Deus Salve a Rainha.

Valsa e suas contribuições para a saúde.


Uma das grandes lições ensinas na corte é a resistência. A grande habilidade de suportar situações estremas e utilizar mascaras. Como a que a jovem Catarina usava naquele momento. Eram sorrisos, movimentos, abraços e reverencias. A presença de grandes reis e rainhas, não só da Cália, era sentida, tal como, a dos seus herdeiros.

-Vocês me cansaram! -Exclamou Aurora, sentando-se.

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Elas riram.

—Lembro-me muito bem de ouvir de vossa alteza que queria ser cansada. -Disse Henrique, em tom irônico.

Aurora fez uma careta.

—Se engana, príncipe.

Catarina riu.

—Vejo que ambos estão muito ocupados se divertindo nessa troca de palavras. Contudo, temo que meus membros estejam pedindo por outra rodada de valsa.

No mesmo instante, Henrique se virou e estendeu o braço a ela. Aurora sorriu com o gesto do amigo, Catarina recebeu um sorriso galante e retribuiu.

—Como poderia deixar tal dama só, lobos podem surgir...

Catarina sentia um sentimento diferente se apossar de si. Pensou ser apenas por está contente com a atenção que recebia e ignorou.

—Creio que devo avisa-lo, alteza, que eu sou o lobo... E posso ser muito má. -Ela saboreou a palavra.

Eles se afastaram.

A atmosfera mudou, havia flerte no ar, havia... Desejo. Uma ótima distração para a princesa esquecer a desilusão.

Henrique se aproximou, passando a mão por entre seus braços, com mais intimidade do que pedia a dança. Catarina seguiu seus movimentos com o olhar. Aquela dança pedia toque, pedia sensualidade, pedia permissão e, mais que tudo, pedia desejo.

—Devo tomar cuidado? -Perguntou.

Catarina estranhou novamente, quando a voz dele tinha se tornado tão sensual? E ela sorriu.

—Não será necessário... -Eles se agastaram e ele logo retornou, tocando-a. -Vossa alteza já me pertence. -Declarou.

Deveria ser uma brincadeira, deveria ter saído como uma brincadeira. Mas, não. Saiu como uma verdade. Uma verdade que a assustou. Ela o queria. Era apenas um desejo, ela sabia, mas, por Deus, como ela queria sacia-lo. Naquele momento, com aquele homem.

Henrique sorriu com a declaração, um sorriso predatório. Ele a abraçou por trás, ela podia sentir a respiração dele em seu pescoço. Seus pelos logo se arrepiaram.

—Sendo assim, declaro-me cordeiro.

Catarina abriu um pequeno sorriso, sentindo-o fazer os últimos movimentos da dança, ela girou e ele a segurou, no movimento final, fazendo com que seus rostos ficassem muito próximos.

—Feito. -Ela sussurrou.

Ele iria beija-lá e leva-lá dali. Cristo, ele desejou casar-se com ela só pela dança. As palmas fez que com a pequena bolha que eles mantinham entre si, estoura-se. Tirando-os daquele momento. Eles se distanciaram e se reverenciaram. Henrique segurou no braço de Catarina e a levou até a mesa onde estava Aurora, que os observava com os olhos brilhando.

Eles trocaram olhares. Logo as outras princesas apareceram e entraram em assuntos aleatórios, Henrique saiu dali e foi falar com alguns amigos. Estranhamente, toda vez que Catarina olhava em alguma direção, ela o encontrava. Algumas desses vezes fizeram com que ele a olhasse também. E ela corasse.

—Eu estou vendo isso! -Exclamou Lídia.

Catarina se virou assustada, ela riu.

—Não sei do que está falando. -Disse cinicamente.

Alexandra riu.

—Creio que não seja necessário assumir, Cath. É visível...

Elas se aproximaram, formando um pequeno circulo.

Você está flertando com o príncipe Henrique! - Sussurrou, fingindo um grito.

Todos riram, Catarina corou.

—O que... Eu...

—Do que estão rindo? -Perguntou Lucrécia, se aproximando com Rodolfo vindo um pouco distante dela.

