Cotidiano

Noite sangrenta em Konohagakure


− AKAMARU!

O grito de Kiba ecoou por toda Konoha quando ele soltou um palavrão. O cercado estava destruído! Sua mãe o mataria! Mas o pior, Akamaru não estava lá!

Não era segredo para nenhum Inuzuka as lendas a respeito da primeira lua cheia após a puberdade. E mesmo que Akamaru não tivesse a natureza lupina, o sangue diluído dos antepassados ainda corria em suas veias. E isso era um risco para todo ninken, então eles permaneciam presos na primeira semana.

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Mas Akamaru havia destruído o cercado, a porta de metal e qualquer outra coisa que estivesse em seu caminho. E agora, Kiba corria atrás do cheiro do melhor amigo canino, até que sentiu outra presença em seu encalço.

− Shino?! – Olhou de soslaio para o outro shinobi. – Como chegou aqui?!

Olhou de canto para Kiba, incapaz de lhe dizer que havia implantado dois insetos espiões no namorado apenas para mantê-lo a salvo.

− Intuição. – respondeu. – O que houve?

− Akamaru fugiu! – Ele estava inquieto, Shino notara, como nunca.

− Vamos nos dividir. – sugeriu. – Assim cobrimos uma área maior. Nos encontramos no lago.

− Hn. – Kiba concordou.

Estavam na floresta de Konoha, local grande e difícil para encontrar alguém. Como encontrar uma agulha num palheiro. E era de Akamaru que estavam falando, um cão altamente treinado pela elite da família Inuzuka.

Mas Shino e Kiba logo viram que não haveria dificuldade em encontrá-lo; havia rastros de destruição por onde quer que passassem.

Os dois se encontraram no ponto de encontro combinado e Kiba empalideceu quando um cheiro mais forte que os outros chamou sua atenção.

− O que foi, Kiba? – Parecia até que ele tinha visto um fantasma, tamanha era sua palidez.

− S-sangue. – gaguejou.

Shino não sabia o que fazer com tão pouca informação, mas seguiu Kiba na direção indicada, o receio permeando cada passo.

Milhares de pensamentos passavam pela mente do jovem Inuzuka, sobre lendas onde ninkens tinham cometido atos de pura insânia, levados a fazerem aquilo pelo efeito que a lua lhes causava: pessoas assassinadas, mutiladas, aos pedaços. Famílias inteiras devastadas. Ele não sabia se aquilo era verdade ou não, mas nunca duvidava das palavras de Tsume. E essas eram as histórias que ela lhe contava para por medo quando Kiba aprontava demais.

Os dois caminharam sob o clima de tensão, Shino segurando uma kunai oculta sob a manga do casaco largo. Jamais atacaria Akamaru, mas...

Depararam-se com a cena por fim. Akamaru findava sua vítima, os pedaços de intestino sendo puxados para fora pelos dentes. A pelagem avermelhada do cão brilhava sob a lua cheia.

− A-Akamaru? – Kiba chamou. Shino lamentava-se, pensando que teria que atacar quando o gigantesco canino os visou. Mal teve tempo de acompanhar sua velocidade quando ele saltou sobre Kiba. Estava prestes a mirar a kunai em sua jugular, quando notou que Akamaru abanava o rabo, contente, a pelagem apenas suja pelo sangue da presa morta.

Um porco selvagem.

Respiraram aliviados, enquanto Akamaru distribuía lambidas. Pelo visto, teriam assado para o jantar.