"No xadrez da vida, somos peões da ganância."
(Jéssika Borges)

P.O.V Mello

Não sei de onde diabos tirei controle suficiente para não matar o Near. Eu realmente pensei que poderíamos conviver, que poderíamos fazer uma trégua em nome do L, mas é impossível. Como eu fui ingênuo! Como eu fui burro! Como eu odeio aquele cretino!

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— Arthur! Espera aí! – a voz de Karen ressoava ao fundo, mas eu nem queria escutar, eu não queria voltar para aquele quarto, eu só queria socar alguém até sangrar, um hábito que se aprende convivendo com Seidler e Jade.

— E então? – Seidler me olhava de cima, eu limpava o sangue da boca e do nariz. – Mais alguma objeção? – Jade estava parada um pouco mais atrás, sua expressão sempre me intrigou. Não era apática, mas também não era surpresa. Ela era mesmo uma veterana no mais puro sentido da palavra porque aquilo tudo era tão natural pra ela.

— Só mais uma. – falei me esforçando e ficando de pé. – Se me matar aqui agora vai mesmo ter culhão suficiente para lidar com aqueles desgraçados? Vai mesmo apostar que a Jade será capaz de contornar a situação? Mesmo que ela seja inteligente vai pagar pra ver se ela salva seu pescoço?

— Ah seu filho da puta... – cuspi no chão o resto de sangue sujando um pouco os sapatos sociais bem lustrados dele. – Mike, Mike... você acha que pode me chantagear? Acha que é valioso assim? Me poupe moleque! – ele gritou se aproximando e segurando meu queixo. – Além disso eu posso muito bem mandarem fazer coisas piores que a morte com a sua irmã enquanto você fica bem vivo pra assistir!

— Ei! – senti a mão segurar meu ombro e instintivamente me virei puxando o braço e dando um tapa na mão da pessoa. Karen parou e toda sua expressão congelou em algo como surpresa e medo. Eu devia estar fazendo aquela cara...

— Você... O que houve? – ela pensou em me tocar novamente, mas deteve a mão. Só então me dei conta de como minha respiração estava pesada.

— Não... – tentei controlar minha voz para sair o mais normal possível e sem sotaque algum. – Encoste em mim. – a frase saiu mais amedrontada do que ameaçadora, porcaria.

— Tudo bem. – ela manteve o tom gentil. – Vamos descer então, você parece precisar de um doce. – ela caminhou na minha frente e então eu só tinha duas escolhas: acompanha-la ou voltar pro quarto com Near... Merda!

A segui até o elevador e adentramos a parte do restaurante do hotel num silêncio mortal e constrangedor. Quando ela me disse pra escolher qualquer coisa do balcão apontei logo pras primeiras barras de chocolate e ela nem protestou. Pediu um chá e sentamos num dos reservados de frente um para o outro. Eu já estava na metade da barra.

— Você devora isso como um leão devora uma zebra. – ela comentou e eu só parei um estante para olhar para ela. Podia responder, mas a esta altura eu já estava tacando o foda-se para tudo, então apenas ignorei. – Sabe, no colegial eu irritava facilmente, tinha estresse acumulado e pressão por conta da faculdade.

Respire fundo... Olhei para ela fazendo a cara mais desinteressada que podia enquanto continuava mastigando o chocolate, mas ela então puxou a manga da blusa e uma munhequeira do pulso esquerdo.

— Que bom que você encontra uma forma melhor de lidar com isso. – ela esticou o braço mostrando as cicatrizes de cortes verticais, horizontais....

— Ok. – falei colocando a barra sobre a mesa um instante. – Tem minha atenção, fale logo sua triste história com uma lição de moral para eu poder voltar pra minha vida.

— Não, não tem história triste ou lição de moral. Eu nem estava tentando me matar, apenas... Não sei, adolescência. De qualquer forma eu consegui entrar na faculdade, o que piorou o estresse, passei para remédios, bebidas, fui parar no hospital e quando finalmente fiquei perto da morte resolvi parar.

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— Hã? – cerrei as sobrancelhas.

— Não precisa de um motivo, de uma lição de moral é puramente eu tentando ser rebelde e lidando com a dor. E agora sou obrigada a viver com as cicatrizes, inventar histórias para não passar vergonha as vezes... Claro que na minha condição posso inventar diversas circunstancias e ainda ser uma heroína. – ela bebeu um gole do chá. – E você?

Ri de canto. Que mulher mais... mais... bizarra.

— Estudo num colégio difícil onde me irrito diariamente, me estresso sempre e tenho pressão acumulado pra ganhar um certo campeonato, sabe. Então acho que posso ser rebelde também.

— Justo. – o silêncio voltou a pairar no ar, mas dessa vez parecia mais leve.

