A Different Prince Caspian

Uma carta para o Usurpador


— Então isso é um namoro?

Adria e Edmundo estavam sentados na relva um pouco afastados do monte. Assim que ouviu a pergunta do garoto, Adria teve uma crise de tosse.

— Hã, eu deveria saber? Diga-me você — a garota retrucou.

— Eu perguntei para você.

— E eu para você.

— Eu fiz a pergunta primeiro — Edmundo cruzou os braços.

— Eu sou uma garota, não tenho que sair por aí falando sobre isso!

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— Não vejo problema nenhum em dizer sim ou não — ele murmurou.

Ela suspirou e disse: — Eu também não.

— Então me responda.

— Quer saber? Nos vemos depois — Adria se levantou da relva e balançou o vestido.

Quando a garota ia dar o primeiro passo, tropeçou no pé de Edmundo, que se esforçou para não rir. Sem sucesso.

— Bom saber que você acha a desgraça alheia engraçada — Adria reclamou.

— Sim.

— Sim o quê?

— Você fez uma pergunta, certo? — Edmundo sorriu.

Adria fez uma careta, mas deu um leve sorriso em seguida. A garota voltou a se sentar na relva macia, com as costas encostadas na mesma rocha de antes.

— Eu não acho isso necessário — resmungou. — Não faz diferença, na verdade.

Edmundo apoiou a cabeça no colo da garota e suspirou.

— Não precisa ser assim. Não dessa vez. — Disse enquanto Adria bagunçava seus cabelos.

— Apenas aproveite, garoto — ela o beijou levemente.

— Você acha que eles vão demorar? Os telmarinos? — Edmundo perguntou.

— Eu acho melhor você ver isso.

Edmundo levantou a cabeça e viu, ao longe, um exército de telmarinos cinco vezes maior que o de narnianos.

— Ah, não.

Os dois se levantaram imediatamente. Adria olhou para o monte, onde os outros olhavam para os telmarinos com o mesmo espanto.

Cada vez mais soldados emergiam da floresta, vinham montados em cavalos e traziam consigo armas e catapultas. Miraz surgiu à frente, pronto para atacar.

XX

— Esse cara não podia simplesmente se matar?

Adria estava sentada em um dos degraus da sala da Mesa de Pedra com Edmundo ao lado. O garoto sorriu ao ouvir a pergunta da garota.

— Com mil pombas — disse Trumpkin. — É esse o seu grande plano? Mandar uma menina para a parte mais escura da floresta sozinha?

— É a nossa última chance — rebateu Pedro.

— E ela não estará sozinha — Susana interveio.

Trumpkin se aproximou de Lúcia com um olhar de súplica.

— Já não morreram muitos de nós? — perguntou.

— Nikabrik era meu amigo também — disse Caça-Trufas, ao lado de Adria. — Mas perdeu a esperança. A rainha Lúcia não. E muito menos eu.

Ripchip desembainhou a espada e se pronunciou: — Por Aslam.

— Então eu vou com você — Trumpkin deu um passo, mas Lúcia segurou-o pelo ombro.

— Não. Nós precisamos de você aqui — ela disse.

— Precisamos segura-los até Lúcia e Susana voltarem — Pedro lembrou.

— Com licença — Caspian se levantou. — Miraz pode ser um tirano assassino, mas, como rei, está sujeito às tradições e perspectivas de seus súditos.

— É claro! — Adria exclamou, se levantando e sorrindo.

Caspian assentiu com a cabeça para ela antes de voltar a falar: — Existe uma que pode nos dar algum tempo.

XX

— Eu realmente detesto ter de fazer isso — Adria murmurou quando se aproximavam do acampamento dos telmarinos.

Edmundo apertou-lhe a mão.

— Você é bem medrosa, sabia?

— Como disse? — Adria soltou sua mão da do garoto e o olhou indignada.

Edmundo riu, mas respondeu: — Que você é a garota mais corajosa que eu conheço.

Por onde passavam, os telmarinos os olhavam e cochichavam entre si. Adria revirou os olhos e entrou na cabana onde os oficiais estavam reunidos.

