A Devoradora de Sonhos

Pensamentos de uma sonhadora.


Teresa, digo, minha mãe já havia ido embora. Não ficou muito. Sempre me fiz de forte desde o acidente, mal lhe dava com tais emoções comigo mesma, quem dera com outra pessoa. Ela tem boas intenções, acho. Bem, não nos falamos muito e não é agora que isso vai começar. Ainda mais após tudo... isso.

Eu sei que houveram acidentes ainda mais lúgubres do que o meu. Mas não é como se isso fizesse eu me sentir melhor. Olhos, carregados de pena, acompanham-me ou sequer me olham. Acham desrespeitoso encarar alguém na minha condição, talvez. É como se eu fosse... algo, não sei. Algum tipo de criatura da qual eles nunca viram antes e eu me sinto assim. Talvez isso seja o pior de tudo.

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Eu tinha um futuro. Eu nadava bem, eu era a melhor em praticamente todos os esportes. E eu corria. Correr era... era tudo. Eu me sentia viva, livre. E aqui estou, com a alma acorrentada pelos grilhões que eu chamo de corpo. Sendo vista como um animal exótico e com todo o meu futuro destruído. Não tenho a quem odiar, não tenho a quem culpar, não tenho a quem conversar. Estou sozinha e sempre estarei.