— Só uma coisa... – falei mordendo o chocolate, nem sei porque, mas resolvi gastar tempo e saliva com ela. – Quando foi parar no hospital e encarou a morte... Por que amarelou? – ela me analisou cuidadosamente antes de falar.

— Porque eu tive medo...

— Isso foi uma resposta ou pergunta? – voltei a provocar.

— Onde quer chegar? Eu deixei claro que a intenção nunca foi me matar e...

— Sim, sim claro. Dor... é a dor, eu entendo, mas... Você... – pela primeira vez fixei os olhos dela, eram calmos e rígidos, carinhosos e ainda sim continham uma fúria. Eram tão parecidos com os da Lisa.

— Sim? Continue.

— Não, nada. Só não faz sentido. Você não queria acabar com a dor se matando, mas não tinha coragem e não usava ela como impulso... Você só se mutilava de graça.

— Deve ser isso mesmo. – ela falou sorrindo. – Com que objetivo você se machuca então? – arregalei os olhos, estava falando demais. Era hora de calar a boca.

— Eu não me mutilo, como bem disse eu desconto em outras coisas. – balancei a barra de chocolate.

— Outras coisas, outras pessoas.... – ela pareceu pensativa. – E ainda sim não é o bastante. Pelo menos no meu caso não adiantou, no final das contas meus próprios pais estavam torcendo pela minha morte.

Não pude deixar de rir e me engasgar um pouco com a boca cheia.

— O que foi? – ela continuava calma e parecia quase se divertir.

— É que é sempre bom ver adultos sendo... Bem, adultos. Falando essas coisas, dando uma de superiores, como se a vida deles fosse um exemplo único e eu uma criança tola que não sabe nada do mundo lá fora. – cerrei os olhos. – Acontece professora que nessas questões eu tiro nota dez. Então pare de me tratar como um bebezinho chorão ou um adolescente rebelde porque eu não sou nada disso.

Ela me encarou, apoiou a xicara no pires e cruzou os dedos das mãos.

— Certo. Então o que você com seus experientes 12, 13 anos é?

Aquela pergunta ressoou na minha mente. Várias e várias vezes e ainda sim tinham se passado poucos segundos quando eu engoli em seco e joguei o chocolate sobre a mesa.

— O segundo. – me levantei e sai dali, dessa vez Karen não me seguiu, continuou sentada enquanto pedia a conta.

Ela... Ela é tão insuportável quanto qualquer outra pessoa.— parei de repente na porta do elevador que se abriu, mas eu não entrei, me virei uma última vez para conferir e vi que ela não estava atrás de mim. Congelei.

— Você... Você vai entrar? – uma senhora falou em japonês ao meu lado.

— Não. – respondi me virando e dando passagem.

Cerrando o punho voltei pelo mesmo caminho até Karen.... Ela é tão insuportável quanto qualquer pessoa, mas principalmente, ela é insuportável como a Jade.

— Pânico. – ela penteava os cabelos negros na frente da penteadeira. Usava apenas um roupão e um sapato de salto, a maquiagem a deixavam com o rosto um pouco mais adulto e o corpo apesar de bem definido continha várias marcas e cicatrizes.

— Tá me zoando. – falei sentado na cama rindo. – Ah Jade até parece que você causa medo em alguém. Pode até lutar bem pra caralho, mas se matasse um figurão ia se fuder bonito.

— Tsc, tsc Mike, você entendeu errado. Pânico é diferente de medo. O pânico é um sentimento trabalho com o tempo, lidando com as emoções, os medos, as fraquezas.

Ela se levantou me passando um borrifador com um liquido bege. Subi na cama de tênis mesmo e ela segurou os cabelos num coque ficando de costas para mim deixou cair o roupão, comecei a jogar a maquiagem por todo seu corpo para cobrir as cicatrizes.

— Até entendo seu raciocínio. – ela ficou de frente para mim. – Ainda sim nós dois sabemos que a melhor maneira de se conseguir algo aqui requer fazer algo bem diferente. – borrifei o produto nos seu seios que eram firmes sem serem exageradamente grandes ou pequenos. Acho que Jade era uma adolescente que tinha exatamente o que excitava qualquer um daqueles doentes mentais da Unter.

— Claro, tem que saber lidar com diferentes situações e achar várias saídas. – ela balançou os cabelos enquanto eu chegava em sua coxa. – E principalmente não entrar em pânico por isso. — ela zombou e eu ergui o olhar para ela furioso.

— Se não quer se virar sozinha nem pedir ajudar a um dos estupradores do corredor, cale essa sua boca.

— Ora Mike, mas eu gosto de você por isso. – ela sorriu. – Tá que você é tecnicamente uma criança, mas que garoto ficaria aqui tendo essa belíssima visão de uma mulher nua sem ficar constrangido? – ela se abaixou, os seus seios ficaram bem próximos assim com sua boca da minha. Ela sussurrou. – Apesar dessa sua fachada seu pânico é palpável.

