A Menina Triste

Uma casa solitária


Não sei como iniciar esta história. Seja lá no que resultar, ela será confusa, como eu. Mas acho que não sou confusa, as pessoas é que me fazem parecer confusa, porque não me entendem. Tudo o que falo, preciso explicar e explicar, pois ninguém me compreende logo de cara. Nenhuma pessoa entende o meu raciocínio na mesma velocidade em que falo, preciso ser professora do que eu mesmo digo.

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Não se as pessoas são idiotas ou se a formação delas é o problema generalizado. Só sei que isso me deixa só, pois não gosto da superficialidade na qual todos estão imersos.

Pois bem, vamos iniciar de uma vez a história.

* * *

Numa região longínqua do universo, havia um local desconhecido onde o vazio se materializava. Pode parecer contraditório, mas era nesse lugar que habitava a flor, da mesma espécie falante que conversava com um certo principezinho no planeta B-612.

Essa flor era azul e vivia vagando pela escuridão do vácuo, até que um dia chegou à região onde o vazio se materializava. Lá, não existia a escuridão do espaço infinito, e sim apenas um branco absoluto, como se as três dimensões fossem uma folha de papel.

Pela primeira vez, ela viu o vazio como de fato ele é. De repente, não havia mais flor, a matéria que a constituía desapareceu, ficando somente a consciência, e pensou que se havia um vazio materializado em forma de brancura, talvez o pensamento pudesse dar origem a alguma cor pra preencher nem que fosse um ponto indistinto.

Foi aí que a flor pensou em se transformar em uma princesa, e assim se fez.

Vagando no vazio, a Pequena Princesa procurava um chão onde pudesse pisar, um vento para sentir no rosto. De fato, tudo o que ela queria era sentir, seja lá o que fosse.

Então ela usou a lógica e percebeu que se o pensamento a fez se materializar em princesa, também o mesmo pensamento a faria sair dali. Por isso, quando menos esperou, estava sentada em um asteroide, cercada pelo infinito número de estrelas que preenchia cada recanto do céu.