Os Descendentes

Queen of mean (part. II)


Filha da rainha Aurora e do rei Phillip, tão conhecidos pelo seu belo Conto de Fadas “A Bela Adormecida”, Karin tinha a vida perfeita... era a princesa perfeita.

Até tudo desmoronar e descobrir que a tão conhecida história de amor dos pais e que nomeava o próprio reino, não tinha Malévola como vilã da história e sim seu próprio avô.

Seu avô, que estava preso, aguardando julgamento e que provavelmente seria mandado para a Ilha dos Perdidos, local onde se concentrava todos os ladrões e assassinos do reino, os vilões.

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Isso se não tivesse sido libertado pelo Doutor Facilier e pela Gothel.

E por isso, por causa desse ato, seu avô agora era um vilão completo.

— Não se preocupe, querida – ele apertou seu ombro, enquanto observava o príncipe Sasuke dormir na cela. – Vai dar tudo certo, eu deveria ter matado Malévola quando tive a chance, mas vou corrigir esse erro com a filha dela, portanto, não se preocupe.

Karin estremeceu depois que seu avô foi embora.

“Por que o medo?”, a varinha traiçoeira sussurrou em sua mente.

“Eu só queria que ela sumisse”, respondeu de volta, “Não que morresse”.

“É a mesma coisa”, riu aquela coisa maligna.

Karin bloqueou os pensamentos, não querendo que aquela coisa se infiltrasse e pensou na única pessoa que tinha conseguido lhe acalmar e lhe trazer um pouco de paz nos últimos tempos: Suigetsu.

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Algum tempo antes...

A Academia tinha sido reparada e estava como nova depois dos ataques dos dragões.

As aulas voltaram ao normal a partir daquela segunda-feira e Karin andava pelos corredores da escola, altiva como sempre. Precisava agir assim, não deixaria que nenhum dos comentários maliciosos dos outros alunos a abalassem.

— Quem iria imaginar que o rei Stefan fosse fazer isso – dizia uma aluna.

- Arrancar as asas de uma fada é imperdoável – condenava outro.

— Por que ele ainda não foi mandado para a Ilha dos Perdidos?

— E pensar que a Sakura poderia ter crescido entre nós – outro se compadecia.

— Será que Karin vai se tornar a próxima vilã? – Karin ouviu a voz de Shion rir, respirou fundo ao pensar que ela era alguém que um dia já tinha considerado como amiga.

Karin sentiu uma mão em seu braço e agiu em reflexo batendo na pessoa que ousou tocar nela.

— Calma aí, princesa – disse um cara desconhecido, de cabelos brancos e sorriso zombeteiro nos lábios. – Você deixou cair isso – ele lhe estendeu uma folha com suas anotações, era para a aula de Princesologia.

— Obrigada – respondeu pegando a folha das mãos dele e sentiu um arrepio quando tocou na pele dele. Karin olhou para ele sem entender, não sabia se gostava daquilo que sentiu ou não.

— Ao seu dispor – ele fez um gesto galanteador e passou por ela seguindo o corredor.

Quem será que era ele? Nunca tinha o visto antes, disso tinha certeza. Aluno novo?

. . .

Karin permaneceu em seu canto afastando com o olhar qualquer um que ousasse se aproximar dela e escutava os comentários ao longe sobre ela que não se faziam nem um pouco discretos.

— Grossa.

— Metida.

— Ela se acha demais.

Mas não ligou, não queria amigos, queria apenas voltar para o seu reino. Era quinta-feira, a última aula daquele dia era de Música e Dança e pelo menos poderia voltar ao seu dormitório e não ter que ver o rosto de ninguém até o dia seguinte, onde finalmente poderia voltar a seu reino, longe de tudo e todos durante o final de semana. O primeiro de muitos que ainda viriam.

— Me concede essa dança? – era o mesmo garoto de cabelos brancos com quem tinha esbarrado na segunda-feira de manhã.

— Não quero dançar – desviou o olhar dele para a janela, olhar para a natureza lá fora era muito mais relaxante.

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— Mas vale ponto de participação – o garoto se surpreendeu. – Você não liga?

— Não – Karin suspirou irritada querendo que ele fosse embora.

— Bem, mas eu ligo – então ele a puxou para o meio da pista de dança.

— Ei! – ela reclamou se debatendo.

