De volta ao Clã
Cap. 7 - Empurrões e ferimentos
Texas, 1944...
A senhora gorda e aflita carregava um castiçal de velas com chamas fracas pelo corredor completamente escuro, tateava as paredes na esperança de encontrar uma porta, gritos de dor ecoavam pelo corredor, deixando a senhora ainda mais nervosa.
– Pelos deuses, ela não merece isso - a mulher murmurava baixinho com desespero.
Os gritos foram misturados a um choro baixo e raquítico. Um bebê.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Filha! - a senhora gritou quando adentrou o quarto, encontrando a garota agonizando na cama e rodeada de parteiras - O que fizeram com ela ?
– Sua filha perdeu muito sangue, Laurie - uma das parteiras suspirou - Fizemos o máximo que conseguíamos mas o bebê não nasceu por parto normal...
– Cortaram minha filha ? Vocês a cortam ? A sangue frio ? VELHAS INÚTEIS - Laurie esticou o braço, sua magia era tão forte que conseguiu lançar todas as parteiras para o alto.
– Mãe... - a garota na cama murmurava baixinho e com fraqueza.
Laurie aproximou-se da cama derramando lágrimas entre os soluços. A imagem era forte, sua filha estava nua na cama, um corte profundo na barriga, o sangue jorrava e sujava os lençóis brancos, fraca e com dor, sentia a morte chegar.
– Filha! minha linda menina - Laurie ajoelhou-se ao seu lado, beijou sua mão e testa - Eu te amo, ficará tudo bem...
– Não ficará não, ela está morta Laurie... - Fiona estava parava na porta, a pele jovial e branca brilhava nas luzes fracas das velas espalhadas no quarto - Aceite isso.
– Você! Você pode salvá-la, assopre em sua boca, por favor - Laurie caminhou ajoelhada até Fiona e se lançou aos seus pés.
– Suas lágrimas estão encharcando meus sapatos - Fiona revirou os olhos - Não há mais o que fazer, ela vai dar seu ultimo suspiro, consigo curar as pessoas e não ressuscita-las.
Laurie retornou de joelhos até a filha e segurou forte em sua mão.
– Cuide do Mason... - A garota murmurou e jogou a cabeça para o lado, suspirou pausadamente, a pulsação parou e os olhos giraram saindo de órbita. Ela estava morta.
Laurie chorou sobre a filha, sujando todo seu avental com o sangue, beijou e abraçou o corpo sem vida.
– Pegue a criança, temos que ir - Fiona estava impaciente e pegou o bebê do colo de uma das parteiras - Deixa...eu mesma pego.
– Quero dar um enterro digno a ela! - Laurie retrucou.
– Se ficarmos aqui eles nos acham, não podemos arriscar mais Laurie - Fiona respirava forte.
Laurie concordou com a cabeça e se arrumou, olhou a ultima vez para o corpo da filha, seu suspiro era o suficiente para demonstrar toda sua tristeza.
– Dêem um enterro digno a ela - Laurie murmurou para as parteiras e seguiu Fiona pelo corredor.
Nova Orleans, 2015...
– Algo nesta casa está conspirando para nossa derrota, tenho certeza que é trabalho da rainha vodu - Laurie estava a mesa sentada a frente de Fiona.
– Sinto uma presença estranha, temos que combater essa mal - Fiona cruzou as pernas e começou a balançar o pé - Antes que seja tarde...
– Antes que seja tarde - Laurie repetiu concordando com a cabeça - Se for mesmo um espírito maligno vamos prendê-lo na caixa ramandaul...
– Sim, vamos fazer isso a noite - Fiona deu um sorriso de canto de boca.
Megan secava o cabelo na frente do espelho, Dianna escutava música alta no quarto, as gêmeas jogavam o jogo do peteleco e Beatrice sentia-se com fome, por isso caminhava em direção a cozinha. As grandes escadas da mansão eram cansativas até para se descer, então a garota fez uma pausa na metade, observava os quadros antigos pendurados na parede.
– Definitivamente o lugar precisa de uma faxina - Beatrice referia-se a grossa camada de pó que se havia formado nos quadros.
O ataque foi surpresa. A sombra surgiu atrás da garota segurou forte em seus ombros e a lançou escada a baixo. Beatrice rolou batendo forte as pernas, braços e o rosto contra a escada, o mundo parecia girar rapidamente e estava se apagando. A batida brusca da cabeça no chão a fez desmaiar, a perna tinha uma fratura que podia ser vista de longe já que o osso estava bem marcante e fazia um volume anormal. O braço esquerdo estava mole significando outra fratura e o sangue escorria lentamente pela boca e pelo nariz, formando uma poça ao redor da cabeça. O barulho forte, ecoou pelos corredores da mansão e chamou a atenção de todos. Quando Fiona e Laurie entraram no cômodo, as garotas estavam em volta de Beatrice.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– O que aconteceu ? - Laurie estava desesperada - Quem fez isso ?
