No capítulo anterior:

—Kate…? – Os meus pensamentos começam me confundindo.

—Rick… - Ela encara o chão e eu percebo que ela me está escondendo alguma coisa.

—Você não sabia, pois não? – Eu sinto meu peito doer ao pensar nessa possibilidade.

—Sim. – Ela continua encarando o chão.

—Olha para mim! – Eu falo rígido e ela assim o faz.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—Me diz que você não me traiu dessa maneira… - Eu tento procurar a verdade nos seus olhos.

—Martha me prometeu que te iria contar assim que você chegasse! – Ela chora, desesperada.

—Há quanto tempo você sabe disso? – Eu estava incrédulo.

—Quatro meses…

—Você me mentiu por quatro meses, Kate?! – Eu sinto meu coração falhar uma batida.

—Não queria ser eu a falar para você, Rick! – Ela tenta arranjar um argumento, mas neste momento eu já não ouvia mais nada. Só conseguia pensar no tempo que Kate havia mentido para mim.

—Eu esperava isso de muita gente, mas você Kate…?

—Eu sinto muito… - Ela tenta uma aproximação.

—Eu não acredito que você fez isso… - Eu murmurava. Resolvo pegar o meu casaco antes que dissesse alguma besteira e a magoasse com minhas palavras frias.

—Onde você vai? – Ela corre atrás de mim.

—Embora! – Eu bato a porta e resolvo sair para beber.

Precisava esquecer tudo isto – apesar de álcool não ser a maneira mais correta, parecia-me ser a mais rápida.

https://www.youtube.com/watch?v=v8KGeJiQvZI

Pov Kate

Assim que a porta bate, as minhas lágrimas caem automaticamente. Ele tinha ido embora – ele estava com raiva no seu olhar. Não de mim, mas sim de toda a situação.

Não sabia nem sequer o que pensar…. Quanto mais o que fazer.

Deveria ir atrás dele? Pedir desculpa? Tudo bem que eu não devia ter escondido dele, mas ele não devia ter esta atitude… Eu ia lhe dar um espaço e falar quando ele retornasse a casa.

Acabo ligando a Martha – eu precisava de saber melhor o que tinha acontecido.

Pov Castle

Eu estava com os olhos baços e um turbilhão de pensamentos na minha cabeça.

As únicas pessoas em quem eu confiava realmente haviam me mentido por quatro meses… Não estamos falando de dias, mas sim de meses. Porquê?

Kate me desiludiu hoje – o que eu mais podia esperar dela, se não podia confiar?

Acabo parando no bar mais próximo e peço uma bebida forte ao garçom. Eu estava furioso – se havia coisas que eu respeitava muito era a lealdade e a honestidade e Kate me enganou por este tempo todo sobre um assunto que mexia comigo…

—Outro, por favor… - Eu ergo o copo no alto, sentindo a garganta queimar.

Sem dúvida que neste momento o que eu queria fazer era esquecer.

Ao fim de algumas eu já estava bêbado, mas continuava tudo batendo na minha cabeça com força. Decido ir ao celular procurar por alguma notícia de Kate, mas não havia.

Porque ela não tinha vindo atrás de mim?

Não era isso que esperava, mas no fundo era isso que eu queria.

—Boa noite… - Eu conheço a voz e me viro para encarar a loira. O que Gina estava fazendo aqui?

—Gina? – Eu a olho, vendo tudo destorcido por culpa da bebida.

—Fico feliz em saber que você me reconheceu. – Ele toca o meu ombro, sorrindo.

—É normal, a gente teve casada por dez anos… - Eu rio, sarcástico e acabo bebendo outro copo.

—Infelizmente acabou… - Ela se senta do meu lado.

—Infelizmente? Eu gostava de outra pessoa, Gina. – Eu falo com a voz embriagada.

—Sim, mas pelo menos o sexo era bom… - Ela fala maliciosa. – Você sempre soube como tratar uma mulher na cama…

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—Eu não percebo o que você espera com esta conversa. – Eu tento me levantar para me afastar. Apesar de bêbedo eu ainda sabia o que estava fazendo.

