Além da Eternidade - 1° temporada

E o passado vai voltando pro presente


Eu que não fumo queria um cigarro.

Envelheci dez anos ou mais nesse último mês.

Eu que não bebo, pedi um conhaque pra enfrentar o inverno

que entra pela porta que você deixou aberta ao sair.

Já era seis da manhã e Beta tinha em suas mãos um copo de whisky, ela andava do quarto para a sala, ia na sacada, olhava o pouco movimento que tinha lá embaixo, voltava para o quarto, deitava, tentava dormir, bebia mais um pouco quando o sono não vinha, até que deitou pela milésima vez e acabou pegando no sono, ao lado de May.

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Como ninguém sabia que elas estavam lá, ninguém as incomodou, afinal, seus celulares estavam descarregados e elas nem se deram conta. Lá pelas duas da tarde e com bastante dificuldade e pouca vontade Beta foi abrindo seus olhos aos poucos. A claridade que passava por entre a cortina de seu quarto a incomoda, então ela virou para o outro lado e teve uma bela e assustadora surpresa: May estava deitada, dormindo seminua ali mesmo, em sua cama.

Rapidamente Beta se sentou na cama e percebeu também estar seminua. Por causa das doses extras de bebida alcoólica e ao sono que ainda sentia, ela não se lembrava ao certo do que havia acontecido na noite anterior, depois que já estavam em seu apartamento. Mas se as duas haviam bebido até não poder mais e se estavam –seminuas- na mesma cama, com certeza o instinto de Beta havia falado mais forte e ela teria se rendido, ficando com a prima da mulher que amava.

Roberta: Puta que pariu, não acredito que eu fiz isso!

Ela se enrolou em um lençol e começou a andar de um lado para o outro no quarto.

Roberta: A May vai achar que eu a embebedei só pra trazê-la aqui pro meu apartamento. Eu não acredito que eu fui fraca mais uma vez! Mas que porra! Como vou contar isso pra Thay? E com que cara vou olhar pra May quando ela acordar? – Aos poucos, May começou a acordar. – Não May, não acorda agora não, por favor, eu não pensei em nada ainda. Será que se eu cantar como fazem nos desenhos, ela dorme de novo também? Aff, claro que não! Ih já era, ela acordou! – Ela arregalou os olhos.

Mayane: Bom dia! – Sorriu espreguiçando-se. Beta estranhou.

Roberta: Bom dia? – Será que eu disse que a amava?

Mayane: Não é bom dia?

Roberta: Não é que...é..eu e você...nós duas...você vai me achar uma cafajeste, mas o que aconteceu ontem a noite aqui nesse apartamento? – May começou a rir.

Mayane: Não, nós não transamos!

Roberta: Não? Tem certeza?

Mayane: Se eu tivesse transado com uma mulher, com certeza eu não iria esquecer. Nós chegamos, bebemos, tomamos um banho e dormimos. Bem, foi isso que eu fiz, agora se você me molestou enquanto eu dormia, daí já não sei.

Roberta: Não brinca com isso May.

Mayane: Viu como é bom zoar os outros. – Sorriu. – Que horas são?

Roberta: Duas ou três da tarde.

Mayane: Vamos fazer assim, enquanto eu ligo pro apartamento das meninas pra dizer que estamos bem, você coloca uma roupa e pede algo pra almoçarmos, ok?

Roberta: Ta bom, to cheia de fome. Já volto. – Retirou-se.

E assim como combinado, elas fizeram e logo foram almoçar. Enquanto almoçavam, conversavam.

Roberta: Você tem certeza que não rolou nada?

Mayane: Tenho Beta, desencana. Até porque se você tivesse transado comigo, você não iria esquecer!

Roberta: Nem se acha né? – Elas ririam. – Falou com as meninas?

Mayane: Falei, Angel estava louca atrás de nós.

Roberta: O Diego não disse onde estávamos?

Mayane: Ele não acordou ainda.

Roberta: E a Thay?

Mayane: Bem, é...Angel disse que ela ainda não tinha chegado.

Depois disso e o assunto acabou. Vez em outra May falava qualquer besteira, mas estava na cara que Beta não tinha gostado nada do que May havia falado antes. Depois que almoçaram, elas limparam a bagunça, conversaram mais um pouco e lá pelas cinco da tarde, resolveram voltar ao apartamento das meninas.

