Capítulo 6

Edward PDV

- Olha que gatinha... - Emmett disse enquanto quebrava o pescoço para acompanhar o trajeto de uma garota até o outro lado da loja.

- Emmett – brigou Jasper – estamos aqui a trabalho, apenas dê autógrafos e nada mais.

- Minha mão já ta doendo e não dá para não olhar – disse ele ainda de olho na garota.

Revirei os olhos enquanto assinava um autografo, olhei para a garota de uns 14anos, ela estava inquieta e me olhava cheia de sorrisos.

- Aqui está – disse lhe entregando.

- Tira uma foto comigo? - pediu. Olhei ao redor, tinha uma fila enorme que saia da loja de CDs (onde estávamos) e que ia até a próxima esquina. Esse dia vai ser bem longo.

- Ok. - assenti. Eu amo meus fãs, só por isso passo por essa situação de encheção de saco. Por que é muito, mais muito chato ficar uma tarde inteira dando autógrafos e sorrisos.

Depois de tirar umas trocentas fotos e ter assinado um milhão de autógrafos finalmente fomos para o hotel. Me joguei na cama assim que entrei, totalmente exausto. Então meu celular começou a vibrar. Depois que olhei no retrovisor fiz uma careta. Qual é? Eu não posso nem ter um dia de folga.

Victoria me ligava todos os dias, sem exceção, desde o dia em que me viu na MTV, e isso já faz um bom tempo. Apertei o botão de off e a deixei esperando mais uma vez. Garota mais sem “se mancol”!

- Ed!!! - uma voz aguda gritou batendo na porta desesperada. - Ed, Ed, Ed!!!

- Entra Nessie – falei correndo para abrir a porta. O que será que aconteceu? Ela quebrou a unha ou quebrou a perna? O nível de escândalo é o mesmo.

- Ed! - continuou falando ao entrar – Eu vou matar o Jasper! - disse com a expressão de raiva.

- Quê? O que foi dessa vez? - perguntei entediado. Nessie e Jasper brigam todo dia.

- Eu quero comprar um chiuaua pela internet e ele não quer me dá a senha do cartão! - se desesperou ela.

- Um o que?

- É um cachorro – disse cruzando os braços e revirando os olhos. - Francamente você nunca viu “Perdido pra cachorro”, não é?

- Eu não! Isso é lá nome de filme que eu assistiria?

- Afe! Qual é o problema do povo dessa família? Chiuaua é um cachorrinho pequenininho que a gente coloca em uma bolsinha e enfeita com um monte de roupinhas – disse ela com cara de criança falando de barbie.

Levantei as sobrancelhas e caí na risada.

- Você ta falando daqueles ratos gigantes? - perguntei. A única coisa que me vinha a mente eram aqueles cachorros de perua rica. Fala sério!

- Não são ratos! - exclamou ela ficando vermelha – São as coisas mais fofinhas do mundo e o idiota do Jasper não quer me dar a senha do cartão dele!

- Mas porque você não usa o seu cartão? - perguntei.

- Porqueelejaestourou – disse ela rapidamente.

- Como? - eu não entendi.

- Eu já estourei o limite, ta bom ? - disse ela achando a coisa mais normal do mundo.

Olhei para ela abismado.

- Mas o limite era de dez mil dólares! - exclamei chocado.

- É pouco. O papai é um pão duro, podemos pagar muito mais que isso – disse ela com o olhar sério.

- Reenesme você gastou dez mil dólares em menos de duas semanas e acha que é pouco?!

- Acho.

- Faça-me o favor. - falei e me joguei na cama, procurei meus fones de ouvidos e não os achei. Porcaria!

- Ed! Você vai ou não vai convencer o Jasper a me dar a senha do cartão dele? - perguntou com carinha de anjo.

- Claro que não!

Acho que ela não gostou muito da minha resposta porque ficou espumando pela boca.

- AAAHHHH! Ninguém gosta de mim nesse mundo! Vou morar em uma caverna no Tibet e aí vocês vão ver! - disse ela saindo furiosa para o seu quarto do hotel, sem antes bater a porta com força.

Suspirei. Renesmee é impossível as vezes. Acho que essa fama toda não fez muito bem para ela. Finalmente achei meus fones, mas não meu Ipode. Droga! Onde ele foi parar?

- Edward!!! - gritou Jasper abrindo de vez a porta do meu quarto fazendo com que ela batesse na parede.

- O quê? - perguntei já imaginando.

- Renesmee pegou meu cartão e sumiu com ele! - disse ele com uma veia saltando da sua testa.

- E você quer que eu faça o que? - perguntei.

- Vai lá e pega dela!

Encarei Jasper sério que me olhava igualmente sério.

- Vai lá você!