— Maldita... – ergui a mão com o borrifador para bater nela, mas ela com seus reflexos logo agarrou meu pulso.

— Relaxa, como eu disse por ser esse cordeirinho é que eu adoro você. – ela sorriu. – Senão quem mais me ajudaria com isso. – ela endireitou o corpo. – A não ser que queira ir lá no meu lugar lidar com isso? O que acha? Já esteve em um ménage?

— A perna. – trinquei os dentes e ela pisou com o salto sobre o colchão para eu terminar de passar a maquiagem.

Isso mesmo Jade... Continue assim... Debochando, me subestimando, me implicando e talvez quando eu terminar acabe esquecendo você pra trás, vadia.

P.O.V. Jade

— Nããão! – gritei acordando de uma vez. Por sorte eu estava no meu quarto, por conta do jogo eu não tive que dormir com Seidler, mas ainda sim fiquei com medo de ser ouvida. Minha respiração estava acelerada, o coração disparado de um jeito que há muito tempo não sentia.

Passei a mão pelos cabelos, sentia o suor escorrendo pelo rosto, pelo corpo todo. Por um momento me certifiquei se realmente não estava com Seidler ou no mínimo tinha transado com alguém. Contudo isso teria sido melhor do que lembrar o real motivo do meu estado. O pesadelo que me fez acordar assim.

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Eu ainda podia ouvir sua voz ressoando, sua risada ecoando pela linha do telefone, que eu só conseguia segurar com as duas mãos que estavam completamente geladas e tremulas.

— E então Jade? – ele gargalhou. – Consegue senti-lo, tocá-lo? Pois eu sinto o cheiro daqui... O seu pânico. Ele é palpável.

— MIKE... – antes que eu pudesse dizer alguma coisa a linha ficou muda, tudo se tornou um clarão, um borrão, uma sensação angustiante. Porque eu pensei estar sendo a veterana do Mike, mas o tempo todo ele apenas trabalhou no meu medo, no meu pânico, me enganou e me usou da pior forma, do único jeito que poderia me atingir.

— Mike... – sussurrei. – Eu não vou morrer nesse jogo só pra te encontrar desgraçado.

P.O.V. Alice

Desde que eu consigo me lembrar eu sempre gostei de alturas, de subir em telhados. Talvez por eu não crescer e envelhecer como as pessoas eu tenha essa mania de querer estar mais alta, querer ver melhor ou talvez seja só meu gigantesco ego de subir até o topo e ficar no primeiro lugar que nunca passou.

De qualquer forma como de costume eu estava infiltrada com a impressa me passando por filha de um agente a mando do L disfarçado, mas ficar dentro de um furgão te TV por tanto tempo me fazia querer bater a cabeça nas paredes. Então subi até o terraço do hotel onde estava acontecendo todo o torneio.

Ali de cima, entre as vigas de metal de uma antena eu conseguia ter uma visão ampla da cidade, o barulho do vento que soprava forte calava todos os outros ruídos, ali em cima isolada do restante era apenas o vento, eu e meus pensamentos. Precisava me concentrar, repassar e analisar a situação. Era um fato que eu estava enferrujada, que eu bloqueava minhas próprias habilidades e principalmente que eu ignorava todos aqueles caras.

— Você parece bem tranquila para alguém que pode despencar a qualquer momento. – a voz rouca riu de um jeito espalhafatoso. – Não me diga que está pensando em se matar de novo e nem me avisou, hein? – abri os olhos encarando a criatura de porte um tanto pequeno e pele verde escamosa, o rosto arredondado sem nariz exibia olhos puxados e vermelhos, os lábios negros tinham um sorriso debochado. Os braços e pernas, se assim podiam ser chamados eram longos e com garras, das costas saia uma calda com espinhos e um par de asas também escamosas.

— Sempre bom te ver Sarkany. – falei sorrindo. – Já faz bastante tempo desde que falou comigo da última vez.

— Cinco anos humano. – ele coçou o queixo. – Isso é muito tempo para vocês?

— Considerando a expectativa de vida atual. – respondi mais alto que o vento.

— Entendo. – ele se sentou numa das vigas ao meu lado. – Bom, não exatamente. Para nós shinigamis isso é um tempo muito curto na verdade.

— De qualquer forma eu disse para você e Fee me visitarem sempre que viessem ao mundo humano ou quisessem. – ele coçou a cabeça. – Não me diga que não colocam os pés aqui há cinco anos?

— Bom.... – o shinigami riu. – Como eu disse, para nós é pouco tempo.

— Nossa, eu já estaria morrendo de tédio no lugar de vocês.

