo.

—Acalma-se. -Falou consigo. -Não é possível que consiga controlar um reino, mas não consigo se controlar. -Ela respirou fundo, sentindo a profunda respiração. -Há um problema, um dos grandes e nós temos que pensar muito bem antes de agir.

Seus olhos focaram no enorme oceano. Lá havia calmaria, assim como, também havia o tormento e, mesmo com todas essas mudanças, ele ainda estava lá.

—É isso. O oceano! LUCIOLA!

O coração de Afonso estava pesado. Ter dormido na mesma cama que Amália o fazia se questionar do quão honesto estava sendo. Consigo, com a plebeia e com a princesa. Parecia tão errado. Com todos. Naquele dia, ele não viu Catarina, muito menos passou mais que poucos minutos com Amália.

12 dias depois, Reino da Lúngria.

O castelo estava sendo decorado. A cerimonia seria realizada em Lúngria, já que o mal tempo não permitia que Andnar fosse uma opção. Criados iam de um lado para o outro, decorando, fazendo alterações e limpando. Tudo deveria está perfeito para o casamento da futura rainha de Lúngria e do futuro rei de Andnar.

Os convidados chegavam aos poucos. Em cerca de 1 mês seria realizado a cerimonia.

—Você tem que me soltar! -Exclamou Beatriz, a princesa de Lúngria.

—Tenho mesmo? -Perguntou o seu noivo.

Ela o olhou seria, encarou seus olhos e então... Abriu um sorriso.

—Sim, você tem, seu príncipe mal criado.

Ele apertou mais a cintura dela.

—O seu príncipe mal criado.

Ela o abraçou.

—Sim, meu.

Eles se beijaram lentamente.

E risos... Muitos risos.

Veja como são possessivos!—Exclamou uma voz feminina.

De fato, minha cara, nunca pensei em ouvir tais declarações sair da boca de Beatriz.—Disse uma voz masculina.

Parem de falar deles, nem parece que estão tão melosos quanto.

Beatriz e Felipe se viraram e encontraram vários monarcas os observando. Príncipes e princesas de toda a Cália.

—Então, não vão nos cumprimentar? -Questionou o príncipe Ciro, irônico.

Todos sorriram, estavam juntos novamente.

16 dias depois, Reino de Artena.

Afonso pensava que iria endoidar.

—Lucíola. -Chamou Afonso.

A serva se virou surpresa.

—Sim, majestade?

—Você sabe me dizer onde se encontra Catarina?

A mulher o olhou.

—A princesa teve que se ausentar por alguns dias.

—Onde ela está?

Antes da resposta, servos passaram carregando baús com joias e roupas da princesa.

—Sinto muito senhor, mas a princesa Catarina não se encontra mais no castelo.

—Onde? -Ele a perguntou, um pequeno sentimento de desespero se apossava dele. -Me diga! -Ordenou.

—Afonso. -Augusto chamou, se aproximando. -O que está acontecendo?

Ela reverenciou e saiu.

—Rei Augusto, nada eu... Estou perguntando onde Rodolfo e Lucrécia se encontraram. -Deu a primeira desculpa que conseguiu arranjar.

18 dias depois, Reino da Lúngria.

—Espere... Vamos ver se eu entendi... -Beatriz tentou raciocinar, olhou para Felipe confusa. -Voce, Ciro, meu doce amigo carrancudo, está apaixonado por Jade, a "doce flor do deserto"?

—Belos apelidos. -Disse Leonardo entre risos. -Creio que sim, minha querida. -Disse e piscou.

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Felipe se colocou ao lado de Beatriz, possessivo.

A princesa de Lúngria sorriu.

—Não posso acreditar, é por isso que ele anda sumindo?

—Cartas! -Afirmou Leonardo.

Ela riu, satisfeita, mas, ainda confusa.

—Como isso aconteceu?

—Não faço a mínima ideia, querida. Contudo, lhe afirmo que me surpreendi tanto quanto você.

Beatriz se levantou, ainda sorrindo desacreditada.

—Bom, creio que logo saberei mais detalhes. Vou me retirar por algumas horas, tenho que ver como andam os preparativos para a chegada dos demais convidados. -Ela arrumou o vestido e saiu.

