Sobrenatural 2 - Escuridão

Capitulo 9 - Escuridão


Cheguei ao muro e parei para descansar. Sorte que eu andava treinando regularmente corridas no exercito.
Respirei fundo antes de conseguir formar uma barreira invisível nas minhas mãos e dando impulso para cima consegui me fazer levitar. Era trabalhoso e cansativo.
Mas consegui passar o muro e pousar no chão. Pelo menos dessa vez sangue não saiu do meu nariz.
Corri pelo gramado e esperei na porta ate finalmente alguém abri-la. Invadi o lugar. Andei por corredores e mais corredores descobrindo que tinham poucos lobisomens. E algumas mulheres.
Eu não sabia direito se eram lobisomens ou não. Mas não me importei com isso.
Subi as escadas para o segundo andar. Andei por todos os lugares. Procurei por uma sala de câmeras igual a da mansão e achei facilmente. Observei todas as câmeras tendo o maior cuidado de não tocar no lobisomem que observava as coisas.
Assim que encontrei Isaac preso em uma cela criei uma bolha invisível dentro da cabeça do lobisomem e a expandi ate sua cabeça praticamente explodir.
Sai da sala e fechei a porta. Corri pelo corredor ate as escadas e desci correndo de dois em dois os degraus tentando fazer o mínimo de barulho possível.
Notei alguns lobisomens virar na minha direção então tentei me acalmar. Eu não podia fazer barulho.
Eles continuaram o que estavam fazendo. Jogando cartas, bebendo ou agarrando suas mulheres.
Fui para o corredor que dava para as masmorras e segui pelas selas. Todas vazias somente uma era ocupada. Criei a bola invisível de novo ao redor da maçaneta e a expandi ate explodir. Tudo silencioso.
A porta foi aberta e Isaac ficou meio transformado em lobisomem. Estava mais magro e pálido. Mas ainda era o meu Isaac.
Ele farejou o ar depois voltou a forma humana.
— Katrina?
— Sentiu meu cheiro?
— Não. Mas é a única que conheço que pode fazer isso. O que esta fazendo aqui?
— Vim para te tirar daqui. - Voltei a forma humana ficando nua na sua frente.
Ele correspondeu no mesmo segundo abraçando meu corpo e beijando meus lábios. Pude sentir seu membro já ficando duro. E sorri contra seus lábios. Ele abraçou meu corpo e escondeu o rosto contra o meu pescoço puxando o ar com força.
— Não sabe a saudade que eu senti.
— Eu devia socar sua cara. - Falei. - Você podia ter me contado. Daríamos um jeito.
— Não daríamos. - Ele murmurou se afastando e me encarando nos olhos. - Eu só não achei que fosse passar tanto tempo preso.
— Vamos sair daqui.
— Você não entende Katrina. Não era para você estar aqui. Eu era só uma isca. Eles querem você. Sabiam que viria atrás de mim.
— Eles não vão nos pegar. Tira a roupa e vamos sair daqui. Os outros estão nos esperando.
— Não é tão fácil assim.
— Por que não é tão fácil? - Perguntei.
— Por que eu não deixarei. - Albert falou.
Vire para encara-lo. Seus olhos passearam pelo meu corpo e Isaac se colocou na minha frente.
— Demorou mais tempo do que esperado. Mas funcionou. - Ele sorriu seu rosto parte transformado em lobisomem. - Tem em mente Katrina que antes eu queria Cora. Agora quero você. Foram tão ingênuos achando que eu ainda queria aquela lobisomem e deixaram a caçadora gostosa disponível.
— Não estou disponível. - Retruquei.
Isaac tirou a camisa e jogou por cima do ombro para mim que a vesti rapidamente.
— Você esta disponível por causa dos seus princípios. Não vai deixar eu matar seus amigos. Vai se entregar para mim.
— Você esta muito enganado. - Falei. - Eu só tenho um homem na minha vida. E se depender de mim morrerei sendo só dele.
— Inocente. Peguem os dois e os leve para cima. Ela vai mudar de ideia.
— Não toque nela. - Isaac se transformou em lobisomem.
Albert sorriu.
— Vamos subir lá para cima. Com vocês vivos ou um cadáver. - Albert apontou a arma para a minha cabeça.
Toquei as costas de Isaac tentando faze-lo se acalmar. Eu precisava pensa. Tudo era um jogo cheio de cartas. Ele usou Isaac para me atrair ate aqui. Agora esta me usando para fazer Isaac ceder e subirmos para o andar de cima e sabe la o que se espera lá.