—Nossa pequena águia estava flertando com o herdeiro de BRUNIS! -Jade quase gritou, fazendo com que algumas pessoas olhassem para ela.

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Lucrécia olhou para Catarina, havia quase alivio naquele olhar, Catarina estranhou.

Foi quando Rodolfo chegou.

—O que as damas tanto conversam?

—Oras Rodolfo, controle sua curiosidade! -Disse Lucrécia. Logo, piscou para Catarina, essa sorriu, ainda corada.

Mas, logo seu sorriso desapareceu, com a pergunta que Aurora fez a Rodolfo.

—E o rei Afonso? -Perguntou Aurora.

—De fato, não vi o rei presente, nem sua... Amiga. -Disse Lídia, com um leve tom de nojo.

Catarina olhou para Rodolfo, esperando. Ele engoliu em seco.

—Meu irmão teve alguns problemas com o reino.

Lucrécia gargalhou em ironia.

Só se for o reino do meio das pernas dele.—Sussurrou para si mesma. Entretanto, algumas princesas ouviram, dentre elas Catarina.

E ela entendeu o que Lucrécia quis lhe dizer.

—Infelizmente não pode vir. Posso afirmar que vim representando Montemor. -Disse Rodolfo.

Aurora assentiu. Mas, Catarina não. Ela saiu dali assim que arrumou uma brecha. Em passos rápidos.

Ela tinha que ser rápida ou alguém poderia ver as lagrimas caindo. Doía enxergar com clareza a realidade, Afonso mais uma vez lhe disse adeus e nem ao menos se despediu. Bastou dobrar mais dois corredores e ela se deparou com o jardim. Lá, ela se sentou em um banco e chorou. Deixou que tudo de ruim saísse.

As danças, o príncipe de Brunis, as amigas, o próprio casamento... Tudo parecia ter sido esquecido. Ela só chorava. Agradecendo aos céus por seu vestido ser preto e seus olhos estarem limpos. Ela estava tão ocupada chorando que não percebeu a aproximação de um homem.

—Catarina o que está fazend... Você está chorando? -perguntou preocupado.

A princesa limpou o rosto rapidamente e o encarou, só um olhar bastou para que os olhos dela se enchessem de lagrimas novamente.

—Eu... Me desculpe... Não deveria...

Ele se aproximou e a abraçou.

—Dói tanto. -Ela exclamou.

Ele passou as mãos nos cabelos dela, retirando sua coroa e fazendo carinho lá.

-O que dói?

—Apaixonar-se.

Ele respirou fundo.

—Você tem razão.

—Você...

Ela o olhou.

—Sim. Você?

—Sim.

—Sim, a princesa de Castelotes é formosa em inúmeros aspectos.

—Vanessa?

Ele assentiu.

—Digo o mesmo do rei de Montemor.

—Afonso?

Ela assentiu.

—Sou tão tola, eu sabia que não daria certo, sabia que ele continuaria a errar, a escolher ela. Sabia o que iria acontecer e, mesmo, assim, me permiti fantasiar com um rumo diferente...

Ali, a amizade de uma vida se fazia mais presente que uma rápida e sensual dança.

—Rodolfo, meu querido. -Disse Lucrécia, observando Catarina e Henrique.

—Sim, meu amor.

—Você iria se chatear se eu chamasse seu irmão de estupido?

Rodolfo a olhou com estranheza.

—Eu...

Ela se virou para ele.

—Como um ser humano pode errar tanto?

—Mas, meu amor!

—Rodolfo. -Chamou novamente.

—Sim, querida.

—Eu o odeio.

—Quem? -perguntou assombrado.

—O Monferato.

Ele engoliu em seco.

—Mas... Eu... O que lhe fiz?

—Não! Não você, seu irmão. -Ele se permitiu respirar aliviado.- Ela está tão triste, sabe? -Lucrécia se levantou rapidamente. -É isso! Não torço amis pelo seu irmão, o trouxa de Montemor, minha torcida vai para o honrado príncipe de Brunis!

—O que está...