Ao mesmo tempo que Beta estava louca para chegar e ver Thay logo, ela tinha medo de como agir ao vê-la e de que Thay não estivesse lá. Por vezes, durante o trajeto, ela pensou em adiar um pouco mais essa chegada, mas era tarde, elas já estavam no elevador, indo em direção ao apartamento delas. Assim que saíram do elevador, ela começou a dar passos inseguros e lentos. Segundos depois e elas já estavam no apartamento.

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Angel: Bonito hein? Saem pra gandaia, não avisam e chegam só no outro dia a tarde!

Mayane: Viramos a noite bebendo na praia.

Angel: Teve que carregar ela, Beta?

Roberta: Não, ela já ta se saindo bem. – Elas riram. – E a Thay? – Angel olhou May.

Angel: A Thay ligou agora pouco perguntando por você e pediu pra te avisar que...que ela vai vir só amanhã a tarde, depois que levar Vitor pro aeroporto.

Roberta: Ah. – As duas notaram que Beta ficou bastante desapontada.

Mayane: Aeroporto? Ele vai embora amanhã? – May falou isso na tentativa de animar, um pouco que fosse, Roberta.

Angel: Parece que sim.

Roberta: Eu vou pro quarto ver os meus e-mails e o meu face. Com licença. – Retirou-se.

Beta deixou May e Angel na sala e foi para o quarto, ligou seu notebook, abriu seus e-mails, respondeu os recados e logo saiu da internet. Aquele seria mais um dia sem Thay. Ela deitou na cama, ficou olhando para o teto e lembrou que tinha algo na bolsa. Ela colocou sua mão dentro dela e pegou a rosa que ela havia tirado do buquê e que daria hoje pra Thay e ficou olhando-a.

Roberta: Pois é, mais uma vez sobrou nós duas, rosinha. – Começou a acariciar a rosa.

Era nove e pouco da noite e Beta ouviu seu celular vibrar em cima da cômoda onde estava carregando. Ao olhar no visor, viu que era Thay, ela fechou os olhos e deixou chamar até a ligação ser finalizada. Dessa vez ela estava muito chateada com Thay. May ficou um tanto preocupada ao notar que Beta não tinha saído do quarto para nada então foi ver como estava.

Mayane: Posso entrar, Beta? – Roberta guardou a rosa na gaveta e respondeu.

Roberta: Pode sim, May. – Ela entrou e foi até a cama onde sentou-se.

Mayane: Como você está?

Roberta: To bem. – Sorriu.

Mayane: Vamos jantar?

Roberta: To sem fome.

Mayane: Você tem no estomago só o almoço, precisa comer algo.

Roberta: Antes de dormir eu como.

Mayane: Vai passar a noite aqui?

Roberta: Não sei. Acho que vou dar uma volta.

Mayane: Quer ir na boate?

Roberta: Não. Preciso relaxar e só relaxo fazendo uma coisa.

Mayane: Não vem com putaria de novo! – Beta riu.

Roberta: Isso também me relaxa, mas não é isso.

Mayane: Então é o que?

Roberta: Quer mesmo saber?

Mayane: Claro.

Roberta: Pega um casaco e vem comigo então. – Levantou-se colocando o casaco.

Mayane: Aonde vamos?

Roberta: É surpresa. Vamos logo.

Mayane: Você não vai aprontar, né?

Roberta: Claro que não. Confia em mim!

Mayane: Ta bom. – Levantou-se. – Vou pegar meu casaco então.

Enquanto May pegava o casaco, Beta avisou que elas iriam sair mais uma vez. Sem perder tempo e as duas seguiram para o carro.

Mayane: Quero só ver que surpresa é essa! – Beta deu a partida no carro e começaram a andar.

Roberta: Não prometo que você vai gostar.

Mayane: Não vai me levar a nenhum puteiro lésbico, né?

Roberta: Claro que não!

Mayane: E hetero?

Roberta: Menos!

Mayane: Então não vai ter graça. – Beta sorriu. – É longe?

Roberta: Não muito.

Uma meia hora depois e elas estavam no tal lugar misterioso.

Mayane: Pera aí, a sua surpresa é essa? Uma estrada deserta?

Roberta: Não é simplesmente uma estrada deserta, é um palco pra pegas.

Mayane: Aquelas corridas doidas?

Roberta: Exatamente!

Mayane: Entendi. Espera aí! Você vai fazer um pega e eu to dentro do seu carro?

Roberta: Bingo! Faz tempo que eu não faço isso e to precisando.

Mayane: Você é louca, Roberta! Onde já se viu relaxar correndo o risco de morrer.

Roberta: Não é pra tanto também.