- Aquela garota não me escuta! Ela quer comprar um cachorro de 600 dólares. 600 do-la-res! - disse silaba por silaba. - E com o MEU cartão!

Massageie minhas têmporas sentindo o estresse chegar.

- Um. Cachorro. De. Quanto? - falei pausadamente.

- Seiscentos dólares – falou devagar como em câmera lenta.

- Renesmee é impossível!

- E eu não sei? Agora vai lá e convence ela a me devolver o cartão. - disse Jazz.

Suspirei – Ta bom! - concordei por fim. E fui até o quarto que Renesmee estava hospedada. Reservamos uma parte do andar só para nós. O que tem de paparazzi querendo tirar foto de celebridade acordando, ou no banheiro, ou tomando banho, ou coisa pior não é pouco não! E ainda diz que vida de famoso é fácil.

- Renesmee!- chamei batendo na porta.

- O que?!

- Cadê o cartão do Jasper?

- E-eu não sei de nada!

- Não sabe...ta sei – falei pra mim mesmo revirando os olhos – Abra essa porta!

- Pra quê?

- Abre logo, garota! - falei perdendo a paciência.

- Afe, Ed! Deixa de ser chato! - disse enquanto abria a porta.

Cruzei os braços e a encarei sério. - Cadê o cartão?

- Que cartão? - perguntou desentendida, quer dizer, fingindo de desentendida.

A empurrei da frente e entrei no quarto. Olhei em cima da mesa onde o notbook dela tava aberto e ao avistar o cartão do Jasper o peguei e ia saindo do quarto.

- Edward! Que invasão foi essa? Quem te deu o direito de entrar no meu quarto? - reclamou ela batendo o pé.

- Nessie o cachorro custa 600 dólares! - exclamei.

- E daí? - disse achando a coisa mais normal do mundo.

- Realmente não da para te fazer entender – conclui e fui para o meu quarto deixando ela com cara de taxo.

- Toma seu cartão – eu disse assim que cheguei e joguei o pedaço de plastico para meu irmão.

- Não disse? Eu só escuta você. - disse Jasper e saiu sem nem mesmo dizer um obrigado.

Quer saber? Já to tao acostumado com as brigas deles dois que eu nem ligo mais. Sempre eu que resolvo tudo!

Fechei a porta e achei meu Ipod e quando finalmente fique deitado em paz tentando curtir a musica a porcaria da porta é aberta de vez se chocando novamente contra a parede me fazendo dar um pulo.

- Edward!!! Socorro!! - gritou Emmett entrando feito louco no meu quarto e fechando a porta em um baque, trancando a porta e depois arrastando a cômoda para a frente da porta.

- Que droga! O que foi dessa vez?! - exclamei me recuperando do susto.

- E-eu não sabia. Juro! - dizia ele.

- Não sabia do quê? - perguntei.

- Bom... é que eu não sabia que ela era casada e... - ele olhou para a porta nervosamente. - também não sabia que o marido dela era policial e que vai vim me matar agora se a gente não der o fora!

- Emmett, você é muito burro mesmo! O avião só saí amanhã! - eu falei.

Só meu irmão para se meter com mulher casada!

- E agora? Eu sou muito bonito, rico e famoso para morrer! - disse ele. Já ouvi essa frase um milhão de vezes.

- Tem os seguranças lá na frente, ninguém vai vim te matar agora. É só não sair daqui – resolvi o problema e me joguei na cama (de novo!) para tentar escutar uma musica (de novo!).

- Eu não vou conseguir ficar aqui dentro até amanhã – disse Emmett.

- Se vira! - eu disse tentando o ignorar o máximo possível. Ficou um minuto de silencio e quando finalmente eu pensei que ficaria em paz...

- Já sei! - exclamou ele e depois de tirar a cômoda da frente escancarou a porta e saiu correndo, batendo a porta ao sair.

Povinho barulhento esse!

Aumentei o volume, mas a musica acabou bem naquela hora e foi nesse momento que eu ouvi um rangido seguido de outro rangido. Me sentei na cama e encarei a porta que pouco a pouco ia tombando para frente e com um barulho estrondoso desabou no chão.

Ninguém merece!

Emmett PDV

Muahaha, eu sou o cara!

Tive uma ideia brilhante para enganar aquele policialzinho chifrudo!

Fui até o quarto de Nessie e entrei sem nem bater. Ela estava na frente do computador (como sempre). Quando deu pela minha presença no quarto ela se virou de vez na cadeira.

- Não se pode ter mais privacidade nesse mundo?! - exclamou ela irritadinha.

- Oi minha irmanzinha linda do meu coração!

- O que quer? - disse curta e grossa.

- Nossa, eu não posso nem mais te cumprimentar de forma carinhosa que já vem achando que eu to com interesse. - falei fazendo cara de ofendido. Ela me encarou séria e levantou uma sobrancelha.

