A Vida

Especial Frazel/Caleo/Jasiper


Especial Frazel/Caleo/Jasiper

Frazel

Hazel

Hazel ingeriu um último gole de leite. Ele estava quente, tão quente que ela pode sentir o caminho por ele percorrido e por fim o momento em que caíra em seu estômago.

Com cuidado pousou o copo de vidro, já vazio,sobre a pia da cozinha, com um pequeno baque causado pelo contato do vidro com o granito.

Hazel fitou o relógio na parede. Já passavam das 8:30 da manhã e ela ainda era a única daquela casa livre dos territórios de Morfeu. Mas ela não se impressionava. Nos fins de semana era sempre assim, nem mesmo Frank acordava cedo.

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À passos lentos deixou a cozinha. Os pés descalços sentiram um alívio instantâneo ao tocar no piso de madeira da sala, que se estendia por toda casa, com exceção da cozinha e dos banheiros, que eram de um frio azulejo branco.

Ela subiu as escadas que levavam ao segundo andar da casa. Ela seguiu pelo corredor e entrou pela primeira porta, o quarto de Tyler, seu filho velho. Ela o tivera muito nova, tinha vinte e um anos, e não demorara muito engravidara de Tomas, o mais novo, mas não se arrependia.

Hazel se dirigiu a cama de seu filho mais velho e o cobriu com a coberta que estava caída no chão ao lado da cama. Ela sorriu ao vê-lo se enrolar no cobertor. No alto de seus quinze anos, Tyler já quase atingia a altura de Frank. De fato, herdado dela o garoto só tinha a pele escura e alguns poucos traços, era muito parecido com Frank.

Silenciosamente a filha de Plutão deixou o quarto filho. Não demorou muito alcançou o quarto de Tomas. Assim que abriu a porta notou algo estranho, a luz estava acesa. Hazel chegou a ponderar se seu filho tinha acordado, mas assim que o viu dormindo profundamente em sua cama balançou a cabeça sorrindo. "Esse Tommy."

Ela apagou a luz e seguiu até a cama do garoto, abaixando ao seu lado. Tommy era o inverso de Tyler. Tinha a pele clara, os cabelos cacheados, pouco mais lisos que os da mãe, e era relativamente baixo, se comparado ao irmão e ao pai.

Hazel passou a mão pelos cabelos recém cortados do filho e esse abriu um sorriso inconscientemente. Ela sorriu, lembrando da gravidez do filho.

Flashback on

Hazel sentiu seu corpo afundar no sofá da sala e passou mão na barriga. Estava com sete meses de gestação. Ela riu sozinha. E pensar que Tyler, seu primeiro filho, tinha completado um ano semanas antes.

– Hazel - ela ouviu a voz do marido chamando - Acho melhor você ver isso.

Curiosa, ela se virou em direção a escada, por onde Frank descia com um bebê no colo. Ele se aproximou e sentou ao lado dela, só então Hazel viu. O pequeno, além de estar com rabos e orelha de gato, o que já era normal, estava com as presas e os olhos do felino.

– Nossa, os olhos são novidade - ela disse fazendo um carinho na barriga do filho, que riu.

– É, e estranho - afirmou Frank - Quando você acha que essas meias transformações vão acabar?

Hazel trouxe o pequeno para seu colo e imediatamente seus dentes e olhos voltaram ao normal.

– Acho que em pouco tempo ele já vai conseguir se transformar completamente - ela disse brincando com o filho - Não é gatinho?

Tyler riu e o pequeno em sua barriga chutou ao mesmo tempo. Hazel sorriu. Para ela, que era uma filha de Plutão, a sensação de estar grávida era simplesmente inédita. Ela, principalmente, estava familiarizada com a morte, e ter uma vida crescendo dentro de si era um antítese maravilhosa, além de lhe proporcionar um sentimento inédito a cada vez que o bebê se movia.

Frank se abaixou e ficou com a cabeça na altura da barriga de Hazel.

– Ei, filho - ele falou com sua barriga - Sem transformações, ok?

Hazel riu e Frank se levantou, ficando de pé a sua frente e pegando o filho no colo novamente, que a essa hora já estava normal.

– O que acha de pedirmos uma pizza? - ele perguntou.

Hazel torceu o nariz.

– De novo?

– É - ele disse com olhar pidão.

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Hazel suspirou.

– Ah, não sei não...

Antes que ela pudesse terminar aquela frase, Tyler já estava em seu colo novamente e ao seu lado, no sofá, estava um pequeno cachorro. Ele tinha pelo liso e as mechas eram de diversos tons de castanho. O bichinho esticou as patas dianteiras e colocou o rosto entre elas, a olhando com os grandes olhos castanhos.