—Você não está em condições de ir para casa sozinho… - Ela me ampara da queda que eu ia dar. A minha cabeça doía e eu sentia tudo andar á volta.

—Eu pego um táxi, Gina. Me deixa em paz, por favor. – Eu a empurro, mantendo-me de pé e firme. Pelo menos, estava me esforçando para isso.

—Ok, me empresta o teu celular para eu chamar. – Eu lhe entrego o celular. Eu só queria ir para casa e dormir.

Pov Kate

Eu estava angustiada em casa. Eram duas horas da madrugada e Castle ainda não havia dado sinais – eu só não queria que ele fizesse besteira.

Nesse momento, meu celular toca e eu pego rápido para atender quando vejo que era Rick.

—Alô, Rick! – Eu falo, preocupada, mas rapidamente percebo pelo ruido de fundo que ele está em um bar.

Vamos, Ricky…— Eu conheço aquela voz feminina e nesse momento minhas pernas falham. Ele estava com Gina?

Vamos, eu não estou me sentindo bem…— Eu ouço a sua voz completamente embriagada. O que ele julga que estava fazendo?

Eu vou tratar de você…

Nesse momento a chamada é desligada e as minhas lágrimas mais uma vez se formam nos meus olhos.

Não importava que ele estivesse bêbado, mas ele não tinha o direito de estar com Gina. De ir embora com ela.

Eu não tinha dúvidas, eu não conseguia mais ver Castle da mesma forma. Eu precisava de me afastar de tudo isso e a melhor forma era pedir transferência para a academia policial de Washington DC – eu não podia mais ficar na cidade de Castle. Todo este ciúme que eu tinha e agora isto tinha sido o culminar de tudo e eu ainda não tinha maturidade suficiente para suportar este amor impossível.

Acabo pegando as minhas roupas e voltar para a academia – ainda hoje eu trataria de tudo.

Decido passar a noite em casa do meu pai e deixar uma carta a Rick – explicando tudo.

Eu não queria desistir, mas ele me obrigou a isso.

Escrever aquela carta foi uma das coisas mais dolorosas a nível emocional que eu fiz – eu estava tão dependente dele que eu não consegui nem perceber que eu o amava de verdade. Sim, porque eu amava esse homem.

Volto a analisar tudo e vou ter com Jim que devia estar dormindo.

Amanhã mesmo iria voltar para a academia e pedir transferência. Não fazia intenção de voltar a ver Rick, por mais que isso me doesse.

Pov Castle

Eu começo vendo tudo nebulado e rapidamente percebo que Gina me drogou quando começo sentindo que estou quase desmaiando.

Me sinto um inútil e lembro de Kate imediatamente antes de tudo ficar preto.

No dia seguinte

Sinto minha cabeça querer explodir.

Abro os olhos com dificuldade e vejo Gina deitada do meu lado.

Começo tendo lembranças da noite passada e tudo começa parecendo um pesadelo.

—Gina! – Eu falo alto, mas logo me arrependo quando uma enorme dor de cabeça me atinge.

—Bom dia… - Ela se espreguiça na cama, sorridente.

—Do que você está rindo?! – Eu começo ficando nervoso, percebendo que ela me tinha drogado na noite anterior para me trazer para a casa dela.

—Você voltou para mim…

—Você está louca! – Eu me levanto rápido, agarrando a cabeça.

—Você veio comigo para casa…

—Sim, porque você me drogou! – Eu pego o meu celular e disco rápido o número de Kate.

Celular desligado.

—Ela sabe de tudo… Eu liguei para ela ontem. – Ela ri.

—Sabe o quê?! A gente não fez nada! Você me drogou, Gina! – Todo o meu corpo estava tremendo agora.

—Sabe… Você estava oferendo resistência demais. – Ela dá de ombros.