Isaac me olhou e eu acenei com a cabeça. Depois avancei em direção a porta. Eles estavam armados enquanto nos escoltavam pelas escadas ate o saguão onde haviam mais lobisomens e um trono. Revirei os olhos quando Albert sentou no trono.
— Quando te vi a primeira vez lutando eu sabia que você seria uma ótima companheira. Era tudo o que eu preciso. Forte. Habilidosa. Furiosa.
Notei algumas mulheres me olhando com raiva e inveja.
Foi ai que eu notei que nem todas eram lobisomens. Na verdade eram companheiras de Albert.
— Acho que suas outras esposas não gostaram do que escutaram. E eu vivo em uma sociedade em que bigamia é proibido. Além é claro do fato de que ninguém me obriga a nada. - Ergui o queixo em desafio.
Albert continuou sorrindo, mas eu vi um musculo da sua mandíbula tremer.
— Você se recusa a ser minha?
— Prefiro a morte.
— Talvez você, mas não o garoto. Matem-no! - Agarraram Isaac e ele lutou contra os lobisomens.
O forçaram a se ajoelhar na frente de Albert que ergueu as garras para acertar Isaac. Meu coração começou a bater fortemente. Eu sentia o suor na minha testa e mãos.
Pensa Katrina! Precisamos de tempo. Tempo.
A mão desceu em direção a Isaac.
— Não! - Gritei e Albert me encarou. - Não o mate. Deixe ele ir. - Ele riu.
— Você sabe muito bem que não posso fazer isso querida. Ele vai trazer os outros ate aqui. E eu não quero desperdícios como da ultima vez. Além do mais... Ele é uma ótima aquisição ao bando. É inteligente e forte.
— Vamos negociar. - Falei tentando soar o mais segura possível. - Ficamos ao lado de você, mas como um casal. Eu sou dele e ele é meu. Nada vai mudar isso.
Abert se afastou de Isaac e ficou nos observando.
— Vamos fazer um jogo então.
— Que seria?
Ele sorriu sadicamente e os lobisomens se afastaram de Isaac, avancei parando ao lado dele.
— Vocês vão lutar juntos. Se ficarem vivos eu aceito a sua ideia.
— Você vai ganhar de qualquer jeito. Se ganharmos vamos ficar. Sem um de nós ganhar e o outro morrer, você tem um de nós ao seu lado. Ou vamos morrer juntos.
— Essa ultima parte eu não ganho. E... - Ele sorriu. - A segunda opção o que sobreviver vai ficar aqui preso. A única opinião razoável é se ganharem.
— O que as chances são mínimas. - Murmurei olhando em volta para os lobisomens nos cercando.
— O amor não vence barreiras e todo aquele bla, bla, bla? - Albert perguntou.
Lancei um olhar para Isaac.
— Juntos. - Ele falou.
Eu queria falar que eu o amava. Falar tanta coisa. Mas não ali. Não era o lugar certo para isso.
— Vamos deixar as coisas fáceis. Um lobisomem para a humana. E seis para o garoto. Se vencerem poderão ficar juntos.
— Vai me deixar lutar desarmada? - Perguntei.
— Tenho certeza que você consegue querida.
Então meu corpo foi empurrando para longe de Isaac, recuperei o equilíbrio e empurrei o lobisomem de novo. Isaac me lançou um olhar depois se transformou em lobisomem.
Era agora ou nunca.
Tentei acertar o lobisomem que segurou minha mão e acertou eu rosto me derrubando no chão. Essa com certeza seria a maior surra que eu iria levar na vida. Levantei e ataque de novo. Ele desviou e tentou me acertar.
Me abaixei e girei dando uma rasteira nele que caiu. Ele levantou e sorriu. O que estávamos fazendo?
Albert não se importava com a vida de Isaac ele queria a mim. Isso era so um joguinho doentio dele. Um divertimento. E uma demonstração de força também.
Uma humana vencer um lobisomem? Era irreal.
A questão é: Eu não era completamente humana.
Voltei lutar e ficamos em um jogo de gato e rato. Acertando, desviando. Acertando, desviando. Eu senti o suor escorrer pelo meu corpo. E minhas pernas travarem por um segundo quando vi que Isaac estava perdendo.
Foi uma distração e meu rosto foi atingido.
Meu corpo despencou no chão e eu cuspi o sangue. Minha visão ficou meio turva. Meus ouvidos estavam com um zumbido estranho.
Focalizei meus olhos em Isaac que lutava desesperadamente e estava apanhando chutes, socos e cortes feitos por garras.
Minha mente parecia ficar nublada. Entrando na escuridão. Mas a escuridão era bem vinda.

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