– Frank - ela o repreendeu.

O cachorrinho usou as patas para cobrir os olhos com as orelhas e assim que tirou as patas as orelhas voltaram para o lugar. Ele tinha um olhar de faminto, abandonado, era impossível dizer não.

Hazel suspirou.

– Tudo bem, tudo bem, vamos pedir uma pizza.

O cachorro deu um pulo de alegria no sofá e assim que voltou a forma humana, Frank lhe deu um beijo na bochecha e correu em direção ao telefone.

Hazel balançou a cabeça sorrindo e voltou a fitar o filho. Esse agora tinha orelhas iguais a do cachorro em que o pai se transformara no alto da cabeça.

Flashback off

A mulher sorriu com a lembrança e deixou o quarto de Tommy, fechando a porta. Ela seguiu para seu quarto e percebeu que deixara a porta aberta.

Assim que entrou, encontrou Frank saindo do banheiro.

– Levantou? - ela perguntou inutilmente.

– Acabei de acordar - ele explicou andando em sua direção, com uma das mãos na nuca.

Frank se aproximou e com facilidade envolveu seu corpo, a trazendo para um abraço.

– Bom dia - ele disse.

Não demorou muito ela sentiu seus lábios se tocarem, dando início a um beijo.

Ela ainda se lembrava do primeiro beijo deles dois, mas esse era muito melhor. Não só porquê estavam mais experientes, mas também porque não corriam perigo e sabiam que pertenciam somente uma ao outro.

– Bom dia - ela disse quando se separaram

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Caleo

Leo

Leo posicionou o maçarico e viu o fogo azulado surgir na ponta da mesmo e,em contado com o ferro, formar faíscas.

Ele não precisava de mascara de proteção, ou mesmo de luvas. As faíscas não o feriam e o fogo não lhe incomodavam, uma das partes boas de ser filho de Hesfesto.

– Pai - ele ouviu uma voz feminina chamar - Não acha melhor parámos por hoje?

Leo desligou o maçarico e o pousou sobre a mesa de trabalho. Ele se virou para o lado e encontrou sua filha mais velha, Amanda, o fitando com as mãos na cintura. Os cachos estavam presos em um coque no alto da cabeço. As bochechas estavam sujas de graxa, assim como as mãos, a blusa e a calça.

Leo passou a mão pelos cabelos, só pela postura da filha sabia que não adiantaria discutir. A garota sabia ser bem persuasiva.

– Tudo bem - disse Leo tirando o excesso de graxa da mão com um pano - Acho que você tem razão.

Amanda sorriu vitoriosa e se dirigiu para o banheiro da oficina. Não era sua real oficina, na verdade era um galpão na parte de trás de sua casa que tinha se tornado sua oficina particular, só para sua família.

"Onde está Mary?" Ele pensou passando os olhos pela oficina, pouco antes de seu subconsciente lembra-lo que ela estava com a mãe, no jardim.

Ele sorriu sozinho ao pensar em como estavam crescidas, bonitas e independentes as suas meninas. E pensar que há tão pouco tempo ainda eram bebês.

Flashback on

Leo segurou a pequena Maryanne nos braços, enquanto Amanda puxava a barra de sua calça. Ele estava prestes a enlouquecer. Por que Calypso tinha mesmo que sair e deixa-lo sozinho com as meninas? "Alguém tem que fazer compras, Leo", respondeu sua consciência.

Sim, as compras. Ela fazia as compras todo mês, mas nunca tinha deixado-o sozinho com as meninas, sempre havia alguém para ajudar.

Leo ajustou uma Mary de um ano em seu colo, enquanto se preparava para atender Amanda, com seus pouco mais de dois anos.

– Papai, eu to com fome - reclamou a mais velha.

Os cachos castanho escuros caiam pelos ombros da menina, e seus olhos cor de âmbar, como os da mãe, brilhavam reforçando o pedido.

– Tudo bem, vamos comer alguma coisa.

Leo pegou a mão de sua filha mais velha e com o braço livre ajeitou Mary em seu colo, que brincava distraídamente com os cachos do pai. Vagarosamente, para acompanhar os pequenos passos da filha, Leo seguiu para a cozinha. Assim que entrou na mesma, pediu que Amanda sentasse em sua mesa de criança e colocou Mary no cadeirão. A pequena instantaneamente fez um bico e esticou os braços chamando:

– Papa!

O moreno sorriu e se aproximou. Deu um beijo na cabeça da filha, quase que completamente cobertas por cabelos quase lisos e de um castanho claro como os da mãe, e olhou nos olhos escuros da menina.

