Glitter In The Air

Capítulo 8 - Tudo á força


Sharon nos fitava, enquanto Jack olhava em minha direção, confuso, pelo visto ele estava algo alheio a situação. De certa forma eu também estava, mas ao menos eu a “conhecia”.

-Então... O que vieram fazer aqui? –Sharon perguntou. Não era obvio? Íamos comer, ou pelo menos, ele ia.

-Vou fazer a Hay comer canelones. –Jack disse sorrindo. Ele era tão inocente certas vezes.

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-Hay? –ela disse com desgosto. –Que legal da sua parte... Jack.

-É eu sei. –ele disse convencido e eu apenas revirei os olhos. –Olha ai chegando. –ele disse quando avistou o garçom com os pratos. –Desculpa, hm, -ele disse sem saber o nome da Sharon, o que me fez rir baixinho.

-É Sharon. –ela disse nervosa.

-Pois então Sharon, me desculpe, foi um prazer falar com você, mas, agora eu tenho que me alimentar e fazer essa garota teimosa a comer também. –ele disse enquanto tirava as mochilas de cima da mesa e as depositava ao lado. –Com licença? –ele disse uma vez mais a Sharon que olhou indignada e saiu dando patadas no chão.

-Cara, você não existe! –eu disse logo que Sharon saiu de perto e sentou-se junto ao seu clã numa mesa relativamente perto de nós.

-Porque? –ele disse enquanto tirava o garfo e faca do plástico e começava a comer seu canelone. O meu ainda estava intacto no prato, a cara estava boa, muito boa, mas eu não iria comer assim, tão facilmente. Seria como se eu aceitasse fácil demais tudo o que ele quer.

-Bem, porque você expulsou a Sharon de perto, e isso é considerado um ato insano naquele colégio.

-Porque?

-Porque ela é a garota mais popular do mesmo?

-Não achei ela grande coisa.

-Mentira! –quase gritei. –Acho que você é o primeiro garoto que diz isso. Você é garoto mesmo?

-É claro que sou! Se quiser te provo mais tarde. –ele disse enquanto piscava um de seus olhos e enfiava um garfo com pedaço de canelone em sua boca.

-Cala a boca. –ele apenas riu.

-Não vai comer não é? –ele perguntou enquanto fitava meu prato intacto. Na verdade, eu estava com fome sim, mas eu não estava afim de fazer a vontade dele. É, sou orgulhosa sim, algum problema com isso?

-Já disse que não estou com fome. –disse enquanto olhava para as minhas unhas que já começavam a crescer, teria de cortar-las logo, ou melhor, não, vou deixá-las assim mesmo, e então eu posso usá-las para arranhar o Jack.

-A neném não consegue comer sozinha não é? –ele disse irônico com uma voz extremamente irritante. –Pode deixar, eu coloco na sua boquinha. –ele disse enquanto saia de seu lugar e ia para uma cadeira ao meu lado.

-Nem se atreva Johnson. –disse enquanto o via cortar um pedaço de canelone e o aproximava de mim.

-Abre a boquinha, vai. –ele disse fazendo uma cara hilária e eu estava me segurando muito para não abrir a boca e rir. Aquele canelone estava me chamando. –Olha o aviãozinho... –ele disse do mesmo jeito que se fazem com os bebes, mas, ao invés de esperar que eu abrisse a boca, ele me fez cócegas e eu tive de abrir a boca e nesse meio tempo ele enfiou o garfo em minha boca e a tapou com a mão para não correr o risco de eu cuspir tudo na cara dele. Fala sério, eu não era tão mal educada assim.

-Tira a mão da minha boca. –disse quando terminei de mastigar.

-Era só por precaução. –ele disse sorrindo e tirou a mão da minha boca. –Viu? Morreu por experimentar? Agora vai e termina de comer. –ele disse autoritário.

-E se eu não quiser? –o desafiei.

-Coloco na sua boca até acabar.

-Idiota. –disse revirando os olhos e cortando mais um pedaço de canelone. Eu não iria protestar mais, eu estava com fome, e seria melhor comer antes que de tanto provocar eu conseguiria o que eu não queria. No caso, não comer o canelone.

Não conversamos mais durante o almoço, mas eu sentia como alguém nos observava e eu não precisava nem ser adivinha para saber que era a Sharon e seu clã.

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-Muito bem, boa garota. –ele disse enquanto tentava desarrumar meus cabelos. –Comeu tudinho!

-Se mata Johnson. –disse enquanto revirava meus olhos.

-Desencana Hay. –ele disse sorrindo, como sempre. –Vou pedir a conta, quer sorvete? –ele perguntou enquanto dava um sinal para o garçom.

-Sim senhor? –o garçom, Steve pronunciou ao se aproximar de nossa mesa. –O casal precisa de algo mais?

-Não, obrigado. Pode trazer a conta, por favor. E a maquina. –ele disse antes que eu pudesse contestar qualquer coisa sobre o “casal”.

-Visa ou MasterCard?

-Visa. –Jack disse e o garçom se afastou da nossa mesa indo em direção ao balcão.

-Ui, você é do tipo riquinho é? Quantos cartões você tem na carteira? –eu perguntei, mais para tirar com a cara dele do que interesse.

-Cinco. –eu arregalei os olhos. –E eu não sou riquinho.

-Ah não, imagina. Porque uma pessoa que anda com cinco cartões de credito não é nem um pouco rica. Eu que sou, que não ando com nenhum.

-Deixa disso Hayley. –ele disse quando o garçom chegou e lhe entregou a maquina. –Pronto. Valeu ai cara. –Jack disse ao garçom enquanto pegava minha mochila outra vez e pendurava em um de seus braços.

Caminhamos em silencio até o quiosque do Mcdonalds. Sim, em silencio. Eu não achei mais nenhum assunto para criticar ou ironizar.

-Quer sorvete? Você não me respondeu antes. –ele disse enquanto parava em frente á uma das atendentes que o secou de cima a baixo e me olhou de cara feia.

-Não, obrigada.

-Dois Big Sundaes mistos. –disse á atendente e passou seu cartão mais uma vez.

-Não me escutou dizer que não queria? –eu perguntei incrédula ao vê-lo com os sorvetes em sua mão.

-Hay, eu aprendi que, quando você diz que não quer uma coisa, é porque quer. –ele disse sorrindo enquanto enviava a colher no copinho. –Agora abre a boca.

-Eu não vou abrir a bo...- e sim, ele havia enfiado a colher em minha boca. –Dá pra parar de me fazer comer as coisas á força? –disse quando tinha engolido o sorvete.

-Se não quisesse, era só cuspir. –ele disse dando de ombros.

-Eu não vou cuspir nada em meio á um shopping, ainda que a idéia de jogar tudo na sua cara seja realmente tentadora.

-Ué, então faça. Você não é do tipo “não to nem ai para o que dizem de mim”? –ele disse me provocando.

-Você ta duvidando, não ta? –disse com as sobrancelhas arqueadas.

-Eu não estou duvidando de nada... –ele disse. Cínico!

-Quer saber? –peguei a colher de suas mãos, enfiei no copinho e coloquei em minha boca para logo me aproximar dele e cuspir o conteúdo de minha boca em sua cara. –Satisfeito agora?

-Hayley Nichole Evans! O que você pensa que está fazendo? –escutei uma voz feminina gritar atrás de mim. Fechei os olhos no mesmo instante. Porque tudo de ruim sempre acontecia comigo?