- Diz logo Emmett – pediu.

- Ta bom! Eu preciso de um disfarce!

- Pra quê?

- Nem queira saber. Só me ajuda, vai... por favor! - pedi.

Ela me olhou com indiferença, até que abriu um sorriso.

- Com uma condição: me empresta seu cartão de credito – falou.

- Eu não, você tem o seu.

- Então nada de disfarce. - disse e se virou para o computador.

Sei que vou me arrepender muito depois, mas tem uma gata me esperando lá embaixo em algum lugar escondido dos olhares alheios . A carne é fraca, não deu pra resistir.

- Ta legal! Eu empresto. Mas deixa alguma coisinha pra mim, ta?

Ela levantou com um sorriso enorme no rosto.

- Você ficará irreconhecível – foi até o banheiro, pegou uma frasqueira e com olhar de psicopata veio em minha direção. Medo dela!

**

Depois de devidamente disfarçado fui em direção ao térreo. Olhei para os dois lados antes de sair do elevador e quando já estava pensando em tirar aquele bigodinho ridículo que Nessie me obrigou a colocar eu vi o policial em pé esperando surpreender quem chegasse do elevador. Passei por ele e disse:

- Oi! - só pra testar as habilidades de Nessie com maquiagens e figurino.

Ele me olhou de cima a baixo e com um cara esquisita me ignorou.

Yes! Nada de morrer hoje!

Vi a morena sentada no sofá da sala de espera com cara triste. Ela usava um short bem curto e uma camiseta bem justa. Sentei ao seu lado.

- Ei, gata! - falei. Ela me olhou estranhamente.

- Eu te conheço? - perguntou.

- Sou eu, o Emmett – sussurrei.

Ela olhou para minhas calças boca de sino, minha blusa colorida, a peruca black power e por fim para os óculos redondinhos.

- Sério?

- To disfarçado – falei abaixando os óculos para dar uma piscadela de olho para ela.

- Emmett! - comemorou. - Aonde vai me levar? Algum restaurante famoso?

Fiquei constrangido. - Foi mal gata, mas to sem grana nesse momento. Perdi meu cartão. - dei a desculpa.

Ela me olhou com os olhos semi-cerrados.

- Ta sem grana?

- É, mas continuou bonito e famoso. - falei jogando charme.

- Seu idiota! Você me prometeu um jantar em um restaurante caro! - exclamou ela ficando furiosa.

- Foi, mas rolou um imprevisto e...

- Rum.. - disse ela e se levantou – Não quero mais ficar com você! - disse decidida.

- Qual é! Eu to correndo risco de vida por você. - falei segurando no braço dela.

- Me solta! - e me deu uma bolsada na cara fazendo meus óculos redondos voarem longe. Ai, essa doeu! - Socorro! - gritou ela fazendo escândalo. Ei, eu não fiz nada! Mas vai explicar isso para o marido dela que veio correndo até mim.

- Algum problema e...eu conheço você – disse o policial chifrudo.

- Não conhece não – falei tratando de dar alguns passos para traz.

- Você é o cara que seduziu minha mulher! - exclamou ele e para meu assombro sacou a arma.

- Calminha aí! Ela que se deixou ser seduzida, não tenho culpa de ser irresistível! - falei morrendo de medo.

- Não pode entrar com armas no hotel – disse uma mulher da recepção.

- Ta vendo aí, você ta errado. - eu disse. Ele me fuzilou com o olhar e me empurrou até a porta.

- Vamos resolver isso lá fora. - disse ele.

To morto!

- Olha cara, foi mal. Eu sou muito bonito, rico e famoso para morrer! - me desesperei.

Quando fui empurrado porta a fora apareceu um grupinho do hotel para olhar e já tinha um aglomerado de fãs histéricas na porta do hotel e os seguranças não sabiam que eu tava lá fora e... agora ferrou!

Quando pensei que era o fim tive a ideia de tirar a peruca e aquele bando de garotas começou a gritar loucamente.

- É o Emmett!

- Olha o Emmett Cullen!

- Aquele cara quer matar o Emmett!

- Pra cima dele!!! - algum anjo gritou e então o policial ao ver aquela montanha de fãs revoltadas saiu correndo.

- Yes! - comemorei. Mas depois de espantarem o policial elas direcionaram o olhar para mim. Um simples baterista totalmente indefeso.

- Ahhh! - e vieram loucamente para cima de mim.

- Calma! Tem Emmett pra todo mundo. É só não me matarem! - eu disse enquanto corria de volta para o hotel. Assim que entrei corri para o elevador que fechou as portas na hora exata que as fãs estavam quase me alcançando.

Ufa! Essa foi por pouco!