– Papai está aqui, princesinha - ele garantiu.

A pequena desfez o bico e pareceu concordar um pouco receosa. Ele sorriu e se voltou para Amanda, que já o esperava.

– Chefe Leo, a suas ordens - ele disse fazendo uma reverência, enquanto ouvia sua filha rir - O que deseja?

– Eu quelo um chocolate! - disse a pequena se divertindo com a brincadeira.

Menos de um minuto depois Leo entregou um quadradinho de chocolate a menina. Esta fitou o doce e o olhou confusa.

– Mas eu quelo o de beber, papai - ela explicou.

Leo bateu na própria testa, repreendendo sua mente pela burrice. Tarde demais, percebeu que não mediu bem a força, e acabou por soltar um grunhido de dor, fazendo com que ambas as filhas rissem.

Leo sorriu feliz com o resultado, finalmente as coisas estavam começando a dar certo entre os três. Ele pegou a caixa de leite dentro da geladeira e despejou o líquido em uma mamadeira, logo misturando achocolatado em pó. Em seguida fechou a mamadeira e segurou-a com uma das mãos. Essa se tornou vermelha aos poucos, esquentando o leite de sua filha. Quando acreditou que estava bom, Leo deu a mamadeira para Amanda, que a tomou sem hesitar.

Algum tempo antes ele teria se preocupado em conferir se a superfície da mamadeira não estava muito quente. Porém acontecimentos recentes, e um tanto assustadores, era necessário dizer, havia mostrado que ambas as filhas tinham resistência ao fogo e ao calor, e que a mais velha podia invocar o 4º elemento.

– Anhanda - disse Mary estendo as mãos ma direção da irmã mais velha.

– É Amanda - corrigiu Leo a fitando.

– Ananda? - indagou a pequena.

– Não, é A-man-da - corrigiu a própria Amanda.

– A Nanda! - disse Mary feliz.

Leo estava prestes a corrigi-la novamente quando ouviu um barulho de motor de carro. Mary sorriu e bateu com as pequenas mãos na mesa do cadeirão.

– Mama! - ela exclamou.

Leo sorriu.

– Sim, mama.

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Flashback off

O rapaz sorriu com a lembrança e foi se limpar. Quando saiu do banheiro, seguiu diretamente para o jardim, que se estendia por toda lateral e frente de sua casa.

A primeira coisa que ele viu foram as flores. Elas eram em sua maioria prateadas e salpicadas entre elas, causando um lindo contraste, estavam as de cor azul. As flores brilhavam na escuridão da noite, como se fossem as representantes das estrelas em terra firme.

Abaixadas junto a elas estavam as mulheres de sua vida. Sabia que sua esposa e sua filha mais nova estavam ali desde de antes do anoitecer e que a mais velha acabara de se juntar a elas.

Sua esposa foi a primeira a nota-lo. Ela se levantou e andou em sua direção. Enquanto caminhava, retirou as luvas de jardinagem, e colocou-as no bolso da jeans. O sorriso no rosto, os olhos, na concepção de Leo, brilhando mais que as flores, ou até as estrelas. Linda, como na primeira vez que a vira.

Para ele, ela nunca envelheceria. Não que isso fosse a realidade, afinal Calypso abdicara da imortalidade por ele. Leo nunca entendeu o porquê, ele não era nada especial, pelo contrário, ele era o deslocado, porém nunca tinha reclamado, não sabia se suportaria viver sem ela.

Calypso colocou a mão em seu rosto e esfregou levemente o polegar contra sua bochecha. Ele abraçou sua cintura, trazendo-a para mais perto.

– Graxa - ela disse mostrando o polegar.

– Foi você que quis casar com um mecânico - ele brincou.

Ela abraçou o pescoço do marido e sorriu.

– Não me arrependo.

Leo sorriu, e antes mesmo de sentir os lábios da esposa contra os seus, soube. Ele também não se arrependia.

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Jasiper

Jason

Jason sentiu o cheiro da milho recém estourado misturado com manteiga, ou, para os meros mortais, de pipoca, invadir suas narinas.

Aquela era uma das poucas coisas que ele realmente sabia fazer. Toda vez que comia em casa agradecia aos deuses por Piper ser um ás da culinária, mesmo que ela não aceitasse tais elogios, caso contrário viveria de pipoca, pizza e hambúrguer.

Ele passou aquela multidão de flocos brancos levemente deformados para uma grande bacia e se dirigiu a sala, sentando no sofá ao lado de sua filha.