Mayane: Você deve ta de porre ainda, só pode! Não, quem ta de porre ainda sou eu, to imaginando isso, é, é isso mesmo! – Beta sorriu.

Roberta: Quer ver como é um pega ou quer esperar do lado de fora?

Mayane: Tem certeza que isso é seguro e que não vamos morrer aqui?

Roberta: Cruzes May, não vamos morrer!

Mayane: Já que é assim, eu topo então. – Beta sorriu.

Roberta: Aperta bem teu cinto.

Mayane: Como é?

Roberta: Questão de segurança, você sabe. – May não gostou, mas assim fez.

Roberta esperou May apertar seu cinto e logo ligou o carro, dava para notar de longe que May estava nervosa demais. Beta acelerou o carro algumas vezes e logo tirou o pé da embreagem fazendo o carro queimar pneu e logo começar a correr. May se segurava no banco e no painel do carro, seus olhos estavam arregalados e sua boca entreaberta. A estrada era reta, havia apenas uma curva há alguns metros de onde elas deram a saída e um pouco antes de chegar nessa curva, Beta deu um cavalo de pau, e em alta velocidade voltou ao lugar de onde saíram, dando outro cavalo de pau e parando o carro em seguida.

Roberta: E aí May, gostou?

Mayane: Eu disse que você era louca?

Roberta: Disse.

Mayane: Você não é louca, você é retardada! – Beta sorriu.

Roberta: Ah, confessa que é emocionante.

Mayane: Tem emoção demais pra mim!

Enquanto elas conversavam, alguns faróis altos vinham na direção delas.

Mayane: Putz, só falta ser a policia!

Roberta: Relaxa.

Mayane: E se forem assaltantes?

Roberta: Relaxa.

Os carros que vinham pararam ao lado delas.

xXx: Olha o que eu achei, duas gatinhas perdidas na beira da estrada.

Haviam uns quatro ou cinco carros, todos com três ou quatro integrantes em cada um, entre homens cheios de marras, haviam algumas mulheres, parecia ser uma gangue.

Mayane: O que vocês querem?

xXx: A gente que pergunta isso a vocês! O que fazem na nossa área?

Roberta: A gente não sabia que aqui tinha área.

xXx: O que estão fazendo aqui?

Roberta: Eu vim correr com o carro. – Beta evitava olhá-lo nos olhos.

xXx: Eu gosto que olhem pra mim quando falam comigo. – Beta respirou fundo e o olhou. Ele fez uma cara entranha. – Eu te conheço de algum lugar.

Mayane: Eu acho que não, porque nas cadeias que vocês tiveram, ela passou bem longe!

Roberta: Cala a boca May! – Sussurrou.

xXx: É claro. Eu conheço você sim!

Roberta: Eu acho que não.

xXx: Claro que sim. Eu sou o Tatu, lembra de mim? Nós fizemos um pega em SC num verão. Tu perdeu a primeira corrida feio, mas ganhou todas as outras. O teu troféu foi a minha prima. Trovou tanto ela que conseguiu leva. – Beta sorriu.

Roberta: Ah, eu to lembrando de você sim. Amigo do Kadu e do Neném.

Tatu: Esse mesmo! Porra, quanto tempo. Desce aí. – Beta desceu.

Roberta: Tempo mesmo. O que faz por essas bandas?

Tatu: Ganhando território, sabe como é, né?

Roberta: To ligada.

Tatu: Mas e tu? Que ta fazendo aqui?

Roberta: Eu trabalho aqui como DJ há um tempinho.

Tatu: E a morena deve ser o troféu da vez! – Sorriu malicioso.

Mayane: O que você disse?

Roberta: Não não. Essa é a Mayane, prima da garota que eu namoro.

Tatu: Namora com uma e sai pra dar uns pegas com a prima. To ligado.

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Roberta: Só amizade mesmo.

Tatu: Sempre nos pegas?

Roberta: Que nada! Parei desde que vim pra cá. Comecei hoje. To esperando minha moto vir de Porto Alegre também.

Tatu: Zuou que tu conseguiu a moto?

Roberta: Consegui. Me matei trabalhando, mas consegui.

Tatu: E a bichinha é da hora?

Roberta: Claro. Quando chegar te mostro ela.

Tatu: Vou cobrar, hein!

Roberta: Pode cobrar.

Tatu: Esse brinquedinho teu é da hora também, hein! – Falou analisando o carro.

Roberta: É, mas não ta preparado pra correr.

Tatu: Mas vai arrumar, né?

