Os Astros Não Mentem

Capítulo 9- A casa de chá


O trio flutuava sobre os ares, vez ou outra Aang mandava Appa descer para mostrar algum lugar para Katara, isso deixa o príncipe mais bravo, pois com isso acabavam demorando bem mais que o esperado para chegar à casa do seu tio.

Passaram uma noite tranquila e quente, a lua Minguante brilhava forte no enorme céu azul, além do astro algumas nuvens vagavam pela escuridão da noite, apenas as estrelas mais brilhantes se destacavam, como as Três Marias e Sirius.

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Logo que chegaram na pequena cidade dominada pelo reino da Terra, iniciaram a busca por Iroh, não foi tão difícil encontra-lo, já que a casa de chá do irmão do rei Ozai fazia sucesso no local. O Dragão Jasmim tinha ótimas recomendações, tanto que até mesmo o rei de Ba Sing Se, capital do reino da Terra, ia com frequência tomar o chá do ex-príncipe.

— Tio?! — Zuko sorriu quando viu o velho atrás do balcão.

— Zuko! — Iroh foi ao encontro do sobrinho abrindo os braços.

Eles se abraçaram e o príncipe explicou toda a situação, com a ajuda de Katara e Aang, disse o que havia acontecido antes de sair de casa e o que aconteceu quando encontrou a dominadora, por fim ele apresentou o Appa.

— Agora temos que ir — Aang disse voltado para Katara.

— Mas já? —Iroh perguntou chateado com a pressa do rapaz — Fiquem alguns dias, tem tantas coisas para ver, e... Seria tão bom conhecer os amigos de meu sobrinho.

— Seria ótimo ficar, mas estamos indo para o Norte e.... — o monge foi interrompido.

— Podemos ficar alguns dias — Katara ignorou o menino — acho que podemos ficar, né Aang?

— Sim, claro — respondeu olhando pra baixo, tentando disfarçar a irritação.

Katara o abraçou fazendo Aang dar um sorriso amarelo e corar. O dono da casa de chá mostrou onde eles poderiam ficar, então ela pegou as poucas coisas que tinha e levou para o quarto que passaria a noite. Logo após guardarem tudo, o trio sentou em uma mesa e tomaram chá gelado.

O sol estava forte, tanto no brilho quanto na temperatura, Iroh convidou o sobrinho para ajudá-lo a servir as mesas, embora não tivesse tanto movimento por conta do calor. A menina até se ofereceu para ajudar, mas o mais velho respondeu que ela era convidada e que poderia ficar conversando.

— Pensando agora, a ideia das toupeiras não seria nada mal — Toph limpou o suor que corria embaixo da franja negra — esse chão está pelando, nem sinto mais meus pés — apontou para os pés e mexeu os dedos.

— Isso porque você insiste em andar sem sapatos — Sokka se aproximou e jogou água para refrescar os pés da menina.

— E se eu tentasse chama-las? — A dobradora pensou em voz alta.

— E como faria isso? — Suki perguntou tomando um gole de água.

Toph sorriu e pediu para que esperassem, ela formou um túnel, semelhante a aquele que haviam fugido de Azula, porém mais fundo. Quando estava no fundo do túnel fez várias sequencias de dobramento de terra, como se estivesse chamando as toupeiras-texugo. Não demorou muito para a terra começar a tremer e aparecer as enormes toupeiras. Elas, assim como Toph, eram cegas, mas grandes dobradoras.

— Só não entendo porque não fez isso antes? — Sokka perguntou quando montava em cima de um dos animais.

— Não tinha sentido a presença delas — Toph estava feliz em reencontrar velhas amigas, dava para perceber pela entonação da voz e o enorme sorriso nos lábios.

— Como você as conheceu? Como sabia como chama-las? — Suki questionou a garota enquanto subia junto com Sokka.

— Quando eu era criança, um bebê ainda, conheci elas por acaso e aprendi tudo com elas, a como usar a dobra de terra para enxergar... — começou a contar — E quando me perdia nos enormes tuneis que usava para treinar, fazia esses movimentos para que elas pudessem me encontrar.

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A garota abraçava a toupeira com carinho, Momo seguia voando próximo, porém o lêmure não perdia a chance de fazer um lanchinho, todos os insetos atraentes acabaram parando no estomago do bichinho.

