Ele abriu a porta e me encarou com o olhar triste. Seus olhos azuis estavam mais acinzentados que o de costume, seus olhos estavam vermelhos. Ele tinha chorado.

— Por que estava chorando? — perguntei, largando a mochila no corredor e tocando sua pele de alabastro.

— Não queria que passasse por isso por minha causa...

— Não se culpe. Meu pai é um idiota por culpa exclusivamente dele. — respondi tentando sorrir. Ele me abraçou, passando o calor do seu corpo para o meu.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Não era segredo que meu pai era um preconceituoso imbecil. É claro que eu nunca imaginei que ele seria daquele jeito comigo, mas eu devia ter esperado que fosse assim. Ele não mudaria.

— Com fome? — ele perguntou quando me sentei em seu sofá.

Neguei e ele sorriu, saindo para a cozinha. Quando voltou, tinha duas latas de cerveja nas mãos.

— Vamos beber. É o melhor a se fazer quando precisamos afogar as mágoas.

— Tudo bem, vamos beber. — respondi puxando-o para se sentar ao meu lado e roubando-lhe uma lata. — Um brinde à nós. Que hoje, mesmo que só tenhamos um ao outro, estamos completos.

— À nós. Que hoje, mesmo que amanhã seja incerto, temos certeza de ter um ao outro.