Roberta: Não, vou deixar só a moto pra brincar.

Tatu: To ligado, ta sabendo administrar! – Sorriu. – Po, vamo fazer um pega ae pra lembrar dos velhos tempos?

Roberta: Não, hoje não dá.

Tatu: Ta a fim de entrar pra nossa turma? Aqui é pega do bom, de primeira e garantido todo dia. – Beta pensou um pouco.

Roberta: Acho que não, depois que se tem namorada, pega é só pra brincar.

Tatu: Ta pensando certinho. Mas fica sabendo que sempre que quiser brincar, nossa turma ta ae pra ti e tu será sempre bem vinda, ta certo?

Roberta: Valeu. Agora deixa eu ir lá que tenho que levar a prima pra casa.

Tatu: To sabendo. Tchau prima! Firmeza ae!

Roberta: Tchau! – Sorriu e entrou no carro dando a partida logo em seguida.

Mayane: Agora me explica quem são.

Roberta: Eu já participei de um pega com ele e sua turma.

Mayane: E ganhou a prima dele. – Beta sorriu.

Roberta: Naquele tempo eu era terrível. – May a olhou.

Mayane: Era?

Roberta: Era sim, hoje não sou mais, a Thay me fez ficar na linha.

Mayane: Ah, ta bom então. – Ela riu. – Vamos embora?

Roberta: Vamos. Mas vou te deixar no apartamento das meninas e vou pro meu.

Mayane: Por que?

Roberta: Sei lá, vai ser ruim demais ficar naquele quarto sozinha sabendo onde a Thay está.

Mayane: Se você me esperar, eu pego minhas coisas e vou com você.

Roberta: Não May, não precisa.

Elas foram conversando até que chegaram em frente ao apartamento das meninas.

Roberta: Ta entregue.

Mayane: Tem certeza que não quer que eu vá com você? – Beta segurou as duas mão de May.

Roberta: Tenho sim. – Deu um beijo nas mão de May. – Obrigada por tudo o que você fez por mim esse final de semana. – May sorriu.

Mayane: Que isso, sempre que estiver pra baixo eu vou estar te enchendo o saco e quando não estiver triste, também. – Elas sorriram.

Roberta: Obrigada mais uma vez.

Mayane: Mais tarde eu te ligo pra ver como você está.

Roberta: Ta bom. Se cuide. – May desceu do carro.

Mayane: Você também. – Beta voltou a dirigir em direção ao seu apartamento.

Enquanto ia para casa, ela passou pela praia, até pensou em parar um pouco ali, mas não queria se machucar mais, então acabou indo direto. Chegando ao apartamento, ela jogou as chaves na mesinha, como sempre fazia e Thay brigava com ela, e foi arrumar a bagunça que ali estava. Após colocar ordem em tudo, ela tomou um banho e pediu uma pizza. Enquanto comia e tomava Pepsi, o celular dela tocou.

Roberta: Deve ser a May. – Esticou o braço e pegou o celular do chão. – Alô.

xXx: Poxa, até que enfim consigo falar com você!

Roberta: Oi Josy. – Sorriu. - Tudo bem?

Josy: Tudo e com você? Por que sumiu o final de semana todo? Ah, já sei, a namorada não saiu do pé!

Roberta: Quem dera! Na verdade passei o final de semana com a prima dela.

Josy: O que? Deu golpe na guria?

Roberta: Claro que não! Ah, ta um rolo aqui que você não faz ideia!

Josy: Pode começar a me contar com detalhes, tenho a noite toda.

Enquanto Beta devorava sua pizza e a Pepsi, ela ia contando aos poucos tudo o que aconteceu nos últimos dias. Já se passava mais de meia hora e o assunto não acabava.

Josy: E ela te deu algum prazo de quando vai terminar com o noivo dela?

Roberta: Nunca conversamos a respeito disso.

Josy: Então você pretende ser amante dela a vida inteira?

Roberta: Claro que não.

Josy sabia que isso não acabaria bem, e dava uns toques na Beta a respeito disso. Elas conversaram durante mais alguns minutos e logo finalizaram a conversa. Roberta ficou bastante pensativa depois de tudo o que ouviu e acabou adormecendo no sofá mesmo.

