A Aprendiz

Reencontro não tão feliz


Christine sentiu vontade de gritar. E, acima de tudo, de bater em Ethan. Aquele... Ela nem sequer tinha palavras fortes o suficiente para xingá-lo!

Enquanto desciam, eram separados e amarrados em grupos de seis. Ela ficou no mesmo grupo que Peter, e todas as outras garotas pareciam mais novas que eles. Estavam no meio de uma floresta, e já estava amanhecendo. Não muito longe, haviam duas construções radicalmente diferentes: Uma cabana caindo aos pedaços, e algo que parecia um templo, muito bem cuidado.

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Os prisioneiros foram dirigidos para a cabana, onde outros cativos aguardavam, e trancados lá dentro sem nenhuma palavra.

Assim que a porta se fechou, uma mulher idosa se levantou. Suas vestes estavam em farrapos, seu rosto estava sujo e seu corpo trazia arranhões.

- Eu sinto muito por isso estar acontecendo com vocês. – ela disse. – Poderia ser melhor se nos mantivermos unidos e nos conhecêssemos. Meu nome é Cersei, e gostaria de saber os seus.

Todos começaram a se apresentar. Quando Christine disse seu nome, uma garota se ergueu e atirou os braços em volta dela.

- Ah, Chris! – murmurou Alyss entre as lágrimas. – Vocês está bem?

- Alyss! – ela exclamou, retribuindo o abraço. – Suponho que eu podia estar pior. Ah, eu estava tão preocupada com você!

- Estou bem. – disse a mensageira quando se separaram. Mas ela não parecia nada bem; seu vestido branco era um conjunto de farrapos sujos, haviam cortes e hematomas por seu rosto e braços, e ela parecia muito magra. – Você parece bastante machucada. Will... – seu sorriso sumiu. – Will não está aqui, está?

- Não. Will está bem, só morrendo de preocupação com você... E, agora, comigo. E provavelmente com Jack.

- Jack? Que Jack? Você precisa me explicar o que está acontecendo!

- Certo. – concordou Christine, baixando a voz. – Sente-se, eu vou explicar. Mas não me interrompa. E fale baixo. Não queremos que ninguém nos ouça.

- Claro que não. Essas informações poderiam cair em mãos erradas.

- E não queremos que isso aconteça. Não sabemos em quem podemos confiar. Além disso, se descobrirem que eu sou e o que eu sei, estarei morta ante que possa dizer “Pelas presas de Gorlog”...

* * *

Will sentiu vontade de socar alguma coisa. Agora, além de sua namorada, sua aprendiz também se fora.

- Idiota! – ele murmurou. Só não sabia a quem estava xingando, se a se mesmo ou à garota. Quando Jack contou o que tinha acontecido, ele concluíra que Christine havia agido de forma impulsiva, imprudente e teimosa – o que era muito típico dela. Ele devia ter imaginado que ela ia arrumar problemas, pois não daria ouvidos ao garoto. Ele devia ter ido com ela, não importava quão estranho aquilo parecesse. Ele poderia ter impedido aquilo. O aprendiz, não.

Não importava o quanto Will repetisse que não o culpava, Jack ainda se sentia culpado pelo que tinha acontecido, e insistia em continuar pedindo desculpas, até que o arqueiro se irritou e disse:

- Pelas presas de Gorlog, garoto! Quantas vezes você vai repetir isso? Você quase morreu tentando impedir que a levassem, esqueceu? Como eu poderia culpá-lo? Eu já disse que não estou com raiva de você. Agora, se você continuar se desculpando, eu vou me chatear de verdade.

O garoto parecera ligeiramente atordoado, mas Gilan e Horace tinham começado a rir e dito que ele estava parecendo Halt.

O que, Will tinha de admitir, era verdade.