27 - o grande dia

“Querido diário,

Hoje é o casamento. Estou ansiosa, tanto que quase não dormi essa noite, ao contrário de Tom, que está praticamente desmaiado ao meu lado. Logo os meninos vem buscá-lo, que nem acordou ainda. Não o culpo, ele teve uma noite cansativa, se é que você me entende.

Não sei quem está mais nervoso para hoje, eu, o Bill, o Tom ou a Chris. Consigo ouvir de novo os passos do Bill no corredor, e isso já está irritando; ele está acordado há mais tempo que eu, o que é um milagre para ele. Fomos para a sala onde tomamos chocolate quente para nos acalmarmos e lá ficamos conversando até pouco tempo atrás.

Estou nervosa, ansiosa e feliz ao mesmo tempo, não sei bem explicar. Nunca pensei que um dia eu estaria aqui, na minha enorme casa em Londres, esperando meu noivo acordar para desejar bom dia a ele e ir me arrumar para nosso casamento.

E nunca, em hipótese alguma, pensei que meu noivo seria Tom Kaulitz.

A única coisa que me deixaria mais feliz se meus pais e a Kauane fossem a meu casamento, mas estou tentando não pensar nisso.

Ah, ele acordou, finalmente. Boa sorte pra mim,

-Amanda”

-Bom dia – sussurrei para ele, que sorriu.

-Bom dia minha pequena – respondeu ele, puxando-me para perto de si e envolvendo-me em seus braços – Pronta para se tornar a mais nova senhora Kaulitz?

-Sim – sorri – mas agora pare de enrolar e vá se arrumar que você já está atrasado.

Levantei-me e puxei-o comigo, que relutou, mas acabou levantando-se e indo se arrumar. Fui para a sacada e fiquei esperando até que dois braços conhecidos envolveram minha cintura. Sorri e Tom beijou meu pescoço sussurrando:

-O que você tem? Está indecisa quanto ao nosso casamento?

-O que? Não, claro que não! – respondi – eu só queria que ela e meus pais estivessem aqui hoje – não precisei dizer quem era ela; Tom entendeu.

-Sinto muito – disse ele. Sorri pesarosa e ele continuou – mas... Você não acha que está na hora de deixá-la partir? – olhei-o triste. – não quero te magoar, mas ficar se prendendo à lembrança dela só vai te fazer sofrer ainda mais amor, e não quero isso.

Ele beijou minha testa enquanto uma lagrima caía pelo meu rosto. Ele me levou até a cozinha, onde encontramos a Chris e o Bill; ficamos conversando enquanto tomávamos café ate que Georg chegou para levá-los. Nos despedimos deles, arrumamos a cozinha e subimos até o quarto da Chris para ajudá-la a escolher uma roupa para vestir.

-Como estou?

-Está linda – respondi, com sinceridade. Ela estava com um short rasgado parecido com o meu, uma regata preta, jaqueta de couro vermelha e um tênis preto. – mas vamos logo, que o nosso dia de noiva nos espera – ela sorriu e fomos para o carro, onde dirigimos até o salão de beleza que haviam alugado para o casamento.

-Bom dia senhoritas – disse a atendente; ela era bonita, percebi. Tinha cabelos quase tão loiros quanto os meus, olhos escuros, um corpo lindo e aparentava ter mais ou menos 30 anos – meu nome é Camila, prazer em conhecê-las. Prontas para o grande dia?

-Sim – respondemos, sorrindo – quando começamos?

-Agora mesmo. Acompanhem-me, por favor. – seguimos por um corredor e entramos em uma das ultimas portas, onde havia uma enorme banheira com muita espuma e pétalas de rosas. – podem ficar à vontade, a massagista chega daqui a mais ou menos uma hora.

Agradecemos, tiramos nossas roupas, entramos na banheira e ficamos conversando. Ao redor da banheira havia uma garrafa de champanhe, doces e um radio para que escolhêssemos nossas musicas favoritas. Pegamos alguns brigadeiros, brindamos com a champanhe e ficamos conversando enquanto ouvíamos nossas musicas favoritas até que Camila entrou novamente e falou:

-Olá meninas, estão gostando? – assentimos, sorrindo – bom, agora vistam seus roupões e me chamem quando estiverem prontas.