Lá pelas sete e quinze, seu celular despertou e Beta deu jeito de se arrumar, tomar café e ir de uma vez buscar sua moto na companhia de transportes do aeroporto. Fazia tempo que ela não andava de moto e estava muito ansiosa. Enquanto esperava o responsável entregar sua moto, ela viu o que não queria ver: Vitor e Thay estavam lá, e para ajudar, no maior Love. Imediatamente, as coisas que Josy falou vieram a sua cabeça, mais uma vez e ela preferiu sair de lá. Ela assinou os papéis rapidamente, conferiu tudo, pegou sua moto e saiu de lá direto para o seu apartamento.

O dia passou rápido, já era noite e Thay esperava Beta no apartamento das meninas. Beta estava em seu apartamento pensando se iria até ela ou não quando chegou mensagem em seu celular.

Mensagem: Amor, ja to em casa, te espero aqui. Beijos! Saudades. Thayane.

Mesmo com raiva e com ciúme, Beta sentia saudades de Thay também. Ela pegou suas coisas e foi até o apartamento das meninas.

Thayane: Oi amor. – Andou até ela e a abraçou.

Roberta: Oi. – A apertou. – Como você está?

Thayane: To bem e você? – Thay já notava ela um pouco distante.

Roberta: Bem também. – Sentaram-se no sofá.

Thayane: E o seu final de semana, como foi?

Roberta: Agitado, posso dizer assim. – Sorriu entrelaçando seus dedos nos de Thay. – E o seu?

Thayane: Foi chato.

Roberta: Imagino.

Thayane: O Vitor foi embora hoje.

Roberta: Eu vi.

Thayane: Viu o que?

Roberta: Vocês dois no aeroporto hoje cedo.

Thayane: O que você estava fazendo lá?

Roberta: Fui buscar minha moto.

Thayane: Moto? Você tem moto?

Roberta: Tenho.

Thayane: Por que nunca me falou nada a respeito?

Roberta: Ah, não sei, nunca tocamos no assunto. – Se for parar pra pensar, verá que sabe quase nada de mim.

Thayane: E o carro?

Roberta: Ta na garagem. Vou usá-lo pra passeio e a moto pra corrida.

Thayane: Que corrida?

Roberta: Eu faço pega de moto. Mas to pensando em me inscrever em uma corrida de moto quem tem todo ano em Buenos Aires ou Canadá. Sempre quis participar dessa corrida, mas meus pais nunca deixaram por ser perigoso e blábláblá. Quero aproveitar agora.

Thayane: Eu não sou muito fã dessas corridas, realmente são perigosas demais.

Roberta: A vida é perigosa e mesmo assim a gente corre o risco vivendo.

Thayane: Tanta coisa pra você fazer e tem que ser logo corrida de moto?

Roberta: É uma paixão minha.

Thayane: E ganha alguma coisa nessa corrida?

Roberta: Ganha uma boa quantia em dinheiro, mais uma moto zerinha e a carteirinha pra ser sócia em um dos maiores clubes de moto.

Thayane: Vai participar com quantas mulheres?

Roberta: Não sei. Lá não tem isso de ter uma corrida só com mulheres e outra só com homens, é uma disputa só. – Thay pensou um pouco.

Thayane: E se eu te der um cargo na minha empresa? Você deixaria essa corrida de lado?

Roberta: Eu não to fazendo isso pelo dinheiro Thay, mas sim porque eu gosto de correr.

Thayane: Mas amor, é perigoso demais, ainda mais se é com homens junto.

Roberta: Não se preocupe, eu corro desde a adolescência.

Thayane: Se eu te pedir pra não correr, faria isso por mim? – Thay olhou dentro dos olhos de Beta.

Roberta: É o meu sonho participar dessa corrida, Thay.

Thayane: Por favo! – Beta respirou fundo.

Roberta: Tudo bem, eu não corro nessa corrida. – Thay sorriu e a abraçou.

Thayane: Obrigada. Agora me da um beijo que eu to morrendo de saudade.

Roberta sorriu e aos poucos foi aproximando seus lábios dos de Thay, enquanto fechava os olhos. Rapidamente seus lábios se encontraram na mesma sintonia de sempre. Thay levou uma mão sua até o rosto de Beta e começou a acariciá-lo, Beta levou sua mão até a mão que estava em seu rosto e a acariciou também. O beijo estava ótimo até que elas foram interrompidas.

Mayane: Eu sei que ta tudo muito bom, mas Diego ta chamando a gente no apartamento dos meninos.

Thayane: Você sabe por que?

Mayane: Não. Vai ver ele vai embora e vai dar uma festa de despedida.

Roberta: Ah May, como você é ma com ele.

Mayane: Não sou nada! E vamos logo, andem, andem.

Elas foram até o apartamento dos meninos e se jogaram no sofá.