Lara tinha treze anos, mas lhe lembrava muito Piper quando a tinha conhecido. Os cabelos castanhos, a pele levemente bronzeada, os olhos de caleidoscópio... Mas os traços as diferenciavam. Por esse lado ela era bem parecida com o próprio Jason.

Lara se aninhou junto ao corpo do pai e ele passou o braço por seus ombros. Sem cerimônias, ela começou a comer a pipoca junto com ele. Jason não demorou a perceber que a filha estava distraída.

– Está tudo bem? - ele perguntou.

Lara se afastou um pouco do pai, sem sair de seu abraço, e o fitou, como se decidisse de falaria ou não. Por fim suspirou e cruzou as pernas em cima do sofá, logo depois prendendo os cabelos em um coque frouxo.

– Pai, como você soube que daria certo entre você e a mamãe? - ela perguntou curiosa.

Jason sorriu.

– Eu não sabia - ele admitiu.

A garota franziu as sobrancelhas confusa.

– Sim, talvez você não soubesse quando a pediu em namoro - ela ponderou - Mas sabia que daria certo quando disse "sim" no casamento.

Jason negou com a cabeça.

– Eu não sabia se daria certo - ele reafirmou - Não sabia naquela época e ainda hoje tenho um pouco de medo que sua mãe perceba que merecia algo muito melhor do que eu.

Lara o fitava incrédula.

– Mas... Mas por que se casou se não sabia que ia dar certo?

– Simplesmente porque percebi que não existia vida para mim sem a sua mãe - ele disse calmamente - Eu nunca fui romântico, minha filha, e durante o namoro com sua mãe, sempre esperei que sua avó, Afrodite, aparecesse e dissesse que eu não servia para namorar uma de suas filhas. Depois de um tempo, decidi que ela me considerava bom o bastante e pedi sua mãe em casamento.

Jason fez uma pausa lembrando daquele dia, nunca tinha ficado tão nervoso em sua vida.

– Eu não sabia nem se ela aceitaria - ele admitiu - Quanto mais se daria certo.

O loiro fitou a filha, que o observava com um pequeno sorriso no rosto.

– Vocês se amavam - ela afirmou - Ainda se amam, não há motivos para dúvidas.

– Não é assim tão claro - afirmou Jason.

Lara abaixou a cabeça e suspirou.

– Percebi.

Jason fitou a filha. O sorriso em seu rosto tinha um ar triste, e os olhos refletiam uma dúvida sem fim.

– O que está acontecendo? - ele perguntou.

Lara o olhou nervosa. Ela mordia o lábio inferior e brincava com os dedos, parecia não acreditar no que ela mesma ia fazer.

– Não devia estar falando disso com você. Devia estar falando com a mamãe - ela soltou - Mas, bem, eu estou gostando de um garoto.

O coração de Jason parou por um segundo. Sua filha, sua garotinha, estava gostando de um garoto. Um garoto que não era seu irmão, ou o próprio Jason.

Assim que a informação foi processada, uma onda de raiva se espalhou pelo corpo de Jason e seu primeiro impulso foi perguntar quem era o filho da mãe. Mas forçou-se a se acalmar. Se fizesse escândalo a menina não falaria mais sobre aquele assunto com ele, e Jason queria definitivamente estar por dentro de tudo que fizesse respeito a sua filha.

– Esse é o problema? - ele indagou.

Lara negou com a cabeça.

– Não exatamente. Eu sempre fui boa em juntar casais. Sempre soube identificar os que dariam certo e os que não durariam uma semana. O amor sempre foi algo relativamente claro, algo que eu podia ver com facilidade nos olhos das pessoas. Mas... - ela suspirou e abaixou a cabeça - Mas com ele eu não consigo. Não consigo saber se ele sente o mesmo, se daria certo... Não sei bem o que fazer.

Ela não era a única. O filho de Júpiter estava completamente sem ação. Ele não sabia nem como reagir àquilo. Por um instante pensou que teria sido melhor se ela tivesse falado com Piper.

Ele olhou em volta, na esperança infantil de encontrar uma resposta ao olhar para os objetos da sala, e a viu. Lá estava Piper, parada no batente da porta que levava ao escritório da casa, em uma posição que Lara só podia vê-la se olhasse para trás.

Piper sorriu ao ver que ele a fitava. Ela apontou para a boca e colocou uma das mãos sobre o peito.

– Com o coração - ela disse sem som.

Com o coração. Ele precisava falar com o coração.

Com cuidado, Jason levantou o rosto da filha e olhou em seus olhos.

– O amor não é algo claro. Ele é quase vivo, se transforma constantemente e nunca é o mesmo para duas pessoas. Mas algo que nunca muda, é que ele é representado por ações - ele disse com uma certeza que não sabia de onde viera - Se ele corresponder o sentimento, vai demonstrar, mesmo que sem querer. Daí em diante, bem, você terá que se arriscar.