—Você é doente! – Eu saio porta fora e pego um táxi o mais rápido possível para o loft. Eu precisava ver Kate – nesse momento eu me sentia um completo idiota arrependido.

Tudo bem que ela tinha mentindo para mim, mas que direito isso me deu de sair para beber? Eu devia ter ficado com ela.

Eu começo pensando na possibilidade de perder Kate por causa de uma estupidez e nesse momento eu percebo que a amo – depois de toda a angústia que estava sentindo, eu percebi que a amava com todas as minhas forças.

Eu já não estava mais bravo – só queria que não fosse tarde demais para nós dois.

Chego no meu loft e Kate não está lá – procuro por toda a casa e apenas encontro um bilhete.

Eu sempre pensei que nosso romance impossível pudesse dar certo, mas você acabou estragando tudo. Talvez eu seja demasiado imatura para compreender o que é o amor, mas eu acho que ele não deve magoar ou doer.

Eu preciso de me afastar de você, de nós dois. Irei pedir transferência para outra academia longe de Nova Iorque – não consigo ficar mais na mesma cidade. As recordações dos momentos vividos não me vão deixar seguir em frente.

Fico grata por tudo aquilo que nós vivemos.

Beijo, Rick.

Eu releio aquelas palavras inúmeras vezes até que o papel acaba molhado pelas minhas lágrimas.

Merda!

Eu disco o número de minha mãe que é rápida em atender.

—Onde está Kate?! – Eu pergunto, angustiado.

Não está aqui. Aconteceu alguma coisa? — Eu vejo que ela fica preocupada.

Eu desligo, ainda magoado com ela e vou ao único sítio que Kate poderia estar.

Eu precisava encontrá-la rápido.

Dirijo rápido até casa de Jim que, para meu espanto, está arranjando o gramado cá fora.

Saio do carro apressado.

—Kate não está! – Ele fala, chateado.

—Jim, me deixa falar com ela por favor… - Eu imploro. Meu coração estava mais acelerado do que nunca.

—Você devia pensar nisso antes de a ter magoado… - Ele me olha rijo nos olhos e aquilo doí. Eu não podia aceitar que Kate estava sofrendo por minha causa. Eu não podia permitir isso.

—Eu preciso falar com ela!

—Vai embora! – Ele se aproxima de mim em tom de ameaça.

De repente vejo Kate sair com uma mala pela porta das traseiras e avanço o gramado correndo, sem mesmo me importar com Jim – eu precisava falar com ela.

—Kate! – Ela me olha e me ignora, caminhando de forma mais rápida. – Espera, por favor!

Eu consigo alcança-la.

—Me deixa ir! – Ela me olha nos olhos. As suas lágrimas estavam me destruindo por dentro.

—Não! – Eu seguro o seu braço. – Você precisa saber o que aconteceu!

—Eu sei o que aconteceu – você foi para casa com aquela vagabunda!

—Sim, eu fui. – Eu a olho e ela chora de verdade agora.

—Me deixa, por favor… - Ela pega a mala de novo.

—Mas nada aconteceu, Kate – Gina me drogou! – Eu olho nos seus olhos.

—Cala a boca, mentiroso! – Ela me olha com ódio e volta a caminhar.

—Kate, por favor… - Eu imploro, seguindo atrás dela. – Você não pode me deixar.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Eu me sinto vencido pelas lágrimas.

—Porque não?! – Ela se vira para me encarar.

—Porque eu te amo, Katherine Beckett! – Eu falo olhando nos seus olhos.

Ela fica estática e por momentos ficamos nos olhando em silêncio. As lágrimas misturavam-se. Era a primeira vez que eu estava dizendo que a amava. E foi muito libertador - mais do que eu esperaria.

—Você devia ter pensado nisso antes. – Ela limpa as lágrimas. – A gente termina por aqui.

Vejo ela se afastando e eu não consigo mais reagir.

Eu queria gritar, correr atrás dela, mas eu não tinha força para isso.

E no momento em que vejo Kate ir embora, me sinto um verdadeiro lixo.