Fiona percorreu o olhar pelo segundo andar e viu a sombra se pendurando para baixo. O borrão negro parecia demonstrar um sorriso.
– Ele fez isso - Fiona apontou e todas olharam para o local indicado.
– O que é isso ? - Lisa ficou ofegante, sentindo-se muito assustada.
– Um espírito - A raiva era presente na voz de Fiona.
– Ele sussurra algo - Dianna olhava atentamente.
– A vida é bela, sendo a melhor parte dela a morte. Morra comigo ? - Megan repetiu em voz alta - Beatrice vai morrer, ele está dizendo...SALVEM ELA - Megan se desesperou.
– Laurie e Megan, levem-na ao hospital - Disse Fiona.
Assim as duas fizeram, pegaram Beatrice no colo e a levaram até o carro, Laurie pisou fundo em direção ao hospital público do centro.
– Dianna, vá até o porão e pegue uma caixa grande com uma decoração em dourado - Fiona bateu o pé - Mas em hipótese alguma a abra - Dianna balançou a cabeça e correu em disparada ao porão.
– E o que a gente faz ? - Elise queria ajudar em algo.
– Só fiquem paradas - Fiona ficou na frente das garotas.
A sombra descia as escadas tranqüilamente, esfregava as grandes mãos uma na outra, representando que estava prestes a fazer algo.
– Você é patética Fiona - A voz grossa e forte como um trovão ecoou pela sala - Por que aceitou as duas novas garotas ? Você nem se importa com elas...
– PARE! - Fiona encarava a sombra.
– O que foi ? A verdade é dura de ser ouvida, não é mesmo ? - A sombra soltou uma gargalhada monstruosa.
Dianna entrou na sala com a caixa grande nos braços e ficou atrás da sombra, a mesma ficou imóvel.
– Com medo de ramandaul ? - Fiona sorriu ironicamente - Vamos garotas! Braços esticados, ajudem-me a colocá-lo em seu devido lugar - Elise e Lisa esticaram os braços junto de Fiona em direção a sombra - Abra Dianna! - A garota abriu a caixa, Fiona e as garotas empurraram a sombra para trás, a mesma tentou se firmar mas o poder era forte e foi arremessado com toda a força em direção a Dianna, a caixa sugou a sombra para dentro e foi tampada com rapidez.
– Como fizemos isso ? Esse não é nosso poder - Elise e Lisa se entreolharam.
– Primeira informação, todas as bruxas tem um pouco de telecinese em si - Fiona sorriu e caminhou em direção a Dianna, pegou a caixa de suas mãos e saiu.
– Como estará a Beatrice ? - Lisa perguntou preocupada.
– Talvez sobreviva, sei lá - Dianna respirou fundo - Vou me deitar um pouco - A garota balançou a cabeça e subiu as escadas até seu quarto.
Hospital público, 2015...
Laurie e Megan estavam sentadas na sala de espera, os únicos barulhos eram feitos pelo ponteiro do relógio e a respiração forte das bruxas. Megan roía as unhas de preocupação, pois até o presente momento não obtiveram nenhuma informação sobre Beatrice. O médico entrou no lugar e parou a frente das duas.
– Como ela está ? Me diz, podemos vê-la ? - Megan segurava o choro.
– Ela está parcialmente bem, teve uma fratura do osso na perna e uma no braço, porém... - O médico foi interrompido.
– Porém o que ? O que aconteceu com ela ? - Megan estava assustada.
– Deixe ele falar, Megan - Laurie segurava a garota.
–...Porém ela tem um inchaço no cérebro, pequeno mas perigoso - O médico respirou fundo - Ela não pode fazer nenhum esforço ou passar por nenhuma situação de estresse pelas próximas semanas.
– Podemos vê-la ? Por favor - Laurie sorriu fraco.
– Só não a acordem, me acompanhem - O médico virou-se e saiu andando pelo corredor, entrou na quarta porta a direta onde Beatrice estava dormindo na maca cercada por equipamentos barulhentos - Vou deixá-las a sós - O médico balançou a cabeça e saiu.
– Beatrice! Meu amor - Megan correu até a garota e beijou sua testa - Você vai melhorar, você vai melhorar, você vai melhorar - A garota repetia com firmeza.
– Ela vai sim - Laurie confirmou.
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