— Eu, Pedro, por graça de Aslam — recitou Edmundo. — Por eleição e conquista, Grande Rei de Nárnia, Senhor de Cair Paravel, Imperador das Ilhas Solitárias, para evitar o abominável derramamento de sangue, por meio desta, desafio o usurpador Miraz a uma única luta no campo de batalha. A luta será até a morte, e a recompensa será total rendição.

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Ao terminar, olhou de esgueira para Adria, que estava ao seu lado e mantinha uma expressão entediada ao mirar Miraz.

— Diga-me, príncipe Edmundo — começou Miraz.

— Rei. — Corrigiu-o Edmundo.

— O que disse? — perguntou o usurpador.

— É Rei Edmundo, na verdade. Só Rei. Pedro é o Grande Rei. Eu sei que é confuso.

Adria deu um sorriso imperceptível, como se tentasse não rir.

— E devo deduzir que esta seja sua rainha? — Miraz perguntou e todos os oficiais riram.

Edmundo olhou para Adria, que tinha uma sobrancelha arqueada. A garota pigarreou, silenciando os presentes e chamando sua atenção para si.

— Princesa Adria da Arquelândia, filha do rei Naim. Residente da cidade e castelo de Anvard. Segunda na linha de sucessão e Imperatriz do Monte de Fogo no Grande Deserto, próximo ao rio Flecha Sinuosa.

A expressão de tédio e desinteresse fez com que os oficiais se calassem perante a garota. Edmundo sorriu levemente, enquanto Miraz engolia a seco.

— Por que arriscar tal empreitada se nossos exércitos vão exterminar vocês até o cair da noite? — o usurpador perguntou e Adria revirou os olhos, suspirando.

— Você já não subestimou demais nossos números? — perguntou Edmundo. — Digo, até alguns dias atrás os narnianos estavam extintos.

— E vão ser extintos de novo.

— E a conversa deu um pulo para o humor. Fantástico. — Adria disse alto o suficiente para que todos ouvissem.

— Então deve ter pouco a temer — Edmundo chamou a atenção de todos de volta para ele.

Miraz riu.

— Não é uma questão de bravura.

— E por bravura se recusa a lutar com um espadachim que tem metade da sua idade?

— Típico. — Os oficiais telmarinos se dividiam entre olhar para Edmundo e Adria, que, com o último comentário, fez toda a atenção se voltar para ela.

— Eu não disse que me recusava — o usurpador retrucou.

— O senhor tem todo o nosso apoio, Majestade — disse um dos oficiais. — Seja qual for a decisão.

Edmundo olhou para Adria esperando que a garota fizesse mais um de seus comentários, mas ela simplesmente revirou os olhos e começou a olhar para as próprias unhas.

— Senhor — um dos lordes, Sopespian, começou. — Sozinha nossa vantagem militar já fornece a desculpa perfeita para evitar esse desafio.

Miraz se levantou, desembainhando a espada e disse: — Eu não vou evitar nada!

Adria olhou fixamente para o tal Lorde Sopespian. Cutucou Edmundo, que a olhou confuso, mas não disse nada.

— Eu só quis assinalar que o meu rei está dentro do direito de recusar — Sopespian defendeu-se.

— Vossa Majestade nunca se recusaria — o general que estava à porta da tenda falou. — Ele aprecia a chance de mostrar às pessoas a coragem do novo rei.

Miraz se voltou para os dois na frente da bancada.

— Você — ele apontou para Edmundo. — Torça para que a espada de seu irmão seja mais afiada que a pena.

XX

— Diga se eu não sou espetacular — Adria sorriu.

Eles estavam caminhando um tanto atrás de Ciclone e do gigante Verruma.

— Do que você está falando? — Edmundo perguntou.

— Dos meus comentários estratégicos — a garota riu.

— Ah, claro. Sua audácia quase nos fez ficar sem cabeça — ele revirou os olhos, mas passou um braço ao redor da cintura da garota.

— Não seja chato — ela retrucou. — Sem mim, você não teria um rainha.

— A propósito — Edmundo riu. —, bela resposta.

— Eu gosto de silenciar os idiotas — ela disse. — Você sabe como é.

— Então quer dizer que eu sou um idiota? — ele parou e virou-a de frente para si.

— Se você diz... — a garota depositou um selinho nos lábios de Edmundo e correu de volta para o monte.