Lara sorriu e o abraçou satisfeita.

– Obrigada, pai. - ela disse em seu ouvido, para logo depois dar um beijo em seu rosto e correr escada à cima.

Quando Jason finalmente se deu conta do que estava acontecendo ali, Piper já estava sentada a sua frente, rindo. Ela vestia um vestido azul bem solto e os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo, com a franja caindo sobre os olhos.

– Ainda bem que ela estava de cabeça abaixa - agradeceu Piper - Porque você parecia apavorado.

– Eu estava apavorado! - ele afirmou.

Piper deu outra risada.

– Não tinha porquê - ela garantiu - Você saiu muito bem.

Só naquele momento Jason pensou em uma coisa.

– Há quanto tempo você está escutando a conversa?

Piper sorriu.

– Tempo o suficiente - ela disse misteriosa - Então você achava que a minha mãe ia te dispensar?

Jason corou de vergonha e assentiu. Piper gargalhou.

– Isso chega a ser irônico - ela comentou - Se levando em conta o fato de que ela quase me parabenizou quando começamos a namorar.

Jason fitou a esposa incrédulo, essa se limitou a assentir. Por alguns segundos ele se perdeu na confusão de cores que eram os olhos da amada. Quando acordou do delírio, ela estava o beijando.

Sem nem mesmo hesitar ele correspondeu. Era um beijo intenso, completamente apaixonado. O tipo de beijo que, depois do nascimento das meninas, passaram a só trocar dentro de seu quarto.

Piper finalizou o beijo e encostou a testa na dele.

– Isso é por todo o resto que você disse.

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Bônus

"Mila agarrou a barra de sua camisa com uma das mãos, enquanto a outra apertava fortemente o braço do melhor amigo. Se Lucas fosse branco, aquele braço estaria com as marcas de seus dedos há muito tempo.

Uma leve brisa balançou seus cabelos, presos em um rabo, fazendo-a desejar que tivesse feito uma trança.

Tinha consciência de que suas mãos estavam geladas, de que estava suando frio e que o tempo não estava passando tão devagar quanto parecia.

Onde ela estava? Estava parada, de pé, na varanda da Casa Grande. Junto dela estavam, além de Lucas, Percy, Annabeth e Quíron. Os cinco aguardavam a chegada de um convidado que fora requisitado no dia anterior, assim que a garota explicara toda a situação dos livros.

Ela vestia uma camisa velha do acampamento, a mais antiga que tinha, a única com os dizeres em português. Aquela tinha sido sua primeira identificação como semideusa, mesmo que não fosse tal coisa, e ela achava justo usa-la em seu verdadeiro primeiro dia de Acampamento Meio-Sangue.

Ao longe uma figura surgiu. A cada metro mais próximo, Mila sentia seu coração aumentar um compasso. Logo ficaram visíveis as feições tão familiares do homem para ela.

A pele branca, os cabelos grisalhos, o sorriso divertido tão digno de sua personalidade. Aquele que ela conhecia desde de sua pré-adolescência, mas que só no dia anterior soubera que ele era o único semideus que não cheirava como tal, assim não atraindo monstros. Um dos poucos filhos de Apolo a se formar, casar, ter filhos e, por fim, se tornar famoso. Mas não no ramo da música ou dos esportes, longe disso.

O homem subiu as escadas, entrando na varanda. A mão de Mila apertou ainda mais o braço de Lucas. Ele fitou primeiramente Percy e Annabeth, que o olhavam curiosos. Já ele parecia preocupado, como se soubesse que algo de errado estava acontecendo. Ele fitou Quíron pedindo uma explicação, mas antes que o centauro se pronunciasse, Mila ainda em seu transe disse:

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– Tio Rick

O homem que ela tanto venerava se virou em sua direção surpreso. Ele fitou sua blusa e apertou os lábios.

– Droga - foi a única palavra que proferiu."

Mila acordou um pouco alterada. Rapidamente percebeu que era só uma lembrança, talvez uma das mais marcantes de sua vida.

Assim que sentiu os braços de Lucas a envolvendo, sentiu pena do rapaz. Ele ficara com o braço dolorido pelo resto do dia naquele dia, e naquela época eles só eram amigos. Sem contar o fato de que ele entrara de cabeça naquilo junto com ela, sem nem saber do que se tratava. Agradecia aos deuses por terem colocado-o em sua vida.

Com cuidado se virou, colocando a cabeça sobre o peito do marido. Não demorou muito, já estava nos territórios de Morfeu