Crawling Back To You

Quebrando protocolos


KATHERINE

Katherine estava sentada fora da cela de seu irmão, e os dois conversavam.

—A família cresceu, você deve saber —Katherine sorria. —Henry, é o nome do nosso caçula.

—Henry? Ele tem quantos anos? —Jonathan disse interessado.

—Sete, e é um garoto muito doce —Katherine sentia muita falta do seu irmãozinho, temia pela sua segurança, já que as pessoas não o tratavam muito bem.

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—Espero conhecer ele um dia —Jonathan mexia na palha no chão.

—Pretende voltar? —a princesa perguntou e o rapaz a olhou. —Para Sunrise.

—Não —ele deu um sorriso fraco. —Entre a monarquia e a pirataria, eu prefiro muito mais a segunda opção.

—Eu gostaria de ter você de volta —a princesa disse triste e os dois ficaram em silêncio. —Seu nome de pirata é Oliver Page? —Katherine sorriu.

—Bem, não dava para vir pro mar como um príncipe —ele respondeu sorrindo.

—E por que você e William não se dão bem? —a princesa perguntou curiosa.

—Ele... É um idiota, Kate. Você precisa tomar cuidado —Jonathan a olhou. —Ele fez algo com você? Te machucou ou...

—Ah não, não —Katherine sorriu. —Ele é até bondoso comigo.

—Vocês me pareceram... Bem próximos —ele arqueou as sobrancelhas.

—Somos... Amigos —a princesa respondeu.

—Que já se beijaram —ela escutou a voz de William se aproximando.

—Vocês o quê!? —Jonathan se levantou.

—O quê? Tá com ciúme? —William parou a sua frente. Os dois tinham a mesma altura, e até o porte físico era igual. —Ou com medo de perder outra garota para mim?

—Você sabe que ela teria ficado comigo —Jonathan disse rispidamente. —Mas você não pôde ficar de fora, não é?

—Desculpa se eu sou mais interessante que você —William sorriu e continuou a provocação.

—Eu tenho pena dela. Te escolheu e a única coisa que ganhou foi a morte —Jonathan se aproximou das grades e se não fosse por elas, William provavelmente teria avançado no rapaz.

—Lave a sua boca para falar de Jane —William disse se acalmando.

—Então é isso? Vocês são brigados por causa dela? —Katherine continuava sentada, olhando a situação.

—Ah quem dera, princesa —William não tirou os olhos do pirata a sua frente. —Seu irmão além de ser um cão sarnento, é um traidor miserável.

—Espera, como assim? —Katherine olhou incrédula para o irmão, mas ele não respondeu, como se estivesse envergonhado.

—Ele era meu imediato —William disse, olhando com desprezo para o rapaz. —Mas acima disso, era meu amigo.

—Eu tive meus motivos, William —Jonathan interrompeu.

—Até que certa noite, ele planejou um motim —o Thatch olhou para a princesa, ignorando o pirata. —Acordei com a espada dele cortando minha garganta.

Katherine olhou assustada para o irmão.

—Me arrependo de não ter matado você naquele dia. —William olhou novamente para Jonathan.

A princesa olhou para o pirata a sua frente. William era bom, apesar da postura que ele adota como capitão, ele era uma pessoa boa.

—Eu tive meus motivos —Jonathan disse novamente.

—Quais? —William cruzou os braços, mas não obteve resposta. —Pois é. Vou lhe dar um tempinho para pensar em alguma desculpa esfarrapada. Tem sorte que Katherine é sua irmã, se não fosse por ela, você não estaria respirando.

—Kate, escute —Jonathan virou-se para a irmã. —Não sou o que você está pensando... Eu... Eu posso explicar, mas não agora.

—Você é minha família, Jonathan —Katherine suspirou e se levantou. —Você é meu irmão, mas não sei bem o que pensar.

—Eu nunca faria mal nenhum a você —ele respondeu.

—Claro que não, Katherine é a sua irmã—William revirou os olhos. —E eu poderia usar isso contra você. Tem sorte que eu gosto dela —o capitão virou-se para a menina. —Já são quase nove horas, você sabe como funciona a regra dos prisioneiros.

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—O que vão fazer com Jonathan? —a princesa se aproximou do irmão.

—O que eles quiserem —William andou até às escadas. —Vem.

—Não vou deixar que o machuquem —Katherine segurou as grades.

—É perigoso você ficar aqui —Jonathan segurou as mãos da menina. —Precisa ir.

—Não! Nem pensar, eu vou... —nesse instante, vários passos foram se aproximando e William olhou para cima.

—Chegaram —o capitão disse, se escorando na madeira e cruzando os braços. Vários piratas começaram a ocupar a prisão, e assim que ela estava cheia, todos se viraram para Katherine.

—É melhor você sair, benzinho —um pirata se aproximou. —As coisas vão ficar perigosas daqui a pouco.

—Por Sigel! Vocês uma vez na vida não podem agir como seres humanos descentes? —Katherine disse nervosa olhando para os homens. —Só por uma vez na vida vocês poderiam não agir como piratas? SÓ POR UMA VEZ NA VIDA?!

Os piratas se olharam, estavam um pouco assustados com a garota. Não esperavam que uma princesa teria uma reação tão forte e determinada.

William sorriu de canto e olhou para seus homens, que ficaram sem reação. A admiração do capitão aumentava cada vez mais pela menina, a sua coragem era extrema, afinal, ela havia enfrentado seu pai e agora a tripulação.