Felipe se levantou e andou até uma armadura, recolheu a espada que nela ficava e pegou outra com a outra armadura, entregou uma a Leonardo que, confuso aceitou.

—Me diga, como anda seus treinos? -Ele segurou a espada.

Leonardo não sabia o que fazer, ou o que responder.

—Estão ótimos...

—Ótimos? -Ele atacou, Leonardo segurou sua espada, no susto, com mais firmeza. -Nas suas aulas por algum acaso, ensinam a paquerar a noiva alheia? -Atacou novamente, Leonardo não conseguiu manter sua espada em mãos e ele caiu.

O príncipe de Córdona arregalou os olhos.

—Estava apenas brincando! -Exclamou surpreso.

Cínico, Felipe abaixou sua espada e sorriu.

—Eu também, apenas uma brincadeira saudável.

Sejamos sinceros,—Disse uma voz feminina. -Você sabia que estava provocando uma fera.

—Catarina! -Exclamou Felipe.

Ela sorriu, mas logo ficou seria. Leonardo suspirou aliviado e ela piscou para ele.

—E você, príncipe de Andnar, como troca juízo com um jovem impertinente?

—Ei. -Reclamou.

Felipe riu.

—Seja bem-vinda, princesa de Artena.

—É um prazer está aqui, príncipe de Andnar. -Ela fez uma reverencia forçada.

—Espere até que a minha querida Beatriz a veja, ela ficara muito satisfeita.

Dito e feito, assim que Beatriz viu Catarina (no jardim do castelo) ela correu (majestosamente) até a amiga e a abraçou com afeto.

—Que bom que está aqui.

Catarina pensou em toda a confusa que tinha deixada para trás.

—É muito bom está aqui.

1 mês depois

Reino de Artena.

Tanto tempo havia se passado. E nada dela. Ele estava carrancudo. Amália pensava que tinha haver com Montemor. Mas, não. Era tudo graças ao sumiço da princesa de Artena. Até mesmo Rodolfo e Lucrécia tinha ido a alguma viagem de ultima hora. Nada estava certo.

—Afonso, o que está acontecendo, meu filho? -Perguntou Augusto, ao vê-lo no jardim pensativo.

Ele levantou a cabeça, cansado.

—Eu... Me sinto vazio. -Foi sincero.

—Vazio?

—Sim. -Admitiu. -Rei Augusto fiz algo que não me orgulho... Eu... Eu estou... Foi tão... Eu estou...

Ele não conseguia concluía a frase. Então, Augusto o fez.

—Você está apaixonado pela minha filha.

—Como...

—Sabe, quando me apaixonei pela mãe de Catarina, era como se todo o que existisse não tivesse nenhum valor. Nem mesmo o reino a que tanto amor. Cassando era minha luz, meus dias se tornarem alegrias. Sem tormenta. Eu não pensei duas vezes ao desposa-lá, escolher está com ela não era mais questionável, eu vivia nela. -Ele suspirou, cansado. -Agora ela vive em mim.

—O que... O que o senhor sentia? -Ele respirou fundo. -Me descreva oque... Eu... Pensei que eu... -Ele passou as mãos nos cabelos inconformado com a sua confusão.

Tudo ficou em silencio.

Afonso não falava nada, mas seu subconsciente estava trabalhando a mil.

E o rei Augusto o olhava.

—É um paradoxo. -Disse de repente, Afonso levantou a cabeça e o olhou, surpreso. -Acalma e irrita. -O rei sorriu. -Trás belas palavras e ruins, acalenta e grita.

Ela gargalhou, friamente, sendo seguida por uma Lucrécia confusa e por Rodolfo, que ria ou chorava ao receber um beliscão da esposa. Afonso sorriu sem entender, até que Catarina parou de rir, mas com um sorriso prosseguiu.

—Ilário. Acredito que a rainha ficaria feliz ao ver seu reinado Afonso, contudo, suas escolhas não permitiram tal ato, assim como, a trágica morte da rainha. Acredita que é melhor que Rodolfo? Pense, alteza. Acredita mesmo? Rodolfo teve a coragem que lhe faltou, ele governou mesmo sem está preparado, vingou o nome dos Monferrato, enquanto você... Você não vingou nem as próprias escolhas.

