Obscuro

Arrefecido


No dias seguintes ao sonho com David, passei a me alhear do cotidiano. Meu esforço pra me libertar do seu domínio, arrefecido. A vontade de compartilhar aquele mundo mágico me consumia. Minha família notou que eu vivia com a cabeça nas nuvens, e fazia mangoça do meu estado, que atribuíam a uma paixonite. Não estavam errados.

Aos poucos fui me afastando da obra da igreja. O padre entendeu errado e julgou que eu não estivesse mais perturbada por uma entidade do mal.

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Certa manhã, iniciei uma conversa sem pé nem cabeça com minha prima.

— Rosana, se você pudesse escolher entre viver uma vida insípida e tediosa, ou outra, aventureira, excitante e inebriante. Qual você escolheria?

— Isso é uma pegadinha? Se for, eu tou fora.

— Não é uma pegadinha.

— Bem, a resposta lógica é a aventura, mas quer saber? O lógico nem sempre é o caminho verdadeiro.

— Como assim?

— Sempre há um senão. Algo que estraga tudo. A exceção à regra. Sem dúvida nenhuma tem uma pegadinha na aventura.

— Já te disse que não tem.

— Como pode ter certeza?

— Porque ele me ama e quer o meu bem.

— Oh!

— O único problema é que preciso morrer pra me reunir a ele.