—Olha —Katherine suspirou. —Há onze anos eu não vejo meu irmão, e ele está ferido por ter tentado me encontrar, então... Se alguém quiser fazer um mal a ele, vai ter que passar por mim.

Katherine se posicionou na frente das grades e cruzou os braços. Os piratas a olhavam, pensando no que fazer.

—Eu sei que por trás de toda essa máscara de homens cruéis, existem pessoas boas —ela segurou o ombro do pirata a sua frente, que a olhava. —Vocês não precisam ser fortes o tempo todo, nem querer mostrar que são. E ter sentimentos não é uma fraqueza, como vocês dizem. Fala sério, vocês nunca amaram ninguém?

Alguns piratas olharam para o chão, e William ficou surpreso com o efeito que Katherine estava causando em seus homens.

—Eu já amei —um pirata, um pouco gordo, porém alto disse. —Mas ela me deixou. —alguns homens concordaram com a cabeça, provando que esse fato já aconteceu com vários deles. —Por isso é melhor não sentir mais nada e descontar nossa raiva em alguém.

—Aye! —a tripulação gritou.

—Esperem, esperem. —Katherine sorriu. —Só porque você se apaixonou uma vez e não deu certo, não quer dizer que isso sempre acontecerá. Além do mais, vocês já se perguntaram qual foi o motivo de terem sido deixados?

Os homens se olharam.

—Acho que eu sou um pouco rude —o mesmo homem respondeu.

—E por que continua sendo? —ela perguntou.

Ele abaixou a cabeça e após algum tempo olhou para seus amigos.

—Vou para as redes —o pirata concluiu triste e subiu as escadas. O restante da tripulação o seguiu, e estavam cabisbaixos.

William deu um tapinha nas costas do último pirata e olhou para a princesa.

—Se continuar assim, você vai converter minha tripulação —ele sorriu.

—Quanto menos piratas por aí, melhor —ela retrucou.

—Talvez —William subiu as escadas. —Vem, ninguém fará mal ao seu irmão.

Katherine olhou para Jonathan que observava a cena impressionado. Ele fez um aceno com a cabeça para ela ir com William, afinal, dormir na prisão não era nada confortável.

—Amo você —ele sorriu para a menina.

—Eu também —ela acenou e seguiu William.

(...)

WILLIAM

Assim que entraram na cabine, William foi direto para o sofá. Desde que Katherine estava no navio, o pirata deixava a cama para ela. A menina começou a pensar que depois de tudo que anda fazendo por ela, William merece algo mais confortável que o sofá.

—Escuta —a princesa falou enquanto William se deitava. —O sofá não deve ser agradável para dormir.

O Thatch a olhou e tirou o chapéu.

—Se... Se você quiser dormir na cama, tá tudo bem.

Katherine estava envergonhada e William sorriu de canto.

—Quer que eu durma com você?

—Não! —a menina apressou-se a dizer. —Você merece uma boa noite de sono, só isso... E ficaremos bem distantes um do outro.

—Fechado —o pirata se levantou e deitou-se em um lado da cama.

Katherine em seguida deitou do outro lado, e William desligou a lamparina que ficava na cômoda.

A princesa estava insegura. Ela pensava o quanto isso seria considerado um absurdo na corte. Uma princesa, dormindo na mesma cama que um pirata. Mas Katherine sabia que aquilo não era nada demais, porém foi criada para nunca fazer esse tipo de coisa e estava inquieta.

—Não consegue dormir? —ela escutou William.

—Como você sabe?

—Você não para de mexer seu pé —ele riu. —Não precisa ficar nervosa, eu não vou fazer nada.

—Eu só estou pensando se meu irmão está dormindo bem, só isso. —a princesa despistou.

—Aham —William respondeu, não acreditando muito no que a garota disse.

Depois de um tempo, Katherine procurou encontrar uma posição melhor, e sua mão acabou tocando o braço de William sem querer.

Ela ficou parada, com sorte, o pirata já devia estar dormindo. Ela logo virou-se para o outro lado, sem querer incomodar William. Mas ele estava acordado, e virou-se também.

William pensava que precisava fazer que Katherine o amasse o mais rápido possível... E por ela ser uma princesa... Talvez gostasse de demonstração de afeto ou algo do tipo. Então o pirata passou as mãos nos cabelos da menina, os acariciando. Katherine escondeu um sorriso, e fingiu estar dormindo.

—Está fazendo frio né? —ele disse e a princesa viu que ele sabia que ela estava acordada.

—Sim —ela concordou.

—Posso te esquentar? —ele perguntou.

—William... —Katherine disse com receio.

—Não é nada disso que está pensando —ele disse sorrindo e se aproximou da garota.

William passou seus braços pela cintura da menina e colou seus corpos.

A respiração de Katherine ficou agitada. Ela nunca em sua vida imaginou que ficaria assim com um homem... Mas aquilo era realmente confortável. Ela sentiu-se protegida, não sabia de que, mas aquela posição a agradou bastante. Katherine se encolheu um pouco, para de ajeitar em William, que acabou sorrindo.

O rapaz se controlava para não demonstrar que estava gostando daquilo. O cheiro da princesa, seu corpo no dele... As sensações eram maravilhosas.

Logo, Katherine foi se acalmando e acabou dormindo bem rápido, enquanto William pensava no que viria daqui a frente em relação aos dois.