— Sim, nosso mundo anda uma porcaria como sempre, mas você Ali tem outros shinigamis para te entreter, não é? – é, eu quase me esqueci como Sarkany é mais esperto que os outros deuses da morte e sempre me provoca como pode.

— O que posso dizer, você é meu favorito. – tirei um pacote de chiclete e joguei para ele que pegou no ar. – Vai adorar, japoneses fazem chicletes de todos os sabores. – ele abriu o saco e começou a devorar.

— Isso tudo porque sou o favorito, sei... que sorte a minha. – ele falava mastigando, uma imagem não muito agradável de se ver, mas continuei a observar com extrema nostalgia. – Ou devo me perguntar o preço pra ter esses doces. – ele continuou me tirando dos pensamentos.

— Ah Sarkany você é bem pessimista.

— Sou um deus da morte, você espera que saia por aí soltando confetes? – não pude deixar de rir, o humor dele melhorou com o passar dos anos. – Soube o que vem fazendo, como manipula e controla os outros shinigamis para que eles façam suas vontades. Mas eu não sou idiota Ali. – ri de canto, mesmo sendo um pouco mais esperto do que a maioria dos shinigamis que conheci ele ainda era uma presa fácil pra mim.

— Não é bem assim, nós temos acordos. É tudo previamente negociado, eu não tenho nenhuma intenção de comprar briga ou bater de frente com vocês, afinal basta umas poucas letras pra qualquer um de vocês me matar. E bem, eu não quero morrer dessa vez. – Sarkany voltou a rir alto.

— Você é mesmo uma humana divertida Ali. E o que tem negociado com esses shinigamis? – ele me encarou sério. – Não me diga que pretende me passar a perna.

— Claro que não. – falei seria. – Eu disse que não faria aquela merda de acordo, afinal eu não preciso de outros olhos emprestados, certo.

— Ah sim, o moleque Beyond. – seu semblante mudou, Sarkany sempre ficava mais sombrio quando o assunto era esse, Bey por alguma razão sempre fez com que os shinigamis ficassem apreensivos e incomodados na sua presença mesmo que ele nem pudesse vê-los.

— De qualquer forma eu só dei algumas coisas do mundo humano para alguns deles me ajudarem a obter informações e isso porque você não me escutava quando chamava... ou será que estava me ignorando.

— Haha, pirralha. Você faz ideia do que aconteceria com minha reputação se mais alguém além da Fee soubesse que ajudei uma humana.

— Entendo, imagem é tudo afinal né. E por falar nela como está o revezamento do caderno?

— Ah isso... Seu plano ainda está funcionando, nós dois usamos o mesmo caderno para obter tempo de vida. Assim a pose fica passando de um para o outro e nos mantemos vivo, mas... – seus olhos ganharam um aspecto sombrio. – Ainda não muda o fato de que roubou meu caderno e eu certamente não vou te perdoar por isso. Afinal tive que depender da Fee.

— Nunca pedi isso em todo caso. Mas sabia que ela não se importaria. Ela foi a primeira shinigami com quem conversei e seu jeito relaxado sempre me encantou. O tédio dela é tão profundo que chegou ao ponto de falar com uma garotinha humana.

— E isso ferrou com a minha vida. – ele reclamou. – Afinal pra que diabos roubar meu caderno e nunca usar. Se queria um shinigami preso a você podia ter ficado com a Fee.

— Fee não consegue fazer as coisas que você faz, ela é desmotivada demais para isso. Ela simplesmente sumiria ou ficaria esperando minha morte calmamente.

— De fato. – ele se levantou mastigando tantos chicletes que suas bochechas pareciam as de esquilo. – Sendo assim pra que me chamou aqui Ali?

— Preciso de umas informações, ou seja, que espione pra mim.

— E não pode chantagear outros shinigamis pra isso? Agh, pirralha.

— Eu já fiz isso, acontece que o caso é mais complexo e preciso de toda ajuda que puder. Me meti numa situação crítica e preciso calcular perfeitamente. E justamente por isso faço questão da sua presença... – fiquei de pé encarando a criatura que pairava alguns centímetros a frente. – Não acha que vai ser divertido acompanhar isso? Não está entediado de novo?

— Isso depende, você vai voltar a ser a A?

— Não, eu vou fazer melhor. Eu mudei muito desde aquela época em que competia com Beyond, mas garanto que será um show único e digno da atenção de todos vocês. E com certeza conseguirão alguns números nos seus relógios.

Sarkany me olhou enquanto analisava a situação e não pude deixar de sorri de canto. Aquela antiga sensação voltou a se apoderar de mim, aquele calor, aquela ansiedade, aquele desejo.

— Muito bem, Ali. Eu aceito seu joguinho, me mostre algo divertido, me dê um espetáculo dessa vez.

— Combinado.