Brilho da manhã e a chuva ingrata

M a n h ã — brilho que não se desfazia;


As cores eram decididamente esplêndidas. Tudo de uma viveza que impregnava e que fazia respirar com um pouco mais de decisão. As flores de uma clareza, sombra, variedade, a ponto de lhe provocar vislumbres desnorteantes de cenários sonhados.

Será por que tudo estava tão mais banhado pelo calor que o sol fazia?

Laranja, brilho da manhã que desfazia as sombras que a noite em pessimistamentos trazia. Brilhava tanto por vezes que poderia conseguir cegá-lo. Mas não. No fim, apesar de fogo e calor, não precisava queimar nada, nada. Era suficientemente visível.

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Embora o fizesse com alguma frequência quanto tentava algum cozinhamento. Ia melhorando.

Já ele, Sans, ia enlouquecendo de alguma forma, pelo bem de sua satisfação com o próprio mundo e a si mesmo. Estava se sentindo um pouco mais ousado, talvez assim fosse sucedido em superar o medo que o estagnava.

Nada poderia deixá-lo tão surpreso e esperançoso e aflito, quando Papyrus o abraçou com força, algumas lágrimas nos olhos — um pequeno momento de fraqueza enquanto era tomado por sensações que fazia o próprio Sans perder sua compostura.

Ele ainda o amava mesmo assim. E mesmo que isso não fosse o acontecido, isso não teria mudado nada.

Sinceramente, aquela imprevisibilidade o deixava com mais medo, percebia. Vulnerabilidade nunca lhe agradava, ainda que convivesse cotidianamente com ela. Independente de tudo, de um clima tão bom ou mal, desabrochavam lindamente, insanamente, sem que pudessem ser detidas aquelas esperanças e medos.

Não conseguiu se parar. Com aquela pontada no peito de desacreditação esperou ser empurrado. Mas Papyrus com alguma demora retornou seu gesto. E aquela harmonia se desdobrava em pecados que nenhum deles parecia minimamente preocupado. Não naquele momento, não.

Flores não desabrochavam lá fora, naquele mundo humano, quanto as palavras que se desprenderam daquelas bocas antes que amanhecesse o dia.