— Olha, eu preciso mesmo desse ponto – ele fez uma carinha de cachorrinho pidão que até mesmo Karin se surpreendeu. Ele era muito bonito. – É só uma dança – ele continuou falando –, não sou o melhor dançarino do mundo, mas eu descobri recentemente que até levo jeito para a coisa.

Karin reparou que ele levava mesmo, mas não disse nada a ele.

— Então – ele tentou puxar assunto, vendo que ela não o faria. – O que você fez para todo mundo te evitar assim?

Karin se irritou com o comentário.

— Não pode ser eles que fizeram alguma coisa para que eu os evitasse? - ela questionou irritada.

Ele pareceu refletir por um momento, antes de girá-la nos braços e os aproximar muito mais. Karin ofegou quando viu os olhos dele de perto, eram violetas e... eram lindos. Viu ele sorrir daquele modo novamente, com malícia.

— Você é da Ilha – ela percebeu por fim. É claro, alguns dos jovens que tinham ajudado com o resgate de Sasuke tinham sido convidados para vir a Konoha, apenas não se lembrava do fato, tivera muitas outras coisas com as quais se preocupar nos últimos tempos.

— Sim, eu sou – ele confirmou. – Suigetsu – se apresentou –, ao seu dispor, princesa.

— Como sabe que eu sou princesa? – ela o questionou.

— Eu perguntei por aí – ele deu de ombros. – Você é muito bonita – ele a elogiou e Karin ficou surpresa e irritada por corar com um simples elogio. Ele sorriu zombeteiro mais uma vez ao perceber as bochechas dela vermelhas, o que não era difícil, por ser ruiva, sua pele era muito pálida.

Karin queria bater nele e tirar aquele sorrisinho da cara dele.

— Eu sei que sou bonita – respondeu, erguendo o queixo.

— Que bom – ele tocou no queixo dela, deixando sua pele em fogo, para logo em seguida se afastar e a cumprimentar em despedida como a dança pedia. – Nos vemos por aí – ele piscou um olho para ela antes de se afastar e se aproximar de um cara ruivo.

— Uau – disse Tenten a surpreendendo. – Ele é quente – elogiou.

Karin resfolegou.

— Se você acha – deu de ombros tentando mostrar indiferença.

— Quer almoçar com a gente? – Tenten a convidou.

— Não – Karin respondeu saindo da sala e indo até seu dormitório. Não estava com fome.

. . .

— Sabe – disse uma voz em seu ouvido –, as pessoas não mordem se você deixar com que elas se aproximem – o garoto de cabelos brancos se sentou ao seu lado no banco do enorme jardim atrás do refeitório.

— Você acabou de chegar, garoto da Ilha – Karin desdenhou. – Não sabe nada do mundo fora daquele lugar – voltou a folhear o livro que estava lendo.

— Eu sei que algumas dessas pessoas aqui tem a língua mais afiada que uma lâmina do Capitão Gancho – ele falou. – E sei também que você não se deixa abalar, você é mais firme que uma rocha – ele se aproximou dela, a obrigando a erguer o olhar. – Eu gosto disso em você.

Karin se irritou por sentir seu rosto corar por mais um elogio dele.

— Nos vemos por aí – ele piscou um olho antes de se afastar.

— Espera – Karin o chamou e suspirou sabendo que podia se arrepender. – Quer caminhar um pouco?

. . .

E eles caminharam. Várias vezes...

Às vezes no andavam em torno da Academia. Em outras andavam até a praia com vista para a Ilha...

Ele não a julgava, não como os outros. Se perguntava: se ele a tivesse conhecido antes, a julgaria?

— Seu cabelo é tão bonito – Suigetsu elogiou uma vez. – Da primeira vez que eu te vi, pensei “Como alguém pode ter um cabelo tão bonito assim?” – ele tocou em uma mecha que se soltou do penteado dela. – É um vermelho tão bonito, nunca vi um cabelo tão vermelho assim antes – ele continuou a elogiar. – É tão vivo. Você me faz sentir vivo – ele a olhou nos olhos.

“Você também”, ela queria dizer, mas tinha tanto medo. Então o puxou para si e o beijou.

Sentiu ele ficar surpreso por um momento e ia se afastar quando ele correspondeu, a abraçando pela cintura com um dos braços, o outro acariciando seu cabelo.

Karin se sentiu viva como nunca havia sentido.

