Capítulo 5

Para a maioria das pessoas, uma cena banal, sem razão para excitação. Para Luís, uma conquista, um calorzinho dentro do coração. Esbarrou em Mariana no corredor e trocou a primeira palavra com ela em semanas de convivência. As desculpas que gostaria de ter dado por não a receber, por ser desastrado e nunca saber como conversar com moças bonitas.

Ele gostava da colônia de lavanda que ela usava, notava as unhas pintadas de vermelho, preto ou roxo, que a mochila jeans e o allstar formavam um casal bacana porque combinavam com os cabelos longos e castanhos, o jeans azul claro e os moletons com capuz, reparava também que Mariana costumava chegar mais cedo e colocar os fones de ouvido, enquanto os dedos deslizavam pelas teclas do computador. As regras no escritório não eram tão inflexíveis quanto em outros lugares, todavia até em semanas de prova, a estagiária cumpria o expediente em tempo integral.

Os amigos mais próximos de Luís temiam que ele sofresse rejeição se o afeto não fosse correspondido, por isso não o incentivaram a dar indiretas para a estagiária, porque apesar de doce, compensava sendo misteriosa.

Ver o amigo sofrer de coração partido mais uma vez seria doloroso.