A Different Prince Caspian

Algumas trapalhadas


Depois de muito correr por tantas portas e atirar nos soldados que as guardavam, pararam em uma sem saída. A única maneira de escapar dos telmarinos era pulando o rio vários metros abaixo.

Edmundo prendeu a porta com a lanterna, mas os soldados já tentavam abri-la. E, por fim, conseguiram. Adria apontou o arco para eles, mas estava sem flechas.

— Por um mundo com flechas infinitas! — exclamou, jogando a aljava no chão.

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Edmundo segurou a espada, mas soltou-a assim que olhou para baixo, onde o rio passava. Adria fez o mesmo e eles olharam para os soldados. Edmundo pulou, puxando a mão de Adria, que resmungou algo como “Ter ficado no monte teria sido mais proveitoso”.

Os soldados correram para olhar o rio, mas o que viram foram dois grifos montados, indo em direção à entrada do castelo.

Quando sobrevoaram o pátio do castelo, o que viram foram corpos de soldados telmarinos e de narnianos. Edmundo olhou para Adria, que abaixou a cabeça, virando-a para o outro lado.

XX

Lúcia estava na sala da Mesa de Pedra quando ouviu o barulho do lado de fora. Todos os que restaram vinham em direção ao monte.

— O que aconteceu? — a menina perguntou, vendo as caras que todos faziam.

— Pergunte a ele. — Pedro olhou para Caspian com uma expressão de raiva misturada com várias outras que Lúcia não soube decifrar.

— A mim? — perguntou Caspian, incrédulo. — Você devia ter cancelado, ainda dava tempo.

— Não dava graças a você — Pedro rebateu. — Se tivesse seguido o plano os soldados estariam vivos agora.

— E se tivessem ficado aqui, como eu sugeri, com certeza estariam! — Caspian exclamou.

— Você nos chamou, não lembra? — Pedro perguntou, virando de lado.

— Meu primeiro erro.

— Não! Seu erro foi achar que podia ser rei! — Pedro voltou as costas para Caspian, mas logo virou de volta.

— Ei! Acho que não fui eu quem abandonou Nárnia — a expressão de Caspian era de puro ódio.

— Você invadiu Nárnia! Não tem mais direito de liderar que Miraz! — Caspian andou, mas parou assim que ouviu Pedro dizer:

— Você, ele, seu pai! Nárnia está melhor sem gente da sua laia!

Os dois sacaram as espadas, apontando-as uma para o outro.

— Parem! — a voz de Edmundo ecoou.

Ciclone e Edmundo seguravam Trumpkin, colocando-o no chão logo em seguida. Lúcia correu até o anão, depositando uma gota de seu elixir na boca de Trumpkin.

Adria viu Caspian entrando no monte e sendo seguido por Nikabrik. A garota achou aquilo muito estranho, mas não se pronunciou ou os seguiu. Estava vendo Trumpkin acordar e dizer:

— Por que estão parados aqui? Os telmarinos logo vão chegar.

Suspirou e andou pesadamente até adentrar o monte.

(...)

Caspian olhava para os desenhos gravados nas paredes do monte, mas seu olhar era vago e ao mesmo tempo raivoso.

— Está feliz agora com a trompa mágica? — Nikabrik apareceu pelo corredor. Caspian se virou, olhando para o anão. — Seus reis e rainhas falharam. Metade do seu exército morreu e os que sobraram logo morrerão.

— O que você quer? — Caspian tentou controlar o tom ríspido, sem muito sucesso aparente.

— Você quer o sangue de seu tio, nós também. Você quer o trono dele, nós podemos te dar. — Nikabrik parecia suspeito, mas Caspian seguiu-o até a sala da Mesa de Pedra.

— Você tentou um poder antigo e ele falhou — o anão começou a falar enquanto adentravam pela sala. — Mas pode contar com um poder maior ainda.

O anão se aproxima do centro da sala, sua expressão era apreensiva e quase maravilhada. Então ele continuou:

— Um que manteve até Aslam aguado por quase cem anos.

Duas sombras apareceram nos dois cantos da sala. Caspian sacou a espada assim que pousou seu olhar nas duas criaturas.

— Quem está aí? — ele perguntou, ainda erguendo a espada.

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— Eu sou a fome. Eu sou a sede. — Uma voz agourenta disse, e Caspian pôde ver o rosto encoberto de um lobisomem. — Posso jejuar por cem anos sem morrer. Posso dormir cem noites sobre o gelo sem gelar. Sou capaz de beber um rio de sangue sem estourar. Mostre-me os seus inimigos!

As criaturas se aproximaram cada vez mais, revelando suas terríveis formas. A outra figura, uma velha com cara de abutre, logo começou a falar:

— O que você odeia, odiamos também. Ninguém odeia melhor que nós.

— E vocês podem garantir a morte de Miraz? — Caspian perguntou, abaixando lentamente a espada.

— E mais. — A Velha-cara-de-abutre disse, fazendo uma reverência.

Caspian olhou para Nikabrik, e o anão assentiu com a cabeça, olhando em seguida para a velha, que disse:

— Desenhe o círculo!

O lobisomem logo postou-se a desenhar no chão de pedra um círculo perfeito em volta de Caspian, enquanto a senhora de horrível aparência recitava encantamentos que o garoto não entendia.

Quando já terminara de recitar os versos, a senhora-pássaro tirou de dentro do manto um cetro que parecia feito de gelo, cravando-o no chão da sala logo em seguida.