O sorriso de Afonso foi se acabando ao ouvir cada palavra.

—Minhas escolhas não lhe dizem respeito. -Disse sério.

—Alguns dias como plebeu lhe fizeram esquecer do sistema no qual a Cália é regida, mas deve lhe recordar, que sim, me importa. O reino tem diversos contratos e acordos com Artena e, pessoalmente, como amiga da família. As escolhas de monarcas não influenciam só a eles, mas a vida de milhares de pessoas.

—Me recordo, tinha 12 anos... Fiquei tão triste, estava brincando quando eu e Ciro caímos, a rainha Safira correu para socorre-lo e lhe deu um beijo no machucado, prometeu que tudo ficaria bem. Senti falta da minha mãe. E então a rainha Crisélia apareceu e me socorreu. Me disse que tudo iria ficar bem e que minha mãe me olhava, estava no céu como uma...

—Estrela que nunca vai embora e sempre brilha, mesmo quando não vemos. -Ele completou.

Ela o olhou sorrindo.

Ela se levantou e limpou o vestido.

—Vou me recolher, boa noite, Afonso.

—Tenha bons sonhos, Catarina.

Ela entrou e ele ficou, pensou no reino, em seus pais e avós, em Amália, no baile... E pensou em Catarina.

Dói ao mesmo tempo que cura, alegra. E quando você pensa que é o bastante descobre que só é o começo, descobre o que é tê-la em seus braços, sentir seu cheiro.

Afonso observava a interação entre Catarina e Felipe. Beatriz estava próxima a ele.

—Seu noivo é muito amigo de Catarina, não é?

A princesa o olhou. Curiosa. Seus olhos foram para Felipe e Catarina que riam de algo.

—Sim, todos somos muito amigos. -Disse orgulhosa.

—Não se incomoda?

—Por que deveria? Acredite, não há alguém que prese mais a minha união com o príncipe de Andnar que Catarina, ela ajudou muito. Mas, e o senhor?

—O que tem eu? -Perguntou confuso.

—Não se incomoda? -Rebateu.

Afonso perdeu a fala por alguns segundos.

—Não, claro que não. Por que iria?

—Acredite, majestade, o pior cego é aquele que não vê. Catarina é uma boa mulher, astuta e ambiciosa, logo irá apaixonar-se por alguém... Ela não irá esperar ninguém, muito menos alguém que nem sabe o que sente. Com licença. -Ela reverenciou e saiu, deixando Afonso com uma estranho dor no peito.

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As trompas soaram.

—É quando até as atitudes menos honrosas não se tornam vergonha, mas aprendizado. É como viver. Tira o folego.

Seu corpo flutuava, seus braços se abriam e brincavam sobre a agua e suas roupas já estavam encharcadas. Ela se sentia tão à vontade que parecia está voando.

Assim que o cavalo parou e Afonso ouviu o barulho das agua, seu coração acelerou.

Ele desceu e, lentamente, observou a cachoeira. Logo, achou Catarina.

Maldita feiticeira das aguas. -Sussurrou.

Afonso passou a tarde ali, ele sorria quando ela ria de algo. Se preocupava quando ela mergulhava, mas, desejava ardentemente que fosse ele ali e que ela nadasse até ele. Desejava tê-lá em seus braços. Abraça-la, acariciar cada ponto da sua pele. Beija-la.

Deus, tenho que sair daqui! Não posso fazer isso. Ele se repudiava. Maldição, como pode ser tão bela? E atraente?

Quando os dedos de Catarina começaram a enrugar, ela pensou em sair imediatamente da agua, mas... Estava tão bom. Ela nadou até a borda e saiu dali, deitou-se em cima de algumas pedras e ficou ali por um tempo, o vento batia em si, os pássaros cantavam... Estava tão relaxante.

Seria melhor se Afonso estivesse aqui, ele... Ele iria gostar... Ela se pegou imaginando, pela primeira vez, compartilhar o seu lugar com outro alguém.

Mal ela poderia imaginar que ele estava. O rei tentava controlar as próprias pernas, tentava não ser guiado até ela.

Tira o folego.

Ele não esperou mais nenhuma palavra do rei. Levantou-se decidido e foi até os seus aposentos. Mandou os servos arrumarem seus baús rapidamente. Ele caminhada ansioso.