Alguns pingos de chuva começaram a cair, a chuva foi ficando cada vez mais forte até se tornar um temporal. As gotas grossas se chocavam com o chão e telhados fazendo um estrondoso barulho, as pessoas procuravam abrigos o mais rápido possível, o vento estava agressivo, virava as latas de lixo e as folhas das árvores o acompanhavam contra vontade, a diferença entre as cargas elétricas faziam com que os raios fossem frequentes, os relâmpagos faziam com que o céu escuro parecesse dia, era como se os céus estivessem tirando inúmeras fotos com flash da câmera ligado, enquanto o barulho dos trovões assustava algumas pessoas.

O Dragão Jasmim estava fechado, porém Katara e Zuko continuavam sentados em uma das mesas, enquanto Iroh e Aang procuravam um lugar para esconder o Appa. O bisão não passava pela porta, mas também não poderia ficar no temporal, já que poderia ficar doente. Os outros dois conversavam, estranhamente não brigavam.

— Porque sempre discutimos? — Indagou Katara.

— Não sei, talvez seja porque nossos elementos são opostos, incombatíveis — Zuko respondeu, o local estava bem calmo apesar do barulho da chuva.

— É talvez... Sinto falta de casa — ela disse cabisbaixa, deitou-se em cima dos braços dobrados sobre a mesa — sinto falta da minha avó, do Sokka, da Toph, da Suki — sorriu triste lembrando deles.

— Suki é a líder das guerreiras Kyoshi, certo? — ela confirmou — Toph, Toph Beifong? — A menina confirmou novamente — e o Sokka? — o príncipe já havia escutado esse nome, mas ainda não sabia de quem se tratava.

— Sokka é meu irmão mais velho, ele é um cabeça oca, mas o amo. Você conhece as meninas?

— Suki é vista como uma criminosa pelo reino, e Toph é filha de pessoas importantes e uma exceção — ele explicou, visto que Katara não havia entendido muito a "exceção" o rapaz contou como funcionava dentro do palácio e disse o que acontecia com os dobradores que eram capturados pelo rei.

— Sempre pensei que matavam os dobradores — a menina falou em estado de choque, o que havia acabado de escutar era um tanto assustador — Zuko, você acha que talvez a minha mãe esteja viva? — Ela tinha um brilho esperançoso no olhar.

— Não posso confirmar, naquela época quem reinava era Azulon, meu avô, ele era um homem impiedoso. Ele foi o responsável direto pela morte do antigo Avatar. — Enquanto Katara fica perplexa com toda a história, Zuko parecia indiferente, como se tudo fosse algo que já ouvirá milhares de vezes, não o abalava mais.

— Zuko, o que aconteceu com a sua mãe? — a dobradora perguntou, sabia que tinha a possibilidade de ele ficar irritado como antes, mas ela realmente estava interessada em saber, queria tentar ajuda-lo, já que antes ao falar da rainha o afetou fortemente.

— Você estava certa e os boatos também são verdadeiros — o príncipe evitava encara-la, embora pudesse encontrar apoio em seu olhar — Na noite anterior da coroação de meu pai, houve uma grande discussão, pois quem deveria se tornar rei era meu tio, o primogênito. Meu tio não queria se tornar rei, estava muito abalado com a morte de meu primo, meu pai não ligou e foi até meu avô, discutiram por horas até que Azulon chegou à conclusão de que meu pai poderia se tornar rei se sentisse a mesma dor de meu tio, foi então que Ozai decidiu executar o próprio filho, mas minha mãe não deixou, ela disse que era uma dobradora e que deveriam leva-la em meu lugar — Zuko tocou na cicatriz, os olhos âmbar brilhavam com o início das lagrimas — ela chegou a tempo de salvar minha vida, mas não a tempo de impedir meu pai de acertar a chama em direção do meu olho, então essa cicatriz se formou no mesmo dia em que minha mãe me disse o último "eu te amo".

Nesse momento Katara o abraçou forte, mesmo ele tentando não chorar as lagrimas corriam rápido em seu rosto, reviveu a mesma dor daquela noite, os mesmos soluços. Os olhos de Katara começaram a lagrimejar, como se sentisse a mesma dor que ele, apertou mais o abraço e sussurrou uma "desculpa". Era um abraço confortante, ambos tinham muitas coisas em comum e no momento a dor de uma perda era o que mais os juntavam.

— Está tudo bem? — Aang entrou no local e encarou a cena, se aproximou levemente.

Com o susto da chegada de Aang e do trovão, se separaram. O príncipe enxugou as lagrimas com o antebraço e saiu as presas do cômodo, enquanto Katara limpou com as pontas dos dedos e sorriu voltando a se sentar.

— Porque estavam abraçados chorando? — Questionou mais uma vez se sentando ao lado da menina.

— Não era nada — Katara respondeu com um brilho falso no sorriso.