. . .

Estavam sentados juntos no refeitório, tinham um trabalho de História Real juntos, enquanto almoçavam conversavam sobre os tópicos que poderiam abordar.

Até que o amigo ruivo dele apareceu com uma bandeja e se sentou ao lado de Suigetsu. Ele acenou para Karin e ela retribuiu o cumprimento.

— Então, como é que foi? – Suigetsu perguntou.

— A Sakura está indo bem lá na Floresta Proibida – ele falou para Suigetsu.

— Valeu por me informar.

Karin se surpreendeu e ficou um tanto irritada por ouvir o nome da garota de quem não gostava.

— Por que você quer saber sobre ela? – o questionou.

— Aquela coisa rosa não dá notícias – ele deu de ombros, o gesto zombeteiro como sempre. – Temos que fazer o papel de irmãos mais velhos mais vezes – ele apontou o garfo para Juugo, fazendo o ruivo rir.

Karin não entendeu nada da conversa, ainda estava ruminando aquele nome que tanto odiava.

— Sakura quase nunca ouviu a gente antes na Ilha, acha que agora vai só porque estamos fora? – Juugo balançou a cabeça em negação.

— Vamos falar com o Sasuke, só para irritar ela – Suigetsu deu a ideia, animado.

— Você só quer arranjar encrenca com ela – Juugo ergueu o garfo para ele em aviso.

— Nós somos os irmãos mais velhos dela! – Suigetsu apontou. – E ela nem veio nos dar boas-vindas! Até a Ino veio e a garota agora é RA-I-NHA!

— O que? – Karin sentiu seu peito estralar com a informação. – Você é irmão da Sakura?

— Só por parte de pai – ele deu de ombros. – Não é grande coisa.

Mas para Karin era. Tudo tinha sido tomado de si, tudo por causa dela!

— Eu não quero mais te ver – disse com uma voz fria e vazia.

— Karin – ele tentou se aproximar sem entender o tom de voz da garota, mas Karin não deixou e se afastou dele sem olhar para trás.

— Eu nem consigo olhar para você.

Até isso, até aquilo, seja lá o que fosse, que sentia pelo garoto, tinha sido tirado dela.

E tudo por causa da garota de cabelos cor de rosa, a filha da Malévola.

Foi então que tudo aconteceu, os vilões vieram e pegaram seu avô, Sakura sumiria e tudo o que eles queriam em troca era ajuda.

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Então Karin ofereceu ajuda até ser tarde demais para voltar atrás.

Os vilões haviam enfeitiçado Karin para que a filha da Bela Adormecida se parecesse com Sakura e assim ela enganasse Sasuke, o enfeitiçando com aquela varinha cheia de poder maligno.

Usar Sasuke para enfraquecer Sakura havia sido o plano perfeito, Karin adorou o olhar de perda no rosto dela, como aquilo acabara com a garota de cabelos cor de rosa.

Fazer com que Sasuke a pedisse em casamento havia sido um plano seu porque sabia que aquilo a afastaria dele e por consequência ficaria mais fraca, se tinha uma lição que Sakura a havia ensinado era que sentimentos eram uma fraqueza e ela não estava errada. No baile de Ino, pôde ver de longe quão magra a filha da Malévola estava, isso sem falar nas olheiras que ela tinha e só havia se passado um mês do fatídico dia do pedido.

— Deve estar feliz – a voz dele disse em seu ouvido. Como ele tinha se aproximado tão sorrateiramente? Ele tinha sumido momentos antes com a irmã e agora voltava para lhe assombrar. – Conseguiu seu amor de infância de volta, meus parabéns – ele a elogiou sem verdade no rosto.

— Obrigada – respondeu simplesmente, querendo se afastar dele o mais rápido possível.

— Cuidado – ele avisou, o tom de voz baixo, quando ela passou bem ao lado dele. – Eu sei o que é um feitiço quando vejo um – os olhos dele brilharam roxo e ele ergueu a taça que segurava, zombeteiro, mas o sorriso no rosto era vazio.

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Ainda ficou uns minutos observando Sasuke antes de voltar para seus aposentos e se deixou chorar, o rosto enterrado no travesseiro para que nenhuma criatura que circulava pelo vulcão ouvisse e repassasse para os vilões, muito menos para seu avô.

Queria voltar a como tudo era antes, quando tudo era mais simples.

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