Seu coração parecia saltar pela boca.

Correu, sim correu, até o cocheiro e pediu que uma carruagem estivesse pronto o mais rápido possível.

—Afonso, meu irmão, o que está acontecendo? Perguntou Rodolfo ao ver o transito de pessoas que estava ocorrendo.

—Eu entendi.

—Entendeu?- Questionou confuso. -São baús? Onde você vai?

—Atrás dela! Dela, Rodolfo.

—Dela? Dela quem? Amália?

Aquele nome não surtiu nenhum efeito.

—Não! Catarina, eu irei ir de encontro a ela.

Rodolfo sorriu. E Afonso correu, ao percebeu que seus baús já estavam na carruagem. Antes que a carruagem saísse, uma moça gritou por ele. Lá estava Amália.

—AFONSO?

A carruagem partiu, ele estava satisfeito em não parar, mas ao olhar para trás, viu a moça aos prantos. Não era justo, pensou ele. Ele não podia partir sem explicar nada. Ela merecia explicações. Ele pediu para a carruagem parar e voltar.

—Afonso?

—Amália, eu... Sinto muito.

Ela chorou mais.

—Catarina não está no palácio, é isso? Você vai atrás dela?

—Amália... Eu... Sinto tanto.

—NÃO. -Gritou desesperada. -Não repita que sente muito!

—Não sei o que lhe falar. -Disse serio.

—Por favor. -Suplicou Amália, as lagrimas. -Permita que eu tente novamente, eu lhe dei tudo, toda a minha vida, as minha escolhas. Eu abandonei TUDO por você. Por favor.

Afonsa não sabia o que falar.

—Por favor, não me deixe.

Ela foi ao chão.

—Estarei mal falada, desonrada. Você me jurou amor, me prometeu matrimonio. Afonso, eu lhe suplico. Não só por mim. -Disse entre soluços.

—Do que está falando? -Questionou confuso.

—Eu... Eu... Não queria que soubesse assim. Afonso, eu lhe suplico, não me abandone, não deixe a mulher que ama tanto você e o seu filho. Eu estou grávida.

Reino de Lúngria

Beatriz e Felipe se olhavam. Se adoravam, como mortais que olham deuses. Ambos os monarcas tinham sorrisos nos lábios e as mãos dadas.
Os convidados assistiam a cerimônia sem muito alarme, para alguns aquilo era apenas mais um símbolo de aliança entre reinos. Contudo, alguns que ali estavam presente sabiam o real significado daquela cerimônia. Era uma celebração. Ao amor, a sorte, aos noivos.

Todo o castelo estava arrumada para a cerimonia, haviam flores brancas e alguns lírios. As princesas usavam belas vestes e sorriam contagiadas pelo ambiente romântico. Os casados seguravam a mão de seus parceiros e davam doces sorridos.

— Quem tiver algo contra essa união, fale agora ou cale-se para sempre! - Exclamou o padre, alto e claro.

Os convidados se entreolharam. Eles pareciam se desafiar para ver se alguém tinha coragem de falar.

Silêncio.

Ciro olhou para os amigos, aquele momento (tão desnecessário naquela ocasião) parecia ser algo decisivo, era agora ou nunca.

Silêncio.

Jade trocou olhares com as amigas, que olharam para Ciro. Ela corou.

Silêncio...

E parou...

Galopes foram ouvidos, pararam e os passos começaram. Todos olhavam para a porta ansiosos. A porta se abriu.

— O que você faz aqui? - Perguntou Felipe, surpreso.

Todos os convidados estavam olhando para o belo e atrasado príncipe.

—Eu não podia faltar ao casamento do meu grande amigo. -Disse.

Ele caminhou, sacana e sentou ao lado da princesa de Artena. Catarina sorria enquanto negava com a cabeça. As rainhas de Andnar e da Lúngria respiraram aliviadas.

—Minha amada Catarina, como eu iria adivinhar?

Ela riu baixo enquanto a cerimonia continuou.

—Você não tem jeito, Henrique.

Afonso não apareceu, ela não sabia (talvez sentisse), mas ele tinha tomada sua decisão novamente e, mais uma vez, não incluía ela ou beneficiava o reino.