De onde o cetro foi cravado o gelo se estendia, formando uma enorme parede de gelo entre duas colunas, e encobrindo a imagem de Aslam. Dentro da parede de gelo, uma mulher parecia caminhar. Quando a imagem da mulher finalmente ficou clara, ele pôde ver: era a Feiticeira Branca.

— Esperem! Não era o que eu queria. — Caspian tentou sair do círculo, mas o lobisomem o segurou, entendendo sua mão para a frente do corpo.

— Um pouco do sangue de Adão, e eu serei liberta. Depois eu sou sua, meu rei. — A Feiticeira disse, o tom de voz doce, mas perverso.

A senhora-pássaro pegou a mão de Caspian, cortando-a com um punhal. O sangue escorreu pela mão, vermelho-vivo.

— Não! — ele exclamou baixo.

A Feiticeira passou a mão pelo gelo, revelando uma pele tão alva quanto a neve. Caspian imediatamente parou de lutar contra o lobisomem para se soltar, sua expressão era de encantamento. Ele se aproximou levemente, quando ouviram um grito:

— Parem!

Era Pedro. Ele, Trumpkin e Edmundo apareceram na porta da sala, empunhando as espadas. O lobisomem saltou por cima da Mesa de Pedra, tentado acertá-los.

Edmundo desferiu um golpe no lobisomem, mas o mesmo se desviou. Enquanto isso, Trumpkin avançou sobre Nikabrik e Pedro partiu em direção à Velha-cara-de-abutre.

Caspian se aproximava mais da Feiticeira Branca, que ficava cada vez mais aflita após ver que Edmundo matara o lobisomem.

— Venha — ela chamou, esticando mais a mão.

Mas Pedro empurrou Caspian, que caiu ao chão.

— Fique longe dele! — ele exclamou, empunhando a espada para o gelo.

A Feiticeira recolheu a mão, mas logo voltou a passa-la pelo gelo, mostrando novamente a pele extremamente alva.

— Pedro, querido — a Feiticeira usou novamente o seu tom doce e perverso, fazendo Pedro vacilar por um segundo. — Que saudade. Venha. Só uma gota.

Pedro baixou levemente a espada; os olhos estavam fixos na mulher aparentemente feita de gelo.

— Sabe que não consegue sozinho — ela voltou a dizer, estendendo mais a mão para alcança-lo.

Pedro baixou a espada; parecia confuso, porém encantado. Mas quando ele fazia menção de levantar a mão, o som de metal sob o gelo inundou a sala.

A parede de gelo quebrou, despedaçada no chão. Edmundo estava logo atrás, a espada em mãos.

— Eu sei, você estava ganhando — ele disse, descendo a pequena escada até a porta, onde uma figura estava encostada.

Adria estava de braços cruzando, olhando para a imagem de Aslam logo atrás de onde antes estava a parede de gelo. Ela chutou um pedaço de gelo que caiu em seu pé e olhou para Edmundo, com um sorriso quase imperceptível no rosto. Ela correu logo atrás de Susana, quando a mesma saiu quase em disparada após lançar um olhar reprovador para Caspian.

(...)

Depois de muito procurar e quase desistir, Adria o encontrou. Edmundo estava sentado do alto do Monte de Aslam. Ele observava a noite ao redor.

— Olá — ela sorriu, sentando ao lado do garoto.

— Oi — ele também sorriu.

Um curto silêncio se apoderou do lugar.

— Você sabia, não era? — Edmundo perguntou, quebrando o silêncio e fazendo a garota o fitar. — Sabia que isso ia acontecer. Por isso parecia estar com medo de ir.

— De certa forma, eu imaginava. — Ela suspirou. — Então... Meus parabéns, eu acho.

— Obrigado, eu acho — o garoto disse meio sem jeito.

Edmundo deu um pequeno sorriso enquanto encarava Adria. Por mais que ele olhasse, seus olhos sempre se fixavam nos olhos da garota. Eram de um castanho mais escuro que os seus, e mesmo tão escuros, era fácil diferenciar pupila e íris. Principalmente porque ele não via aquela cor como castanho, mas sim como chocolate. E, se você pudesse ver, realmente era. Olhos chocolate.

— O que você está olhando? — Adria perguntou, levantando uma sobrancelha.

— Eu estava olhando alguma coisa? — a garota revirou os olhos.

Adria suspirou, fazendo uma careta. Edmundo sentiu um impulso, e avançou para mais perto, quase colando seu rosto ao dela. Um pequeno sorriso surgiu nos lábios da garota, que acabou com a distância que ainda se tinha entre eles (não que fosse muita, claro).

Adria deu graças a Aslam ninguém poder ver aquilo, já que logo de início ela quase quebrara o nariz. Edmundo compartilhava do mesmo pensamento, de uma maneira mais divertida, já que parecia rir entre uma trapalhada e outra.

Eles saíram dos devaneios com um barulho. Era uma mistura de pedrinhas caindo com um som de surpresa.

O susto foi tamanho que os dois se atrapalharam (ainda mais), e Edmundo acabou mordendo o lábio inferior da garota. Adria levou a mão à boca, exclamando em seguida:

— Ai!

Eles olharam para o lugar de onde tinha vindo o barulho, não sem antes baterem as testas uma na outra. Dessa vez a reclamação foi de Edmundo.

— Perdoem-me, Majestade e Alteza — Ripchip parecia muito envergonhado por ter atrapalhado os dois.

— Hã... — Adria levantou de um pulo, a face totalmente corada. — Certo.

E depois de um pequeno tropeço, voltou a descer, entrando no monte.

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