—Eles fazem um belo casal. -Pontuou.

—Mas...

—Ele não vai troca-la por uma feirante qualquer.

—Eu sei, mas...

—Ele possui belos olhos.

—Eu...

—E um belo reino! É PERFEITO!

Com o grito de Lucrécia, Catarina e Henrique se viraram, tão rápido que não perceberam um importante detalhe. Vendo-se naquela situação constrangedora, Lucrécia não esperou e agarrou Rodolfo, derrubando ambas as coroas e bagunçando os cabelos e vestes. Catarina sorriu e se virou para olhar Henrique.

E então ela percebeu.

E ele percebeu.

Ambos estavam frente a frente, olho no olho. Sua boca salivou. Ela sentiu um pressão em seu ventre. Até a respiração se tornou diferente. E ela passou a língua nos lábios, umedecendo-os. O olhar dele foi rapidamente para aquele lugar. E o desejo já estava ali. Vivo e intenso.

Um barulho foi ouvido, eram Lucrécia e Rodolfo, ambos tinham caído. Catarina e Henrique se olharam e, acabando com toda aquela tensão, eles riram e foram ajudar os amigos.

—O que os desastrados estão aprontando? -Perguntou se aproximando.

Rodolfo ficou vermelho.

—Bom, meu bom amigo, nos estávamos... Bem...

—Tentando salvar sua esposa de um afogamento? -Propôs Catarina.

—SIM! -Gritou ele, com certeza.

—É mesmo? -Questionou Henrique, controlando a risada.

—é claro, a vida da minha esposa é muito importante para mim! -Disse com certeza. -Ela é a mãe dos meus futuros filhos, aquela na qual eu despejo todo o meu amor e...

—E loucura? -perguntou Catarina.

—Sim, espere, o que? Loucura? -Questionou confuso.

Catarina e Henrique se olharam e riram.

—Rodolfo, não há agua. -Disse Henrique, após controlar a risada.

—Sim, pois bem...

—Se não há agua, não há afogamentos. -Completou Catarina.

—Parem com isso, estão tentou endoidar o meu marido? Vamos, vamos querido! -Disse Lucrécia.

—Mas, minha querida, a agua!

—Que agua, Rodolfo? Vamos, vamos voltar ao salão!

Eles se viraram e saíram. Um Rodolfo confuso com a própria confusão e uma Lucrécia contente com as novas paginas que Catarina poderia escrever junto ao príncipe de Brunis.

Catarina e Henrique ainda riam quando ouviram que a musica parou, isso só significava uma coisa:

—Os noivos vão se retirar! -Disse Catarina, já andando.

—Catarina, espere! Por um acaso vai voltar ao salão sem sua coroa? -Ele foi até o banco e pegou a coroa dela, colocando-a delicadamente na cabeça da princesa. -Muito bem, está uma princesa. -Disse com ironia.

Catarina abriu um sorriso irônico.

—Preciso de um príncipe para me acompanhar.

Ele a reverenciou.

—Prazer, príncipe já ira te acompanhar.

Ela o olhou.

—Prazer, príncipe que irá me acompanhar.

Eles sorriram, novamente, ele segurou no braço dela com cordialidade e, juntos, voltaram ao salão. A tempo de ver Beatriz e Felipe subirem para os aposentos nupciais.

No dia seguinte, Catarina caminhou decidida pelos corredores do castelo na companhia da sua, recém chegada, dama de companhia. Ela voltaria naquele dia para Artena, junto a Rodolfo e Lucrécia. Estava tão concentrada a procura do casal que não percebeu a aproximação do príncipe de Brunis que dobrava o corredor, também retornando ao seu reino.

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Ela não o viu, mas ele a viu.

—Majestade? -Chamou um servo.

Ele olhou-a até que ela sumisse das suas vistas e virou-se para o homem.

—Sim?

—A carruagem o aguarda.

Henrique assentiu.

E ENTÃOOOO??? O que acharam do príncipe Henrique de Brunis? Gato ou supremo? Kkkkkkk Até logo, espero que apreciem o capitulo.