Heaven

Orange juice


Olhei ao redor do local, a luz fraca e algumas velas iluminando mais aquele ambiente. A mulher a minha frente tinha um sorriso enquanto bebia seu suco de acerola com laranja e eu preferia mais um tradicional vinho.

Eu não queria olhar tanto para o seu rosto, nem com tanta frequência, mas ela era tão bonita. O que mais ressaltava e me deixava feliz, é que, mesmo grávida e um pouco cansada dos dias difíceis que estava tendo, ela sorria baixo para nossa conversa alegre. Ela era quase perfeita, depois de que o garoto qual a engravidou foi um babaca, claro, ele já era um babaca! Mas ele continuou sendo um babaca de não ter tanto comprometimento com sua responsabilidade e nem com os seus atos sexuais, assumindo eles. Ela começou a ter uma recaída qual a deixou meio triste e levou sua autoestima para baixo.

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Eu nunca tinha visto sua autoestima baixa, afinal de todas as formas ela estava linda e eu só queria cuidar dela de uma forma boa, ela não estava ali sozinha com aquilo.

— Eu... eu não quero comer nada!

Ela disse vagarosamente mexendo o copo de suco entre as mãos. Seus lábios formando um pequeno biquinho manhoso, a gravidez é uma eterna tpm!

— Tudo bem, eu só vou comer alguma coisa... prometo que não vou enrolar, quer água?

Eu vivia oferecendo água para mulher grávida a minha frente, afinal agora era como se ela tivesse mais uma pessoa para sustentar dentro dela e água era uma das principais coisas.

— Agora não.

Ela abaixou a cabeça olhando sua barriga de forma tímida, o que me fez derreter por dentro. Após eu terminar de comer paguei a conta e a ajudei a se levantar, caminhando com a mesma até o carro. O caminho de volta foi silencioso, desci para acompanhar ela até dentro de casa, estava um pouco frio.

Assim que entramos na sala que tinha próxima a portaria e elevadores, olhei para a garota que era alguns centímetros mais alta e me aproximei, ela envolveu seus braços a minha volta de forma delicada, sua barriga ainda estava “entre” nosso abraço. Virei meu rosto carinhosamente beijando seu maxilar e deixando mais alguns beijos em sua bochecha, inferno, eu só queria poder beijar aqueles lábios rosados... mas ela não era minha.

— Obrigado!

Sorri para ela gentilmente.

— Você sabe que sempre pode me chamar, eu gosto de sair com você!

Ela se afastou andando em direção ao elevador, antes de entrar, ela virou e disse.

— Eu te amo... boa noite!

Tentei meu máximo para não fazer, eu corei e retribui.

— Eu também te amo.

Assim que ela se foi, comecei a procrastinar novamente de como suas amizades foram se desfazendo quando sua gravidez precoce começou, não que eu a julgue por isso, mas as pessoas sim. Elas simplesmente deixaram ela para trás porque ela era a única “grávida” qual o pai da criança nem assumir queria. Eu via o quanto ela estava desgastada, mas continuava linda para mim, se ao menos ela pudesse sentir... sentir como eu queria acordar de manhã e poder abraçá-la, sentir seu cheiro e acariciar os cabelos da garota. Mas infelizmente, ela não consegue decifrar ou notar o que eu sinto.