Com relutância, saímos da banheira, chocadas por já ter se passado uma hora e colocamos nossos roupões.

-Desculpe senhorita, você não pode entrar – ouvi Camila dizer na recepção – hoje o salão está fechado.

-Você não está entendendo – disse a outra. Seu tom de voz demonstrava raiva – a mulher que acabou com meu relacionamento com o Tom está aí dentro.

Levantei uma sobrancelha e olhei para a Chris, que me olhava chocada. Sorri para ela e fui caminhando na direção das vozes com ela me seguindo.

-Tem algo errado aqui? – perguntei, entrando na sala. – ah, eu te conheço. Você é a aquela Ria, ex namorada do Tom não é? – ela me olhou de cima a baixo e respondeu:

-Sim, eu mesma. Tom já falou de mim? – ela sorriu, triunfante.

-Na verdade não, eu que perguntei a ele sobre você depois que vi uma reportagem sua na tevê falando sobre o término de vocês. – seu sorriso de desfez – nem sei o que você veio fazer aqui. A culpa não é minha se ele preferiu a mim – sorri e ela me olhou furiosa.

-Sua vagabunda – ela gritou e tentou dar-me um tapa, mas os seguranças a seguraram e puxaram-na até a porta. Comecei a rir e lancei-lhe um beijo. – isso não vai ficar assim – gritou ainda mais alto, olhando-me com ódio. Deu de ombros e olhei para as duas.

-Ah... – disse Camila – o que vocês acham de esquecer que isso aconteceu e irmos fazer a massagem?

-Ótima idéia – respondemos, seguindo de volta para o corredor.

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O resto do dia foi mais tranquilo; fizemos massagem, almoçamos pizza de chocolate e um pouco mais tarde fizemos nossas unhas e nossos cabelos.

-Olha a hora, Amanda – disse a Chris, olhando para o relógio. Eram 17:00, deveríamos sair dali em meia hora e o casamento começaria daqui a duas horas. Comecei a ficar nervosa enquanto fazia minha maquiagem; preferi fazer minha própria maquiagem, pois eu sabia como queria e não queria que errassem.

-Estou nervosa – respondi, segurando sua mão.

-Eu também, mas calma, vai dar tudo certo – ela se levantou e me puxou com ela – vamos colocar nossos vestidos.

Entramos na sala em que estavam as nossas coisas e suspirei ao ver nossas roupas. Chris começou a rir, pegou suas roupas e foi se trocar. Peguei meu vestido, meus sapatos, o resto das coisas e fui colocar minhas roupas. Terminei de me vestir fui para sala onde estávamos e encontrei ela lá.

Ela estava deslumbrante. O vestido que eu havia feito para ela era todo branco com uma espécie de laço em preto, combinando com a renda das alças. Seu cabelo estava meio preso em uma trança bagunçada com um topete e uma tiara linda em sua cabeça. Ela usava luvas pretas, colares delicados e seu buquê era vermelho.

-Vermelho e preto, as cores que o Bill gostaria que sua noiva usasse no casamento – sorri – você está linda.

-Obrigada pelo vestido; olha quem fala – ela riu – você está perfeita. – ela se olhou no espelho e acompanhei seu olhar; meu vestido longo e branco era cheio de camadas delicadas com um laço na frente e em estilo de corselet atrás. Meu cabelo estava preso em um topete alto com cachos, e minha maquiagem escura contrastava bem com o vestido e o buquê, que eram brancos.

Chris tinha razão, eu estava perfeita.

-Podemos ir? – perguntou ela – o motorista já chegou.

-Sim, vamos. – respondi, decidida a deixar meu passado e todos os meus medos ali, naquele lugar.

E com o maior sorriso do mundo, segui de mãos dadas com a Chris para o meu casamento.